Fanfic: ~ SEGREDOS SUJOS, VONDY | Tema: Rebelde

Como as coisas podem ser irônicas. Mais um comentário maldoso foi postado e como se quisesse realmente desmoronar comecei o ler “Concordo, aquela ruiva é V, se jogou para cima do namorado da minha amiga também, enquanto dançava vulgarmente, ridícula!” Minha boca se transformou em um O. Beleza, definitivamente do nada, digo do “nada” mesmo, era a monstra rompedora de compromissos da Brooke Hill? Por um momento tive a tentação de enviar uma resposta bem mais estúpida a sua publicação. Pensando melhor agora era oficialmente uma “vadia do mal”, eu tinha o direito e o dever de agir como tal, respondi sem ao menos piscar “Por que em vez de choramingar por redes sociais não vem me dizer isso pessoalmente amanhã, Felsson? Estarei a sua espera, mesa J, a qualquer momento posso resolver roubar namoradinho idiota da sua amiga, nossa cuidado, EU mordo hein!” Nome da garota era Lara Felsson, era apenas isso que sabia, para falar a verdade, não me lembrava de tela visto uma única em toda a minha vida, mas se tinha a cara de pau de publicar tais coisas, provavelmente deveria ser uma medrosa ao vivo, não duvidava que ela resolvesse faltar à escola, na segunda. Ri, imaginando a reação que a garota deve ter dito ao ler meu comentário inesperado. Logo uma penca de comentários surgiram abaixo do meu, como se tivesse acabado de ver o fogo queimando brandamente, e comecei a finalmente alimenta-lo. Parecia que a tragédia era adorável para os alunos, todos consideravelmente animados com a minha pequena ameaça mesquinha, do tipo “será que ela vai mesmo roubar o namorado da garota?” ou “briga, briga, briga”, não conseguia resistir a acompanhar a cada novo comentário que aparecia, era como se cada pessoa daquela escola tivesse uma opinião sobre a minha vida de agora em adiante. Apenas não sabia se aquilo me apavorava ou me alegrava.

    Pestanejei. O último comentário vinha de Christopher “A vida de vocês são tão medíocres assim?” Ninguém publicou absolutamente nada em resposta. Era frustrante, sentia como se Christopher tivesse acabado de jogar água fria na minha fogueira particular. Não queria que ele me defendesse, não queria sentir qualquer sentimento de gratidão por ele. Fechei o notebook, emburrada. Procurei meu radioreelógio na escrivaninha, 03h 47. Meus olhos lacrimejaram de sono, preparei o despertador para 6h e desliguei o abajur. Revirei-me na cama por mais de meia hora, adormeci relutante.