Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

Lorena

   Nunca vi um olhar tão determinado vindo de Dulce, tão desafiado. Mas não importada, eu conhecia Christopher a tempo suficiente para acreditar que Dulce não ia ceder. Ele não ia desistir. Dulce podia ser competitiva, mas ele era um profissional. Frieza era um dos sentimentos essenciais para se ganhar a todo custo, Dulce não era uma pessoa ruim a esse ponto, ela tinha limites. Ele não. Era certo que eu iria ganhar aquela aposta, era quase injusto.

   Fazia quase dez minutos que estamos sentas na cama de casal luxuosa do quarto em que estamos em total silencio. Dulce parecia pensativa. Em outro mundo. Certamente armando alguma estratégia de como se manter afastada, ou o convencer de que ela não era tão macia quanto parecia. Iriam ser dias divertidos. Christopher simplesmente ia acabar com ela. Talvez, nos dois sentidos.

   Pigarreei, já me incomodando com todo aquele silêncio. Será que ela podia ser mais diabólica do que eu esperava? Hum... não, não!

   — Dorothea deve... — comecei casualmente.    

  Mas Dulce me ralhou raivosamente. Ai!

  — Dana-se essa mulher! Pegue seja o que você deixou por ai, sei lá, a sua calsinha, talvez... e vamos! Ainda tenho que verificar se o show de ontem chegou realmente aos ouvidos dos meus pais e ocasionalmente nos de Regina. Fato: sou sendo morta lentamente nos pensamentos de Reggie.

   Levantei-me ligeiramente animada. Eu não era de me afetar com indiretas, diretas. E adorava uma encrenca.

   — Como queira, D! Mas e o papo de sair às escondidas?

   — O que acha...? — ironizou, com cara de “você é retardada ou o quê?” caminhando em direção à porta — Até você insinuar que sou um pedaço de carne a ser amedrontado por um arrogante mulherengo! Esqueça.

    — E gostoso — acrescentei, seriamente.

    Fuzilou-me.

    — Gostoso vai ser a minha mão na sua cara! Não provoca, garota.

    — Opa, D! Agressão está fora do meu patamar... quer dizer, apenas uns tapinhas carinhosos num momento cheio de amor. Ai, eu apoio!

    Tapei a boca, para não rir.

    — Por favor, Lola, vê se me erra! OK?! Tô por aqui — ela fez uma medida até o pescoço com uma das mãos — com você.

     Depois do pequeno lapso, D saiu dando pernadas bruscas para fora do quarto, bem mal humorada. Apenas esperava que se de fato eu ganhasse, apenas por ganhar, contribuiria para Dulce se automachucar, ultimamente ela vinha sendo de aço quando o assunto se tratava de Christopher, bem...  as aparências enganam. Tratei de acompanha-la e logo estamos no andar de baixo, para nossa sorte, não havia nenhum sinal de Christopher na área. Rapidamente chegamos à entrada principal e andamos em direção ao pátio frontal até os portões de saída, onde um guarda muito pedaço de mau caminho aceitou facilmente a nossa partida sem especulações. E como realmente o universo estava conspirando ao nosso favor, pelo menos aquele dia, diga se de passagem, meu carro bonitinho e vermelho estava quase perfeitamente estacionado do outro lado da rua.  Joga-nos dentro dele e num momento de fuga, liguei agilmente o Fiat e acelerei com vontade.

   Dulce puxou a sua mochila do banco de trás e murmurou um “obrigado pela carona” irônicamente e saltou do carro como se estivesse com medo que lhe passasse alguma doença contagiosa, quando parei o Fiat em frente a sua casa.  Dei de ombros e segui em direção aos bairros nobres novamente, apesar da minha gasolina estar quase entrando na reserva, porra, pensei. A procura de Anthony, tínhamos certos assuntos pendentes. E não, não são esses ai que passaram pelas suas mentes impuras.

   Algo importante.