Fanfic: Paradise | Tema: The Wanted

                Puxei o sofá para perto da cama dela e sentei ali, apenas fiquei olhando. Peguei em sua mão e fiquei ali a acariciando.

                 – Você não pode me deixar Manu. Que merda. Eu sou um idiota, me desculpa. Eu não devia ter feito aquilo... Isso é tudo minha culpa.

                 Abaixei minha cabeça e dei um beijo em sua mão. Fiquei ali, de cabeça baixa por um longo tempo. Queria poder voltar no tempo e dizer tudo o que tinha para dizer. Mesmo que ela não me ame como eu a amo. Fiquei ali, o dia todo e só sai quando seus pais chegaram. Eu estava péssimo, chorei o dia todo e quando os vi ali quase não tive coragem de olha-los nos olhos. A mãe dela me abraçou e o pai também, eu não merecia isso, eu era o culpado. Eles entraram no quarto e quando fui para sala de espera Jay estava lá.

                 – Como ela está? – ele me abraçou.

                 – Deitada... – a única coisa que consegui dizer.

                 – Cara, você tá péssimo, porque não vai para casa, pega umas roupas, come algo e depois volta?

                 – Não quero sair daqui Jay...

                 – Qual é... Eu fico aqui, se acontecer algo eu te ligo no mesmo segundo. Se você vai ficar aqui precisa de roupas, aproveita e traz para ela também...

                 – Tudo bem...

                 – Max, Tom e Siva estão lá fora te esperando. Junto com Big Kev

                 – Não preciso de seguranças...

                 – Ah precisa... Todos querem saber por que você está no hospital, o que aconteceu... – ele me jogou um par de óculos. – Vai precisar...

                 – Valeu...

                 Sai e encontrei os outros do lado de fora. Era verdade, tinha muita gente ali, entrei no carro e fui para casa. No carro ninguém falava nada, eu também não queria nem olhar, fiquei olhando pela janela. Eles provavelmente se entreolhavam, depois de um longo tempo cheguei em casa. Eles foram comigo, devia ser para garantir que eu não fizesse alguma coisa.

                 Entrei no meu quarto, peguei umas roupas e fui para o quarto dela. Hesitei e entrei no quarto. Estava do jeito que ela tinha deixado. Fiquei um tempo ali parado olhando tudo até que Max me chama para irmos logo. Peguei umas roupas dela e coloquei na mochila e fomos embora.

                 Voltei para o hospital e fiquei lá. Não tinha nada o que eu pudesse fazer. Conversei com os médicos e todos disseram a mesma coisa. Só saberiam o estado dela quando ela acordasse, se acordasse. Esse “se” me perseguia. Li várias coisas na internet, muitas pessoas acordavam, muitas não acordavam... Eu tentaria tudo que eu li. Ela não era chegada em musica, mas tentaria. Conversaria com ela todos os dias. Precisava tentar tudo que eu pudesse.

                 As horas viraram dias, que viraram semanas que se tornaram meses. Só saia do hospital quando era extremamente necessário. Os pais dela me deixaram ficar no quarto, eles não podiam ficar muito tempo e voltaram para Jersey, eles tinham trabalho. Prometi que qualquer alteração eu ligaria na hora. Todo dia eu conversava com ela. Pedia para ela voltar, já tinha se passado quatro meses. Meu aniversario se aproximava e nem ligava para isso.

                 – Manu... Se está me ouvindo, por favor, tenta mexer a mão, ou abrir os olhos. Abra os olhos meu amor. Amanhã é meu aniversário, me dê esse presente.

                 Nessa noite me deitei ao lado dela na cama, 18 de abril costumava ser um dia bom. Quando deu meia noite a abracei forte e dei um beijo na testa dela.

                 – Por favor, se está me ouvindo me dê um sinal. Pequeno que seja.

                 Acabei adormecendo ao lado dela. Acordei quando o sol batia no quarto, havia me esquecido de fechar cortina. Levantei para fechá-la, voltei e deitei ao lado dela novamente, foi então que aconteceu, eu juro que aconteceu. Eu senti seus dedos darem um leve aperto em minha mão. Tenho certeza.

                 – Manu... Você pode fazer isso de novo? – esperei e depois de um longo minuto senti de novo.

                 Manu

                 Eu estava sonhando, quando eu vi a luz eu corri ao lado oposto o mais rápido que pude. E então cai num sonho. Mudava toda hora e vinha acompanhado de Nathan me contando seu dia a dia. Ele não saia mais dali, por um tempo ouvi meus pais e depois só Nathan. Às vezes ouvia Jay, Max, Siva e Tom. Eles tentavam tirar Nathan dali.

                Eu não entendia bem porque Nathan não respondia minhas perguntas, sempre perguntava como ele estava, como meus pais estavam e o que tinha acontecido. Ele só falava, colocava musica, cantava para mim e nunca respondia nada que eu falava. Foi então que ele implorou para eu acordar.

                Acordar? O que ele quis dizer com acordar? Ele estava brincando comigo? Isso não tinha graça. Ele pediu para eu dar isso de presente para ele. Merda era aniversario dele e eu não comprei nada. Como pude esquecer disso? AAAH idiota. Ele saiu de perto e depois voltou, ele pegou na minha mão e apertei o mais forte que consegui e ele sorriu e pediu para fazer de novo, mas estava fraca. Tentei e consegui de novo. Ele ficou eufórico.

                Tentei abrir os olhos, mas não conseguia, estava cansada e decidi dormir um pouco, não eu não posso dormir se eu dormir eu vou voltar para a luz, não...

                Nathan

                Não pode ser, gritei por ajuda. A máquina apitou indicando que seu coração havia parado. Não, não me deixe, por favor, volta. Os médicos entraram correndo e a enfermeira me afastou dela, deram choques nela, um, dois... Três... Por favor, volta. Um dos enfermeiros me segurava para que eu não me aproximasse da cama.