Fanfic:  Única Esperança ----> Laliter (adaptada) FINALIZADA | Tema: Laliter

Desesperada,
Mariana tentou fechar a porta na cara dele, foi pior, ele entrou com
tudo, quase a derrubando no chão, se fosse Mariano, a deixaria cair no chão
e depois se jogaria por cima dela, mas Peter não, ele a segurou
delicadamente pela cintura impedindo-a de cair, e puxando-a ao mesmo
tempo para perto de seu corpo, olhando-a nos olhos, depois seus lábios, e
logo novamente seus olhos. Mariana tinha se esquecido da incrível
sensação que sentir a respiração dele tão próxima causava, os lábios
quase se tocando, ansiava por aquilo, ansiava por ele, tinha saudades
dele, saudades enormes por tanto tempo sufocadas. Mas quando os lábios
dele tocaram os dela, foi como se toda a magia tivesse sumido, toda a
paixão tivesse ido embora, o prazer sumiu e só ficou o vazio, e no
fundo, a dor, que Mariana já esperava, depois de dias sendo beijada a
força, até o beijo carinhoso e amoroso de Peter a machucava, e a
deixava desiludida, de repente, lembrou de Mariano e do que vinha após o
beijo, horrorizada, empurrou Peter, ele a soltou imediatamente,
aquela não era a sua Mariana. Ela sabia que ele nunca a machucaria como
Mariano fazia, mas não podia mais deixar Peter tocá-la, ela tinha
nojo de si, tinha nojo de todo o seu corpo, de todas as partes que já
haviam sido tocadas pelo seu padrasto, se sentia assim todo dia de
noite, mas nunca esperou sentir isso quando Peter a tocasse, ele
não a merecia, admitiu para si mesma, chorosa, segurou as lagrimas e
encarou Peter, que parecia procurar as palavras certas para falar.

Peter: o que aconteceu?
Mariana: vá embora.
Peter: mas meu amor, eu...
Mariana: Peter vá embora por favor, se ficar aqui só vai piorar a nossa situação, saia.

Ele
percebeu que tinha muito mais ali do que imaginava, deu uma olhada na
sala, sem se mover do hall, por isso não viu muita coisa, mas sentiu o
sangue ferver quando seu olhar se dirigiu a escada, e ali tinha manchas
de sangue, ficou com o olhar fixo naquele ponto, imaginado o que poderia
ter acontecido. Mariana acompanhou o olhar de Peter e viu para onde
se dirigia, e então viu o sangue, medo, foi a primeira coisa que
sentiu, Mariano havia feito tudo aquilo com ela no hall, ela tinha batido a
cabeça e um leve corte na nuca, quando subiu deveria ainda esta
sangrando, distraída com o seus pensamentos, não percebeu que havia
levantando a mão automaticamente para acariciar o local na nuca onde
havia sido o corte, gesto que não passou despercebido por Peter.

Peter: o que aconteceu?

Mariana
então percebeu como estava, e tirou rapidamente a mão da nunca,
dirigindo a Peter o olhar mais frio que conseguiria no momento.

Mariana: nada que lhe diga respeito, por favor, se retire.

Ele
pareceu se intimidar e então, sem dizer uma palavra, se virou e foi
embora. Mariana fechou a porta desolada, sentido-se horrível, ele deveria
esta do mesmo jeito, ela pensou, mas não havia outro jeito, era isso, ou
teria que ver ele se acabar junto com ela, e ela preferia morrer a ver
isso. Era a sua vida pela dele.

Peter pensou muito, não
sabia direito para onde ir, se sentia horrível, pensou em ir falar com
Mary, ela se mostrava uma pessoa incrível e fez amizade com ele, mas não
queria preocupá-la, também não queria falar com seu tio, ele estava
ocultado preparando que usaria no tribunal, se ele lembrava, os
primeiros depoimentos foram marcados para semana que vem, e o julgamento
para da que a um mês, ele ficara indignado pensando como a Mariana
poderia ficar mais um mês em poder do Mariano, mas seu tio disse que
infelizmente não poderiam fazer nada para impedir. Ele tomou um susto
quando se viu enfrente ao cemitério “boa morte”, a mãe da Mariana estava
enterrada aqui, ele lembrava onde era. Entrou no cemitério e se dirigiu
ao tumulo da mãe da Mariana. Se abaixou e olhou, parecia que ninguém ia
ali a meses, não tinha flores, imaginou que a Mariana não tinha como ir
visitá-lo. Saiu do cemitério, foi em uma floricultura que ficava
estrategicamente ao lado do cemitério, comprou uma dúzia de flores do
campo, de cores bem alegres e bonitas, voltou para o cemitério e com
cuidado colocou as flores ao lado, rezou e então olhou a foto no tumulo.
Sandra era linda, e estrememente parecida com Mariana, tinham os mesmo
olhos ele percebeu logo, mas enquanto a Mariana tinha os cabelos pretos,
Sandra tinha cabelos negros, se perguntou se Mariana pintava o cabelo,
nunca havia pensado nisso, sempre achou que ela não tinha tempo para
isso, convivendo com Mariana. Uma brisa suave tirou Peter dos seus
pensamentos, espalhando o delicioso perfume das flores e agitou o cabelo
de Peter, que, ainda olhando o tumulo, sussurrou.

Peter: Seja lá onde você estiver, se puder me ouvir, ajude a Mariana, ela precisa de você.

Se
sentiu um pouco tolo na hora, afinal nunca fora espírita e não
acreditava muito em almas e nada do tipo, mas essa sensação passou assim
que sentiu novamente aquela brisa pelo rosto, ele sorriu.

Peter: obrigado.

Levantou,
e sem antes olhar mais uma vez na foto, saiu do cemitério, se sentia
como se tivesse sido aceito por Sandra, mas ela estava morta, e daí?
Pensou sorrindo, o mundo é muito maior do que sonha a nossa singela
filosofia.

Os
dois dias passaram rápido demais, até para Mariana, que vivia presa
dentro de casa, sobre as vontades de Mariano. Hoje eles iriam depor, tinha
se arrumado, nada muito lindo, na verdade estava muito simples, estava
sem animo para tentar se por bonita, Mariano a esperava no carro, tinha
deixado bem claro que só estava indo por obrigação. Ela desceu as
escadas, trancou a porta e entrou no carro. Quando chegaram no tribunal,
  Mariana viu logo, Rodrigo, Mery e nada de Peter. Mariano se sentou e
fez com que ela sentasse ao seu lado, ela conseguiu manter os olhos
grudados no chão. Rodrigo tentou falar com ela, e Mery também, mas foram
cortados grosseiramente por Mariano, então se calaram. Logo Peter
saiu da sala, com uma expressão calma, até que viu Mariana.

Policial: para depor agora, senhorita Mariana  Espósito.

Ela
se levantou e foi seguida por Mariano até a sala, mas o policial disse que
o depoimento era individual e secreto, obrigando Mariano a ficar fora da
sala.

Mariana entrou na sala, se sentido nervosa, sentou na frente do conhecido delegado.

Daniel: Senhorita, quero que me conte como era a sua vida com o senhor Alegria antes da morte da sua mãe. - Mariana respirou fundo.
Mariana: era difícil, ele era violento, e ele e minha mãe brigavam muito.
Daniel: ele a agredia nesse tempo?
Mariana: não.
Daniel: mas você afirmou que ele a agride, correto? - Mariana assentiu, sentido-se humilhada.
Daniel: quando isso começou?
Mariana:
quando minha mãe morreu, eu tinha 15 anos, e o Mariano já se mostrava
possessivo comigo, mesmo antes da minha mãe morrer, ele já tentava me
tocar. - Daniel arregalou os olhos.
Daniel: te tocar? Intimamente? -
Mariana abaixou a cabeça, confirmando, mais humilhada do que nunca, era
uma fraca que se deixava levar por Mariano.