Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

   Continuei paralisada, entre ele e a parede. Umedeci a boca seca, os olhos dele seguiram o trajeto e inevitavelmente fechei os meus. Senti pesadamente os lábios dele contra os meus. Minhas pernas estavam realmente moles, como já tinha lido em algum romance bobo. Clichê. Fosse ou não, foram os segundos mais deliciosos que experimentei. Acontecia rápido e às vezes lento, quando percebi já havia afundado descaradamente meus dedos nos seus cabelos. As mãos dele continuavam apoiadas na parede atrás de mim, mas o resto do seu corpo tava completamente colado no meu. Puxava com tanta vontade os fios que ouvi Christopher gemer baixo entre o beijo, mas isso não o impediu de mordiscar a minha boca maldosamente em resposta. Precisava respirar, tentei empurra-lo, enquanto meus pulmões imploravam por ar, mas ele não cedeu. Como se tivesse interpretado o recado ao contrário intensificou mais e senti finalmente suas mãos tocarem o meu quadril cheio de segundas intenções, fiquei inquieta de repente. Ele me pressionou sem delicadeza ainda mais na parede. Escutei alguém chamar um de nós, mas não queria parar, ignorei. Não naquele momento. Com uma das mãos livres escorreguei pelas suas costas largas. Uma risada maliciosa atingiu a atmosfera a nossa volta, quase que quebrando o “clima”. Christopher se afastou parcialmente do meu corpo, um braço possessivo ainda rodeava a minha cintura enquanto ele se virou para rosnar:

   — Vaza Anthony, não da para ver que estou ocupado?

   Instantaneamente o meu rosto pegou fogo. Não tive coragem nem de erguer o rosto para confirmar. Deus! Anthony tinha me visto beijar Christopher, puta merda, puta merda, puta merda. Não tinha pessoinha pior parar testemunhar o ocorrido? Não, com certeza não.

    — Relaxa Uckermann, vim em paz. Na real estou aqui para avisar que tem um carro da policia estacionado na entrada da boate, os porcos estão à caça da ruiva aí. — ele me encarou com aqueles olhos frios debochadamente — Ainda não sei se digo corre ou se fode gata.

    Depois de largar a bomba Anthony desapareceu boate adentro como um fantasma.

     — Policia? Como assim? O que você fez? — ele quis saber.

     Com um sorriso amarelo me dignei a dizer:

    — Opa.

    — Opa? Desenrola.

    Resumi os fatos em poucas palavras.

    — Roubei o carro do Eric e já deveria estar em casa a anos luz.

    Ele se descolou de mim perplexo.

     — Merda.

    — Merda?

    — Merda! Você não deve bater bem da cabeça, garota. Apesar de que daria tudo para ver a cara do Gareth agora — ele riu, e me puxou para junto dele novamente. — Minha gênia, ai, ai.

    — Cala a boca que já te tirei roubadas piores. Shiu para você.

    — Certo. Isso foi um pedido de ajuda?

    — Quer que eu desenhe amor?

    Ele sorriu travesso.

    — Nem. Prefiro outro beijo, que tal?

    Desviei o olhar e depois retornei irônica.

    — Ótima hora para isso Uckermann. Eu estou prestes a ser presa e decapitada pelos meus pais, e você querendo beijinho.

    Ele fez uma cara engraçada enquanto apertava as minhas bochechas.

    — É o seu, Doce.

    Meus olhos rolaram.

    — Cada vez que você fala, diz mais besteira. Preciso sair desse lugar, não sei se percebeu vim no carro do Eric, na realidade nem sei para onde ir. Minha casa provavelmente deve estar cheia de policias também...

    Fui interrompida.

    — Tô com as chaves do AP do Adam aqui — anunciou ele, procurando algo nos bolsos da calça.

  Um molho de chaves prateadas surgiram penduradas no seu dedo indicador, reluzentes.