Fanfic: A Escolhida (Laliter - Finalizada) | Tema: (Laliter)

Quando percebeu o que estava fazendo, soltou-se dele. Pediu para que saísse, para que assim, pudesse concluir o show. Ele saiu envergonhado, todos o encaravam. Afinal, quanta coragem? Riam e divertiam-se. As crianças deram-se as mãos e Laly no meio delas foi presenteada com flores. Estavam contentes e felizes pelas apresentações. 

Belén: O que você pensa que fez? Está louco? Só pode! Mais uma vez, mais uma vez você me fez pagar de otária para todo mundo. - não mediu a tonalidade da voz. Olhares em cima deles. 

Juan Pedro: Por favor, não faça escândalo aqui, por favor! - tentou acalmá-la. Ela respirou fundo. 

Belén: Só não faço nada na frente de todos, para depois não sair de única culpada nessa história. Você foi avisado e não seguiu o que prometeu, sinto muito mas, sofrerá as consequências.

Quis segui-la, não pode. Ela estava furiosa. Corria para a salinha que Laly e as crianças usaram para se arrumar. Esperou que todos saíssem, escondeu-se. Viu Peter indo até Mariana pedindo se estava tudo bem e dizendo que esperava ela em dez minutos no pátio. O sorriso resplandecente no rosto da rival só fez com que sua raiva aumentasse. Quando o menino saiu, Belén adentrou.

Belén: Que lindo! - batia palmas, cínica. - Quer dizer, que os pombinhos realmente acharam que iria ficar tudo bem depois do que aconteceu hoje? - franziu o cenho. 

Mariana: O que você está fazendo aqui? - protegeu Liza, colocando-a atrás de si. 

Belén: Vim te parabenizar, teu teatrinho deu certo. Muito bem... - elevou o tom da voz -, você conseguiu querida Mariana, conseguiu conquistá-los novamente. Mas, não será tão fácil assim, já que eu estou no fogo, quero me queimar e se possível levá-la junto! - o olhar desafiador dela, empregava-lhe medo, principalmente no que diz respeito á sua pequena. - Você é claro, tem uma escolha! - riu. - Ou ela ou Peter. - enfatizou. - Tão simples, não é? 

Mariana: Você não pode me pedir pra escolher entre eles. - olhou-a perplexa.

Belén: Eu já estou pedindo! - enfrentou-a. Laly engoliu seco. 

Mariana: Você só está me ameaçando, não fará nada. - falou em um fio de voz. 

Belén: Não brinque comigo. - aproximou-se. - Você entendeu bem? Não sabe do que eu sou capaz,não mesmo!

Mariana: Está bem, eu opto por...

Não poderia correr o risco. Pela porta dos fundos correu até o carro. Foi para casa. Trancou-se no quarto, juntamente com Liza. 

Mariana: Meu amor, preciso que faça uma coisa para mim. - ela não parecia compreender muito bem, então resolveu aderir ao jogo de palavras. Ela entendia melhor daquela maneira. Demorou para que a passagem da mensagem fosse captada regularmente. Enfim, compreendeu, na noite seguinte pouco antes da meia noite, teria de entregar para Cande uma caixa, onde estarião as cartas. Onde estaria a explicação.

Noite fria. Ventania. Horas que tardavam, horas que maltratavam. Olhos atentos, madrugada que depois de tanta relutância passou. Oito horas, fora fazer o café, tomou-o com a família, tentando parecer o mais natural possível. Não atendera o celular naquela manhã. Prometera a Belén que depois daquela noite sumiria, porque na verdade sabia que aquilo realmente iria acontecer. 

As horas foram passando, rápido demais. Zayon ao lado dela desde a madrugada, não desgrudava. Tentava passar o máximo de energia para ela, mas também sentia-se exausto. Ajudou a mãe, depois as primas. 

Sete horas da noite, o dia voara. Dali a pouco tempo chegariam os últimos convidados. Foi aprontar-se, pouco adiantaria. Explicou mais uma vez para Liza o que precisava fazer, por via das dúvidas pediu para que Carmen ficasse de olho na menina, para que fizesse tudo certinho. Carmen era sua prima mais nova, tinha nove anos e era de uma esperteza descomunal. 

A dor oscilava. De repente tonteava, cambaleava quase caía. Apoiava-se em qualquer lugar. Tortura! Morte que parecia nunca mais acabar. Dor no peito e na cabeça e lá, lá dentro do coração. Cande, Vico e os demais amigos já estavam lá. Resolveram que passariam aquela noite juntos e o dia de natal com suas família ou no enterro da menina. Quem sabia? Ela, somente ela!

Onze horas. Olhar cansado. Corpo trêmulo, fraco, sem reação. Subiu as escadas, eles já comemoravam, ela avisara que precisaria colocar outra roupa. Foi. Subiu as escadas com dificuldade, chorava, morria aos poucos e Zayon apoiava-a, triste, choroso. Peter não estava lá. Então, chegou ao quarto, trancou a porta, caiu na cama. Esmoreceu. Olhos fechados, desistência. 

Onze e meia. Luz apagada, flor murchada, corpo acabado, alma inexistente.