Fanfic: Academia de Vampiros - Laliter

– Com licença, Sr Nagy? eu não posso realmente me concentrar com Rochi e Lali passando bilhetinhos logo ali.

Cande estava tentando distrair a atenção de si mesma – como também a sua incapacidade de responder a pergunta do Sr. Nagy – e estava arruinando o que estava prometendo ser um bom dia. Alguns dos rumores da raposa ainda circulavam, mas a maioria das pessoas queriam conversar sobre Nico atacando Jaime. Eu ainda não havia absolvido Nico do incidente com a raposa – eu tinha absoluta certeza que ele era psicopata o suficiente para ter feito aquilo como um sinal doentio de afeição por Rochi – mas quaisquer que fossem seus motivos, ele havia deslocado a atenção dela, assim como ele havia dito.

Sr. Nagy era lendário por sua habilidade de humilhar estudantes ao ler os bilhetes em voz alta, se dirigindo a nós como um míssil. Ele agarrou o bilhete, e a classe excitada se ajeitou par uma leitura completa. Eu engoli um gemido, tentando aparentar o mais impassível e indiferente possível. Ao meu lado, Rochi parecia que queria morrer.

Sr. Nagy: Ora, ora – ele disse, olhando o bilhete – Se ao menos os estudantes escrevessem esse tanto nos seus ensaios. Uma de vocês tem, consideravelmente, a escrita pior que a outra, portanto me perdoem se eu ler alguma coisa errada aqui – Ele limpou a garganta – ‘Então, eu vi M ontem à noite’ começa a pessoa com a escrita ruim, no qual a resposta é ‘O quê aconteceu’, seguidos pelo mínimo de cinco sinais de interrogação. Compreensível, sendo que às vezes uma, quem dirá quatro, não passa a mensagem necessária, eh? – A classe riu, e eu notei Cande me lançando um sorriso especialmente malvado – O primeiro locutor responde: ‘O quê você acha que aconteceu? Nós ficamos em uma das salas vazias’.  – Sr. Nagy deu uma olhada de relance depois de escutar uns risinhos na sala. Seu sotaque britânico só aumentava a hilaridade – Posso presumir por essa reação que o uso da palavra ‘ficar’ pertence a mais recente, digamos, aplicação carnal do que o termo discreto que usávamos quando eu crescia?

Mais risinhos abafados se seguiram. Endireitando-me, eu disse corajosamente,

Lali: Sim, senhor, Sr. Nagy. Isso estaria correto, senhor – Um grande número de pessoas riram de forma abertamente.

Sr. Nagy: Obrigado pela confirmação, Srtª Espósito. Agora, onde eu estava? Ah sim, a outra locutora então pergunta, ‘Como é que foi?’ A resposta foi, ‘Bom’, pontuado com uma carinha feliz para confirmar o dito adjetivo. Bem. Eu suponho que o crédito é para o misterioso M, hmmm? ‘Então, tipo assim, até onde vocês foram?’ Uh, senhoritas – Sr. Nagy disse – Eu espero que isso não ultrapasse a censura livre. ‘Não muito. Nós fomos pegos’. E novamente, nos foi mostrado a severidade da situação, dessa vez pelo uso de uma carinha infeliz. ‘O quê aconteceu?’ ‘Peter apareceu. Ele expulsou Maxi e me deu um puta sermão’.

A classe emudeceu, tanto por escutar o Sr. Nagy falar “puta sermão” e por finalmente saber os nomes dos participantes.

Sr. Nagy: Por quê, Sr. Recca, você é o supracitado M? Aquele que conseguiu uma carinha feliz da medíocre escritora? – O rosto de Maxi ficou vermelho-beterraba, mas ele não aparentou inteiramente descontente por ter tido sua façanha conhecida por todos os seus amigos. Ele havia mantido o que aconteceu em segredo até agora, incluindo a conversa sobre sangue, porque eu suspeitava que Peter o tinha matado de susto – Bem, por mais que eu aprecie uma boa desgraça tanto quanto o próximo professor cujo tempo está sendo desperdiçado completamente, lembre aos seus ‘amigos’ no futuro que aqui não é uma sala de bate-papo – Ele atirou o bilhete de volta à mesa de Rochi – Srtª Espósito, parece que não há uma maneira possível de puni-la sendo que você já está no limite máximo de penalidades por aqui. Por conseguinte, você, Srtª Igarzabal, vai cumprir duas detenções em vez de uma, em nome de sua amiga. Fique aqui quando o sinal tocar, por favor.

Depois da aula, Maxi me encontrou, com uma aparência desconfortável em seu rosto.

Maxi: Hey, um, sobre o bilhete... você sabe eu não tive nada a ver com isto. Se Lanzani descobrir sobre isso... você diria a ele? Quero dizer, você diria a ele que eu não...

Lali: Yeah, yeah – eu o interrompi – Não se preocupe, você está a salvo.

Ao meu lado, Rochi observou ele sair da sala. Pensando em como havia sido fácil para Peter enxotá-lo – e a sua aparente covardia – eu não pude deixar de notar.

Lali: Sabe, de repente Maxi não parece ser tão gostoso como pensei que fosse.

Ela somente riu.

Rochi: É melhor você ir. Eu tenho carteiras para lavar.

Eu a deixei, me dirigindo para o meu dormitório. Enquanto o fazia, passei por um número de estudantes reunidos em pequenos grupos do lado de fora do prédio. Eu os observei saudosamente, desejando que eu tivesse tempo livre para socializar.

– Não, é verdade – eu ouvi uma voz confiante dizer. Valentina Conta. Bonita e popular, de uma das mais prestigiosas famílias no clã Conta. Ela e Rochi haviam sido meio que amigas antes de irmos embora, numa maneira desconfortável onde dois grandes poderosos ficam de olho um no outro – Eles, tipo, limpam banheiros ou algo do tipo.

– Oh meu Deus – a amiga dela disse – Eu morreria se fosse Cande.

Eu sorri. Aparentemente Maxi espalhou algumas das histórias que eu havia contado ontem à noite. Infelizmente, o próximo pedaço de conversa que ouvi arruinou a minha vitória.

–... escutei que ainda estava viva. Tipo, se retorcendo na cama dela.

– Eu não sei. Por quê matar em primeiro lugar?

– Você acha que Jaime estava certo? Que ela e Lali fizeram isso para serem expulsas...

Eles me viram e calaram a boca.

Olhando de cara feia, eu escapei pelo pátio. Ainda viva. Ainda viva.

Eu havia recusado a Rochi falar sobre as similaridades entre a raposa e o que havia acontecido há dois anos atrás. Eu não queria acreditar que eles estavam conectados, e eu certamente não queria que ela achasse isso também.