Fanfics Brasil - 9 O Magnata Grego - Kim Lawrence

Fanfic: O Magnata Grego - Kim Lawrence | Tema: livro original, hot


Capítulo: 9

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CAPÍTULO NOVE


 


 


A despeito do fato do corpo estar doendo de exaustão, Katie não conseguiu dormir logo. Nem Nik, ao que pareceu. Quando se revirou, Katie avistou o facho de luz sob a porta e, talvez fosse a sua imaginação hiperativa, mas pensou ter ouvido os passos leves dele marchando pelo aposento.


Em seguida, contudo, Katie deve ter adormecido, e quando despertou mais tarde, a luz sumira e o quarto achava-se numa escuridão total. Não conseguiu lembrar sobre o que sonhou, mas assim que despertou, o que quer que houvesse sido a deixou com uma sensação nebulosa de pavor. Naquele ambiente estranho, custaram-lhe várias tentativas desajeitadas até encontrar o interruptor do abajur de cabeceira.


Apesar do estado desordenado da própria mesa-de-cabeceira em casa, o tampo atravancado com porta-retratos da família, Katie podia localizar o interruptor de luz de olhos fechados. De fato, freqüentemente o fazia.


Um sorriso comovido curvou-lhe os lábios na medida em que os devaneios sonolentos divagaram até as bem-amadas fotos de família, nenhuma das quais ganharia um prêmio pela composição ou técnica, mas cada uma representava um precioso fragmento de memória... Aquela com Peter encharcado até os ossos, porém sorrindo depois de levar um tombo no lago em cuja margem fizeram um piquenique. Uma das suas favoritas era a mãe, que se julgava nada fotogênica, mostrando-se linda enquanto segurava no alto o bolo de aniversário dos gêmeos sendo incinerado pelas velas... incinerado. O som do bloqueio mental na cabeça esmigalhada de Katie era ensurdecedor.


— Oh, o que eu vou fazer? Todos se foram! Tudo! — bramiu em voz alta, conforme o horror absoluto da perda chegou estraçalhando por cima dela.


As fotos se foram... tudo o mais se foi. Não restava nada... nem uma única recordação da mãe, pai ou irmão. Devia saber disso desde o início, mas um mecanismo protetor que entrou em ação impediu-a de reconhecer isso, até agora.


Com os ombros retesados, virou de volta e enterrou a face no travesseiro. Encolhida numa bola fetal de miséria sob a manta, Katie começou a soluçar sem restrição pelo que perdera no incêndio.


Estava tão imersa nessa orgia de miséria que não ouviu a batida na porta contígua e permaneceu alheia ao som de uma voz preocupada, hesitante chamando o seu nome. Nem mesmo estava consciente da figura alta inclinando-se sobre a cabeceira da cama. A mão no seu ombro foi a primeira coisa que notou da presença de Nik.


— O que há de errado? — Nik esquadrinhou o cabelo desalinhado quando recebeu outro lamento como resposta. — Fale comigo! — exigiu, sacudindo-a de leve.


Se Katie não tivesse outras coisas em mente, notaria de imediato que o sotaque soava perceptivelmente mais forte, e que o ar de comando caiu consideravelmente pelas tabelas, mas ela tinha outras coisas em mente.


Com uma das mãos agarrando ainda mais forte o travesseiro no qual enterrou o rosto, Katie usou a outra para acenar para fora. Ela não fez contato.


— Não há nada errado. Vá embora! — As palavras emergiram indistintamente através do travesseiro, e da contrição dolorida na garganta dela.


— Claramente não há nada errado. — Observou Nik ironicamente. De olhos aguçados, examinou suas opções... então, dando largas a uma imprecação gutural em grego, revirou a figura recurvada na cama para cima. Katie não mudou a posição, manteve os joelhos dobrados sobre o peito e o queixo afundado neles.


— Sem dúvida, esse desdém animado está fazendo você chorar como se o coração estivesse partido — disse mordazmente, enquanto procedia de modo a separá-la do travesseiro. -Você parece um filhote de porco-espinho, sem os espinhos — ou pensando melhor, cancele o sem.


— Pelo menos eu tenho um coração! — exclamou. — Você apenas poderia ir embora e me deixar sozinha... por favor. -Katie acrescentou angustiada.


Frustrado, Nik passou uma das mãos pela face insinuante, a qual foi liberalmente salpicada com uma tênue camada de resquícios sombrios.


— Não seja ridícula, não posso deixar você assim — disse-lhe implacavelmente. — Você está doente?


— Vá embora!


— Você precisa de um médico? É isso? Preciso dizer a ele o que está errado. Sente dores? Está doendo?


— Só quando eu respiro.


— O peito dói? -Não.


Nik soltou um suspiro tenso.


— Vou chamar o médico. Eu não vou demorar. Alarmada pela idéia de intervenção médica, Katie levantou um braço da frente dos olhos, e fuzilou Nik através de olhos rasos d`água.


— Não ouse chamar um médico! — irrompeu ela.


— Isso — aprovou Nik — é melhor. — Quase acidentalmente, Nik prendeu um pulso contra o travesseiro e então, após uma contenda irrisória, fez o mesmo com o outro.


A cabeça de Katie agitava-se enfurecidamente de um lado para o outro, antes que concentrasse a ira no rosto diabolicamente belo do homem posicionado diante dela. Foi a primeira vez que registrou o que vestia, ou melhor, nada!


Katie dormiu nua porque não teve outra opção. Obviamente, Nik fez o mesmo por falta de escolha, porque claramente não tinha um fiapo por baixo do robe. O que não teria importado tanto caso fosse um roupão felpudo de hotel o que vestia, e não uns panos pretos escorregadio, amarrados de um modo terrivelmente frouxo na cintura, como se o tivesse jogado ali com pressa.


— Que escola de psicologia você freqüentou? — perguntou Katie enrouquecida.


— Converse comigo — replicou Nik, com os ares de alguém que não vai ser facilmente demovido dos seus propósitos.


Katie invejou-lhe a determinação, a sua não lograria sequer resistir ao odor inigualavelmente másculo que emanava do corpo de Nik. Para o seu assombro, quando Nik inclinou-se para frente, obrigou o robe a entreabrir-se ainda mais, expondo a maior parte do peito e um bom pedaço da barriga enxuta no processo, e caso não parasse de olhar, o que não foi fácil, provavelmente ainda mais.


— Por que eu deveria? — demandou Katie, reassumindo o controle sobre os olhos errantes. Seria diferente caso realmente se preocupasse, pensou entorpecida, e por que ele deveria? Antes eu era a esposa inconveniente que ele preferia fingir que não existe, agora sou uma convidada emocionalmente incontinente. Agora Nik deveria estar se arrependendo por ter se apiedado da sua condição de sem-teto.


— Por que quer que eu vá embora, e não vou fazer isso até que você fale — explicou simplesmente.


— Sobre o que — indagou jocosamente — quer que eu converse? Sobre o tempo?


Nik ficou encantado ao relembrar a frase irritante que Caitlin adorava usar imoderadamente. Parecia apropriada à ocasião.


— Não é bom manter as coisas engarrafadas.


Katie ficou tão atônita ao ouvir o conselho emergir da boca de Nik que parou de lutar.


— Você está dando conselhos quanto a expressar emoções para mim — Ela piscou. — Você é impagável, realmente é.


Nik decidiu usar outra tática.


— O que — perguntou, mudando de assunto — você está vestindo?


— O que isso tem a ver com qualquer coisa?


— Nada, mas eu estava só pensando como deveria ser fácil descobrir, se eu fosse um homem totalmente inescrupuloso.


Katie passou a ponta da língua pelo contorno dos lábios secos e engoliu.


— Você está tentando me chantagear? — Nik estava blefando quase certamente, mas poderia arriscar-se? — Me deixe em paz. Por favor...


O olhar sombrio de Nik demorou-se contemplativamente no rosto dela por vários segundos, e então, com uma leve inclinação da cabeça, Nik soltou-lhe os pulsos.


Com um puxão do punho esbranquiçado na manta, Katie rastejou um pouco mais para cima, erguendo a coberta até o queixo enquanto isso.


— Estava chorando porque perdi tudo no incêndio.


— Você não tinha seguro?


Katie lançou-lhe um olhar de escárnio.


— Não estou falando das coisas de valor material. Não ligo para elas! — declarou com uma fungada desdenhosa. 


O olhar de Nik aguçou-se, enquanto ouvia a mulher com quem casara dispensar acabrunhadamente as suas posses. Nik não gostava de aberrações.


— Algumas coisas não podem ser substituídas com um cheque. Todas as fotos dos meus pais e do meu irmão... todas as lembranças... Mamãe guardava as coisas mais insólitas. Um cacho do nosso primeiro corte de cabelo, o diploma de Peter quando ganhou o primeiro prêmio num concurso de traje de gala, o programa da peça de teatro do primeiro encontro oficial com papai.


Com um grito, Katie rolou para o lado e pressionou a mão sobre a boca. Nik tentou tocá-la, mas o corpo esguio retraiu-se em rejeição e, com um sorriso torto, Nik recuou.


— Todas elas desapareceram no fogo — explicou sufocada, assim que se recompôs. Katie rolou de bruços. — Não sobrou nada! — contou-lhe, com uma voz controlada que não lograva disfarçar o desanimo nos olhos dela. A despeito do esforço para manter o controle, a voz se ergueu conforme os olhos cheios de angústia focaram furiosamente nos dele.


Por um lado, sabia que era injusto torná-lo alvo da sua raiva, porém a raiva não ouvia a razão, apenas precisava de um escape.


— Isso só constitui um pretexto aos seus olhos? Suponho que você pensa que estou sendo irremediavelmente sentimental, chorando por coisas das quais a maioria das pessoas jogaria fora?


Sentindo que perdia o controle. Ou era a emoção nos olhos dele que não conseguia tolerar? Katie baixou os olhos até os dedos, que folheavam incansavelmente a ponta da manta de algodão.


— É só pretexto, e, quanto ao sentimentalismo, não é um crime na minha terra natal. Nós os gregos somos uma raça emotiva.


Katie ergueu a cabeça abruptamente e olhou com assombro para a expressão grave no rosto dele. Esse homem nunca iria parar de surpreendê-la? Lucubrou.


— Mas acho que está errada. Você não perdeu tudo.


A raiva de Katie serenou. Nik esteve lá, devia saber que nada sobreviveu. Era cruel de sua parte tentar incitar falsas esperanças só para livrá-lo do incomodo daquelas lágrimas!


— O fogo pode ter queimado o papel e retorcido o metal, tornando tudo irreconhecível, mas certas coisas ficaram além do seu alcance... — Nik estendeu a mão e tocou a têmpora de Katie com o indicador. — Aqui dentro você guarda as memórias de uma vida inteira e nada poderá roubá-las — disse-lhe suavemente.


Os olhos de Katie dardejaram para os dele, e o que viu convenceu-a da total sinceridade de Nik. Não havia apenas cuspido chavões vazios. Nik acreditava piamente no que acabara de dizer.


— Oh! — ofegou Katie, comovida até as lágrimas. Ele tinha razão. Certas coisas ninguém podia roubar-lhe. Poderia guardar as lembranças, entesourar e lustrá-las. Ergueu a mão para aplacar a utilidade que vazava-lhe dos olhos e sentiu a manta escorregar, imediatamente puxou-a de volta.


Nik cruzou os braços sobre o peito e assistiu às contorções de Katie.


— Posso?


Antes que enunciasse um protesto, Nik ergueu a mão e secou o fluido salgado da sua face com o polegar. A reação do corpo de Katie aquele toque suave foi imediata. A devastação não ficou confinada na área inferior da face onde ele alcançou, o corpo inteiro quedou-se pleno de uma lassidão palpitante. Os cílios de Katie roçaram na face quando fremiram timidamente para baixo.


— Não há mesmo necessidade — murmurou, vagamente. Nik baixou o olhar até o rosto conturbado da jovem ao seu lado, os olhos escuros tocando o simulacro azulado das veias nas pálpebras frementes, o fluxo sanguíneo delator sob a pele pálida e o ponto do pulso que latejava na base da garganta.


Ele mal a tocava e Katie ficava excitada. A progressão natural desses pensamentos viris levaram-no a visualizar o quanto ela deveria responder se fizesse mais do que roçar a sua face... Uma face tão macia, uma pele tão delicada. Seria igualmente delicada por inteiro? O olhar inflamado pendeu dos lábios luxuriantes de Katie para os ombros nus...


— Não - concordou ele, com voz gutural. — Nenhuma necessidade afinal. — A declaração fora notavelmente destituída daquela absoluta convicção costumeira.


Katie suspirou abafado, um som quase felino de prazer, e virou a cabeça de um jeito que o movimento circular do polegar de Nik agora se mudasse para outra área, ainda intocada.


A ação fez com que uma longa mecha dos cabelos sedosos caísse sobre a face. Nik afastou-a de lado, mas ao invés de remover a mão, deslizou os dedos profundamente na massa luzidia, até que encontrassem o contorno do crânio.


Katie soltou um voluptuoso suspiro de prazer.


— Eu devo ir — disse, gravemente.


Os olhos de Katie arregalaram em protesto.


— Você não pode! — Deparou-se com o calor sensual dos olhos latentes de Nik e o coração desatou a ressoar contra as costelas. Umedeceu os lábios com a ponta da língua e engoliu. -Você poderia ficar?


Nik inspirou agudamente, a ação dragou o abdome enxuto e inchou o peito magnificamente bronzeado. Os olhos resvalaram dos dela, os cílios luxuriantes conciliavam-se efetivamente com a sua expressão. Isso não demoveu Katie de imaginar a repulsa envergonhada que, sem dúvida, se espelhava ali. Sua miséria tornou-se completa quando ele virou a cabeça para o lado e expeliu a respiração suspensa com um sibilo sufocado.


Não é de admirar que não possa olhar para mim. Amor-próprio, orgulho... lembra do que são estas coisas, Katie?


— Não, claro que não, é uma idéia boba. Esqueça que estou aqui, estou em estado de choque... sim, é isso, eu estou em estado de choque! — ouviu a si mesma gritando com um alívio insano. — Vamos apenas esquecer que eu disse isso. Saiu sem querer.


Nik girou de volta para ela, os olhos abrasadores.


— Sim, você disse! — contradisse brutalmente. — Bem, eu não posso esquecer! — O pronunciamento explosivo pareceu ter sido arrancado da garganta dele.


Katie engoliu em seco, hipnotizada pelo brilho límpido nos olhos acinzentados.


— Por que não...?


— Porque — disse Nik, com os trejeitos de alguém que acaba de fazer uma descoberta inconveniente — eu não quero.


Katie ofegou quando uma fisgada de prazer cortou-lhe o corpo inteiro.


Um tipo de desejo sexual o qual ignorava existir tomou-a ousada e também tornou-a fogosa. A visão obsedada não enxergava as conseqüências, só a necessidade. Uma necessidade que a consumia. Cada fibra do seu ser pretendia irrefletidamente saciar essa fome, da qual nenhuma parte de Katie estava livre.


— O que é que você quer? — sussurrou ela, calculando por quanto tempo mais suportaria o tormento.


O desejo por Nik calou fundo, queria o gosto dele, senti-lo, queria-o todo... Katie jamais experimentara nada assim antes e não dispunha de defesas contra isso.


— A mesma coisa que eu quero desde o primeiro momento em que a vi... — Com os braços apoiados sobre cada ombro de Katie, Nik abaixou-se num belo movimento fluido até que ela pudesse sentir o hálito morno vibrando contra a sua pele. Ajustou o ângulo da cabeça para que os lábios se posicionassem diretamente sobre os dela, e os hálitos cálidos mesclaram-se.


A expectativa pelo beijo deixou-a tonta, porém, a despeito da tensão a qual cada linha retesada do corpo denunciava, Nik não agiu com pressa.


— A sua boca é verdadeiramente apetitosa — inflamou-se Nik, fervorosamente, e prendendo os olhos dela nos seus, deu leves mordisco, tão suaves que Katie quase não sentiu do alto da sua silhueta trêmula.


O estrépito sensual na voz de Nik a fez estremecer.


— Não! — Nik balançou a cabeça muito levemente assim que as pálpebras de Katie se fecharam. — Quero que você olhe para mim.


Katie respondeu à instrução sem pensar, embora sentisse as pálpebras pendendo para baixo.


— Eu estava olhando para você, parece que não consigo me conter — disse-lhe, sem tentar fugir daqueles olhos perscrutadores. — O que mais quer que eu faça?


— Eu quero que abra os lábios para mim.


— Eu também quero o mesmo — revelou Katie, alçando o olhar até ele com um desejo indisfarçável. — Eu quero você -completou espontânea, numa voz que literalmente ansiava de desejo, acrescentando em silêncio que isso era o que ela queria há sete longos anos.


Uma enchente abrasadora de palavras roucas jorrou de Nik quando os olhos enegrecidos selaram-se aos de Katie. Parecia completamente inconsciente de que falava em grego. Katie, por sua vez, mal registrou isso. A única coisa que precisava entender eram os olhos fumegantes, que diriam a mesma coisa em qualquer idioma. Nik a desejava! E Katie o desejava. Oh, o quanto desejava!


Por que eu não sabia que a rendição linha um gosto tão doce assim, tão engrandecedor? Pensou Katie absorta. A satisfação não advinha somente de render-se a Nik, e sim de render-se à própria paixão.


Nik rolou de lado e, com uma das mãos grandes sustentando a nuca de Katie, levou-a consigo, imprimindo beijos desvairados no rosto e no pescoço dela, o tempo todo, conforme palavras roucas em grego e em inglês transbordavam-lhe dos lábios.


Os tremores delicados que afligiam o corpo inteiro de Katie tomaram-se um estremecer profundo, assim que Nik finalmente encaixou a boca na sua.


Katie choramingou mediante a pressão experiente dos lábios dele. O choramingo tornou-se um rosnado impetuoso quando a língua hábil de Nik estocou fundo, suavemente, na calidez doce da sua boca, e então outra vez e mais outra... imitando uma invasão ainda mais íntima.


Através da espessura da manta, Katie reclinou o corpo dócil contra a compleição musculosa de Nik e, apesar dos vários centímetros de linho que os separavam abaixo, pôde sentir a urgência da excitação dele. Tomou a cabeça de Nik entre as mãos e, enredando profundamente os dedos na cabeleira luxuriante, foi ao encontro da língua dele com a sua própria, a título de experiência, e depois de novo, mais atrevidamente.


Se isso era devassidão, Katie queria um pouco mais. Desejou nunca romper o contato. Queria que se prolongasse para sempre e além.


Nik continuou a beijá-la com a mesma urgência cega enquanto, delicadamente, rolou por cima de Katie. Desempenhou esse movimento com a mesma graciosidade fluida com a qual fazia tudo o mais. As raras coisas que Katie experimentara jamais pareceram tão incrivelmente maravilhosas quanto o peso do corpo rijo de Nik cravando-a na cama. A premência íntima da ereção afiada contra o seu ventre macio fê-la gemer docemente dentro da boca de Nik.


Ofegantes, afastaram-se afinal, como mergulhadores que escapam à superfície em busca de oxigênio. Nik rolou para o lado, com o peito arquejante. Passou o braço peio rosto, limpando o brilho de suor da testa. O braço remanesceu ali, escondendo de Katie a sua expressão.


Com os olhos fúlgidos e o rosto corado, Katie aproximou-se de Nik; de fato, não podia suportar não tocá-lo. O corpo dele era incrível. Cada detalhe encerrava um fascínio para Katie, Possuía uma reserva de oxigênio suficiente para durar pelo menos outros dois beijos, e estremeceu com a necessidade de sair da própria órbita novamente, e rápido!


— Você passou a noite toda querendo fazer isso? — indagou intrigada quando alcançou o braço de Nik. A carne tinha uma textura aveludada deliciosa, e sob as pontas dos seus dedos, os músculos tonificados eram rijos e lindamente torneados. Katie mantinha suas reservas, mas saber que aquelas fantasias lascivas não foram unilaterais veio como um alívio profundo.


— Eu quero fazer isso desde sete anos atrás — corrigiu enlouquecido.


Os olhos de Katie esbugalharam.


— Eu não tinha idéia que causasse tal impacto.


— Impacto? — arremedou Nik, soltando uma gargalhada estrangulada. — Eu penso que pode dizer seguramente que fez isso, Katerina. Quando entrei naquela saleta vulgar e desprezível, esperava... — Katie viu os músculos da garganta vigorosa funcionarem, quando Nik engoliu em seco.


— Uma noiva vulgar e desprezível? — sugeriu, entristecida. Apenas a lealdade à memória do irmão impediu-a de explicar tintim-por-tintim por que tomou a drástica decisão de comprar um noivo.


— Bem, digamos apenas que eu não esperava uma garota que parecesse uma gatinha sexy. Toda ela olhos azuis imensos, lábios sensuais e uma nuvem dos cabelos sedosos mais incríveis. Admitir que fui fraco como qualquer um me deixa num mau humor atroz, me considerava imune a tais coisas.


Nik sabia, é claro, que Katie poderia não ser a ingênua de olhos grandes que aparentava, o que, na sua respeitável opinião, tomava-a ainda mais perigosa. Porém, começou a pensar se não deveria ter seguido os instintos neste aspecto e mandado as conseqüências às favas. Tinha uma forte suspeita de que os instintos deveriam estar mais próximos da verdade do que o julgamento que fez, baseado em considerações mais práticas.


— Além disso, você aparentava ter uns 16 anos.


-Eu tinha 18 — corrigiu-o, enrouquecida.


— E você tinha — correção, tem — um corpo que faria um homem adulto chorar.


Um som no meio termo entre um rosnado e uma gargalhada foi-lhe arrebatado do peito, assim que o braço elevou-se do rosto dele, revelando uma sólida máscara de constrangimento. Enquanto perscrutava o rosto de Katie, parte do seu autocontrole escapou, oferecendo-lhe um vislumbre da fome crua que fazia os músculos do seu estômago contrair violentamente.


— Sei que os casamentos atualmente não se distinguem pela durabilidade, mas quantos homens conhecem a mulher mais desejável que jamais viram, casam-se com ela, depois vão embora jurando que não serão fiéis, além de nunca mais ver ou contatá-la de novo?


Nik ergueu uma mecha do cabelo sedoso de Katie, deixando que escorregasse entre os seus dedos.


— Sabe,yineka moa, acho que nós temos um caso mal resolvido.


Katie anuiu.


— Eu quase perguntei a Harvey sobre você — admitiu timidamente. — Mas não pude, não depois de criar tanto caso quanto a não querer nenhum contato.


— Ainda não deseja ter contato? — A fala mansa sedutora de Nik lançou uma punhalada de desejo sexual incandescente ao longo do corpo dela.


Katie sacudiu a cabeça e gemeu o nome dele imediatamente. Na sua ingenuidade, esperava que os beijos aplacassem a fome, mas, ao invés disso, agiam como válvula de escape para toda a sensualidade reprimida que fora condenada a hibernar dentro dela por anos. A natureza passional de Katie encontrara um desígnio, Nik.


— Tão meiga, tão selvagem.


O elogio rouco abalou Katie. Ele pensa que sou boa nisso. Está esperando alguma deusa do sexo. Céus, não podia estar mais enganado! Contar-lhe que era virgem seria assaz mortificante. Devia haver algum outro meio de justificar a sua falta de competência...?


— Não! — recusou, contorcendo-se para escapar aos lábios dele. — Eu não sou selvagem. De fato, não sou o tipo sensual de gente — desabafou.


A revelação não surtiu nenhum efeito imediato. Nik continuou beijando-lhe o pescoço com tanta dedicação como antes. A concentração de Katie divagou, assim que sentiu a resistência esvair-se do corpo.


— Você ouviu o que eu disse, Nik? — Esperava que sim, porque ela não conseguiria dizê-lo outra vez.


Nik deu uma mordidela no pescoço dela, antes de levantar a cabeça.


— Você tem toda a minha atenção. Então não é sensual? — O riso tomou forma nos olhos translúcidos e os lábios crisparam. Mesmo com o cabelo desalinhado, Nik parecia incrivelmente esplêndido.


Katie observou com desânimo que ele demonstrava não estar levando aquilo muito a sério.


— Pergunte ao Tom, se não acredita em mim. — Até onde as coisas erradas a dizer podiam chegar, essa foi justo ao cúmulo da árvore mais alta.


Não ficou exatamente surpresa quando a expressão de Nik congelou.


— Não peço referências dos seus amantes.


Amantes! Graciosamente, Nik não pescou mesmo o ponto, sendo esse o fato de que não tivera nenhum dos acima citados, enquanto ele teve dúzias... centenas provavelmente! Nisso jazia o problema.


— E a proíbo de pensar sobre Tom. — O corpo poderoso inclinou-se sobre o dela. — Está me ouvindo?


— Eu ouço você, Nik! — disse Katie, admirada e até excitada pelo comportamento autoritário dele.


Nik perscrutou-lhe a face. O que quer que tenha visto deve tê-lo satisfeito, porque logo anuiu antes de beijá-la de novo, beijos entorpecidos que deixaram-na ávida por mais.


Katie deu um gemido suave quando Nik deixou sua boca para lamber e morder, descendo pela garganta até alcançar o ponto do pulso, furiosamente palpitante na base do pescoço. A respiração, que emanava em engasgos agoniados, queimava contra a pele nua.


— Quero ver você — informou-a, numa voz encorpada que não soava inteiramente estável.


Àquelas palavras, uma chama incandescente de desejo pulsou ao longo do corpo palpitante de Katie como uma lâmina. Com ela veio um fio de dúvida... o qual foi firmemente esmagado.


Katie jamais ansiou pela aprovação de um homem antes. Tomando a própria coragem pelo colarinho, afastou a renda de cabelo que caíra-lhe sobre a face. Fitando direto nos olhos de Nik, descobriu o edredom num único e rápido gesto.


Nik inspirou bruscamente. A insegurança desatou a fluir compensadamente para fora de Katie, já que Nik examinava seu corpo num silêncio quase reverente. Uma primitiva máscara de penúria retesou as feições lisas de Nik, conforme os olhos cristalinos consumiam-na, com a concentração obsedada de um homem faminto defrontado por um banquete.


— Tão alva, tão perfeita. Você é linda, yineka mou — asseverou tremulo. — Apenas olhar para você me incendeia.


Katie correu um dedo pela face dele, sentindo-se inebriada com o poder feminino recém-descoberto. Que pudesse instigar tais sensações em um homem como aquele... ora, nada parecia impossível agora.


— Você me faz sentir muito estranha — confidenciou.


Nik gargalhou e emoldurou as faces enrubescidas de Katie com as mãos. A pulsação dela sofreu uma aceleração lasciva quando olhou fixo, com uma admiração maravilhada, para a expressão sensacionalmente primitiva engastada no rosto anguloso de Nik.


— Você me faz sentir muito quente — revelou-lhe, com um sorriso de lobo mau que fê-la estremecer por dentro e por fora.


Katie contemplou, sem ousar respirar, o coração ressoar como uma coisa louca assim que Nik aninhou a mão em tomo da ondulação do seio. Um suspiro voluptuoso de prazer escapou-lhe dos dentes cerrados. O toque dele na sua pele nua era elétrico.


A expressão no rosto de Nik estava arrebatada, enquanto percorria com os dedos experientes o perfil empinado de um seio, primeiro, e depois do outro. Quando os olhos se ergueram até os dela, havia um reflexo carente na sua face que dissolveu Katie por dentro.


A exploração atingiu o mamilo. Katie parou de respirar conforme Nik tomou o botão proeminente entre o polegar e o indicador, e a fricção resultante fez seu corpo arquear.


-Bom?


Katie abriu os olhos.


— Muito bom. Faça de novo! — pediu. Ele fez.


Lábios cindidos, olhos cerrados, Katie retorcia-se agitadamente ao passo em que o polegar dele se movia, para frente e para trás no centro do mamilo rosadamente inebriado. Nik passou a língua sobre a carne sensível e a descarga sensual fez a cabeça de Katie tombar para trás sobre o travesseiro.


Mal havia assimilado os deleites sensuais desta sensação quando a exploração moveu-se para baixo. Os dedos talentosos deixaram uma trilha ardente conforme escumaram levemente sobre a barriga. A medida que a exploração audaciosamente estendia-se para incluir a macia lanugem de pêlos no ápice das pernas, Katie descobriu que mal conseguia respirar devido à intensa excitação que a mantinha em um cerco apertado.


Em meio a um abandono sufocado, Katie contemplou Nik com olhos semicerrados. A fome irracional que sentia refletia-se nas feições sombrias de Nik. Prendeu a língua entre os dentes e arfou logo que, com os olhos fundidos nos dela, Nik permitiu aos dedos que deslizassem entre as pernas, para dentro do cio desperto no âmago ansioso de Katie.


Katie gemeu e sentiu o calor estender-se até o ventre. De olhos fixos nos dele, fendeu as longas pernas num convite devasso. Resmungando uma imprecação, Nik afrouxou o cinto do robe de um modo enfurecido.


— Meu Deus, mas você tem um corpo lindo!


Lançando-lhe um sorriso predatório, Nik continuou.


Simplesmente olhar para o exuberante corpo másculo trouxe à garganta de Katie uma ânsia emotiva, que não tinha nada a ver com mera luxúria. Não ficou surpresa, na verdade, pois presumiu que no fundo sempre soube que os sentimentos que Nik suscitava eram mais complexos... mais perigosos.


Nik finalmente despiu o robe negro de seda, revelando ao olhar hipnotizado de Katie um homem inteiramente excitado em toda a sua glória.


— Minha nossa! — ofegou trêmula quando Nik reuniu-se a ela na cama.


— Me toque! — convidou Nik, beijando-lhe os lábios. — Você não gostaria?


— Oh, sim! — Katie tocou a clavícula de Nik. Era muito elegante, mas havia outras áreas que interessavam-na mais.


Nik demonstrava compartilhar da vista porque, sorrindo para os olhos dela, tomou-lhe a mão e nutriu-a com uma área mais sedutora do seu corpo. Katie sentiu os músculos finos sob a pele suave da superfície do abdome contrair-se violentamente. Estava dominada!


Katie exalou longamente e, não mais ensaiando, trilhou os dedos sobre a tépida carne morena, fazendo passeios de volta às áreas que pareciam particularmente sensíveis. A textura da carne de Nik era incrível, Katie desejava saboreá-la.


O que impede você?


Com uma confiança crescente na habilidade em excitá-lo, Katie deixou os lábios e a língua seguirem o caminho que os dedos traçaram previamente, nas partes baixas do corpo tenso e tremulo de Nik.


Nik deitou-se, os olhos semicerrados, aceitando aquela assistência até que a exploração tornou-se mais atrevida.


Deitada de costas, os braços cravados em ambos os lados da cabeça, Katie estava pretes a protestar, mas Nik chegou primeiro.


— Minha vez. Acho — disse-lhe, deslizando para baixo sobre o corpo dela.


Nik parecia saber exatamente onde, como e por quanto tempo tocá-la, de modo a deixá-la fora de controle e para mantê-la assim. Katie não queria pensar como Nik ficou tão bom naquilo que fazia, só queria apreciar, e o fez.


— Não posso agüentar nem mais um pouco disso — ofegou ela fracamente, quando em seguida Nik retornou para a sua boca.


— Só um pouco mais... — prometeu, aninhando-se entre as suas coxas. Com o rosto numa máscara de comedimento estrito, Nik deslizou para dentro de Katie com uma única estocada suave.


Um ofego entrecortado sibilou através dos dentes trincados de Katie àquela dor aguda, mas então passou e Nik ainda estava ali preenchendo, esticando-a de uma forma maravilhosa a qual não poderia ter imaginado. Experimentalmente, Katie moveu-se; foi quando reparou que Nik não se movia. Estava silenciosamente imóvel.


Katie abriu os olhos para encontrar Nik observando-a com uma expressão lívida de perplexidade. O corpo tremia pelo esforço de não se mover.


— Tem mais?


— Deixe que eu lhe mostre, yineka moa.


O Por favor, gutural perdeu-se na garganta, mas — isso é incrível — para descrever inadequadamente a sensação de tê-lo movendo-se dentro dela, foi claramente audível. Logo depois, perdeu toda a capacidade de dizer qualquer coisa coerente, embora ao sentir a liberação quente pulsar dentro do seu corpo, uns dois segundos após ter sido varrida por um clímax dilacerante, Katie conseguiu falar, mas só aquela palavra.


-Nikos!


Era impressionante quantos sentimentos e entonações alguém podia colocar em duas sílabas, especialmente se as repetisse mais e mais e mais outra vez!


Assim que conseguiu falar, pareceu-lhe melhor antecipar-se a qualquer interrogatório embaraçoso.


— Antes que pergunte, sim, eu era. Mas — acrescentou com um sorriso lânguido — se soubesse que poderia ser assim, eu não haveria sido. — Com isso fora do caminho, Katie enroscou-se como uma gatinha nos braços dele e foi dormir.


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Autor(a): fanofbooks

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Comentários do Capítulo:

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  • nina0022 Postado em 28/12/2012 - 14:50:07

    adorei o fato de alguém finalmente dar credito aos verdadeiros autores dos livros. Total apoio!!!


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