Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

   — E? E, que você está se metendo na nossa relação — piou enfurecida.

   Ela bufou.

   — Vamos ser francas umas com as outras. Eu não gosto de você, você não gosta de mim. Por que você vai direto ao ponto. Em vez de ficar enrolando. E prolongando essa conversa indesejada. Vá direto ao assunto — meio que implorei.

   Senti que não era a única coisa que ela queria de mim. Tinha mais alguma coisa, algo mais concreto.

   Bufou de novo.

   — Santa ignorância! — disse ela desdenhosa, fincando as pontas dos pés no chão e olhou por cima do meu ombro — Estou com pressa. Estão me esperando.

   — Sério?! Que coincidência, a alguém me esperando também.

   Ela revirou os olhos.

   — Tanto faz. Fiquei sabendo que Oliver a convidou, e a... Lola, para o jogo de sábado. E sobre hipótese nenhuma você vai a esse jogo conosco. Nem Lola, por mais que ela faça parte da torcida e tudo mais... Por que eu sei reconhecer um talento. Ahn, ela já sentenciou a sua vida social ao escolher “andar” com você. — fez uma pausa, e acrescentou — E de preferência, você, nem vá ao jogo.

   De preferência ela poderia morrer engasgada com as suas frases prontas, sim?!

   — Acho que a informação — fofoca, eu pensei — não chegou completa. Estou ocupada no sábado, o dia todo. Recusei o convite. — acrescentei — Por nos duas.

   Ela não pareceu se surpreender, como eu esperava.

   — A “informação” chegou corretíssima, por sinal. E só vim aqui para reforçar, querida. Você poderia muito bem resolver mudar de ideia de uma hora para outra... Isso seria meio chato, pois nos duas já estamos cansadas de saber que você não é muito inteligente, por que está metendo-se comigo e no final quem vai se foder... Quem é? Quem é? Adivinha! Acertou. Você. É claro. Ah e nem muito rápida, pois acho que a sua carona não está mais aqui na escola... Ah, que pena! Passar mal, otária.

   Ao desviar de mim, Justine esbarrou no meu ombro dando a entender que aquilo tudo que ela dissera não era brincadeira colegial e sim algo sério, muito sério. Segui-a com os olhos, incapaz de devolver qualquer frase superior a suas frases decoradas. Ela estaria caminhando graciosamente se ela, não fosse ela. A cada passo que ela dava, ficava mais vulgar, rebolando aquela bunda magrela. Foi minha vez de bufar e revirar os olhos.

   Seu irmão, Ryan, estava recostado na porta de entrada, vestido com um terno Armani, cinza e uma gravata rosa choque berrante demais, juntamente com sapatos e maleta de couro. Parecia impaciente, olhando seu relógio dourado, certamente de ouro, de segundo em segundo. Justine deu uma corridinha até ele e encaixou seu braço ao dele. Balbuciou algo em seu ouvido e saíram sem olhar para trás. Revirei os olhos, de novo, enjoada com tanta arrogância que uma pequena parte de uma família Moore poderia produzir em tão pouco tempo e poluindo o ambiente com tanta intensidade. Apertei a ponta do meu nariz e finquei meu fichário contra a minha blusa, acima dos músculos do meu peito. Ofeguei. Rezei que só fosse mais uma piada de muito mal gosto de Justine sobre a minha carona não estar mais na escola.

   Corri.

   Esbarrei num funcionário da limpeza e pedi desculpas de modo atrapalhado. Realmente eu era um desastre gigantesco, MESMO. Passei pela mesma porta de entrada que Justine e o seu irmão, encontrando alunos alegres demais, atirados sobre os muros baixos supostamente bebericando garrafas de energético. Que na verdade deveriam ter sido batizadas com líquidos prejudiciais para cérebros em desenvolvimento, danificando os últimos neurônios sobreviventes, os tornados mais imprestáveis que o restante inexistente. Senti meu estomago embrulha ao ar desço de álcool e fumaça de cigarro mentolado. 

   Entrei no estacionamento.