Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

Meu estomago encolheu e revirou dentro da minha barriga. Quanto minha inocência oscilou, entendi perfeitamente que aquilo não era um machucado real, não de verdade. Parei de olhar antes de ele percebesse que estava marcado pela vadia.

   Arqueei as sobrancelhas, não me contendo:

   — Ah, é... dormiu aonde, então Blake? — perguntei descaradamente.

   Queria saber se ele ia ter coragem de mentir, tão... tão descaradamente. Oliver estava abrindo o zíper da mochila, mas parou. Suas sobrancelhas se ergueram, demonstrando o quanto ele se surpreendeu com a minha pergunta. Ele voltou sua cabeça e seus olhos se arregalaram de leve. Sua expressão era surpresa. Tinha o pegado desprevenido. Sem mentiras, sem desculpas.

   — Casa de um amigo... — disse retorcendo a boca, parecendo estar mentindo descaradamente. — Quer dizer, um amigo que você não conhece. Não conhece. Não mesmo. Com certeza.

   Ah e aquele hematoma apareceu de repente, como magia. E para estar com essa “coisa” nojenta e vulgar nem deveria se quer ter dormido, e “se” dormiu não foi em uma cama. No mínimo num banco traseiro de um carro, no meio do nada... Acompanhado, eca, eca e, ecaaa. Eu sei, não é da minha conta.

   Então ele sorriu.

   Caramba, tá, sim, eu sei, tinha que admitir, se ele não tivesse uma namorada... E se essa namorada não fosse Justine Moore... “A garota do banco de trás”. Poderia pensar em como Blake tem um sorriso atraente... Não contando com seu péssimo mau gosto para garotas, talvez não em aparência, mas, sim por níveis morais. Isso a namorada dele não tinha, não tem e nunca irá ter. Com certeza. Ele foi muito bem dotado, por belíssimos olhos azuis, um cabelo sempre bem alinhado, de um louro tão claro quase chegava ser branco. Pele levemente bronzeada... Parecia ser tão macia... E apetitosa, que dava vontade de morder, arrancar um pedaçinho e guardar recordação. E a boca! Tão... tão...

   Deus do...

   Percebi que o ainda estava o encarava abobalhada, depois que senti minha garganta secar e boca salivar. Como um leão faminto por carne, carne humana, carne do Blake. Não! E caneta que segurava deslizar pelos meus dedos pegajosos e rolar pelo carpete. Ok, realmente eu estava um pouco carente, pois, ora, ah, fazia um bom tempo que não dava uns bons amassos, mas por Deus, isso não justificava de maneira nenhuma aqueles pensamente sórdidos.

   Minhas bochechas arderam dessa vez, mas foram de raiva.    

   Balancei a cabeça de leve, de um lado para o outro, me alto censurando.Como podia pensar nesse tipo de coisa, sendo que nem 12 horas atrás ele estava sendo chupado pela boca nojenta de Justine até criar um hematoma gigantesco e repugnante no meio do seu pescoço branquinho e sabe se o que lá o que mais... Eu sei, continua não sendo da minha conta.

   — Ah, sim — disse mais para mim mesmo do que para ele.

   Dez minutos depois, uma canção silenciosa e nunca existente se instalou pela sala repleta de adolescentes cheios de vida e hormônios a flor da pele. Uma remota felicidade me invadiu ao pensar que o senhor Harrison finalmente sacou sua arma imaginaria do quadril e tomou a decisão sensata de, atirar na cabeça de todos os alunos idiotas que não estão aqui para aprender e ir para faculdade e ser mais do que mais um garçom ou uma garçonete de beira de estrada. E estourar todos os neurônios, um por um. Viva! Ah, puxa, não foi dessa vez. Olhei ao redor e todos estavam bizarros: calados e concentrados... em absolutamente nada. O senhor Harrison posicionou-se orgulhosamente diante do quadro-negro e voltou a tagarelar com seu jeito conservador.

   — Crianças, peguem seus livros de história europeia — fez uma pausa, respirou — Abram na página 316, releiam o capítulo. Vocês já sabem o assunto. Após vocês iram encontrar um questionário, com perguntas para saber suas opiniões sobre este assunto em geral. Respondam a ele por completo. E na próxima aula dedicaremos nossos dois tempos para um pequeno debate de opiniões... e dúvidas — disse ele animadamente.

   Coitado.

   O professor retirou um lenço do bolso do suéter e secou a testa ensopada de suor. Fiz o que professor mandou, sem resmungar, diferente da maioria dos alunos (lê-se todos) que ou começou a protestar ou ignorou e voltou a conversar com o parceiro do lado, ou da frente, ou de trás, com a parede. Abri o livro na página indicada e comecei a leitura. Após alguns parágrafos tediosos, fui desconcentrada por cutucões leves no meu ombro e o meu nome.

   — Dulce?