Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

   — Nossa garota! — exclamou Justine, estranhamente alterada — Finalmente. Já estava começando a pensar que você já havia ido embora. Mas, é claro que é a sua cara ser assim... lerda... Pois já eu fui e voltei do estacionamento, duas vezes e você... Você está aqui... Ainda! Alias, a sua amiga está lá... — fez uma cara de superioridade, e suspirou — E cá entre nós, não estou aqui por sua causa, muito menos por causa de Lola, eca — ela revirou os olhos azuis perfeitamente maquiados dramaticamente — E sim por causa de Oliver. Admito só um pouquinho por sua culpa.

   E soltou meus ombros e jogou uma mecha do seu cabelo louro superperfeito para trás da orelha e enfiou as mãos nos bolsos da sua jaqueta de couro vermelho, que fazia parte da extensa variedade de uniformes das lideres de torcida. 

   — Justine, eu não estou entendo aonde você quer chegar.

   Ela trocou o peso de uma perna para outra, inquieta.

   — Já previa isso. Fique tranquila, eu irei resumir em poucas palavras. Eu. Não. Quero. Mais. Saber. De. Você. Perto. Do meu namorado, seja na ocasião que for. Ponto final — disse calma, mas determinada, como se ela realmente acreditasse que mandasse em alguém.

   Respirei o mais fundo que pude, contendo-me com vários desaforos na ponta da língua. 

   — Sinto informá-la, mas, nas aulas de história eu e o seu namorado, somos parceiros. E duvido muito que o senhor Harrison mude o mapa de assentos por causa dos seus caprichos...  de porcaria.

   A expressão de Justine tornou-se assustadora, confesso.

   — Escuta aqui sua vadia indisciplinada, eu não admito que você fale comigo dessa forma. Entendeu? Você não é ninguém nessa escola. Ninguém em lugar nenhum desse mundo. Sacou sua esquisitona? — disse Justine completamente indignada colocando as mãos na cintura.

   Que garota va... Qual era problema daquela idiota? Quando é que ela iria amadurecer? Não estamos mais no jardim da infância para discutirmos novamente sobre a diferença dos níveis sociais, econômicos, que seja. E namorados, garotos? Tão ensino fundamental. Ah, tenha dó. Por favor! E o quê? Eu, vadia? Perto dela eu era a Madre Teresa. Não era eu quem passava a noite fazendo sabe se lá o que com Blake.

   — Não, não, precisa continuar. Permita-me terminar para você, sei de cor o resto: por que sou eu que mando em tudo e em todos a minha volta. Sempre. E blá-blá-blá...Não que cansa de ser tão repetitiva? — disse perdendo todo meu autocontrole.

   A pergunta ecoou pelo corredor um tantinho mais alto do que eu queria e por um momento, só um momento mesmo, achei que ela não tinha mais respostas prontas na ponta da língua. Que finalmente tinha pegado ela no seu ponto fraco e a deixado sem palavras. E essa guerra verbal ridícula iria acabar. E não perderia minha canora. Bem, estava triplamente errada.

   — Fico muito feliz de saber que você não se esqueceu de nada. Que o meu “blá-blá-blá” serviu para algo. Mas, você está esquecendo-se de uma coisa. Oliver é meu. Meu namorando. Meu e de mais ninguém. Tá compreendendo?

   Então o engula, vaca, quis ter respondido, mas consegui retomar um pouco de controle.

   — E? — provoquei.

   Arqueei as sobrancelhas, cheia de coragem, não sei da onde.