Fanfics Brasil - 11 Aprendendo a ser pai! - Patrícia Knoll

Fanfic: Aprendendo a ser pai! - Patrícia Knoll | Tema: livro original


Capítulo: 11

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CAPÍTULO XI


 


Casar-me com você? — Paris não poderia ter ficado mais chocada se ele a tivesse chicoteado.


—  Não vê? Seria a solução perfeita. — Mac começou a andar pela sala, da porta à janela e de volta à porta. — Você ama Elly e Simon, não é mesmo?


—  Naturalmente... mas...


—  Criou uma rotina para eles. Será mais fácil para os dois aceitar que a mãe não vai voltar, tendo certeza de que você ficará aqui.


—  Sim — Paris respondeu —, mas há mais do que isso a se considerar.


—  O quê? Gosta daqui, não gosta? E não tem para onde ir.


Essa última declaração não soou muito amável para Paris. Levantou-se e encarou-o, dizendo:


—  Afinal, não sou uma órfã sozinha no mundo, Mac. Posso sempre ir para a casa dos pais de Keith em San Diego. Na verdade, eles querem que eu vá e...


—  Mas você quer ir?


—  Não, mas também não sei se quero me casar com você. Que tipo de casamento seria esse? Casando-me por causa das crianças?


—  Elas precisam de nós dois.


—  Há certas coisas de que eu preciso, Mac.


—  O quê? Segurança, é isso? Tem medo por causa das dívidas que estou pagando? Não se preocupe, está quase tudo pago. As coisas podem ser um pouco difíceis durante mais alguns meses, mas tudo estará bem no próximo verão. Uma firma de arquitetos em Alban me convidou para trabalhar lá. Posso fazer isso. — Ele sacudiu os ombros. — Quero ser independente, meu próprio chefe, e eles propuseram que eu ficasse sócio da firma. Cuidarei de você, Paris.


—  Não é isso, Mac. — Ela já estava meio desespe­rada sem saber como explicar-lhe a verdadeira razão.


—  Não precisamos nos preocupar com Elly e Simon porque nosso pai deixou um fundo para Sheila e ela passará esse dinheiro para mim. Sheila quer cuidar dos filhos, mas não pessoalmente.


—  Não é isso, Mac — Paris repetiu.


—  É por causa do que eu lhe disse sobre o fato de eu a convidar pura dormir comigo? Que consistia na prova necessária? Desculpe, Paris, fui um canalha...


—  Não, Mac.


—  Então, o que é? Tentei dar uma resposta a todos os receios que você pudesse ter.


—  E o amor, Mac?


—  Amor? — ele repetiu, com voz estrangulada.


—  Você sabe que se trata de uma emoção que um sente pelo outro quando decide se casar, não sabe? — Sinto essa emoção por você, ela pensou mas não disse nada.


—  Não acha que há um pouco de exagero nisso, Paris?


—   Exagero?


—  Quantas pessoas neste país casam-se acreditando estar apaixonadas e lamentam o que fizeram mais tarde? Você mesma disse que foi o que aconteceu com você e seu marido.


— Oh, Mac, não se trata da mesma coisa. Éramos quase adolescentes quando decidimos nos casar...


Enquanto Paris refletia sobre o caso, Mac abraçou-a puxando-a para bem perto dele.


— E há isto — Mac disse, roçando seus lábios nos dela.


Sim, Paris pensou, havia aquilo, sem dúvida. Ela desabotoou-lhe a camisa, enfiou a mão por baixo do tecido e sentiu a força dos músculos dele. A boca de Mac era quente, excitante, suave, mas Paris ainda sen­tia que estava sendo enganada. O que significava a atração física não havendo amor? Ela queria mais do que aquilo. Não queria?


—  Vou telefonar para meu chefe — Mac declarou — e lhe dizer que tenho algo importante a fazer e que não irei trabalhar no resto do dia. Pretendo tratar da custódia permanente de Elly e Simon. Enquanto faço isso, pense sobre nosso casamento.


—  Certo. — Como se houvesse chance de ela pensar em qualquer outra coisa. — As crianças estão dormin­do. Enquanto isso, irei a... um lugar... para...


—  Para pensar — Mac terminou por ela. Beijou-lhe a testa como se quisesse despertar-lhe o bom senso.


—  Para... para... refletir — Assim dizendo, Paris foi olhar as crianças, pegou sua bolsa e entrou no carro.


Admitiu ir a San Francisco, pois teria bastante tem­po para pensar. Mas mudou de idéia e tomou a direção de Alban. Ao passar por Cliffside, foi à loja de Becky quase sem se dar conta disso.


Entrou e ficou olhando para alguns fregueses que estavam lá.


—   O que há? — Becky lhe perguntou, estranhando o aspecto dela. — Alguma coisa aconteceu depois que você saiu daqui? Com Mac? Com as crianças?


—   Todos estão bem — Paris respondeu, e caiu em pranto.


—   Oh, meu Deus! — Becky exclamou. — Com li­cença, amigos — Tenho de cuidar de um caso impor­tante e preciso fechar a loja por alguns minutos.


Todos saíram e ela trancou a porta.


—   Sinto muito o incômodo que estou lhe dando — Paris desculpou-se.


—   Não se preocupe com meus fregueses. Agora, conte-me o que houve.


—   Estou apaixonada por Mac.


—   Está? — Becky perguntou, mas não pareceu nada surpresa.


—   Mas isso não é tudo. Há algo... pior.


—   Pior?


—   Ele me pediu em casamento.


—   O imperdoável cafajeste!


—   Foi o que pensei — Paris sussurrou.


—   Oh, por que pensou isso?


—   Já lhe contei. Porque eu... o amo — Paris con­fessou de novo. — E ele não me ama. Disse que estou exagerando o valor do amor, que a maioria das pessoas se casa num impulso e... não se casaria se fosse pensar nessa balela de amor.


—   Ele provavelmente esteja certo.


—   Você não concorda com ele, concorda, Becky? Diga que não concorda.


—   Querida, você é que tem de concordar ou não.


—   Bem, eu não concordo.


—   Por quê, Paris?


—  Porque quero o amor.


—  E acha que ele existe apenas numa única forma?


—  Como?


—  Paris — disse Becky, após minutos de silêncio —, desde que a conheci fiquei contente por vê-la na vida de Mac, embora temporariamente como gover­nanta e babá. — Becky serviu-lhe um refrigerante. — Beba — disse. — Está precisando de uma dose de cafeína e açúcar. Mas, como eu ia dizendo, fiquei con­tente porque você é uma das pessoas mais equilibradas que conheci. Pode não ter sido fácil viver com ele, to­mando conta de duas crianças que não conhecia, e que ele não queria conhecer por medo de amá-las e depois perdê-las. Porém você arriscou, fez isso e eu a admiro por esse motivo. Ele também a admira, tenho certeza, mas não sabe como se expressar.


—  Continue — Paris pediu.


—  Onde quero chegar é dizer-lhe que ele confia em você. Não confiou em ninguém nestes últimos dois anos. Como poderia? Os amigos o traíram, a cidade voltou-se contra ele, a noiva esvaziou-lhe a casa e o abandonou, a irmã mandou-lhe os dois filhos. E agora, confiança é tudo o que ele tem para dar.


—  Você acha, Becky, que confiança é igual a amor?


—  De certa forma, é. O amor é construído com base na confiança.


—  E acha que eu devo me casar com ele?


—  Não cabe a mim dizer-lhe o que deve fazer. A decisão é sua.


Paris se acalmou um pouco quando as palavras de Becky começaram a fazer sentido para ela. A esperança começou a brilhar em seu interior. Se ele tivesse con­fiança e ela amor, talvez fosse suficiente para construir uma vida de casados. Seria um início com mais ma­turidade do que o dela e Keith quando se casaram.


— Acabe de beber o refrigerante, Paris, volte para casa e conte a Mac sua decisão —: Becky ordenou. — Qualquer que seja, você não vai feri-lo, ferir as crianças ou se ferir.


Sorrindo, Paris teve certeza de que a amizade delas duas estava bem cimentada e que não seria afetada pelo que ela escolhesse fazer sobre a proposta de Mac.


— Caso tudo dê certo, quero um vestido que me transforme numa noiva lindíssima.


"Onde está ela?", Mac se perguntou, espiando pela janela. De qualquer maneira, não devia tê-la deixado sair. Deveria conservá-la trancada no quarto até con­cordar em se casar.


Errara o tempo todo. Claro que desejava se casar, pois teria ótima ajuda no caso das crianças, mas de­veria ter sido um pouco mais romântico. Mulheres gos­tam de coisas românticas: velas, rosas, vinho, juras de amor de joelhos. Ele poderia ter feito tudo aquilo. Bem, excluindo-se a parte dos joelhos. Seria ir longe demais.


Elly, que acabara de acordar da sesta, mas ainda sonolenta, apareceu. Pegou na mão do tio, sempre abraçando seu coelhinho inseparável.


— Onde está Pris? — perguntou. — Quero que ela venha para casa agora.


Mac pegou a sobrinha e sentou-se numa cadeira da cozinha, com ela no colo.


— Eu também quero — sussurrou, encantado com o modo como a menina encostava a cabeça em seu peito parecendo ter todos os motivos para acreditar que nada lhe aconteceria estando com o tio. Por que Paris não era assim?, Mac se questionou. Por que não confiava nele como Elly confiava?


Censurou-se depois. Estava sendo ingênuo demais. O que uma mulher adulta queria era bem diferente do que uma menina de quatro anos desejava. Mac sen­tiu a garganta apertada e disse:


—  Ela vai voltar logo.


—  Bom — Elly respondeu, e bocejou. — Eu vi um passarinho lá fora. Quero contar isso para Pris. Ela gosta quando lhe conto coisas.


—  Eu também gosto. — Mac beijou-lhe o alto da cabeça. — Conte para mim.


Elly começou a lhe contar então uma história sobre um passarinho que ela vira na janela do quarto. Estava perdido e procurava por sua família. Enquanto falava, Mac percebia os pavores da menina de ficar sem Paris. E faria tudo, moveria céus e terra para dar a Elly e a Simon o lar que eles necessitavam.


Já falara com seu advogado para o encaminhamento da adoção. Marcara também hora com um psicólogo e esperava que o profissional lhe desse conselhos quanto ao melhor modo de dizer às crianças que iriam morar sempre com ele. E com Paris, esperava. E rezou, pela primeira vez em anos, para ter Paris como esposa, pois a desejava tanto quanto queria ter Elly e Simon como filhos.


Elly parou de contar sua história de repente.


— Aí vem Pris — disse, pulando do colo de Mac e indo abrir a porta.


A menina foi para os braços de Paris. Beijou-a, ex­clamando:


— Tive tanta saudade de você, Pris. Achei que não ia voltar nunca mais.


— Ora, não seja boba — Paris protestou, beijando-a com amor. — Voltei, viu? Sempre volto. Nunca iria embora deixando minha Elly. — Ela ergueu a cabeça e viu Mac. O sorriso que lhe dirigiu foi tão puro e carinhoso que ele não se considerou merecedor daquilo.


Foi naquele instante que o desenho que carregara na cabeça por semanas foi colocado na mesa de tra­balho do arquiteto, em perfeito alinhamento.


Até então Mac não sabia exatamente o que era o amor. Por isso dissera que havia no sentimento do amor um pouco de exagero. Não amara Judith. Casara-se com ela porque era bonita. Nunca amara nin­guém antes. E por estar amando agora tivera ciúme de Grey, e quisera conservar Paris consigo para fazer amor com ela. Porque a amava.


Mac refletia sobre o que dizer.


— Vou buscar Simon no quarto — Elly comunicou. — Ele também estava preocupado com você, Pris.


A menina saiu correndo. Bem devagar, Paris seguiu-a, os olhos em Mac. Parou na porta e disse:


— Acabei de decidir, Mac. — Suspirou fundo. — Sim, eu me casarei com você.


Tomando-lhe as mãos, ele falou a única coisa que achou lógica, e ficou observando a alegria encher de luz os olhos dela:


— Fico muito contente, porque te amo.


 


Na semana seguinte houve um enorme rebuliço en­quanto preparavam tudo para o casamento. Paris man­dou que seus móveis, guardados num depósito, fossem enviados para a casa de Mac. Algumas das peças, sofás e poltronas de chintz colorido, dados por sua mãe, fi­caram fora de lugar numa casa moderna. Porém, de­coração de interiores não os preocupava.


Concentravam-se um no outro e no lar que iniciavam para as crianças que amavam e que decidiram adotar. Elly estava entusiasmada por ser dama de honra com Becky e iria ter um vestido que combinava com o de Becky.


Paris se casaria alegremente com Mac usando jeans e camiseta, ou qualquer vestido que trouxera, porém Becky e June insistiram em levá-la a Alban onde ela comprou um vestido azul e véu da mesma cor. Carre­garia um buquê de rosas por serem as flores preferidas de sua mãe e de Mac.


Ela pensava o tempo todo na impressionante mu­dança que tivera lugar em sua vida, e nas feridas agora cicatrizadas.


Tudo valera a pena, refletia, enquanto seguia Elly e Becky da casa até o jardim com vista para o mar. As ondas arrebentavam contra as rochas no intermi­nável ritmo que lhe dava a esperança de que seu ca­samento seria igualmente constante.


Paris amava aquele lugar. Estava "em casa". Vagara durante algum tempo, perdera seu caminho e encontrara-o de novo, como também acontecera com Mac. Por milagre, eles encontraram-se.


Mac estava no jardim com o ministro da igreja que celebraria o casamento, e com Grey, este encantado por ser o padrinho, especialmente porque isso signifi­cava ser par de Becky. Interessara-se por ela, objeto de seu novo flerte.


Elly e Simon não saíam de perto do tio, e esperavam o início da cerimônia. Simon contentava-se em ouvir a música enquanto chupava o polegar e segurava um livro grudado em sua nova camisa azul. Elly, impaciente com a lentidão da Marcha Nupcial, sussurrava consigo mesma. "Depressa, Pris, estamos esperando". O pequeno grupo de convidados ria, e quando Paris se aproximou de Mac, ele sussurrou:


— Esperei por você toda minha vida.


Dando-lhe a mão e fitando-o bem nos olhos, ela respondeu:


— Estou aqui agora. A espera terminou. Para nós dois.


Mac beijou-a no rosto e repetiu:


— Para nós dois. — E virou-se juntamente com Paris para ouvir as palavras do ministro.


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Chegamos ao fim deste livro, esperamo que você tenha gostado da história, aguardem novas histórias estão vindo por ai, enquanto isso visite nossas outras postagens de livros, os nomes estão logo abaixo. Beijos, até a próxima!


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • nataliacphotmail.com Postado em 28/12/2012 - 20:41:52

    Pode deixar k Paris ta começando a mudar o Mac!

  • nataliacphotmail.com Postado em 27/12/2012 - 23:08:49

    Vamos lá, quero saber quem vai atrapalhar o casal, correção, a família.

  • nataliacphotmail.com Postado em 26/12/2012 - 21:10:32

    Elly <3 kk Mas o Mac é esperto se aproveitou que a sobrinha pediu pra ele dar um simples abraço nela e já tascou um beijão em Paris kk

  • nataliacphotmail.com Postado em 26/12/2012 - 02:06:41

    Tadinha! Afff Mac :/

  • nataliacphotmail.com Postado em 25/12/2012 - 22:32:58

    Posta maaais, pff porque será que Mac se incomodou tanto pelo fato de ela ter ido lá? hmm curiooosa


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