Fanfic: Deliciosa Neblina

Luna— Obrigado pela análise, senhor psicólogo. Mas não dizem que o álcool só te leva a fazer o que você não tinha coragem quando estava sóbrio? Então. É meu caso. Sou louca por você. 
Voltou a me beijar, dessa vez com mais vontade. Mantive os olhos abertos. 
Luc— Você não acha — eu disse relutante entre o beijo — que talvez seja hora de entrar? 
Luna— Boa ideia… — ela sussurrou com a boca colada na minha. — Vem comigo. Minha cama é grande. O sofá nem tanto, mas a gente pode ficar agarrados e aí… 
Eu ri. 
Luc— Não… Você entra, e depois eu vou pra casa… Sabe. A minha. Sozinho. E você fica aqui. Na sua. Sozinha. 
Luna— Ou… A gente pode ficar aqui no carro e aproveitar o seu banco de trás. Adoro banco de couro. 
Fiquei sério. 
Luna— Ok — ela disse quando viu minha expressão, levantando as mãos como se rendesse. — Mas eu vou precisar de ajuda. 
Desci do carro e corri até a porta dela, abrindo-a em seguida. Estendi a mão e ela a pegou. Andamos em direção casa e ela entrelaçou os dedos nos meus, apertando nossas mãos. Gay, pensei… Mas não tão ruim. Ela tropeçou algumas vezes, nos próprios pés, e ria alto de si mesma, o som ecoando pela rua vazia. Soltei sua mão quando chegamos à entrada e me virei de frente pra ela. 
Luc— Chave? — perguntei. 
Luna— No meu bolso de trás do sobretudo — ela respondeu, com um sorrisinho. 
E lá vamos nós… 
Luc— Então me dá — estendi a mão. 
Luna— Vem pegar. 
Tive a leve, levíssima impressão que ela não se referia apenas a chave. 
Ok, sei jogar esse joguinho. Puxei-a pela cintura até que o corpo dela ficasse colado ao meu e não desgrudei meus olhos dos dela. Desci minha mão, até chegar no bolso de trás e enfiei a mão nele, pegando as chaves em seguida. Confesso que deixei a mão lá um pouco mais do que o necessário. Sorri. Ela sorriu de volta como se dissesse “perdi a batalha, mas não a guerra”. Andei até a porta e enquanto tentava abrir, um pouco atrapalhado com as chaves, senti uma mão subindo pelas minhas costas, por baixo da camiseta… De novo. 
Luc— Você não cansa? 
Luna— De você? Eu não. 
Ri de novo. 
Luna— Sério… — enquanto descia a mão pra minha bunda. — Se eu fosse, sei lá, prefeita? Eu ia decretar uma lei onde você não pudesse usar camiseta. Nunca. 
Virei-me. 
Luc— Sério. Para com isso. 
Tentei falar no tom mais sério possível. Ela ficou na pontinha dos pés, pegou meu rosto entre as mãos e me deu um selinho, depois fez um bico. Derreti um pouquinho. 
Luna— Ok. 
Luc— Ok — repeti. — Vou te colocar na cama. 
Luna— Ficar comigo lá também? 
Fiz uma careta. 
Luna— Até eu dormir. 
Luc— Vou pensar no seu caso. 
Entramos em casa, e ela puxou meus braços por cima dos ombros dela. Abracei-a por trás, dei um beijinho na bochecha enquanto subia com ela pelas escadas e pensei que aquilo tudo realmente era muito, muito gay e se ela fosse contar pra alguém, eu negaria que esse lance de entrelaçar dedos e abracinhos aconteceu. Depois que tive certeza que ela não ia vomitar tudo que tinha bebido nem me assediar um pouco mais, coloquei-a na cama e deitei uns 15 minutos com ela, de conchinha. De novo, gay… 
Luna— Lucca? — com a voz sonolenta. 
Luc— Luna — respondi. 
Luna— Obrigada. 
Luc— Por? 
Luna— Não ter se aproveitado. 
Mais 10 minutos. 
Luc— Luna? 
Luna— Lucca… 
Luc— Dorme bem. 
Mais uns beijos. 
Mas só quando cheguei no carro me toquei que nenhum deles tinha tido gosto de álcool.