Fanfic: Aconteceu Naquela Noite-AyA (Finalizada) | Tema: AyA

— Olá.
— Olá.
— Como foi seu dia?
— Bom. E o seu?
— Bom.
Meio embaraçados, eles se olharam. Alfonso acabara de chegar a casa e encontrou Anahí na cozinha usando um avental e, com uma longa colher de madeira, mexia algo em uma panela larga.
Ambos haviam perdido a hora naquela manhã. Na pressa de se aprontarem para sair, não tiveram tempo de se sentirem constrangidos pela noite de amor compartilhada. Cada um tomou seu banho rapidamente, e Anahí ficou aturdida ao se dar conta de que metade do que precisava para se aprontar fora deixado em casa. Sua casa. A gravata favorita de Alfonso não fora encontrada no lugar de sempre, e depois de um rápido e morno café instantâneo, ambos saíram para o trabalho.
Agora, horas mais tarde, havia certa curiosidade em saber como tinham passado o primeiro dia como sr. e sra. Herrera. — Algo está cheirando bem — Alfonso comentou, colocando a pasta sobre a mesa da cozinha, aproximando-se dela para espiar a panela.
— Estou preparando carne refogada com molho.
— Pensei que iríamos sair — Alfonso comentou.
— Não gosta de carne refogada? — Anahí perguntou, ansiosa.
— Adoro — ele se apressou em dizer —, mas não pense que precisa cozinhar todas as noites.
— Sei disso. — Ela ajeitou uma mecha de cabelo. — Quero compensar o desjejum que não existiu.
— Não costumo comer muito pela manhã.
— Não? Bem, eu também não tenho o hábito de comer muito, especialmente nos últimos dias — Colocou a mão sobre a barriga. — Mas você saiu para o trabalho sem mesmo tomar uma xícara de café quente. Um castigo muito severo, não acha?
Alfonso forçou um sorriso.
— Quantos minutos até o jantar?
— Meia hora — Anahí respondeu.
— Tenho tempo para um banho, então?
— Sim. Não precisa se apressar. O jantar pode esperar até que estejamos prontos.
— Certo. — Alfonso pegou a pasta novamente e dirigiu-se para a porta. Mas lá parou e voltou-se para olhá-la. — Anahí?
— Sim? — Ela ergueu a cabeça.
A pasta atingiu o chão com estrondo, e em menos de um segundo Alfonso atravessou a cozinha e a abraçou, beijando-a com paixão. Anahí colocou os braços em volta de pescoço de seu marido. O molho da carne escorreu pela colher indo cair sobre as costas da camisa de Alfonso, mas nenhum dos dois notou ou se importou. Ele a ergueu do solo e a segurou em frente ao corpo, fazendo com que seus corpos se amoldassem. Ao se separarem, estavam gargalhando, completamente sem ar.
— Então, não lamenta ter se casado comigo? — ela quis saber. — Agora que teve um dia inteiro para ponderar sobre o assunto...
— Está brincando? Não como carne refogada com molho desde que minha mãe morreu.
— Essa é a única razão que o faz feliz?
— Que pergunta tola, minha querida. — Beijou-a de novo. — Vamos começar de novo. Como foi seu dia?
— Saí do trabalho cedo. Fui até minha casa e carreguei o carro mais uma vez.
— Deveria puxar sua orelha. Não trouxe nada pesado para dentro, não é?
— Não. Quando cheguei aqui, me sentia exausta, e resolvi deixar para descarregar o automóvel mais tarde.
— Não deveria ter se incomodado em preparar a refeição.
— Descansei um pouco antes. Oh, não posso esquecer de lhe avisar. Contratei uma van para entregar todas as minhas plantas aqui amanhã.
— Talvez tenhamos que nos mudar. Não haverá lugar para todos nós — Alfonso comentou, tentando se manter sério. Sentindo-se muito contente, Anahí sorriu.
— E como foi seu dia? — ela perguntou.
— Em duas palavras: uma droga.
— São duas palavras.
— Pelo que vejo, me casei com uma espertinha, hein? — Alfonso aproximou-se e beijou-lhe o pescoço. — Tivemos uma reunião com os vereadores hoje na Prefeitura, para tratar de uma taxa que está sendo cobrada indevidamente. No escritório, um cliente armou um verdadeiro escândalo, pois não encontrávamos algumas especificações de um projeto que haviam sido perdidas. — Tornou a beijá-la, agora, na ponta do nariz. — E no meio de toda aquela confusão, não me saíam da cabeça os gemidos que você emitiu ontem à noite.
— Alfonso!
— Alfonso! — ele imitou-a. — Se não deseja que eu me lembre dos gemidos, então é melhor parar de emiti-los.
— Ou parar de sentir prazer — ela murmurou, com ar inocente.
— Não se atreva! — retrucou.
Um beijo levou a outro, até que o ambiente ficou tão quente que Anahí precisou empurrá-lo para longe.
— Vá tomar sua ducha. Terei um drinque à sua espera quando voltar.