Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

   — Pare, por favor! Já entendi... Garner é o Homem, OK! Poupe-me dessa conversa maravilhosa. E trabalho comunitário é uma ova! É assim que aqui vocês nomeiam serviço escravo de adolescentes sem direito a defesa de um advogado? Todos têm o direito à defesa, até os assassinos, estupradores! Garner é um porco tarado! E que “comunidade” eu oficialmente cooperei limpando aquela velharia? A comunidade “Eu Sou o Diretor Mais Sem Criatividade Para Castigos dos Estados Unidos”?

   P.A espremeu os olhos e fez uma carranca má, muito, muito má... ai, de dar arrepios no ventre.

   — Eu disse calada!

   Joguei-me no sofá um segundo depois, frustrada.

   — Um ”por favor” não cairia nada mal, sabe. — Ele apenas me encarou. — Tá, tá, ok! Quietinha.

   Anthony se sentou ao meu lado calmamente e massageando as mãos já enxadas e sujas de sangue.

   — Inspetor? Preciso limpar as mãos.

   P.A deu uma avaliada rápida nas mãos dele e assentiu.

   — Não demore.

   Anthony já estava quase saindo da “sala de espera”, mas voltou.

   — Ei, se Tyler tem direito a uma enfermeira, acho que também tenho.

   P.A encolheu os ombros.

   — Claro senhor Russel, tem toda a razão. Mas no momento só estamos apenas com um enfermeiro disponível na escola. Você teria que aguardar Tyler ser atendido. Se quiser...

   Anthony interrompeu.

   — O Técnico sempre deixa uma caixa de primeiro socorros no vestiário, pensei que Lola poderia me ajudar com os curativos. Voltamos em menos de quinze minutos, tenho certeza que diretor Gordon vai demorar mais que quinze minutos nessa reunião.

   Era o que faltava, além de ter ir com certeza para detenção novamente e receber mais “serviço comunitário”, ainda tinha que bancar a enfermeira não paga. Perfeito. Oh, sorte! Cadê você?!

    Pelo menos P.A não pareceu gostar muito da ideia.

   — Mas é claro que não Russel! Lorena fica. É proibida a entrada de meninas no vestiário! Eu mesmo faço os curativos. E não saia daqui, senhorita Reis, voltamos logo.

   Assenti ansiosamente.

   P.A andou até Anthony relutante, antes de eles seguirem em frente, Anthony piscou discretamente para mim e murmurou: “seja rápida”.

   Sorri agradecida e esperei eles sumirem pelo corredor e num momento ninja, me atirei para trás do sofá e depois de conferir três vezes se “área” estava limpa, saí engatinhando até a porta de saída da secretaria. A diretoria ficava no primeiro andar do prédio e o refeitório ficava infelizmente só no quarto. A falta de elevador dificultava tudo ainda mais. Mas eu ia conseguir. Cinco minutos para subir. Cinco para convencer Dulce e cinco para voltar. Ah... que perfeito!

   Céus.

   Corri tão rápido pelas escadas que parecia que meu coração batia na cabeça e meus pulmões estavam apronto de explodirem. Invadi o refeitório cheio e não liguei para muitos que ficaram me encarando descaradamente animados. Meus olhos clamavam por cabelos vermelhos. Caminhei até a mesa que nos geralmente sentávamos. Desviei-me o mais rápido que pude entre uma manada de alunos metidos, curiosos para receber a nova fofoca da hora, querendo saber se eu era o motivo da briga, quem tinha começado. Que Anthony era um bruto... E outras idiotices, Dulce estava no meio do bolo, com a expressão aflita. Puxei-a pelo braço e arrastei-a para fora do refeitório.

    — Caramba você não sabe como foi difícil chegar até aqui. Enfim, preciso que você me faça um favor de vida ou morte!

   Ela me olhou feio, como eu esperava.

   — Como assim Lola? Você começa uma briga, me deixa preocupada e quer ainda que eu lhe faça um favor? Primeiro você vai me dizer o que está acontecendo. O que ouve? Você sabe o que estão dizendo? Não! Claro que não! Que você dormiu com Tyler e Anthony descobriu e meteu a maior surra nele e que ia bater em você também se o inspetor Rivera não tivesse chegado a tempo!

   Uau.