Fanfics Brasil - 4- Justiça, surpreenda-me, Memories You Hold

Fanfic: Memories You Hold | Tema: Avenged Sevenfold


Capítulo: 4- Justiça, surpreenda-me,

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           Abri os olhos com dificuldade. Quando consegui ver alguma coisa tive uma visão toda embaçada... Então identifiquei a face de alguém que acariciava meu rosto.


           – Syn? – falei ainda meio tonta.


           – Ah... Claro. Sou o Syn... Quem me dera! Eu sou o Syn e você é a minha Michelle! – quem falava era Moran e agora era o rosto dele que eu via.


           – Arrrg, Michelle! – fiz cara de nojo e nós dois rimos, já que só nós dois entendíamos aquela conversa. Olhei para os lados, eu ainda estava na tal sala de reconhecimento.


           – Vamos começar de novo Srt.ª Clondelick? – era o policial mais uma vez.


           – Sim... Vamos de uma vez!


           – Nós mudamos a ordem dos caras lá dentro... Mas ainda é a mesma coisa. O número do homem que você identificar como Pedro você coloca nesse papel, ta bem?


           – Okay.


           – Mande-os entrar – o policial falou através de um rádiozinho.


           – Número 1, um passo a frente – discordei com a cabeça.


           – Okay... Número 2, um passo a frente – novamente discordei com a cabeça.


           – Okay... Número 3, um passo a frente – discordei novamente.


           – Okay... Número 4, um passo a frente – concordei com a cabeça. Era Pedro. Escrevi o número 4 no papel e o entreguei para o policial. Não podia mais ter medo, afinal, não importa o que eu faça, o passado nunca é apagado.


           – Okay... Estão todos dispensados.


           O policial nos conduziu até uma sala.


           – Srt.ª Clondelick... O que a senhorita sabe sobre esse homem?


           Pensei por alguns instantes. Lembrei-me que fui uma burra ao subir na moto de um desconhecido qualquer.


           – Er... O nome dele é Pedro, tem uma moto Suzuki DL 1000 V-Strom, na cor preta. Uma amiga chamada Cássia e outro chamado Paollo... Tem o corpo tatuado, principalmente nos braços... Er... Olhos negros... Não sei de onde ele é...


           – Ele não é da cidade aonde aconteceu o estupro? – aquela palavra ecoou em minha mente.


           – Er... Não... Ele era de lá, mas se mudou para outra cidade. Havia ido pra lá fazer... um visita, talvez.


           – Tudo bem... Acho que já é o suficiente. Teremos uma conversa com ele. Já volto aqui. Fiquem à vontade.


           Moran veio até mim e me abraçou. Ficamos assim durante 10 minutos e o policial já apareceu.


           – Já? – Moran perguntou surpreso.


           – É... Ele pediu um advogado. – respondeu o policial meio desanimado. Todos sabem como são os advogados.


           – Droga... – sussurrei.


           20 minutos depois o policial apareceu dizendo que o advogado havia chegado e que eles voltariam a tal ‘conversa’.


           Mais 10 minutos e o policial voltou.


           – Ele se recusou a fornecer saliva para o DNA. Vamos ter que conseguir um mandato.


           – DESGRAÇADO! – dessa vez eu gritei e comecei a andar de um lado para o outro passando a mão pela nuca. Ele não podia fazer isso, não podia! Comecei a chorar... Enquanto não tivessem um mandato ele poderia ficar livre pelas ruas e eu estaria em perigo novamente. Moran me pegou pelos ombros e me chacoalhou com força:


            – Para garota! Você é forte! Vai deixar ele te derrubar assim? Ele vai pagar por tudo isso! É uma promessa que eu te faço! – Moran me abraçou.


            – Desculpe... É isso por hoje. – o policial falou e saiu da sala.


 


(...)


 


         Chegando em casa não comi mais nada. Apenas bebi um copo d’água e subi para meu quarto. Moran iria dormir comigo de novo... Não estava bem para ficar sozinha.


         Passei o domingo com Moran, mas mesmo assim foi chato e tedioso. No dia seguinte começariam nossas aulas. Cada um foi para sua casa e dormimos cedo, assim como também acordamos cedo.


         Me arrumei, peguei meus cadernos e desci até a cozinha. Estava sem fome. Dei um tchau para meu pai e saí pela porta de casa encontrando o Moran ali na frente.


         – Bom dia, vizinha preferida!


          – Bom dia! – disse lhe dando um abraço – Então vamos... Não queria chegar lá sozinha...


          – Vamos caminhando?


          – É, né... Não vou pedir pro meu pai me levar...


           – Mas você tem um CAMARO PRETO na garagem! – Moran soou indignado.


           – É... Mas não quero que ninguém se aproxime de mim por causa do meu CAMARO PRETO, sacas?


           – Não se preocupe, as pessoas vão querer se aproximar de você por causa da galera que você vai andar na escola, mas eu não vou deixar qualquer um entrar no nosso grupo...


           – Grupo...?


           – Você vai entender quando chegar lá... E, olha.. Não é pelo seu carro ser um Camaro que eu acho que você deva ir com ele pra escola.


          – É porque então? – perguntei curiosa.


          – É mais fácil de fugir...


          – Quê? – me assustei com sua última afirmação.


          – Esquece isso.. Foi só um mal pressentimento. Vamos caminhando que da pra curtir o caminho..


          – Mas...


          – Esquece isso Sabs!


 


          Chegamos na escola e os olhares se voltaram para nós. TODOS que passavam por nós cumprimentavam Moran. Pelo jeito ele era conhecido por lá. Fomos até a secretaria e pegamos nossas aulas. Havíamos pego quase que todas as mesmas aulas, então nos veríamos quase a manhã inteira. Pode até parecer grude, mas nós não conseguíamos ficar muito tempo longe um do outro.


          De primeira resolvi ficar quieta. No intervalo Moran veio me pegar na minha sala e me levou até um gramado que havia na escola. Lá havia uma pequena roda de pessoas.


          – Sabine, esses são: Meggan, Will e Lewis. Galera, essa é a Sabine! – ele se aproximou mais de mim e sussurrou “esses são meus amigos de verdade, os outros é só pra encher o grupo”. Haviam umas 10 pessoas ali e ninguém que não fosse do grupo ousava se aproximar. Só haviam meninas admirando os garotos ao longe e meninos admirando garotas de longe também. Aquele talvez fosse o grupo dos populares da escola e, bem... Eu estava com eles agora. Me sentei ao lado de Meggan e Moran se sentou ao meu lado. Conversamos um pouco e Moran pegou um violão. Cantamos algumas músicas e... Nosso intervalo foi divertido. O resto das aulas seriam Educação Física e Biologia. Nas duas Moran e Meggan também estavam. Eu e Meggan nos aproximamos um pouco. Tínhamos gostos em comum e coisas do tipo... Mas nada comparado ao que eu tinha com Moran. Eu não lhe contei nada de minha vida, mas ela contou tudo sobre a dela. Ela andava com dois garotos e acho que quando chega uma garota no grupo é a pessoa que ela mais pode confiar.


            Ao fim das aulas peguei minha bolsa e esperei Moran na sala de aula. Ele demorou para vir, já que Meggan não desgrudava dele. Então resolvi ir indo, vai saber se os dois não queriam um pouco de “privacidade”. Quando saí pelo portão da escola avistei aquela maldita moto. Era o Pedro novamente. Se eu não tinha certeza ela se confirmou quando ele tirou o capacete, descendo da moto e parando ao meu lado, perguntando descaradamente:


          – Quer uma carona, gatinha?


          – PEDRO? O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI?


          – Não fui preso... Ainda não conseguiram o mandato... – ele sussurrou no meu ouvido – PORQUE VOCÊ ME DENUNCIOU, HEIN? – agora ele gritava, sua expressão era de raiva – VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO, TÁENTENDENDO?


           – Pedro... Você podia ter a garota que quisesse, porque fez aquilo? Eu só to tentando me proteger! Me deixa em paz... Por favor! – eu implorei.


           – Porquê? Se esqueceu que NINGUÉM DIZ NÃO PRA MIM? – ele segurou meu rosto com apenas uma mão, firmemente. Eu tinha certeza que ele ia me espancar. Já havia se formado uma pequena multidão ao nosso redor, e nenhum maldito ser vivo foi capaz de tentar me ajudar. Até que Moran surgiu no meio das pessoas e voou pra cima de Pedro com um soco, o derrubando no chão. Pedro era maior do que Moran, mas meu amigo estava com tanta raiva ao vê-lo ali, me amedrontando, que conseguiu forças do além. Moran estava determinado a matar Pedro a pancadas, mas eu vi a polícia se aproximar, então segurei ele:


          – Moran! A polícia! – ele me olhou no fundo dos olhos. Ele estava quase chorando de raiva. Pedro continuava caído no chão. A polícia se aproximou rapidamente e Moran me abraçou. Eu não consegui conter as lágrimas e elas rolavam por meu rosto descontroladamente.


          – Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – dizia o policial de voz autoritária.


          – Esse cara está sendo investigado por estupro e... – Moran parou. Ele sabia que eu havia me mudado de cidade pelo fato de não conseguir conviver com a dor de todo mundo saber o que eu passei. – Podemos conversar em outro lugar, senhor? AQUI TEM MUITA GENTE CURIOSA! – Moran gritou para a multidão que aos poucos foi se dispersando.


          – Claro. Algemem esse homem! – o policial pediu aos seus subordinados, se referindo a Pedro.


          Não demorou muito e Moran voltou, dizendo que meu pai estava vindo nos buscar. Eu estava em choque, paralisada contra a grade.


          – Sabs... O mandato foi expedido. Eles vão comparar os DNAs e esse cara vai ser preso. A sua vida vai ser normal de novo. Eu prometo. – Moran me abraçou, mas logo foi puxado por uma Meggan atordoada:


          – Moranzinho, cê ta bem? Se machucou? O que aconteceu?


          – Moranzinho? Eu? Meggan, calma!


          – Não se preocupe Meg, ele me salvou com apenas um soco, sem receber nenhum em troca. Ele está bem... – me intrometi antes que ele pudesse cometer alguma grosseria com a garota.


           – Ah... – Meggan falou tristonha. Tenho certeza que ela gosta do Moran e acha que temos alguma coisa, porque por mais que ela tenha gostado de mim, me olha com uma cara endemoniada quando estou por perto de Moran, ou ele fala de mim.


           Meu pai chegou e eu tive que fazer um resumo detalhado para ele do acontecido. Ele levou Meggan para casa e depois fomos para o condomínio. Moran foi fazer o almoço para ele e Kath e eu fui arrumar minhas coisas para ir para o meu curso de Marketing e Publicidade. Enquanto almoçava me lembrei das palavras de Moran antes de ir para a escola. Ele sabia que alguma coisa iria acontecer. Decidi sair um pouco mais cedo de casa e passar na casa dele, ele me devia algumas explicações.


            Quando ia passando pela casa dele vi que ele saía de casa. Fez de conta que não me viu e ia voltando para dentro quando gritei:


           – MORAN! PERA AÍ! VOCÊ NÃO VAI FUGIR DE MIM! VOLTA AQUI!


           Ele deu meia volta e me encontrou na rua.


           – Que história é essa? Não estava fugindo...


           – Hum... Então me explique como você sabia que ia acontecer algo hoje de manhã que eu precisaria fugir?


           – Eu... Er... Eu não sabia...


            – Mas você falou!


            – Você não entenderia...


            – Moran, fala. Você sabe que eu sempre te entendo!


            – Eu... Eu não sei o que há de errado comigo.. Eu tenho sonhos estranhos e... Eu sonhei que você estava fugindo, correndo e... Um cara de moto te alcançou no caminho e você não conseguiu fugir e nem eu consegui te proteger. Eu... sinto as coisas antes que elas aconteçam, eu acho. Não é a primeira vez que isso acontece. Eu sonhei com a história do teu estupro antes de você me contar ele. E... Eu... Converso com... Um espírito.


           – VOCÊ O QUÊ?


           – Eu sabia que você não entenderia e muito menos acreditaria em mim, por isso que eu não contei!


           – Moran... Eu... Eu acredito em você. Não tem como não acreditar. Mas você conversa com gente morta?


           – Na verdade só com uma mulher. Isso faz umas duas semanas. A primeira vez que ela apareceu pra mim achei que fosse um sonho ou algo do tipo. Mas eu passei a ver ela mais vezes e comecei a conversar com ela. Ela te conhece muito bem e falou que eu devo continuar te protegendo, já que ela não pode mais fazer isso. Ela me ajuda muito. As conversas com ela são bem... legais! – ele riu.


           – Quem é ela, Moran? – eu estava MUITO assustada.


           – Eu não sei o nome dela... Espera. Eu a desenhei! – Moran desenhava muito bem, com certeza se eu conhecesse essa mulher saberia quem era através do desenho. Ele foi para dentro de casa buscar o tal desenho e me trouxe – Aqui! – ele falou me alcançando.


            – MEU... DEUS... – falei com lágrimas nos olhos ao reconhecer aquele rosto que eu mal me lembrava de ter visto, apenas em fotos.


            – Você conhece?


            – Moran... Essa é a minha mãe! – não contive as lágrimas e comecei a chorar. Moran estava sem reação, apenas me abraçou, como sempre e ficou em silêncio esperando meu desespero passar. – Ai... Eu tenho que ir pro curso!


             – Pede pro teu pai te levar... – ele falou não olhando para mim, mas para o meu lado. Virei-me na direção de seu olhar e encontrei o nada. Um arrepio percorreu a minha espinha. – Por favor... – agora ele olhava para mim – Não quero que você chegue atrasada no seu primeiro dia de curso!


            – Ela está aqui?


            – Vai lá, Sabine.


            – Moran...


            – Ela te ama. E eu também. Agora vá. – ele me beijou o topo da cabeça e voltou para dentro de casa.


             – Também te amo Moran! – meio que gritei para que ele me ouvisse – Também te amo mãe... – agora sussurrei.


 


             Meu pai me levou ao curso e eu tentei me concentrar ao máximo. A história de Moran ainda viajava em minha mente, mas eu tinha que ir bem nesse curso. Estava bem adiantada, pois já havia feito metade desse curso uma vez, na minha cidade anterior, e já estava adiantada alguns capítulos na apostila.


             A semana passou rápida. Moran pediu para que eu não entrasse mais no assunto, pelo menos não por enquanto. Ele ainda se sentia incomodado com tudo isso. Eu respeitei. Saiu o resultado do exame de DNA de Pedro e o resultado foi positivo. Ele foi preso, esperando pelo julgamento que ocorreria no mês que estava por vir.


              O mês passou rápido. Minha vida era escola e curso. Moran havia se distanciado um pouco de mim e Meggan pareceu gostar disso. Meg se aproximou mais de mim e acabou me contando que era apaixonada por Moran desde sempre! Lhe falei que não tivemos, tínhamos e nunca teríamos nada além de uma forte amizade. Senti-a aliviada ao ouvir isso.


              O julgamento não foi grandes coisas. Vi Pedro sentado em uma cadeira enquanto eu me sentava em uma outra bancada e Moran estava ao meu lado. Ainda éramos melhores amigos, só tentávamos não conversar tanto diariamente, pois sabíamos em que assunto eu entraria. Lá eu dei meu depoimento e Pedro ouviu calado, enquanto eu falava em meio a lágrimas. Para a minha surpresa e o desespero do advogado que o defendia, Pedro se declarou culpado, confessando o crime. Preso por estupro, pena: 7 anos, 9 meses e 21 dias, descontando o tempo que ele já havia ficado na cadeia. Moran ficou HORRORIZADO pelo fato de Pedro não apodrecer na cadeia, mas ele era réu primário e isso contribuiu muito para ele. E todos sabemos que ninguém fica muito tempo na cadeia ao cometer um estupro.


 


          Abril se aproximava e com ele o show da gravação do DVD do Avenged Sevenfold. Eu estava pirando! Meu pai já havia me comprado o ingresso: ÁREA VIP, BABY! Eu, Moran, Lewis, Will e Meggan, é claro.


           Eu estava muito bem no meu curso, sem querer me gabar, mas era a melhor aluna! 10 em todas as provas. O que deixava todo mundo indignado, já que eu tinha 15 anos enquanto os outros tinham no mínino 21.


           Em belo, lindo, perfeito, encantador e memorável dia, o professor anunciou que quebraria a rotina do curso e teríamos uma palestra:


           – Uma amiga minha que trabalha para uma banda muito famosa por aqui, veio passar uns tempos pra cá, já que a banda vai tocar aqui por perto, e pedi para ela aproveitar e dar umas dicas de como é o trabalho dela. Por favor, sem histerismo. Com vocês, Valary DiBenedetto!



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Autor(a): lennztp

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