Fanfics Brasil - 1 Amor ao Acaso

Fanfic: Amor ao Acaso | Tema: Fanfic original


Capítulo: 1

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"...Foi neste lugar que eu te conheci.``



Eu podia me lembrar como se fosse ontem, mesmo que a data esteja a meses, talvez até anos de distância.


Tudo ocorreu no começo de Janeiro, no início das aulas e do ano letivo. Eu não ligava pra volta as aulas, não era como todo adolescente daquela escola, que só reclamava por terem que voltar a estudar. Eu gostava daquela rotina monótona, e de ser parte da galera que ficava apagada do "holofote".


Se eu sou sem graça? Ah sim, pode apostar. E fique sabendo que também não penso duas vezes pra dizer o que penso. Eu nem sempre fui assim, eu era feliz e alegre como qualquer outra criança normal e inocente, tive uma infância ótima e agradavel, mas, com o passar dos anos meu pai começou a beber, as brigas surgiram, até o dia em que minha mãe resolveu se separar, então acabei mudando com ela pra cidade grande.


Mas afinal, não era tão ruim assim, eu podia recomeçar, esquecer de tudo e deixar o passado pra trás. Só que não era tão fácil assim, eu já não tinha vontade de me enturmar, de ganhar um apelido ou participar de festas, estava com vontade de passar uma vida despercebida, aconchegante, onde não precisava passar horas me arrumando pra chamar a atenção ou me preocupar com o que os outros pensavam de mim, querendo sempre agradar a visão das pessoas em seus devidos critérios.


Eu estava melhor assim. Eu não esperava nada deles, assim como eles não esperavam de mim, isso se eles ao menos lembrassem meu nome, é claro.


-Chanel...Chanel!! - Berrava Lizzie, minha melhor, uh, unica amiga


-O que foi!- Disse assustada


-O sinal acabou de bater, vamos!


Assenti e comecei a arrumar minhas coisas. 


Minha mãe me deu este nome por gostar muito da marca e do corte, ela é meio meninona as vezes, mas eu a amo. Lizzie e eu estudamos juntas desde o ensino fundamental e vivemos grudadas desde então, nós sentamos lado a lado no colégio e trabalhamos meio período na biblioteca municipal.


Uma das razões por eu gostar desta cidade é a enorme biblioteca. Eu simplesmente me sinto confortável naquele lugar, o cheiro, o ambiente, as pessoas... Tudo é tão familiar...


Mas então voltei pra realidade


-Desculpe, hoje tenho ensaio até de noite


-Chanel! Você vai acabar indo pro hospital se ensaiar tanto desse jeito!


Revirei os olhos. Lizzie me acompanhou até o metro e então cada uma de nós tomou caminhos diferentes, ela iria pro lado oeste da cidade, e eu para o lado sul.


A outra razão de eu gostar da cidade grande;


Ela possui as melhores academias de ballet


Eu não sou a adolescente de dezesseis anos mais feminina do mundo (provavelmente estou brigando com a menos feminina) mas eu faço ballet desde os seis anos. Eu amo a dança, amo a música, o sentimento... Coisas que apenas dançarinos entendem.


Eu entrei naquele prédio gigante e entrei no elevador, havia algumas bailarinas me observando.


No ultimo momento, antes da porta se fechar, alguem colocou a mão e a porta se abriu.


Foi quando eu o vi pela primeira vez... Os jeans surrados, aquele par de all-stars pretos gastos, o jeito descontraído com aquele cabelo loiro bagunçado, uma pele anormalmente branca e livre de espinhas em um conjunto de olhos que mais pareciam duas safiras, em uma perfeição e harmonia desconhecidos. Eu sabia que ele era diferente, eu podia sentir toda sua presença, sua aura, irradiando luz por todo o salão.


"-Desculpe, posso entrar? - Ele disse em uma voz totalmente calma e descontraída, mas ele não olhou para mim


Eu me movi um pouco para o lado, permitindo sua passagem. O elevador era estreito eu podia ouvir sua respiração ofegante e seu peito se mexendo a poucos centímetros de meu braço. O que será que ele havia feito pra ficar daquele jeito? Teria corrido até aqui? Onde será que estudava.


E de repente senti uma súbita curiosidade para saber quem ele era. Queria saber tudo sobre aquele rapaz, um sentimento começou a crescer e palpitar em meu peito, mas não conseguia descobrir por que estava agindo deste jeito. Quando me dei conta, ele estava me observando, aquelas duas jóias azuis me fitando com um jeito curioso. Eu me virei pra ele também e nossos olhos nos encontraram, ele fez uma expressão surpresa e seus olhos ficaram levemente arregalados, eu não teria nem notado se não estivesse tão concentrada em olhá-lo. 


Havia algo de diferente nele, como uma força incrivel que me puxava e atraía a ele, como a gravidade, eu não conseguia desviar meu olhar, como se eu não tivesse mais controle de meu próprio corpo. Olhei para seu rosto, que me pareceu tão familiar e aconchegante, um rosto que parecia que havia visto milhares de vezes, eu tentava me lembrar de alguma coisa, como se houvesse uma lembrança perdida entre minhas memórias.


"...Uriah..." 


A porta do elevador se abriu e interrompeu meus pensamentos.


O garoto segurou meu braço, como que por impulso, mas quando olhei pra trás ele parecia aflito.


-V-Você é novo, certo? - Perguntei


-Sou - Disse ele


-Bem , se você está procurando a turma dos novatos, ela é por ali - Mostrei a sala do corredor a direita - A sala dos avançados é no corredor a esquerda, tenho que ir pra lá - Disse sem graça.


Ele me puxou pra mais perto dele.


Eu não sabia dizer, mas sentia como se conhecesse aquele toque, como se tivesse convivido com ele á milhares de anos, eu não tentava revidar, meu corpo não me deixava, como se eu quisesse senti-lo, como se quissese ter aquele toque com esta pessoa que parecia ser tão especial.


-Soara...- Ele disse roçando os lábios em meu ouvido - Eu finalmente á encontrei - Ele continuou- Me desculpe... me perdoe...


Minha cabeça começou a latejar, como se houvesse algo que bloqueasse eu me lembrar dele.


Ele passou seus braços em volta de minha cintura, e me puxou junto a ele, fechando o pequeno espaço que havia entre nós. Senti o cheiro que ele exalava, uma excencia tão  leve e calma, como se pudesse diminuir os batimentos de meu coração. Um de seus braços envolveu meus ombros, e eu senti como se pudesse ficar ali a vida inteira, como se ele fosse me proteger e me amar, e estaria ali para tudo que eu precisasse.


Uma vaga memória atingiu minha mente


Era uma imensidão azul tão grande, que se não fossem pelas nuvens achei que estaria em algum oceano. Meus pés não tocavam o chão, eu estava voando livre, em uma jornada ao desconhecido, ao lugar além das nuvens. 


Eu podia ver, aquele castelo enorme que se pendia no céu sozinho, como se mantivesse lá por mágica ou uma vontade maior. Ele era todo branco e havia uma aura de paz em volta de todo o lugar.


Havia seres alados, voando por toda a parte. Era tudo tão feliz e tranquilo... Me sentia... em casa.


Haviam dois jovens perambulando pelo reino, como um casal completamente em amor. Eles riam, corriam e no fim deram um longo beijo apaixonado um do outro. Eu não conseguia parar de assisti-los, até que me dei conta que...


Aquela garota era eu.


Eu ainda era igualzinha, tinha cabelos ruivos com meus olhos verdes, e sardas espalhadas em minhas bochechas rosadas, usava um longo e magnifico vestido branco.


Mas essa "eu" tinha um par de asas.


E em fraçoes de segundos reconheci o rapaz. Era o que estava no elevador comigo.


-Uriah!- A minha outra eu dizia rindo


E ele dava giros no ar graças a suas asas enormes e brancas.


E nós demos outro beijo, depois ficamos naquela enorme pradaria do castelo no céu.


Houve um barulho. Seguido de um ataque. Pude sentir os inimigos chegando, seres cruéis do submundo, eles tinham asas negras e viviam constantemente atacando o castelo. Eu vi Uriah me protengendo.


Fomos enganados.



Minha outra eu começou a cair e suas asas sumiram, pude ver Uriah gritando meu nome (o da minha outra eu) incessantemente até que desabou em lágrimas.


 


 



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Autor(a): ninamarouelli

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Quando eu acordei, eu estava na infermaria da academia deitada em uma maca, Uriah estava sentado no chão com o rosto nos joelhos enquanto segurava minha mão.  -Ele deve estar dormindo-Pensei Eu levantei o tronco da maca e observei melhor minha situação. Havia um curativo em minha testa, que ainda latejava muito e já devia estar quase ...



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