Fanfic: Academia de Vampiros - Laliter

A maioria de nossa escolta nos deixou assim que Rochi e eu nos sentamos, e eu me senti um pouco menos como uma prisioneira. Somente Jimena, a capitã dos guardiões da escola, e Peter ficaram. Eles tomaram suas posições ao longo da parede, aparentando estoicos e aterrorizantes, do modo como às descrições do cargo exigiam.

Funes fixou seus olhos furiosos em nós e abriu sua boca para começar, ao que eu não tenho dúvida, o maior sermão de todos os tempos. Uma profunda voz delicada a interrompeu.

Funes: Rocio.

Alarmada, percebi que havia mais alguém na sala. Não havia notado. Negligente para um guardião, mesmo para um novato.

Com um grande esforço, Alejo García levantou-se de uma cadeira no canto. Príncipe Alejo García. Rochi levantou-se num salto e correu para ele, jogando seus braços ao redor do frágil corpo dele.

Rochi: Titio – ela sussurrou. Ela soou como se estivesse à beira das lágrimas enquanto ela apertava seu abraço.

Com um pequeno sorriso, ele gentilmente deu tapinhas nas costas dela.

Alejo: Você não tem ideia de como estou feliz por vê-la a salvo, Rocio. – Ele olhou para mim – E você também, Mariana.

Eu acenei de volta, tentando esconder o quanto estava chocada. Ele estava doente quando fomos embora, mas isso – isso era horrível. Ele era o pai de Natalie, somente uns quarenta e pouco, mas ele aparentava o dobro da idade. Pálido. Encolhido. Com as mãos tremendo. Meu coração se partiu olhando para ele. Com todas as pessoas más no mundo, não era justo que essa pessoa pegasse uma doença que o mataria jovem e, em última analise, o impediria de se tornar rei.

Apesar de não ser tecnicamente seu tio – os Moroi usam termos familiares de forma muito imprecisa, especialmente a realeza – Alejo era um amigo íntimo da família de Rochi e havia feito de tudo para ajudá-la depois que seus pais morreram. Eu gostava dele; era a primeira pessoa que eu estava feliz em ver aqui.

Funes deixou que eles tivessem mais alguns minutos e então, rigidamente, puxou Rochi de volta para seu lugar.

Hora do sermão.

Foi um dos bons – um dos melhores de Funes, o que já dizia algo. Ela era uma mestra nisso. Eu juro que deve ter sido a única razão para ela ter ido para a administração do colégio, porque eu ainda tinha que ver outra evidência dela realmente gostar de crianças. O discurso abrangeu os assuntos usuais: comportamento de responsabilidade negligente, egocentrismo... blá, blá. Eu rapidamente me encontrei divagando, ponderando as logísticas de escapar pela janela do escritório.

Mas quando o discurso se voltou para mim – bem, foi aí que voltei à realidade.

Funes: Você, Srta. Espósito quebrou a mais sagrada promessa entre os de nossa espécie: a promessa de um guardião de proteger um Moroi. É um grande ato de confiança. A confiança que você violou egoisticamente ao levar a princesa daqui. Os Strigoi amariam acabar com os Igarzábal; você quase os permitiu fazer isso.

Rochi – Lali não me raptou. – Rochi falou antes que eu pudesse fazê-lo, sua voz e rosto serenos, apesar de seus desconfortáveis sentimentos. – Eu quis ir. Não a culpe.

A Sra. Funes fez “tsic tsic” para nós duas e marchou pelo escritório, as mãos entrelaçadas nas suas costas estreitas.

Funes: Srta., você pode ter sido aquela que orquestrou todo o plano pelo que eu saiba, mas ainda era a responsabilidade dela ter certeza de que você não levaria isso adiante. Se ela tivesse feito o seu trabalho, ela teria notificado alguém. Se ela tivesse cumprido com o seu dever, ela a manteria salva.

Eu perdi o controle.

Lali: Eu cumpri com meu dever! – eu gritei, pulando de minha cadeira. Peter e Jimena, ambos hesitaram, mas me deixaram em paz já que eu não estava tentando bater em ninguém. Ainda. – Eu a mantive salva! Eu a mantive salva quando nenhum de vocês – eu fiz um gesto amplo ao redor da sala – Pôde fazer isso. Eu a levei embora para protegê-la. Eu fiz o que eu tinha que fazer. Vocês certamente não iriam fazê-lo.

Pela nossa ligação, eu pude sentir Rochi mandando mensagens tranquilizadoras, novamente insistindo para que a raiva não tomasse conta de mim. Era tarde demais. Mercedes me encarou, seu rosto inexpressivo.

Funes: Srta. Espósito perdoe-me por não entender a lógica de como tirá-la de um ambiente altamente protegido e magicamente assegurado é protegê-la. A não ser que haja algo que você não esteja me contando.

Mordi meu lábio.

Funes: Estou vendo. Está bem. Pela minha avaliação, a única razão de você ter ido... além da novidade que isso envolvia, sem dúvida; foi para evitar as consequências daquela horrível e destrutiva façanha que você fez pouco antes de desaparecer.

Lali: Não, isso não...

Funes: E isso só torna minha decisão ainda mais fácil. Como uma Moroi, a princesa deve continuar aqui na Academia pela sua própria segurança, mas nós não temos nenhuma obrigação para com você. Você será mandada embora o mais rápido possível.