Fanfic: They Dont Know About Us | Tema: Mas é claro que amizade pode virar amor.

Acordei no outro dia, fiz minha higiene, tomei banho, vesti um short jeans curto, uma blusa verde, calcei minha sandália, comi alguma coisa e fui para a faculdade. Ao chegar lá, me sentei novamente na frente, abri o caderno e fiquei esperando o professor. Uma garota sentou do meu lado, puxou sua cadeira pra mais perto da minha e falou:

– Olá, meu nome é Anne, como posso te chamar?
– Juliana, prazer Anne. 
– Prazer. Tudo bom?
– É.. tudo, e você?
– Sim.
Não conversamos mais por que o professor entrou na sala e iniciou a aula. Anne era bem bonita, tinha cabelos longos pretos e lisos, era alta, tinha um sorriso lindo e olhos verdes. Totalmente diferente de mim. Eu que era loira, sem sal, tinha o olho azul escuro, não era muito alta e tinha o cabelo cacheado. Sim, eu costumava me colocar pra baixo, tinha crises de baixa auto-estima sempre.O intervalo começou e enquanto eu saí de sala, Anne me acompanhou:

– Posso sentar com você pra lanchar?
– Sim. - respondi. 
Lanchamos juntas e depois fomos pra aula, conversamos coisas que sempre conversam em uma primeira vez, coisas do tipo "de onde você veio?" "tem irmãos?" "qual sua idade?" "qual matéria que você mais gosta?" Enfim...
A aula acabou e eu fui pro shopping, fui no banheiro tentar arrumar meu cabelo e passei uma maquiagem leve, troquei o short por uma calça que eu carregava na bolsa e ficou um visual mais adequado para trabalho.
Eu estava atendendo uma cliente, quando ela foi embora eu olhei para a porta da loja e lá estava ele, parado me observando. Eu acho que fiquei vermelha igual um tomate na hora, pedi permissão a gerente para ir falar com ele e ela deixou.

– O que você tá fazendo aqui? - perguntei.
– Ué, eu te falei, sempre lancho no shopping.
– Mas tava aí me olhando com cara de tartatuga morta por que?
– Tava andando, lembrei que você trabalha no shopping, decidi procurar, então achei e decidi olhar um pouco.
– Hm, e tava olhando o que?
– Você. Tava pensando aqui o quanto você mudou esse tempo todo e eu nem acompanhei essa mudança. 
Abaixei a cabeça envergonhada e ele continuou:
– Precisamos conversar, Juliana.
– Aqui não dá, to no meio do meu trabalho. Se quiser, passa na minha casa a noite.
– Ok - ele falou e me deu um beijo na bochecha.

Mas é CLARO que eu esperava no mínimo um selinho, um beijão, daqueles que ele só sabia dar, mas ele me surpreendeu muito com esse beijinho tosco na bochecha. Entrei na loja e continuei meu trabalho, não consegui esquecer nenhum minuto o que Niall tinha falado. Mas o que será que ele tinha pra falar comigo? Por que na noite passada ele tinha me roubado um beijo e um selinho, e hoje fingiu que não rolou nada? Ah garotos, nasceram para me deixar maluca... 
Deixei o shopping e entrei num Big Red Bus, sentei num banco do lado da janela e pensei em tudo, acho que naquele momento minha cabeça se abriu para novas ideias.
1º idéia: Eu e Niall sempre fomos amigos, 10 anos sendo amigos nunca falamos sobre sermos mais que isso.

2º Ontem tinha rolado nosso primeiro beijo, nós nunca tinhamos feito algo parecido um com o outro. Era estranho. Confuso talvez, afinal, ele era meu melhor amigo e simplesmente me beijou, o que eu pensaria agora?

3º Será que a gente tava sendo precipitado demais e estragando nossa amizade com isso?

4º Ou será que a gente tava apenas seguindo nosso coração e o nosso destino fazendo isso? Será que isso era o certo a se fazer? A gente ficar juntos?

Na verdade, não era ideias, eram dúvidas que estavam me deixando mais confusa do que eu já estava. Desci do Big Red Bus e fui pra casa. Tomei um banho, vesti um moletom rosa e uma calça bege não muito apertada e umas pantufas. Não demorou muito a campainha tocou:

– Entre Niall.
Ele entrou e sentou no sofá, esperei ele começar o que ele tinha a dizer.
– Então Ju, estou confuso por ontem. - ele disse.
– Eu também estou. Sempre fomos amigos, nunca fizemos isso antes e sei lá, isso pode ser um erro, ou ... - ele me interrompeu e completou minha frase.
– Ou não. Acho que a gente devia tentar e ver no que dá.
– E se isso estragar nossa amizade? - falei, confesso que tava com medo dele concordar comigo. Confesso que minha vontade naquele momento era dizer que eu queria arriscar, queria tentar. 
– Vamos ser amigos independente do que aconteça. Se não der certo, servirá de experiência. Não será um namoro, por enquanto, vamos apenas ver no que dá, certo? Você quer tentar comigo?
– Sim, eu quero tentar com você; - disse.
Ele veio até mim e me beijou, ele apertava minha cintura de leve e me colocou contra parede. E se eu disser que nossos corpos tinham uma sincronia perfeita vocês acreditam? Pois é, acreditem, não só tinham isso, como se encaixavam perfeitamente bem. 
Ele não demorou muito e foi para casa, tinha compromisso cedo com os meninos. Se eu estava nas nuvens por causa disso? Nossa, achei até que tinha morrido de amor e depois ressuscitado.