Fanfic: ::Juntos Pelo Acaso::AyA | Tema: AyA

Uma semana havia se passado, Poncho ainda continuava em coma, e Annie se esforçava para conseguir cuidar de Enzo, da casa, do trabalho e ainda verificar as coisas na gravadora de Poncho. Sentia-se exausta, mas todos os dias que ia ao hospital, juntava todas as suas energias positivas para transmiti-las a Poncho.

Passava do meio dia, ela estava arrumando a bolsa de Enzo para deixa-lo com a babá, iria fazer a sua visita diária a Poncho. Michel iria passar ali para busca-la e a acompanhar ate o hospital, ele estava sendo um super-amigo, não conseguiria imaginar passar por tudo aquilo sem a ajuda dele.

Michel: Annie? – Ele disse entrando na casa.

Annie: Oi, eu estava terminando de arrumar as coisas do Enzo. – Ela sorriu para ele.

Michel: Sem pressa Annie, eu só vim mais cedo para o caso de você precisar de alguma ajuda. – Ele disse pegando Enzo do carrinho. – E ai companheiro?

Annie: Você é um anjo! – Ela disse pegando as coisas de Enzo. –Vamos?

Michel: Claro. – Ele levou Enzo até o carro e o acomodou na cadeirinha, voltando para pega o carrinho dele.

Depois de deixarem o pequeno na casa da babá, eles foram direto para o hospital. Annie já era conhecida pelas enfermeiras, então quando estava passando pelo corredor que levava até o quarto onde ele estava, era cumprimentada.

Annie: Boa tarde, meu ursinho. – Ela disse baixinho quando entrou no quarto de Poncho, ele estava imóvel, o único movimento que seu corpo fazia era causado pelo aparelho que o ajudava a respirar. – O Gordo acordou chamando por ti hoje, ele parecia inconformado por você não aparecer para ir pega-lo. – Ela forçou um sorriso segurando a mão dele.

As batidas do coração de Poncho começavam a aumentar na tela do aparelho, aquilo sempre acontecia, numa das visitas a enfermeira comentou que o único momento em que o coração dele batia mais rápido era quando ela ia visita-lo, saber disso lhe deu esperanças.

Ela passou a mão livre na cabeça dele, haviam raspado a sua cabeça e tirado todos os seus cachos, ele ficaria furioso com aquilo, ela sorriu imaginando a cena e aproximou o rosto do dele. – Mi amor, eu acho que você já pode acordar... Eu estou precisando de ti aqui, Poncho, o Enzo esta precisando de ti. – Uma lagrima escapou de seu rosto, e ela continuou. – A nossa princesinha esta precisando de ti. Volta Poncho, volta logo. Eu não sei o que você esta fazendo ai nos seus sonhos, mas já esta na hora de voltar. – Ela sussurrou. – Por favor, mi amor, volta por mim. – Depositando um beijo em sua testa, ela finalizou a frase. – Eu te amo.

Poncho estava andando por vários bosques lindos e floreados quando de repente a escuridão tomou conta de tudo, tinha a impressão de que ouvia algo, uma voz feminina, mas não conseguia identificar as palavras. Ficou parado naquele lugar escuro, não entendia porque estava ali até que o sentimento que preenchia o lugar tomou conta dele, era o medo. Mas medo de que?

Apesar de não entender o que a moça queria dizer, conseguia sentir as emoções na voz dela, era um misto de amor, carinho, medo, ternura. Ele procurava por todos os lados de onde vinha aquela voz, até que encontrou um ponto claro muito, muito longe, provavelmente a voz vinha de la.

Sentiu que estava sendo puxado como um imã para aquela luz, mas algo o fez parar, só que ele não queria parar, queria ir até a dona daquela voz. A escuridão o impedia de ir a luz e a voz da mulher foi sumindo aos poucos.

Annie: Eu preciso ir, bebê, já acabou o tempo de visitas. Prometa pra mim que vai acordar logo. – Ela soltou a mão dele lentamente e olhando uma ultima vez para Poncho, foi em direção a saída da UTI.

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Duas semanas e meia, ele ainda não tinha acordado, mas Annie sentia que ele voltaria.

Michel: Quer um filé de peixe grelhado? É a minha especialidade. – Ele sorriu para ela.

Annie: Contanto que não me engorde. – Ela riu, olhou para Enzo que estava sentado em sua cadeira de comer. – Você quer o que, amor meu?

Enzo: Nanana da, Mama!

Annie: Purê de legumes? Eu sabia! – Ela beijou o topo da cabeça do filho e foi preparar a comida dele.

Michel: Você sabe que purê de legumes é horrível, né?

Annie: Mas é saudável. – Ela riu da cara de nojo que Michel fazia.

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Os dias iam passando cada dia mais rápido, Annie passava o dia atarefada e ansiosa pelo momento que iria ver Poncho. Já fazia quase um mês que ele estava em coma, agora ela passava loção hidratante nos braços e nas pernas dele, se Poncho visse que ela estava passando um de seus cremes nele ficaria irritado.

Era a sua vigésima oitava visita a Poncho, o que significava que ele estava a 28 dias naquele estado de coma. O que tirava um pouco a raiva que Annie sentia por Eiza era saber que a mesma estava presa.

Annie: Mi amor! – Ela disse ao entrar no quarto dele. – Como foi seu dia? Essas enfermeiras devem falar cada coisa. – Ela segurou a mão dele. – Quando você acordar precisara me prometer que vai deixar os cachos crescerem, eu sinto falta deles. Ah, você precisa ver o Enzo, ta cada vez mais esperto, eu decidi adiar a festa de 1 aninho dele até você acordar e não adianta contestar, eu já tomei minha decisão.

Aquela voz aparecia cada vez mais frequente para Poncho, ele sentia-se embalado por ela, como um bebe é por sua mãe. Precisa encontrar o local de onde ela vinha, porque ela o fazia sentir vivo. De repende tudo ficou escuro novamente, e ele pode enxergar a luz que agora estava mais próxima. Sentia-se deslizando até ela, até alguma coisa o prender no lugar, de novo não! Ele se esforçou para ir até a luz, ele lutava com todas as suas forças para encontrar a dona daquela voz.

Annie: Eu sinto a sua falta, amor. A cama fica tão vazia sem você lá, a cozinha fica tão limpa, não tem toalha molhada jogadas no banheiro, nem roupa suja no chão do quarto. – Ela apertou a mão dele. – Volta pra mim, por favor! Eu preciso tanto de você comigo, é como se metade de mim estivesse vazia sem a sua presença. – Ela levou um susto quando a maquina que monitorava o coração de Poncho começou a apitar.

Em questão de segundos o quarto foi invadido por médicos, e antes de ser retirada do quarto jurou ter sentido Poncho apertar sua mão muito suavemente.

Na sala de espera ela avisou Michel do que havia acontecido, e disse que ficaria ali esperando alguma noticia de Poncho. Seu peito se enchia de esperanças, não era imaginação sua ele realmente havia retribuído ao aperto de mão dela.

Ele conseguiu alcançar a luz, porém as coisas não aconteceram como imaginou, não ouviu mais a voz da mulher que o chamava de amor, conseguia ouvir varias vozes que o deixavam confuso, seu coração estava muito acelerado. Poncho usava toda a sua força para conseguir abrir os olhos, quando conseguiu pensou que ia ficar cego, estava tudo tão claro que lhe causou uma dor muito forte nos olhos.