Fanfic: Paradise | Tema: The Wanted

                Esse que era para ser o melhor dia da minha vida acabou sendo o pior. Primeiro ela apertou meus dedos e cheguei a pensar que tudo ficaria bem, mas então a perdi, seu coração havia parado. Isso foi um adeus? Eu estava sentado no chão, os médicos se entreolhavam e quando iam guardar o desfibrilador, o aparelho que antes fazia um único som, de que o coração parou, voltou a funcionar.

                Todos no quarto se entreolharam, acho que o médico não acreditava que isso estava acontecendo. De repente percebi que todos na sala estavam assustados, me levantei e não acreditei no que via. Eu estava vendo certo?

                Manu

                Todos no quarto me olhavam assustados, os médicos estavam com aquele aparelho, qual o nome? Aquele que eles dão choque quando o coração para de bater. Eles estavam com aquilo na mão e ouvia a maquina com os batimentos, eram meus batimentos? Espera... Eles usaram aquilo em mim? O que aconteceu? Onde estou?

                – Manu? – alguém falava comigo – Como você está? – ele se aproximava de mim.

                – Estou bem... Onde estou?

                – No hospital... Você tinha sofrido um acidente, há uns três meses atrás...

                – TRÊS MESES? Como assim?

                – Você estava em coma. Um carro bateu em você e você teve traumatismo.

                – Eu estava sozinha?

                – Você não se lembra?

                – Não... A proposito... Quem é você?

                – Nathan... Sou eu... Nathan – ele começou a chorar, não queria que ele chorasse, queria abraça-lo seja ele quem for.

                – Desculpa... Não chore... Não gosto de ver pessoas chorando... Cadê meus pais?

                – Eles tiveram que voltar para Jersey, tenho que ligar para eles.

                – Voltar? Voltar para Jersey? Como assim? Onde estou Nathan?

                – Você não se lembra? Está em Londres, você estava viajando por toda Inglaterra...

                – Jura? Sempre foi meu sonho quando era criança – eu sorri, porque não consigo me lembrar? – Desculpa a pergunta... Quantos anos eu tenho?

                – Vinte e um...

                – VIN... VINTE UM?

                – Até que idade se lembra de ter?

                – Dezoito... Amanhã seria meu aniversário de 19... Não é?

                – Não... Estamos em abril, amanhã é dia dezenove de abril...

                – Ah...

                Fiquei quieta, não queria mais falar com ele. Nem o conhecia. Todos saíram do quarto, menos a enfermeira que ficou me avaliando e depois o médico apareceu. Eles me levaram para uma série de exames e disseram que meus pais já estavam a caminho. Aquele menino aparecia às vezes na janela e ficava ali me olhando, ele parecia triste. Será que fiz alguma coisa?

                Nathan

                Eu não acreditava... Ela abriu os olhos, entrei em euforia. Não acreditava, após “morrer” ela acorda. Foi então que minha alegria acabou, quando ela me olhou como se não me conhecesse e depois perguntou quem eu era. Perdi meu chão.

                Os médicos falaram que deve ser amnésia temporária e que logo ela vai se lembrar das coisas, mas eles falaram que poderia ser permanente, devido ao tempo que ficou em coma. Foi um milagre ela ter acordado, ainda mais depois que tiveram que reanima-la. Fui até seu quarto, mas não quis entrar. Fiquei olhando ela pela janela do quarto, ela me olhou e sorriu, sorri também. Que saudades que tinha dela sorrindo.

                Jay tinha chegado ao hospital e me perguntou como ela estava, contei o que tinha acontecido e a única coisa que ele conseguiu dizer foi “sinto muito”. Ele perguntou a enfermeira se ele podia vê-la, tentar alguma coisa para ela lembrar.

                Manu

                – Oi... Posso entrar? – eu conhecia esse menino... Da onde?

                – Claro...

                – Como está se sentindo?

                – Jay... – disse sussurrando

                – Como?

                – Jay?

                – Sim... Você lembra?

                – Acho que lembro... Não tenho certeza... Você é o que meu?

                – Amigo... Nos conhecemos pelo Nathan...

                – Nathan... AH, aquele menino que estava me olhando pela janela né?

                – Ele mesmo... Você não lembra mesmo? De nada?

                – Não... – abaixei a cabeça – Por que todos me perguntam isso?

                – Não te contaram?

                – Não, ficam dizendo que tenho que me lembrar sozinha...

                – Se eu te contar promete não contar para eles?

                – Prometo... – sorri para ele

                – Bem... Vou contar só o porquê de não se lembrar. Tudo bem?

                – Tudo sim. – ele se sentou do meu lado na cama.

                – Você sofreu um acidente de carro quando voltava para o apartamento do Nathan... Não sei dizer por que estava dirigindo àquela hora. Era ano novo e você saiu bem na hora da comemoração. Sei por que saiu, mas não vou te influenciar. Enfim, pegou o carro do Nathan e dirigiu. Quando deu umas duas horas da manhã pelo que disseram você estava voltando, quando virou para entrar na ponte...

                – Um carro me bateu. Eu tentei desviar, mas ele acertou a lateral e me imprensou na ponte...

                – Sim... Você se lembra?

                – Me lembrei agora... E depois me lembro de sentir dor, muita dor.

                – Você quebrou o braço e o tornozelo. E pelo impacto teve traumatismo, o que te deixou em coma por três meses e pouco...

                – Uau...

                – Hoje é aniversário do Nathan... Ele pensou que quando você abriu os olhos se lembraria e ele está triste...

                – AH por isso ele está triste... Não queria que ele ficasse triste... Tem mais uma pessoa que eu lembro... É... Tom?

                – Sim... Tom, ele ficou um tempo com você aqui no quarto quando Nathan ia para casa por uns minutos. Nathan ficou aqui, todos os dias. Desmarcamos shows e ele só saia quando obrigávamos. A vida continua...

                – Você pode chama-lo aqui? Queria dar parabéns a ele...

                – Claro...

                Ele saiu e alguns flashes vieram a minha mente de novo. Era eu e minha mãe conversando, na pedra, olhando o horizonte. Estávamos voltando para casa e era meu aniversário. Fui interrompida, mas sabia o resto da lembrança. Sorri ao ver Nathan entrando. Ele parou ao lado da minha cama me olhando.

                – Senta... – apontei para a cama.

                – Como está?

                – Bem...

                – Lembrou do Jay né?

                – Sim... Na hora que ele entrou no quarto eu lembrei seu nome... Estranho né? – sorri

                – É... – ele forçou um sorriso.

                – Ele me ajudou a lembrar do acidente... E lembrei agora umas coisas, do meu aniversário... E ele me falou que hoje é um dia especial. – me aproximei dele e o abracei – Parabéns Nathan...

                – Obrigado – acho que ele estava chorando

                – Hey... Não chore... – limpei suas lagrimas e ele deu um sorriso, dessa vez era verdadeiro.

                Ele ficou um tempo ali, não falávamos nada. Eu sentia que ele queria me contar tudo, mas acho que não o fez pela orientação dos médicos. Eu tinha que descobrir sozinha. Quando eu ia dizer algo a porta se abre e meus pais entram. Nathan se levantou e meus pais me abraçaram. Nathan foi até a porta, olhou uma ultima vez para o quarto e saiu. Meus pais me enchiam de beijos e abraços. Depois de um tempo ali conversando o médico entra.

                – Boa tarde. Vejo que está bem...

                – Sim obrigada...

                – Seus exames estão prontos. E está tudo bem com você. Logo terá alta. E quanto à amnésia aparentemente é temporária, já que você se lembrou do seu amigo e do seu aniversário.

                – Lembrou? – minha mãe perguntava

                Balancei a cabeça e o médico saiu. Contei o que lembrei e ao contar começava a me lembrar de mais algumas coisas. Eles saíram do quarto para me deixar descansar. Acabei dormindo, ainda estavam me dando fortes medicamentos. À noite sonhei com coisas que não me lembrava, eu beijando Jay, será que isso tinha acontecido?

                Acordei no dia seguinte e me sentia diferente, queria ver o Jay... Queria abraça-lo, mexer em seus cachinhos. Chamei por ele pela enfermeira e logo ele estava lá. Contei para ele meu sonho e ele riu. Era verdade, eu tinha beijado ele. Ele estava sentado no sofá, me levantei da cama, não aguentava mais ficar ali.

                – O que está fazendo?

                – Fique quieto. Não aguento mais ficar deitada aqui... – caminhei em sua direção e puxei-o pela mão o levando até a janela. – Jay... – Olhei para ele. – Quero ir lá – apontei para o jardim – Preciso sentir a brisa, tocar o chão, a grama...

                – Vou ver o que posso fazer... – Ele saiu e minutos depois voltou – Vamos? – ele ofereceu o braço para mim e fomos caminhando, eu estava horrível com meu pijama de bolinhas rosa andando pelos corredores. Pegamos o elevador – Se sentir dor me avisa tá?

                – Claro... – sorri para ele, o elevador era lento e estávamos longe do térreo, me aproximei dele – Jay...

                – Oi? – sorri para ele e coloquei minha mão em seu cabelo, era tão macio – O que você...

                – Shhhh... – aproximei-me mais e dei um selinho nele, seus lábios eram macios.