Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

Capítulo 12

Lola

 Já me encontrava dentro do vestiário, pondo meu uniforme: um top vermelho com um emblema escrito “PRADA” em branco, juntamente com um short rendado. Escolha da “líder”. Sem o mínimo de democracia, pois é, vadia. Prendi os cabelos, e marchei até a área verde reservada exclusivamente para os ensaios, ao lado do campo de futebol, sem coincidência. Avistei a professora Garcia, perto das grades de divisórias com uma cara de pedofila em ação e um sorriso beirando perigosamente ao sedutor, mantendo uma conversa mais que animada com o Uckermann. Rolei os olhos, como uma mulher da idade dela podia não ter vergonha de se engraçar com um aluno? E tão aparentemente? A desgraçada ainda era noiva do inspetor Rivera, ¬¬. Podre P.A, gostoso daquele jeito e chifrudo. Ah talvez pudesse reconforta-lo após sem querer lhe dar a noticia fatal. Sorri diabolicamente, imaginando a cena. Logo, como típico de mim, andei até eles determinada e convenientemente atrapalhei seu papo furado com Christopher, que não ficou nada feliz. Ele bufou e saiu pisoteando o gramado revoltadinho. Dei de ombros e a guiei até seu posto, como professora de educação física, obviamente. Talvez se ela tivesse uns dez anos a menos e também fosse uma a-lu-na... era outro caso. Mas não era.

   Alonguei os músculos das pernas e dos braços, a espera de Justine. Que não demorou muito a chegar, junto com a cambada dramaticamente, Rebecca, Allison e Melissa. A senhora Garcia, mais conhecida por Debra entre nós, ligou o aparelho de som, a música Express da Christina Aguilera começou a tocar. Justine mandou agente se posicionar corretamente, e ficou a nossa frente, iniciando os passos básicos como aquecimento. Após quarenta minutos, fizemos um intervalo para reidratar. O calor estava insuportável.

   Sarah propositalmente me arrastou até os bebedores masculinos, alegando precisar falar com Bryan urgentemente, ou dar uma rapidinha, sei lá. Acabava de soltar o botão da água corrente quando fui abraçada calorosamente.

   Anthony.

  Ofegante e completamente soado. De uma maneira sexy, OK? Do meu ponto de vista, Anthony não desenvolvia aptidão física alguma no quesito “esporte”. Pois tinha que se esforçar anormalmente para permanecer como titular no time, enquanto outros simplesmente se divertiam durante as partidas. Antes que pudesse dizer qualquer coisa em protesto Anthony grudou sua boca afobadamente da minha.

   Correspondi ao beijo à altura, mas logo o afastei.

   — Não é hora para isso, é sério!

   Ele me olhou um pouco decepcionado.

  — Pensei que tinha gostado da surpresa. — voltou a se animar de repente. — Estava doido para te ver!

   Outro beijo, rápido e molhado.

  — De novo, Anth? — questionei, ainda sem ar. — Qual é mal nos vimos no primeiro tempo. Eu sei que sou irresistível... mas tente se controlar garotão. — dei um tapinha solidário no seu ombro. — P.A adora flagrar “situações” como essa.

  — Que situações...? — ele sorriu de lado, me apertando contra à parede.

   Peguei o seu queixo e com um dedo enrolei um cacho louro do seu cabelo.

   — Não seja bobinho. Hein, preciso voltar para o treino. Antes que a Rebecca venha me buscar pelos cabelos, você sabe como sua irmã me ama, não é?

   Anthony assentiu rindo de leve, aumentando a distância entre nós.

   — Ela já te avisou sobre sábado?

   Mordisquei o lábio dele.

  — Uhum! Recado dado, neném. Mas pode me convidar de novo, se quiser... — ele negou, voltamos a trocar saliva, “animadamente”.

   Anthony me encarou de repente partindo o beijo, ainda com uma mão possessiva na minha coxa.

   — Lo... ahn, sabe se a Dulce vai?

   Meu sorriso morreu. Arranquei a sua mão de lá.

   Como podia ser tão idiota?

  — Christopher te mandou aqui, não foi? — ele ficou evidentemente tenso. — Não se atreva a negar! Quer saber Anthony... diga ao Uckermann que se ele realmente tem interesse na resposta, vá perguntar ele mesmo a Dulce. Não sou nenhuma garota de recados, muito menos tapada! E agora vai se ferrar seu estúpido pau mandado! — finalizei dando uma joelhada certeira nas suas partes frágeis e antes que desse tempo de ver sua reação corri para o vestiário.

  Tranquei-me dentro de uma cabine e fiquei lá até minha respiração normalizar e talvez com sorte a raiva amenizar. Sabe aquele momento que por mais que não se importe tanto, você constata que talvez seja especial para uma pessoa e depois descobre que era tudo armação, pura encenação? Era isso que eu estava sentindo. Não ia ser usada. Era eu quem abusava até enjoar e jogava fora, não o contrario! Anthony ia me pagar. Ainda mais que sabia que o mesmo dizia para Deus e o mundo que transávamos sem compromisso, sempre que “ele” desejava. Apesar de não passar de uma mentira deslavada. Deixava apenas por pouco me importar com o que os outros constavam da minha vida pessoal/sexual. A verdade era outra, e isso claramente bastava para mim. Joguei um pouco de água fria no rosto, depois o sequei com tolha de papel. Conferi se Anthony não me aguardava do lado de fora e segui em direção ao ensaio. Levei uma bronca de Rebecca pelo meu atrasado, como imaginava. O legal é que até a própria Justine não havia voltado. “A chefa desaparecida...” fofoca na certa. As meninas estavam inquietas e superirritadas com a sua demora. A professora Garcia intervil prontamente e tratou de dar continuidade à aula.