Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

    Hesitei antes de tomar a primeira rua que dava para o lado contrário em que eu estava indo. Vinte minutos depois, estava descendo do carro numa rua incrivelmente perfeita. Talvez mais linda que a minha. Claro, era evidente que a família Schwartz era mais rica que a minha família, os Moore, mas isso não queria dizer nada naquele momento. Soltei o ar morbidamente. E me arrastei até a o portão de madeira trabalhada a mão. Um segurança de uns 30 anos, incrivelmente arrumadinho e de olhar sério, me analisou de cima a baixo. E pegou uma espécie de walkie-talkie supermoderno e murmurou algumas palavras como: adolescente, loira, alta, bem vestida e etc. etc. Tá! Confesso que fiquei um pouco desapontada por ele não ter dito adolescente gostosa ou mega linda, mas enfim! Ele me lançou um olhar que dizia que eu podia me pronunciar.

   Limpei a garganta e falei:

   — Ah, oi! Sou Justine Moore. Ahn... Christopher, uh, ele, quer dizer...  me convi...

   O segurança fez um gesto descontraído com as mãos e destrancou o portão.

   — Pode entrar. O filho do senhor Uckermann já liberou a sua entrada.

   Meus ombros rapidamente relaxaram.

   Senti-me ridícula.

   — Valeu, acho — ele me olhou estranho, claramente achando bizarro meu vocabulário.

   — Quer que eu chame alguém para guiá-la até a entrada?

   Eu sabia muito bem onde era à entrada da casa... apesar de geralmente entrar pela garagem.

   — Ahn... valeu, de novo, mas não tô precisando. Eu me viro! Bye, bye.

   Caminhei apressada em direção à entrada, antes que falasse alguma bobagem idiota e algum segurança brutamonte me escoltasse até o meu carro. Depois de uns cinco minutos mais ou menos caminhando, sim! Bizarramente o jardim frontal é tão enorme que dá uma boa caminhadinha até a porta da casa. Pensei na hipótese de apertar a campainha por um momento, quando outro segurança igualmente uniformizado surgiu do meio das árvores, me cagando de susto! Tá, não literalmente, mas que se dane.

   Pulei.

   Meu Deus do céu!

   Inferno.

   Ele esbugalhou os olhos castanhos. E me pareceu bem apavorado para um homem de quase parecia praticamente uma montanha! Olhando para uma menina sem músculos nos braços e indefesa! Tá, mentira! Na verdade eu tinha a vantagem de correr rápido e ótimos pulmões, então provavelmente o segurança nunca me pegaria. Daí que eu notei que o zíper da sua calça estava escancarado. E o homem estava parecendo ficar azul, quando eu percebi.

   Eca. Nojento. Ele estava urinando nos arbustos, obviamente ficou apavorado quando me viu. Ele estava em minhas mãos, digamos. Eu sorri. Ele fechou discretamente o zíper e soltou:

   — Ahn... é alguma convidada? Precisa de ajuda? — gaguejou ele.

   — É obvio que eu sou convidada... Mas enfim, eu quero entrar.

   Ele arranjou um chaveiro simples com algumas chaves grandes e abriu a porta principal. Sentindo-me no controle da situação, pisquei para ele e entrei sem hesitar.

   Estava começando a ficar tremendamente irritada com a falta de recepção de Christopher, quando o achei jogado num dos sofás convidativos de uma sala ampla, espreguiçando-se. Ele percebeu a minha presença e me lançou um olhar intenso. 

   E sorriu.

   — Pensei que você não viria — ele saltou do sofá e tão rapidamente veio parar na minha frente.

   Arqueei uma sobrancelha.

   — Bem que eu queria — murmurei, dando uma boa olhada no cômodo... era lindo. Cheio de janelas grandes e bem iluminadas, de uma decoração formidável e invejável.

   Christopher deu uma gargalhada bem sarcástica e agarrou minhas bochechas.

   — Tão deliciosamente sincera... — e lambeu os lábios, não pude deixar de sentir uma fincada no estomago e a minha temperatura se elevar.

   — Tá! O que você quer, afinal? — soltei, demonstrando impaciência.

   Eu realmente estava pensando tipo seriamente na ideia de parar de trair Oliver e virar uma boa namorada: comportada e completamente fiel. E talvez começar a assistir as missas aos domingos, até me confessar com algum padre sábio sobre meus pecados e segredos sujos, quando senti as mãos de Christopher saírem de meu rosto e deslizarem maldosamente pela minha cintura, parando nas laterais das minhas coxas, apertando-as.

   Tá, realmente não é necessário dizer que quase me contorci na frente dele.

   — Uh... deixe me pensar... — riu baixinho e enfiou o rosto na curva do meu pescoço.

   Tá, de novo, eu não preciso confessar que ele conseguia mexer com a minha sanidade.

   Reprimi um gemido e fechei os olhos, enquanto ele roçava os lábios até o meu ouvido direito e sussurrou sedutoramente:

   — Nada — e me soltou.

   Quer dizer, literalmente me soltou. Suas mãos não estavam mais nas minhas coxas e os seus lábios não roçavam mais o meu pescoço, eu LITERALMENTE deixei meu queixo cair.

   Eu vi. Ele tava jogando comigo. Ele era o único cara que conseguia me deixar por baixo. Tipo, com Oliver, geralmente era eu quem “liderava” as coisas. E sempre foi assim. Até que um dia... eu pirei, baixei a guarda para cara mais arrogante presunçoso e manipulador que existe, e tô assim... mexida até agora. Não que sentisse algo mais que atração por ele, pois seria muito difícil não sentir atração por ele, por que vamos deixar bem claro que Christopher sabe deixar uma garota maluca por ele, sim. E muito bem.

   Charmoso, sedutor, divertido, inteligente, milionário e muito, muito, muito, muito, e muito, afe, gostoso. Tá, arrogante e manipulador também, mas nada que a sua carinha linda não mascare. Não é por acaso, que ele é maior “pegador” da Brooke Hill. Nenhuma garota bonita da escola não passou pelas suas mãos hábeis e experientes. Tá, só uma, mas ela nem conta de verdade mesmo, inferno!

   Dulce.

   Só de pensar nesse nome meu estomago revira.

   Melhor amiga de Christopher. TÁ! Eu ouvi boatos, de fontes muito confiáveis alias que eles tinham brigado, sei lá, “discutido” em plena sala de aula. E que no momento aquela amizade era inexistente.

   Estava muito tentada em confirmar a autenticidade da fofoca.

   — Então... é verdade que você e a sem graça brigaram? — perguntei e me sentei elegantemente numa poltrona felpuda e mega confortável.