Fanfic: GOLPES DA VIDA AYA DYC MYC FINALIZADA

Any: Metade de mim morreu naquele dia... – ela falou e desabou no choro.

Poncho: Não fale assim. – ele a puxou a abraçou.

Sentiam necessidade daquele abraço, sentiam necessidade de chorar, desabafar. Tudo que estava entalado, como um osso na garganta estava saindo.
As palavras doíam, mas a angustia de não falar incomodava mais, talvez por isso, acharam melhor dizer tudo, tudo que sentiam...

Ficaram assim chorando abraçados por vários minutos.
Aquele momento estava sendo difícil e doendo bastante em ambos.
Mas talvez fosse melhor ou pior, desde o acontecimento que eles não bateram de frente.
Precisam conversar cedo ou mais tarde esse dia chegaria.

Poncho: Me desculpe, Any. – colocando as mãos do rosto dela.

Any: Eu já te desculpei, Poncho. – ela o encarou e tirou as mãos dele do rosto dela.

Poncho: Eu me sinto um inútil. Não sei o que me deu na cabeça para fazer aquilo. – as lágrimas caiam por sua face – Sinceramente não sei... Acho que quis me atrever, fugir da rotina...

Any: Você criou uma rotina. Diversas vezes tentei sair da rotina, tentei com todas as forças salvar nosso casamento, mas você estava sempre ocupado, empenhando-se ao máximo em conseguir ter um conhecimento profissionalmente.

Poncho: Eu sei que errei, errei demais. Mas não acha que todos nós merecemos uma segunda chance? – ele a encarou em suplica.

Any: Sim!!! – ela a encarou seria – Agora é minha vez de me dar uma segunda chance de ser feliz. A vida me deu essa chance e vou segura-la com todas as minhas forças.

Poncho: Então você quer dizer que não foi feliz comigo? – triste.

Any: Sim, Poncho. Com você eu me sentia super feliz, porem no começo, antes da sua ambição de ter um médico renomado. Nós tínhamos tudo para sermos feliz. Um casamento, uma filha, um fruto do nosso amor, aquela que só veio para completar a nossa felicidade, mas depois... Depois tudo desmoronou. Não soubemos aproveitar tudo que a vida tinha nos dado. Você não se esqueceu somente de mim, se esqueceu da sua filha. - ele abriu a boca pra falar, mas ela levou a mão na frente, evitando-o que ele se manifestasse – Não me diga que jamais a esqueceu. Você não tinha a preocupação de saber como ela estava. Sei que a ama Poncho, mas você deixava toda responsabilidade em cima de mim. Achava que somente eu dava conta, mas ela sentia saudades. Não entendia nada, era só uma criança, pagando pelos erros dos pais. Toda criança precisa de uma mãe e um pai, os dois tem uma importância fundamental na vida deles. Ela sentia muito a sua ausência. – ela falava com a voz embargada pelo choro, saber que a filha sofreu com a irresponsabilidade deles, doía mais que qualquer coisa, sua filha, sua pequenininha, a pessoa mais importante em sua vida.

Poncho: Eu sei que errei com minha filha. – de cabeça baixa – Hoje tento recuperar tudo, talvez um pouquinho tarde. Perdi muitas coisas importantes da vida dela. Minha filha é tudo pra mim, Any. Por ela sou capaz de tudo. Apesar de tudo que eu fiz, eu sempre a tive em meus planos, eu sempre amei minha filha, desde que estava na sua barriga, quando eu ainda nem sabia como seria.

Any: Nunca é tarde para recomeçar... Eu só quero ver minha filha feliz, se ela esta bem, eu estou. Ela é tudo pra mim!!!!

Poncho: Ela ficaria feliz em ter os pais juntos de novo.

Any: Não seja infantil de metê-la no meio. – inconformada – Ela é criança, obvio que adoraria. Ela não entende o que é ser traída pela pessoa que mais confiava, ela não entende o que é viver por uma pessoa, amá-la incondicionalmente, tela ao seu lado, mas se sentir um objeto diante das indiferenças dele. Ela não sabe o que é morrer de amor por alguém, enquanto esta rindo por suas costas.

Poncho: Eu nunca ri de você. – fazendo não com o dedo – Eu sempre te amei, descobri tarde, mas sempre...

Any: Que maneira de amar não? Me enganado. – ela balançava a cabeça – Isso não é amor.

Poncho: Você pode pensar o que quiser e apesar dos meus erros, você não tem controle sobre os meus sentimentos, não pode falar se te amo ou não.

Any: Realmente não tenho controle sobre seus sentimentos. Mas me amar, Poncho? Como você diz que me ama depois de tudo que me fez?

Poncho: Você é perfeita? Nunca cometeu erros? Um erro me levou a outro. Errei demais com você, com a Luma, mas TE AMO e isso é uma verdade. É o que eu sinto!!!

Any: Fica um pouquinho difícil acreditar nesse amor.

Poncho: Me deixa te demonstrar. – tocando o rosto dela.

Ela fechou os olhos por um momento, mas logo deu um passo para trás...

Any: Eu não quero. – falou e quase foi traída pelas próprias palavras – Eu não quero Poncho!!!!

Poncho: Por favor, Any... Não faz isso comigo.

Any: Poncho, - respirou fundo – acho que já conversamos. A Melissa sabe que você esta aqui me falando isso tudo?

Ele abaixou a cabeça e permaneceu calado.

Any: Ta vendo? Você me dá motivos para não acreditar nesse amor. Que amor é esse que machuca?

Poncho: O amor também machuca...

Any: Sei disso, sei que o amor não é perfeito. Mas um amor igual a esse, desculpe, mas não quero. Você vem na minha casa, tem a cara de pau de me dizer que me ama, mas, no entanto esta com outra, e olha que não é uma outra qualquer, é a amante. – falava com rancor.

Poncho: Mais uma vez errei... Que burro eu sou!!! – dando um murro no ar.

Any: Acaba de cometer mais um. Não fique justificando seus erros, passa a corrigi-los, quem sabe com isso você passa a ir pelo caminho certo... – ela falou e saiu do banheiro indo para o quarto.

Poncho: O que vocês quis dizer com isso?

Any: Eu!? Nada!!! – sentando na beirada da cama para colocar a sandália de salto.

Poncho: Quis dizer alguma coisa sim.

Any: Esquece Poncho. – ela termina de colocar a sandália e levanta – Não acha que uma amizade entre a gente já esta bom?

Poncho: Pra mim é um grande passo. – sorriu sincero – Pode me da um abraço? – Any o olhou serio – Um abraço de amigos.

Any sorriu e lhe deu um abraço.
Era bom aquilo, não o tinha como amigo, mas aquilo já bastava pra ela.
Teve sim muita vontade de se render a cada vez que ele dizia um “te amo”, mas logo vinha a mente Melissa.
Não queria pensar mais em nada, estava se sentindo leve, tirou um peso de cima, não havia mais nos na garganta.

Poncho preferiu deixar na amizade, pelo menos por enquanto.
Podia esta enganado, mas sentia que ainda podia recuperar o amor de Any, muitas vezes ela tropeçou nas próprias palavras, e tremeu em uma aproximação, sem contar o povo que o coração dela deu assim que ele lhe beijou.
Sorriu com isso, nem tudo estava perdido.
Iria começar a fazer as coisas direito, começando por Melissa.

Any: Bom. – separando do abraço – Deixa eu me maquiar para irmos.

Poncho: III já vi que vou mofar aqui. – tentando descontrair um pouco o clima.

Any: Nem começa. – caminhando até o banheiro – Vai ser rápido.

Poncho: Imagino. – sentando na beira da cama.

Ela entrou no banheiro e logo terminou a maquiagem, se perfumou e voltou para o quarto.

Any: Vamos. – pegando a bolsa.

Poncho: Até que fim. Não sei por que leva hora se maquiando.

Any: Pra ficar bonita, e nem vem que eu não demorei.

Poncho: Você já é linda com ou sem maquiagem, ainda bem mais linda natural. – ela ficou vermelha na hora – Mas que demorou, demorou.

Any: Homens. – saindo do quarto sendo acompanhado por ele – Vocês são uns insensíveis.

Poncho: Mulheres que são umas enroladas ficam horas na frente do espelho.

Any: E vocês esquecem a gente por causa de futebol. – descendo as escadas.

Poncho: Futebol é importante.

Any: Ahh e nós mulheres não? – dando com a bolsa no braço dele.

Poncho: Sim, mas futebol também. – ele riu da cara que Any fazia e lhe deu um beijo no rosto.

Se despediram de Tereza e saíram trocando pequenas “farpas’.