Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

   — Perdida, Doce?

  Traguei a saliva, com coração latejando dentro do peito.

   — Não, não, não. Argh! Você?

  Ele levou um copo os lábios, bebendo um longo gole. Mas sorriso continuava ali, tatuado na sua boca.

   — Triste em me ver? — uma pausa vaga, ou conclusiva, ele parecia tão surpreso quanto eu — Esse lugar não é para você.

   Olhei rapidamente à volta, interessada na a sua insinuação. Que tipo de lugar seria aquele? Perguntei-me.

   — Triste? Não. Talvez um pouco decepcionada. Sendo franca, esse noite não está sendo das melhores — tive que devolver o sorriso a contra gosto.

    Ele se inclinou perigosamente.

    — Posso muda-la, se quiser.

    Peguei a bebida da sua mão e acho que propositalmente encostei-me a ela; quente e convidativa. Trocamos um olhar demorado, consegui desviar ao esvaziar o copo. Sentia-me completamente vulnerável, mas interpretei meu olhar mais provocativo e perguntei:

   — De que forma Uckermann?

   Não sei como, mas ele conseguia mexer com todos os meus sentidos, com um simples sorriso de canto. Irritante.

   — Primeiramente, deixa eu te apresentar a uns amigos — ele estendeu o braço na minha direção.

   Não hesitei. Segurei firme na mão dele e o segui, para dentro da escuridão da boate.

   Já haviam se passado horas, entre risadas e bebidas, me encontrava no meio da pista dançando freneticamente. Por vários momentos sentia Christopher me observar do seu lugar, enquanto um grande grupo de pessoas desconhecidas para mim, disputava sua atenção constantemente. Ele finalmente deixou de bichice e veio até mim, jurei que ele fosse fazer o que eu tanto desejava, mas em vez disso ele me pegou pelo pulso e me arrastou para um beco atrás da boate, pelo mesmo lugar que havia entrado, o carro de Eric não estava muito longe.

   Me apoiei na parede complemente desequilibrada, com sorriso bobo no rosto.

   — Cara, você só sabe encher a cara, que inferno! — ele me prensou na parede, raivoso — Como eu vou te encher de beijos nesse estado?

   Analisei o rosto dele debochadamente por um tempo.

   — Quem disse que eu quero garanhão?

   — Ninguém, Doce. Teus olhos te entregam.

   Eu ri com vontade. Como podia ser tão arrogante... Asco.

   — Iludido. — retruquei desdenhosa — Para variar você está me entediando — bocejei artificialmente.

   O empurrei pelo peito, fazendo descaso.

   Não era porque queria de fato, que Christopher precisasse saber, ele já era autossuficiente naturalmente, imaginava se declarasse minhas verdadeiras vontades só inflaria mais o seu ego nojento. Em resposta a minha tentativa de escape, ele me jogou novamente contra a parede úmida e irregular. Rangi os dentes. O que me deixava realmente doida era o fato de que a minha ânsia por enfiar um soco na sua cara não ser maior do que lhe sufocar com a minha boca.

Estapeei a sua barriga e os braços num acesso de raiva, no fundo de mim mesma, por ser tão... idiota. Ele não merecia nada de mim, desfez nossa amizade de mais de uma década alegando não precisar mais dela, simples assim. Queria que fosse pelo mesmo motivo que fazia o meu peito dor toda vez que ele estava tão perto e não poder expressar o que sentia. Mas não era, devia ser só mais uma insanidade da minha cabeça. Christopher jamais gostaria de mim. Ele queria apenas me transformar em mais um número, ou talvez em um nome numa lista desprezível. Mas não podia deixar isso acontecer, por mais que todos os meus instintos clamassem por lhe tocar, pressionei as bochechas com as palmas das mãos.

   Ergui a cabeça de repente, buscando seus olhos negros ansiosos.

   — É tão divertido assim brincar com as pessoas? — soltei, cheia de magoa.

   Ele espalmou as mãos na parede atrás de mim com irritação.

   — Não estou brincando, entenda, só quero acabar com isso. Esse deve ser o único motivo que me faz pensar em você mais do que devia. Tem que ser.

   Continuei paralisada, entre ele e a parede. Umedeci a boca seca, os olhos dele seguiram o trajeto e inevitavelmente fechei os meus.