Fanfic: Amando Uma Estranha - AyA (Finalizada) | Tema: Ponny

— Eu farei papai saber de tudo isso.

— Não estou preocupada, não sou mais uma criancinha que obedece aos pais. Sou de maior, uma mulher casada, e dona da minha vida, meus pais não interferem nela. Então perderá o seu tempo tentando fazer papai interceder a mim por você.

— Eu não vou Anahí!

— Por favor, não me aborreça mais Daniela! Já estou sendo boazinha demais. — Nunca pensei que minha Sininho, a mulher que julgara frágil era a mesma que estava a minha frente. Nunca vira Annie tão segura de si e dona da situação, em momento algum se alterou.

— Por favor, Daniela! Vá embora se não quiser ser retirada daqui. — Eu falei firmemente, pois apesar da segurança que Annie estava demonstrando, sabia que não estava se sentido bem com aquela conversa, se é que se podia chamar assim.

— E você? Fingindo ser esse santinho aí! Acho que está levando o teatro muito a sério. Mas eu sei que está fazendo isso só por causa do dinheiro da Anahí, você mesmo me falou, não se lembra?

— Acho melhor você parar de falar! — Não pude evitar a alteração de minha voz. — Você está começando a mentir novamente.

— Está mandando eu calar a boca porque? Está com medo Ryan?! Com medo da verdade, medo que a Annie saiba que você só está interessado no dinheiro dela, que só se casou com ela por causa do dinheiro e para ter um emprego da empresa do pai dela? Agora não vou me calar Ryan! Sabe maninha, quando o seu querido marido dizia que ia para o trabalho, na verdade ele estava comigo. — Ela falava diretamente para Annie, parecia ter esquecido da minha presença. — Sabia que já fizemos amor na sua cama? Sim, no seu quarto. Você tinha saído com aquelas suas amigas, então a gente aproveitou para dar uma rapidinha. O Ryan disse que não agüentava mais de desejo porque você não o satisfazia. — Annie me olhou atônita, como se estivesse perplexa com a revelação, mas era de se esperar, na verdade, até eu estava. Não podia imaginar que Ryan fosse tão repugnante e Daniela de tão baixo calão.

— Por favor não acredite Annie. — Eu a virei para que me encarasse e olhasse em meus olhos. — A Daniela está falando isso só para lhe machucar, porque ela não aceita que eu te amo e não a ela.

Annie não falou nada, vi que estava segurando as lágrimas que queriam descer, até que não foi mais possível e ela chorou, se debulhou em lágrimas. Quando menos esperava, ela virou-se e subiu as escadas correndo, com certeza tinha ido para o quarto.

— Você ainda vai se arrepender por ter feito isso.

— Quem vai se arrepender é você pelo que está fazendo.

— Sua irmã não merece isso Daniela.

— Ela realmente não merece. — Eu a fitei surpreso. — Ela não te merece, eu sou quem te merece de verdade e um dia você vai voltar a perceber isso.

— Esse dia nunca vai chegar! — Eu a deixei falando sozinha e subi as escadas mais rápido quanto pude. — Saia desta casa imediatamente, senão eu mesmo a retiro daqui! — A ameacei antes de seguir para o quarto.

Assim que alcancei o quarto, tentei abrir a porta, mas não consegui porque Annie a tinha trancado. Comecei a chamar seu nome e a bater na porta, mas ela não me respondia, não pude evitar o desespero que se apossou de mim como uma chama se apossa de um papel banhado em álcool. Logo agora que o meu sonho desconhecido estava se realizando acontecia isso, eu não queria perdê-la, não suportaria mais viver sem Annie ao meu lado, seria com tirar a minha alma e deixar apenas o meu corpo vagando, sem rumo, inerte as pessoas alheias, totalmente sem vida, com somente movimentos involuntários e mecânicos.

— Annie! Por favor abre a porta! Você não pode acreditar nela! Sininho... não faz isso comigo, logo agora que estava tudo resolvido. Abre, por favor! — Não pude mais suportar, deixei que as lágrimas inundasse minha face, talvez o meu sofrimento fosse com elas. Escorreguei contra a porta e fiquei sentado no chão, recostado a porta e chorando como nunca havia chorado. Acho que nunca temi uma perda como temia agora.