Fanfics Brasil - 7 Aprendendo a ser pai! - Patrícia Knoll

Fanfic: Aprendendo a ser pai! - Patrícia Knoll | Tema: livro original


Capítulo: 7

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CAPÍTULO VII


 


Mac equilibrava-se sobre o beiral de uma viga do telhado e inclinava o corpo para a frente a fim de pregar um compensado que instalava no telhado. Em alguns dias terminariam o serviço, ele pensou com satisfação enquanto se balan­çava calmamente. Colocou o martelo na alça do cinto de ferramentas, depois caminhou pela viga até a es­cada que usara para subir. Antes de descer, parou a fim de admirar a vista do oceano.


Aquele era o lugar perfeito para uma casa, um dos locais pouco habitados ao longo da costa. O proprie­tário, um artista de Los Angeles, comprara lotes de ambos os lados da casa para garantir sua privacidade, e pagara caro por eles. A casa fora construída com proteção contra terremotos e o melhor material exis­tente, embora Mac não concordasse com o projeto. Ti­vesse sido ele o arquiteto, tentaria convencer o pro­prietário a fazer um mirante com vista para o mar, no lugar onde estavam as janelas. Contudo, Mac ouvira falar, e achou um tanto irônico, que o ator, famoso por suas acrobacias, tinha pavor de altura. Sem dúvida sentia-se mais seguro com uma série de janelas entre si e a beirada do rochedo.


Mas ele não era o arquiteto, lembrou-se, continuan­do a descer a escada. Não passava de um carpinteiro executando seu serviço, graças ao velho amigo Jeff Gál­io, o construtor, que o pusera a cargo do trabalho dando-lhe assim oportunidade de refazer sua reputação. Fora uma estranha virada da sorte porque, um dia, haviam sido iguais. E seriam iguais de novo. Enquanto isso não acontecia, Mac estava grato pela chance, e pela fé que Jeff depositara nele. A construção ia muito bem, e os homens trabalhavam rapidamente com a liderança de Mac e na esperança do bônus que o pro­prietário lhes prometera se a obra terminasse na data combinada.


Mac sorria. Era o dinheiro que falava. Isso ele sabia melhor do que qualquer um. Dessa vez, seria em seu benefício.


Ele sentia o cansaço prazeroso que o trabalho da manhã lhe trouxera. Sentia pena da pessoa que tra­balhava entre quatro paredes num dia como aquele. Na verdade, sentia pena de qualquer indivíduo que não era seu próprio patrão. Incluindo-se, claro. Porém essa situação mudaria logo e ele enviaria serviço para Jeff em vez de ser contratado por seu velho amigo. Pagaria suas dívidas e compraria alguns móveis para a casa. Paris ficaria contente.


Surpreso, parou de sonhar. Quando foi que começara a pensar em termos de agradar Paris? Franziu a testa. Oh, sim, lembrava-se. Começara a desejar agradá-la logo depois de ter se comportado como um idiota. Não fora o beijo, não. Fora um erro de julgamento. Comportara-se como um tonto quando correra e se escon­dera dela. Incrível. Nunca fugira de um desafio em sua vida, mas aquela mulher de boca tentadora e pe­dindo com o olhar que lhe tocasse os cabelos, o assustara, fazendo-o fugir da própria casa num esforço para evitá-la.


Quem imaginaria que o brilhante filho do sr. e da sra. Weston pudesse se transformar num covarde?


Desgostoso consigo mesmo, Mac afastou esses pen­samentos e concentrou-se num problema mais imedia­to. Fome. Tinha de ir a Alban comprar alguma coisa para comer, e estaria faminto antes de chegar lá.


"Teimoso", murmurou para si mesmo ao encostar os pés no solo. "Idiota e teimoso". Devia ter pegado o almoço que Paris preparara para ele com todo o cui­dado, característico de tudo o que ela fazia. E sentiu-se como um tolo por ter querido despedi-la.


Sentiu-se ainda mais tolo por a ter beijado. Por qual­quer razão que não conseguiria explicar, achou que, pegar o almoço que Paris lhe fizera, pareceria estar tirando vantagem dela, numa espécie de negócio: beije-me hoje, faça meu almoço amanhã.


O que, naturalmente, não tinha sentido. Com um gesto de impaciência Mac tirou o cinto de ferramentas da cintura e colocou-o sobre o cavalete de serraria co­berto de tábuas, que os homens usavam como mesa de trabalho.


Ao lado dele, Grey Taggart punha lá o próprio cinto dando um longo assobio.


— Por Deus, o que você acha que é aquilo? E o que faz ela ali? Procura algum endereço, talvez.


Mac ergueu a cabeça esperando ver uma garota de biquini atravessando o local da construção para chegar ao caminho público que descia pelo rochedo até a praia.


Em vez disso, enxergou Paris em pé ao lado do carro dela, protegendo a vista do sol enquanto olhava para cima. O vento brincava com seus cabelos louro-avermelhados, obrigando-a a afastá-los do rosto com ambas as mãos. Usava uma blusa abóbora e uma de suas saias longas estampada com folhas de outono. A brisa colava suas roupas ao corpo delineando-lhe os seios e as longas e ágeis pernas. Grey fitou-o e disse:


— Linda, não? A paisagem melhorou muito por aqui.


Mac, os olhos fixos em Paris, teve dificuldade em falar, mas enfim balbuciou, num tom de ameaça:


— Grey!


—  Esqueça, amigo. Eu a vi antes. E acho que ela gostou do que viu. Acenou para mim. — Depressa, ele tirou o boné de beisebol da cabeça, arrumou os cabelos, e recolocou o boné. Enrolou as mangas da camisa para exibir os músculos. — Acha que hoje é meu dia de sorte?


—  Só se ela for cega — Mac resmungou. — Ou ficou louca.


O que estaria Paris fazendo lá?, Mac se perguntou. Algo errado em casa? Onde estão as crianças?


Não precisou se perguntar uma segunda vez, porque Paris abria a porta do carro e começava a desafivelar cintos de segurança. Elly correu para o tio o mais de­pressa que pôde, com suas perninhas gordas e curtas, os braços estendidos, gritando de alegria o tempo todo.


—  Mac? — Grey perguntou, fitando o amigo com ar desconfiado. — Você andou fazendo alguma coisa que nós não sabemos?


—  Provavelmente — Mac respondeu, depois gemeu quando Elly foi de encontro a seus joelhos. Pegou-a no colo, ela logo enlaçou-lhe o pescoço e apertou-o.


—  Vamos fazer um piquenique! — Elly gritou nos ouvidos dele, quase deixando-o surdo. — Trouxemos sanduíches, suco, e Pris fez biscoitos. Têm um cheiro delicioso.


Simon se aproximou e segurou nos braços do tio para ser carregado também. Mac viu Paris tirar do carro um cobertor e um grande saco de papel. Depois de trancar as portas e guardar as chaves no bolso foi ao encontro de Mac. Continuava segurando os cabelos para poder enxergar por onde caminhava.


O vento ergueu-lhe a saia expondo-lhe as pernas bem acima dos joelhos.


— Dai-me forças, meu Deus — Grey sussurrou. — Eu gostaria de saber que homem deixaria escapar uma mulher dessas. Olhe só que pernas!


Mas não ouse, Mac pensou, e logo surpreendeu-se com sua atitude possessiva. Aí, em vez de seguir seu instinto e agredir Grey, franziu a testa.


—  Por que não trouxe um casaco? — ele perguntou assim que Paris chegou mais perto. Um longo casaco até os pés e fechado até o pescoço, no estilo militar.


—  Um casaco? Não faz menos que vinte graus aqui, Mac. Por que um casaco?


Ele não poderia responder sem parecer um idiota. Ficou de boca fechada.


— Oh, quer dizer que se conhecem, hein? — Grey perguntou, aproximando-se com um sorriso nos lábios. — Achei que havia sido a personalidade de Mac que atraíra as crianças.


Sentindo-se forçado a uma apresentação, Mac disse:


— São minha sobrinha e meu sobrinho, Elly e Simon White, e a babá deles, Paris Barbour.


Paris sorriu e Grey tomou-lhe a mão e beijou-a. Mac considerou aquela atitude um tanto grotesca em um homem com a aparência dele, e em roupa de trabalho. Paris corou até a raiz dos cabelos.


— Uma babá, hein? — Grey perguntou. — Parece-me um emprego fascinante. Será que esse senhor de escravos dará uma noite livre para você me contar como é sua vida? Acredite-me, trabalho com ele por muito tempo e sei como ele pode ser duro. Que tal sexta à noite?


— Ela precisa trabalhar — Mac resmungou, colo­cando as crianças no chão para poder puxar a mão de Paris que Grey mantinha cativa. — Você tinha cola de carpinteiro nos dedos?


Paris fitou-o espantada, duvidando da sanidade mental de Mac por ter sido tão grosseiro com o amigo. Porém Grey deu uma gargalhada.


—  Dê algumas horas de divertimento para a moça — Grey insistia. — Garanto que ela não teve nem um minuto de folga depois que começou a trabalhar para você.


—  Por que não almoça e vai terminar com a moldura das janelas da ala sul?


—  Certo, chefe — Grey disse, sorriu para as crianças e acrescentou: — Quer dizer que esses são os filhos de Sheila, não?


—  Sim. — Mac lembrou-se de que Grey a conhecera na escola.


— Dê lembranças minhas a ela quando a vir. — Com um sorriso para Paris, acrescentou: — Não se esqueça de meu convite, srta. Barbour. Telefonarei e marcarei a data.


Nem por sombra, Mac pensou ferozmente. O corado quase sumira do rosto de Paris mas o flerte de Grey deixara nos olhos dela um brilho que Mac nunca tinha visto antes, nem mesmo quando a beijara.


Talvez devesse beijá-la de novo, Mac admitiu. Só queria ver se conseguia fazer aqueles olhos brilharem assim para ele.


E quantas vezes um homem poderia agir com tanta idiotice no espaço de cinco minutos?, Mac se questionou.


Ele acomodou melhor as crianças nos braços e disse a Paris:


— O que faz você aqui? Aconteceu alguma coisa?


Paris levantou a cabeça e explicou:


— Você esqueceu o almoço na geladeira, por isso nós o trouxemos. Trouxe alguma coisa para nós tam­bém, e vamos fazer um piquenique na praia. As crian­ças gostariam de comer com você.


Em outras palavras, ela não se importava se ele queria ou não. E Mac decidiu que era exatamente o que desejava fazer. Qual era a vantagem de ter uma família, mesmo uma família temporária, se não podia matar uma hora de trabalho para usufruir algum tem­po com ela?


—   Nada me faria mais feliz — ele disse, divertindo-se com a expressão de surpresa de Paris.


—   Tudo bem então — declarou ela, recuperando-se logo da surpresa. Seus olhos brilhavam de prazer. — Vamos descer até a praia. Trouxe um cobertor e seu almoço.


—   Obrigado. Esqueci mesmo — ele mentiu.


—   Há por lá um lugar sombrio onde podemos es­tender o cobertor? — Paris indagou.


—   Penso que há um bem abaixo do rochedo, fora dos raios diretos do sol. — Pegou Simon no colo e segurando Elly pela mão, ele tomou um caminho tor­tuoso que ia até a praia. — Vamos — ordenou.


Paris ficou um pouco atrás apreciando-o carregar Simon e guiar os passos inseguros de Elly. O momen­tâneo nervosismo que sentira sobre aparecer de sur­presa no local de trabalho de Mac, sumira, ficando apenas o incômodo quanto ao modo como ele inter­rompera o insignificante flerte de seu amigo.


Paris sabia que não tinha nada a ver com sentido de propriedade, mesmo se considerando o beijo que compartilharam. Teria Mac medo de que, caso se in­teressasse por um homem, ela passaria muito tempo com esse homem em vez de trabalhar?


E lembrar-se de que ele pensara em despedi-la na véspera!


Paris sacudiu os ombros e apressou-se em juntar-se ao grupo. Desistira de tentar de adivinhar o pensa­mento de Mac.


No fim da estreita via, Mac virou à direita e entrou na praia rochosa, inclinando a cabeça para ouvir o que Elly falava. A indiferença que no início demons­trara pelos sobrinhos sumira. Era tocante ver com que cuidado os acompanhava.


Estaria Mac percebendo como mudara?, Paris se per­guntava. Quanto as crianças haviam mudado? Como se sentiam seguras com ele? Esperava que sim. Elly e Simon mereciam se sentir seguros. Ao pensar nessa segurança lembrou-se de Sheila.


Tão logo Mac encontrou o lugar que procurava, pôs Simon no chão e os quatro começaram a andar pela praia. Paris viu uma pequena extensão de areia fofa e estendeu o cobertor. Tirou as sandálias e ajoelhou-se para arrumar o almoço. Enquanto se ocupava, contou a Mac sobre o telefonema de Sheila.


— O que você acha que isso significa? — ela perguntou.


— Não sei — Mac respondeu, enquanto observava as crianças indo até a beira da água. — Acho que provavelmente ela telefonou para saber dos filhos, para fingir interesse, e não por verdadeira preocupação.


—  Foi a impressão que tive — Paris comentou. — Como se telefonar para saber dos filhos fosse algo que ela ouvira dizer que era uma obrigação de mãe.


—  Sim, provavelmente tudo isso estava atrás desse telefonema, mas...


—  Mas o quê? — Paris interrompeu-o.


—  O que me incomoda é que não me lembro de a ter visto preocupada com eles — disse Mac. Com cui­dado, ele observava Elly e Simon chegando perto das ondas. Rindo, Elly pulou para trás, puxando o irmão­zinho consigo.


Paris sentia-se feliz pelo fato de Mac ter se aberto com ela em relação a Sheila como mãe, mas infeliz ao mesmo tempo pelo desaponto dele em relação à irmã. Paris riu ao ver Mac ir para perto das crianças, pronto a agarrá-las caso ficassem muito perto das ondas. Tal­vez Sheila nunca desenvolvera esse tipo de entendi­mento de que necessitava para ser mãe, mas com um pouco de esforço e prática esse entendimento crescera em Mac.


—  Porém devo confessar que não estive muito perto de Sheila o tempo todo — Mac continuou com o as­sunto. — Achei que Sheila não gostaria que o irmão mais velho interferisse em sua vida. — Ele riu, mas um riso sem alegria. — Acho que ela teve bastante dessa interferência quando menina.


—  Quantos anos você é mais velho que ela? — Paris perguntou.


—  Dez anos. Nossos pais já entravam na meia-idade quando Sheila nasceu, e não tiveram com ela a mesma energia que tiveram comigo. Sei que nossos pais a ama­vam, mas Sheila era peso demais para pessoas já um tanto idosas, e ela não teve muito bom exemplo de como pais deveriam agir. Talvez por isso seja assim.


Ou quem sabe Sheila seja egoísta e não possa encontrar tempo para os filhos em sua vida.


Paris ficou com lágrimas nos olhos. Pôs a mão na testa de Mac e disse:


Você está dando parte de seu tempo para eles, Mac. E isso é o que importa agora.


Mac olhou para a mão de Paris e os olhos de ambos se encontraram.


—  Será? Às vezes me pergunto se estou agindo certo com eles. Afinal, eu fui o único modelo de adulto jovem que Sheila teve em sua vida, e veja no que deu.


—  Minha mãe tinha mais de quarenta anos e meu pai cinquenta e um quando eu nasci.


—  Você deu enorme trabalho a eles?


—  Não, sempre fui uma menina quieta, dócil. Mac arregalou os olhos de tanto espanto.


—  E quando mudou?


Paris engoliu a tentação de lhe dizer que fora no dia em que se conheceram.


—  Você quer dizer, quando fiquei mandona e metida?


—  Isso. — Ele sorriu.


— Recentemente. — Paris não quis entrar em de­talhes sobre seu casamento, e Mac percebeu a hesita­ção. Foi para perto de Elly e Simon, na água.


Ajudou-os a tirar os sapatos para que pudessem en­trar livremente no mar e logo também fez o mesmo. Enrolou a calça até os joelhos e pulou as ondas com os dois, erguendo-os quando as ondas eram fortes demais.


Encantada, Paris observava os três, consciente da sensação de paz que se instalara dentro dela. Mac, sabendo ou não, havia mudado. Mesmo que cuidar de Elly e Simon fosse uma tarefa temporária, sua vida havia sido permanentemente alterada pelas crianças.


Ela também mudara, Paris deu-se conta com certa surpresa. Na realidade, sentia-se feliz pela primeira vez em mais de um ano e essa felicidade tinha um sabor todo especial.


Vendo que Mac, Elly e Simon observavam alguma coisa na beirada da água, foi ao encontro deles.


—  O que acharam? — perguntou.


—  Um caranguejo — Elly respondeu, os olhos bri­lhando, enquanto o pequeno crustáceo fugia pela areia.


— Mas ele não se parece com tio Mac.


Paris sorriu e Mac fitou-a, intrigado.


— Você achou que ele devia se parecer com tio Mac? — Paris perguntou, lançando um olhar de esguelha a Mac.


—  Bem, minha mamãe disse que às vezes tio Mac parecia um caranguejo.


—  Tenho certeza de que sua mamãe estava brin­cando, Elly.


—  Oh, não, não mesmo! — insistia Elly, sacudindo a cabeça vigorosamente. — Ela disse que tio Mac era mandão como um caranguejo. Ela disse, não foi, Si­mon? — Elly pediu o testemunho do irmão que estava ocupado acompanhando o caranguejo.


—  Tenho certeza de que sua mamãe sabia o que falava, Elly. Afinal, ela conhecia seu tio Mac havia muito mais tempo do que qualquer um de nós — Paris comentou.


—  Você não pode nadar tão bem como um caran­guejo, tio Mac? — Elly lhe perguntou.


—  Ora, posso nadar muito melhor — Mac respondeu, mas com os olhos perigosamente fixos em Paris. — Eu gostaria mesmo é de saber se Paris nada bem. Que tal descobrirmos agora?


—   Como?


—   Sei que você foi criada num quase deserto, mas acredito que havia piscinas lá. Garanto que sabe nadar.


—   Oh, não — ela respondeu mas olhando ao redor para ver se havia possibilidade de escapar. — Não nado. Não havia piscinas em Hadley, apenas canais de irrigação. E é difícil nadar num canal de irrigação.


—   Que acha se nós a jogarmos no Oceano Pacífico?


—   Não! Exatamente o que eu disse foi que não sabia nadar.


—   Não acredito. Quero testar agora.


Paris pôs-se a correr. Sentiu que lhe seguravam a saia e teve certeza de que era Mac. Ela correu mais depressa, mas como não queria deixar as crianças so­zinhas na beirada da água parou abruptamente e to­mou a direção oposta. Mac passou por ela e parou com um resmungo quando viu que Paris o tapeara. Rindo, Paris correu mais depressa ainda.


Ao olhar para a frente, viu que não precisava se preocupar com as crianças. Elly pulava as ondas en­quanto os dois adultos corriam na praia. Simon tentava imitar a irmã e gargalhava.


Mais uma vez Paris sentiu qualquer coisa nas costas. Mac segurava-a pelo ombro fazendo-a parar. Depois girou-a para que o fitasse.


— Um caranguejo... hein? — ele perguntou, ofegan­te. — Paris, você precisa aprender que não é boa idéia insultar seu empregador.


—   Eu sei. Ele pode tentar me demitir — Paris caçoou.


—   E de repente é capaz que tenha sucesso.


—   Não! Ele sempre ouve a voz da razão depois de algum tempo. Além disso, eu tenho uma vantagem.


Mac pegou uma mecha de cabelos dela e usou-a para segurá-la a fim de a forçar a fitá-lo. Baixou a vista para os lábios de Paris e voltou para os olhos.


— E qual é essa vantagem? — ele perguntou.


Paris gostava daquele aspecto romântico de Mac.


Adorava o modo como ele devia ter sido antes de as circunstâncias mudarem sua vida, tornando-o duro.


—  Eles — Paris disse, apontando para Elly e Simon no momento em que os dois agarravam as pernas do tio, fazendo-o perder o equilíbrio. Para se conservar de pé, Mac segurou-se em Paris que passou o braço pela cintura dele.


—  Acho que você tem mesmo essa vantagem. — Mac roçou os lábios nos dela.


—  Tio Mac, por que você corria atrás de Pris? — Elly quis saber.


—  Porque ela estava tentando fugir.


—  Nós não queremos que ela vá embora.


— Não, nós não queremos — ele concordou.


Uma onda de calor varreu o corpo de Paris, trazendo incrível alegria por estar lá com aquelas crianças e com aquele homem. Era o que sempre desejara, o que esperara ter com Keith mas que nunca obtivera.


—  Agora, dê um beijo em mim e em Simon, Pris — Elly pediu.


—  Pois não, madame! — Paris beijou os dois e Mac imitou-a.


Depois, ele olhou para a sobrinha e perguntou:


— Acha que eu devo beijar Paris também?


Paris ficou estarrecida, lembrando-se do beijo da co­zinha. Mac não ousaria repetir a mesma coisa na frente das crianças, ousaria?


— Não! — Elly disse.


—  Não?! — Simon repetiu, embora Paris duvidasse que ele houvesse entendido o que estava acontecendo.


—  Tem certeza de que não devo beijar Paris? — Mac perguntou a Elly, mas sem tirar os olhos de Paris.


—  Tenho — Elly insistiu.


—  Por que não devo beijá-la? — Mac parecia estar questionando Paris. Quer me beijar?, ele parecia dizer.


Paris quis falar sim, mas sua garganta fechou-se.


— Porque leva muito tempo — Elly explicou, num tom de voz de sofrimento. — Vi na tevê. Pessoas gran­des beijam, beijam e beijam, enquanto eu e Simon temos de esperar esperar, e esperar.


Os dois adultos caíram na gargalhada, quebrando assim a tensão existente entre eles.


—  Pensei que você estivesse fiscalizando os progra­mas de tevê que eles assistem — comentou Mac.


—  Alto lá! — Paris ergueu a mão. — É claro que fiscalizo. Ela provavelmente viu uma propaganda de pasta de dente.


—  Boa desculpa — Mac resmungou, mas Paris en­xergou sorriso nos olhos dele.


Paris tirou Simon dos braços de Mac e os quatro voltaram para o lugar do piquenique.


—  Estou gostando muito deste passeio — Elly declarou.


—  Sim, é muito bom — Mac concordou.


—  Precisamos fazer mais piqueniques — disse Elly, lançando depois um olhar de esguelha para o tio. — Seria bom um piquenique no parque.


Mac olhou da menina para Paris, que sacudiu os ombros, inocentemente.


— Talvez façam isso — ele cedeu. — Mas só se eu for com vocês.


— É o que sempre quisemos, tio Mac — comentou Elly, dando um suspiro. — Que você fosse conosco.


Eu também, Paris pensou, enquanto caminhavam pela praia pedregosa. Apesar do sol quente, ela tremeu à veracidade da afirmação de Elly. Paris queria Mac com ela, queria que Mac fosse dela.


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Autor(a): fanofbooks

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • nataliacphotmail.com Postado em 28/12/2012 - 20:41:52

    Pode deixar k Paris ta começando a mudar o Mac!

  • nataliacphotmail.com Postado em 27/12/2012 - 23:08:49

    Vamos lá, quero saber quem vai atrapalhar o casal, correção, a família.

  • nataliacphotmail.com Postado em 26/12/2012 - 21:10:32

    Elly <3 kk Mas o Mac é esperto se aproveitou que a sobrinha pediu pra ele dar um simples abraço nela e já tascou um beijão em Paris kk

  • nataliacphotmail.com Postado em 26/12/2012 - 02:06:41

    Tadinha! Afff Mac :/

  • nataliacphotmail.com Postado em 25/12/2012 - 22:32:58

    Posta maaais, pff porque será que Mac se incomodou tanto pelo fato de ela ter ido lá? hmm curiooosa


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