Fanfics Brasil - 2 Aprendendo a ser pai! - Patrícia Knoll

Fanfic: Aprendendo a ser pai! - Patrícia Knoll | Tema: livro original


Capítulo: 2

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CAPÍTULO II


 


E começou. Paris pegou o dinheiro que Mac lhe entregou e foi à despensa para verificar o que faltava.


— Faça as compras em Alban. Fica a vinte quilômetros daqui, seguindo pela estrada principal ele orientou.


Paris fitou-o, surpresa.


—  Posso ir a Cliffside, é bem mais perto.


—  E os preços bem mais altos. Vá a Alban. Há um ótimo supermercado lá.


Ela ia começar a protestar de novo, porém Mac er­gueu a mão.


—  Enquanto você for, checarei suas referências — disse.


—  Tudo bem — Paris concordou.


Mac pôde ver que ela queria reagir. Enxergou uma pequena guerra surgindo no interior de Paris, mas percebeu que ela preferira guardar os pensamentos para si. Devia admirá-la por isso, contudo evitou, por­que isso a tornaria real demais, uma pessoa com alma, enfim.


Conhecia-a havia menos de uma hora, e não pre­tendia conhecê-la melhor. Afinal, tratava-se de uma empregada e ele aprendera a duras penas que a familiaridade entre patrão e empregada precisava ser evitada a qualquer custo. Apesar de tudo, viu-se ofe­recendo o uso de sua van para a viagem até Alban.


—   Isso? — Paris perguntou, olhando a velha cami­nhonete estacionada à entrada.


—   É. Vai precisar de espaço para as compras.


—   Não, obrigada — Paris agradeceu, divertida. — Não gosto de dirigir carros alheios. Vou em meu carro. Trouxe apenas uma mala. Uma vez que ficarei, posso levar o resto para dentro e abrir espaço em meu carro.


Com essas palavras ela foi esvaziar o veículo, bas­tante velho também. Mac sentiu outra onda de admi­ração pelo modo como Paris agira.


Os dois tiraram tudo do carro e Mac carregou para o quarto que ela mesma escolhera, ao lado do das crian­ças. Imaginou que Paris possuíra carros melhores no passado, e concluiu que a moça de fato estava em dificuldade.


Eram dois, nesse caso. Ele também tivera uma mag­nífica van que impressionara os vizinhos, e um carro esporte azul-marinho, seu orgulho. Mas vendera-a am­bos sem sofrimento, quando precisou de dinheiro.


Agora, ao começar a olhar para o mar, Mac, que não tivera curiosidade por nada durante mais de um ano, se perguntava o que Paris perdera, e por que estava lá agora, como governanta e empregada de um homem sozinho e de duas crianças abandonadas.


Paris deixou a porta de seu quarto entreaberta para que as crianças tivessem um pouco de luz e também para que pudesse ouvi-las durante à noite, se a cha­massem.


Era grata a Elly e a Simon por estarem dormindo. Tiveram um dia cansativo e por certo só acordariam de manhã. Embora não soubesse muito sobre crianças, entendia o que era ter seu mundo virado de pernas para o ar, exatamente o que acontecia com Elly e Si­mon. Conhecia-os havia menos de quatorze horas, mas queria tentar fazer as coisas mais fáceis para os dois. Comovia-se ao ver a pequena Elly aceitar as circuns­tâncias e tomar aquela atitude de proteção com Simon. Elly estivera atrás de Paris o dia todo e já eram amigas. Assim que Simon perdeu parte de sua timidez e co­meçou a falar com a governanta, Elly interpretava sua linguagem de bebê. Apesar disso, Paris se perguntava se a menina a chamaria no meio da noite, caso tivesse medo. Esperando que sim, e que a ouvisse se aconte­cesse, pôs-se a pensar em sua situação.


Esfregando a testa, nervosa, se questionou sobre em que se metera.


O anúncio do jornal parecera-lhe maravilhoso logo que o lera. Tratava-se de um trabalho que podia fazer e que ficava em um lugar onde ninguém a conhecia ou se importava com ela.


Examinou seu quarto. Uma cama, uma mesa, um abajur, era tudo. Aliás, quase igual ao quarto das crian­ças. Cada item parecia ter sido comprado recentemen­te, e de segunda-mão.


O mais triste disso tudo era que não vira um único brinquedo ou roupas nos armários, como se a mãe pou­co se incomodasse em prover as necessidades dos filhos. Paris teve vontade de chorar. Além de abandonadas, as crianças precisavam aguentar a pouca aptidão do tio. Não podia dizer que Mac não se importava com os sobrinhos. Ao menos tinha algum senso de respon­sabilidade, sem dúvida mais do que sua irmã.


Na manhã em que ela chegara, tivera uma visão tão maravilhosa do local que se animara. A casa fora construída sobre um rochedo com vista para o Pacífico, e esse foi um dos motivos para que se decidisse segurar o emprego. Nem a atitude do agressivo homem que lhe abrira a porta a fizera desanimar, afinal, sentia-se como se tivesse todo o direito de estar lá.


Sabia que dera má impressão a Mac, fazendo-o pen­sar que era ousada e franca demais, quando, na ver­dade, era expansiva mas não autoritária. Ao deixar seu lar em Hadley, no Imperial Valley, resolvera que tinha de mudar. Seus dias de dependência haviam ter­minado. Sendo dependente, não ganhara nada além de uma montanha de dívidas e um coração partido.


Tremendo à lembrança do vôo de Hadley, ao aban­donar a cidade, e de algumas coisas que aconteceram desde então, ela começou a esvaziar a mala, colocando sobre a cama os itens que necessitaria para a noite, esperando encontrar mais tarde algumas caixas què seriam usadas como cômoda.


Estava curiosa em saber por que a casa estava tão nua. Não teria ele dinheiro com que comprar móveis? Não desejava ter nenhum? Contudo, não o conhecia o suficiente para julgar se ele estava ou não contente com tão pouco.


Paris preocupava-se com Mac. Ele parecia tenso, ob­servador. Mais de uma vez durante aquele dia sentira a atenção do rapaz sobre si, parecendo querer questionar-lhe as ações e os motivos. Não que o culpasse. Sabia que seu curriculum estava longe de ser satisfatório, como também suas referências. Mas, o que Mac soubera sobre ela fora suficiente, pois a empregara.


Embora grata pelo emprego, tinha vontade de saber a razão pela qual ele a aceitara. Mas não perguntaria a fim de não arriscar ser informada que tudo fora um terrível engano e que teria de ir embora.


"Evitar isso a todo custo", ela murmurou consigo mesma, estremecendo cheia de culpa ao reconhecer que tivera um comportamento errado no passado e que tentava se desculpar agora. Não estaria naquela situação se não tivesse fingido que tudo ia bem com Keith, se tivesse evitado que ele tão tolamente esban­jasse sua fortuna e a que ela herdara dos pais, se não o houvesse ajudado a gastar tudo até finalmente abrir os olhos.


Afastando esses desagradáveis pensamentos, Paris saiu de seu quarto e foi falar com o novo patrão. Não obtendo resposta ao bater na porta do quarto dele, resolveu procurá-lo pela casa.


"Não deve ser difícil encontrá-lo", sussurrou consigo mesma. "Afinal, ele não pode se esconder atrás dos móveis. Que móveis?"


Convencendo-se de que não estava intimidada pelo carrancudo e perturbador homem, Paris andou pela casa toda encontrando-o junto à janela da sala, olhando para a noite escura. Parou e deu um passo atrás para que seu reflexo no vidro não chamasse a atenção dele.


Mac tinha as mãos nos bolsos. Embora bem-feito de corpo e com braços musculosos, parecia magro demais. Dissera a Paris que era carpinteiro e um carpinteiro necessitava de força e energia para realizar seu tra­balho. Outro rápido exame da sala a fez se perguntar se ele não era mais do que um simples carpinteiro.


Talvez tivesse construído a própria casa. Algo sobre a arquitetura do imóvel, o teto alto, a vista para o mar, fizeram-na imaginá-lo debruçado numa mesa de arquiteto, cuidadosamente desenhando suas plantas.


Mac possuía um rosto magro, lúgubre, olhar sombrio que escondia segredos. Ela nunca se considerara astuta em ler as pessoas. Se o fosse, com certeza teria evitado que Keith gastasse tanto dinheiro com charlatães. Po­dia ler Mac Weston, contudo, e o que via nele lhe dizia que o homem passara por momentos bem difíceis e que ainda não se livrara dessas dificuldades.


Contra sua vontade, Paris sentia-se atraída por ele tanto quanto se sentia atraída pelas duas crianças. Não tinha idéia de qual era a história de Mac, mas cada vez ficava mais curiosa em conhecê-la. Esforçava-se para se lembrar de que aquilo era apenas um emprego, um emprego que conservaria até melhorar sua situação e decidir o que fazer do resto de sua vida.


Devia ter se movido e produzido algum ruído, porque Mac virou a cabeça.


— Algo errado? — perguntou. — As crianças...


— Estão dormindo. Deixarei a porta do meu quarto aberta para ouvi-los caso me chamarem. Eles dormem bem à noite?


— Estão aqui há duas noites apenas, e não dormiram bem. — Ele passou a mão pelo rosto, e Paris concluiu que Mac também não dormira bem.


— Vim lhe perguntar a que horas deseja seu café da manhã. — Paris não cuidava de uma casa havia muito tempo, mas sabia que esse era o tipo de pergunta que deveria fazer. Afinal, todas as governantas faziam essa pergunta,


— Alimente as crianças quando estiverem com fome — ele respondeu, fitando-a com certo embaraço.


— Não, eu me referia ao senhor. A que horas quer seu café da manhã?


— Posso cuidar de mim mesmo — Mac respondeu.


— Não foi para isso que a contratei. Está aqui para tomar conta de Elly e de Simon, mais como uma babá.


— E de tudo referente a isso, certo? Incluindo refeições.


— Claro, mas não se preocupe comigo. Cuidarei de minha comida.


Mesmo que não tencionasse fazer isso, Paris obser­vou como a calça dele escorregava. Sorriu, e teve von­tade de dizer que ele não estava se alimentando bem.


— Contratou-me para cozinhar e é o que pretendo...


— Não — ele protestou, franzindo a testa. — Não quero que me encha de atenções.


— Encher de atenções? — Ela arregalou os olhos.


— Estou apenas tentando cumprir minhas tarefas.


— Que consistem em cuidar de Elly e de Simon, não de mim.


Paris ficou olhando para ele, sem entender. Que tipo de homem era aquele que não podia aceitar qualquer coisa vinda de uma pessoa que ele contratara para ajudá-lo? Um homem teimoso e orgulhoso, concluiu.


— Um minuto, sr. Weston...


— Chame-me de Mac, por favor.


— Mac, então. Embora admita que eu não tenha muita experiência para serviços de casa...


— Muita? — ele perguntou, erguendo as sobrancelhas.


—  Tudo bem. Nenhuma experiência. Mas convivi com várias governantas e constatei que o trabalho de­las consistia em cozinhar e cuidar de toda a família, não apenas das crianças.


—  Considere-se então uma pioneira nesse novo ser­viço, sra. Barbour — ele sugeriu.


—  Paris, por favor.


—  Mais uma vez, não se preocupe comigo, Paris. Apenas cuide das crianças para que eu possa voltar ao trabalho e cuidar das necessidades de todos nós.


—  E a que horas tenciona voltar para casa à noite? Espero que deseje passar algum tempo com as crianças.


—  Estarei em casa quando abrir a porta. Estamos no período mais trabalhoso da indústria de construções e precisamos nos ocupar tantas horas quantas forem necessárias antes que cheguem as chuvas. Na verdade, às vezes trabalho também nos fins de semana.


Paris não sabia o que dizer. Entendia que ele pre­cisava trabalhar, mas chegou à conclusão de que Mac faria de tudo para evitar estar com Elly e Simon. Ficou tentada a concordar com ele. Fizera isso tantas vezes com Keith que apresentava mil histórias para descul­par seus atos, que ficara atolada na lógica do marido. Mas aquilo fora diferente. Em suas discussões com Keith, tinha apenas a si mesma para levar em consi­deração. Agora, precisava pensar nas crianças e no que era melhor para elas. Dedicar-se apenas ao serviço da casa, não importando quão devota seria, também não era o melhor para Elly e Simon. Pelo bem dos dois, Paris resolveu continuar com o assunto.


—  Quer dizer que só devemos esperá-lo quando o virmos entrar?


—  Mais ou menos isso. Confio em você para cuidar de tudo o que os dois necessitarem. Achei que tinha tornado isso bem claro esta manhã.


—  Entendo minhas obrigações, apenas não entendo o que pensa sobre sua parte, que devia consistir em dar amor e sua presença aos sobrinhos.


Furioso, Mac protestou:


— Se eu for despedido, serei uma presença constante andando pela casa o dia todo. Mas prefiro que isso não aconteça, mesmo que não faça diferença para você.


Mac começou a se afastar, mas parou como se tivesse algo mais a dizer. Paris esperou para ver o que viria. Ele abriu a boca, depois fez uma pausa. Fixou a vista nos lábios dela, fazendo-a sentir uma pontada no es­tômago. Paris resolveu se afastar.


Mac também ia fazer o mesmo, mas antes disse:


—  Procurei suas referências.


—  E?


—  Carolyn, uma das pessoas da lista, disse que não a via por cinco anos já.


—  Foi tanto assim?


—  E o homem, o médico de família, bem, ele mal pôde parar de rir para que eu pudesse lhe fazer as perguntas. Mas confirmou que sua saúde era excelente.


—  Ele riu muito?


—   Pelo visto, achou engraçada, a idéia de você se empregar como governanta.


—   Ok. Mas o importante é que eles garantiram a boa qualidade do meu caráter, não foi? Minhas duas semanas de experiência estão em pé?


—   Acho que sim. — Mac começou a se retirar. — Vou dormir. Acorde-me se precisar de minha ajuda com as crianças, durante a noite.


"Bem, não entendo mais nada", ela sussurrou con­sigo mesma. "Primeiro ele deixa os sobrinhos total­mente aos meus cuidados, e depois dá a impressão de que está me fiscalizando bem de perto."


Aquilo não era justo.


Paris queria classificar Mac numa determinada ca­tegoria. Porém ele não cabia em nenhuma.


Seu pai fora um homem simples, inteiramente de­dicado ao plantio e à colheita. Seu marido, Keith, ca­rinhoso e tímido, ansioso por agradar a todos que o rodeavam.


Aquele homem, Mac, tinha mais facetas do que um punhado de diamantes. Mas não havia nada de pre­cioso nele, embora parecesse ter a dureza do diamante. Confusa, ela se preparou para dormir.


Paris acordou quando uma pequena mão apertou-lhe as narinas. Deu um pulo e agarrou o pulso de Elly.


—   Está acordada? — a menina sussurrou, encos­tando o rosto no dela.


—   Agora estou. — Paris estendeu o braço e acendeu a luz.


A menina tinha os olhos cheios de lágrimas e seu lábio inferior tremia. Ela segurava um coelho de pe­lúcia contra o peito.


—   Simon quer dormir com você — disse. — Ele está com medo e quer vir para sua cama. Quer que eu venha também.


—   Ele quer? — Tentando acordar, Paris passou o olhar pelo quarto. — Onde está Simon?


—   Acho que foi embora — disse Elly, indo para o quarto deles.


Paris jogou as cobertas longe, pegou o robe e correu atrás da menina.


Elly já estava no quarto, procurando pelo irmão.


—   Ele não está aqui. Alguém o roubou — ela mur­murou.


—   Não, não, nós o encontraremos.


Um soluço atrás delas mostrou onde estava o me­nino. Paris foi ao corredor e viu Simon tentando al­cançar o trinco da porta do quarto do tio.


Correu ao encontro dele, com Elly no colo.


— Tudo bem, Simon. Venha comigo.


Naquele instante Mac abriu a porta.


— Opa! — resmungou, recebendo o impacto da ca­beça de Paris contra os músculos do tórax.


Ela ficou estonteada. Seriam os músculos dele feitos de aço?, se perguntou, continuando com Elly no colo.


Automaticamente, com um dos braços, Mac amparou ambas as mulheres. Com a mão livre acendeu a luz do corredor.


—  Opa! — Simon repetiu, agarrando-se às pernas de Mac. Calmo agora, ele olhava para cima a fim de ver o que todos iriam fazer.


—  O que houve, afinal? — Mac quis saber.


—  As crianças acordaram e... — Paris queria ter certeza de que seu robe, que chegava até os joelhos, a cobria decentemente.


—  Nós queremos dormir com vocês — disse Elly a Paris. — Eu e Simon.


—  Entendi que você, Elly, queria dormir comigo.


—  Queria. Nós dois queríamos. Não queríamos, Si­mon? Elly e Simon querem dormir com vocês.


—  Dormir — Simon confirmou, e pôs o dedo na boca.


—  Vocês podem dormir com seu tio Mac ou comigo, não com os dois — ela disse, lembrando-se do hábito de Elly de falar sobre si na terceira pessoa.


—  Com tio Mac e com Pris — Elly repetiu, contente pelo fato de os adultos terem enfim entendido. — Vamos.


Os quatro na mesma cama? Paris arregalou os olhos. Virando-se para Elly, disse:


— Não, Elly, não podemos fazer isso...


— Por que não? — Mac interrompeu-a.


Alarmada, Paris insistiu:


—  Porque não podemos. Seria... seria estabelecer um precedente terrível.


—  Significaria que todos nós poderíamos dormir um pouco — ele explicou seu ponto de vista.


—  Não! — Paris protestou, horrorizada. — Seria bem melhor eu levar as crianças para minha cama, e dormirmos no meu quarto.


—  O que vocês acham? — Mac perguntou aos so­brinhos. — Querem dormir com Paris?


—  Não — Elly respondeu com firmeza. — Pris e Mac e Elly e Simon.


—  Faz sentido para mim — Mac já começava a bo­cejar. — Venham. Há lugar para todos comigo.


Foram para o quarto dele, o único que Paris ainda não conhecia. Na verdade, haveria lugar para todos. A cama era enorme, os travesseiros fofos, e um acol­choado cor de vinho tinha sido jogado no chão na pressa de Mac ir ver quem estava a sua porta.


Com espaço ou sem espaço, Paris ainda não aceitava fazer isso.


—  Não acho que seja uma boa idéia — disse.


—  Tenho passado noites em claro por causa deles — Mac informou. — Agora é minha oportunidade de dormir, e não vou desistir disso. Os dois não queriam dormir comigo aqui e tive de dormir no chão no quarto deles. Tenho dor nas costas e jurei que dormiria em minha cama esta noite, custasse o que custasse. Agora, desista de suas objeções, Paris, e não tema por sua castidade. Vá para a cama.


Paris ia protestar, mas viu o rosto preocupado de Elly. Sentindo-se culpada, achou que estava tornando as coisas mais difíceis do que na realidade eram. En­fim, respondeu com humildade:


— Tudo bem. Vou só apagar a luz de meu quarto.


Ela colocou Elly no meio da cama, onde Mac já havia posto Simon. Foi ao próprio quarto, apagou a luz e fechou bem o robe, fazendo-o chegar o mais perto pos­sível do queixo.


O que estava pensando? Não poderia dormir na mes­ma cama de um homem que conhecera naquele dia! Era loucura! Algo inimaginável. Errado.


Não dormira com nenhum homem desde a morte de Keith, ou com nenhum homem que não fosse Keith. E não queria ficar tão perto de Mac. Sentia-se vulnerável. Resolveu mais uma vez tentar fazer Mac mudar de idéia, mas quando ouviu os soluços de Elly chamando-a, per­cebeu que tinha de fazer o que fora combinado.


Entrou no quarto de Mac com relutância. Viu logo as duas crianças no centro da cama e Elly olhando para a porta, aguardando-a.


— Venha, Pris. Entre embaixo das cobertas.


Mac estava em pé ao lado da cama, e fitava-a in­tensamente. Seus olhos viajaram dos cabelos aos joe­lhos de Paris.


— Sim — disse. — Entre embaixo das cobertas e vamos dormir.


Paris não respondeu, mas ergueu a cabeça e ficou grata pelo fato de Mac estar usando cueca. Resolveu ficar de roupão.


Deitou-se na cama mas não conseguiu relaxar. Mac apagou a luz e deitou-se. O colchão afundou e tornou a voltar à posição anterior. O silêncio foi absoluto.


Elly estava um pouco agitada e Paris abraçou-a. Depois tentou alcançar Simon para confortá-lo. Mas em vez da pele suave do bebê ou do volume de uma fralda, encontrou o dorso peludo da mão de Mac, que ele colocara sobre Simon.


Afastou-se depressa, e ouviu-o dizer, irritado:


— Relaxe, Paris. Está segura aqui.


Por mais estranho que isso pudesse ser, ela acredi­tou em Mac.



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Autor(a): fanofbooks

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • nataliacphotmail.com Postado em 28/12/2012 - 20:41:52

    Pode deixar k Paris ta começando a mudar o Mac!

  • nataliacphotmail.com Postado em 27/12/2012 - 23:08:49

    Vamos lá, quero saber quem vai atrapalhar o casal, correção, a família.

  • nataliacphotmail.com Postado em 26/12/2012 - 21:10:32

    Elly <3 kk Mas o Mac é esperto se aproveitou que a sobrinha pediu pra ele dar um simples abraço nela e já tascou um beijão em Paris kk

  • nataliacphotmail.com Postado em 26/12/2012 - 02:06:41

    Tadinha! Afff Mac :/

  • nataliacphotmail.com Postado em 25/12/2012 - 22:32:58

    Posta maaais, pff porque será que Mac se incomodou tanto pelo fato de ela ter ido lá? hmm curiooosa


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