Fanfics Brasil - 2 O Playboy Apaixonado - Leanne Banks[Os Barone de Boston -1]

Fanfic: O Playboy Apaixonado - Leanne Banks[Os Barone de Boston -1] | Tema: livro original, hot, romantico,


Capítulo: 2

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Capítulo Um        


 


Gail Fenton observou o rasgo que tinha na meia e puxou o vestido para baixo para tentar escondê-la. Tampouco seu cabelo estava em seu melhor dia, mas não se lembrava de alguma vez, a cabeleira de rebeldes mechas ruivas, ter tido um bom dia. Com certeza, estar perfeitamente penteada não era requisito indispensável para o trabalho de babá, ainda que ter uma aparência descuidada durante a entrevista tampouco ajudaria. Mas se Gail se sentia fora de lugar no elegante e formal salão da luxuosa mansão de Nicholas Barone, como se sentiria a pobre garotinha?


A assistente de Nicholas Barone, a senhora Peabody, lhe explicou que tinha saído do escritório para ajudar seu chefe nas entrevistas.


- Seu currículo diz que você é formada em Engenharia de Informática. – disse olhando-a por cima dos óculos. – Por que quer ser babá? Você deve estar louca por trocar o prestigio de uma boa posição em Engenharia para mudar fraldas.


Gail estava acostumada com aquela pergunta, e tinha a resposta preparada de antemão. 


- Acredito que trabalhar com crianças é muito mais gratificante. As crianças sorriem e abraçam. Os computadores não.


- Então por que não se formou em Educação Infantil ou algo similar? – Perguntou a senhora Peabody.


- Por influência do meu irmão. – confessou Gail.


Seu irmão Adam tinha exercido sua influência em muitas áreas, e, tendo em conta que seus pais haviam falecido, Gail tinha se deixado guiar por ele até pouco tempo atrás.


 - Meu irmão me incentivou a estudar Engenharia Informática porque é um campo com muitas opções e porque sempre me dei bem com os computadores. Mas no verão antes de me formar, trabalhei como babá e me encantei.  Logo trabalhei numa importante empresa de informática. Há pouco tempo, a firma sofreu um corte de pessoal e vi a oportunidade de fazer o que gosto: trabalhar com crianças.


 - Suas referências são excelentes. – sussurrou a Sra. Peabody – Você sabe que é um trabalho interno?


- Isso não é um problema para mim. – respondeu Gail. – Minha colega de apartamento vai se casar.


- Creio que o Sr. Barone deveria conhecê-la. – disse a Sra. Peabody assentindo com ar pensativo. – Por favor, me espere aqui enquanto vou chamá-lo.


- Estarei aqui. – respondeu com um sorriso enquanto seu estômago se apertava pelo nervosismo.


Enquanto a mulher saiu do salão, Gail se pôs de pé e começou a percorrê-lo. Tinha vinte e cinco anos, e lhe surpreendia estar tão nervosa na sua idade. Queria dar uma volta em sua vida profissional, mas até agora não tinha se dado conta do quanto queria aquele trabalho. Gail deteve-se um instante para contemplar a coleção de fotografias de família que havia nas paredes.


Os Barone. Eram muitos, e seus nomes e rostos apareciam com freqüência nas páginas de economia e sociais do Boston Globe. Gail perguntou-se o que sentiria se tivesse tantos irmãos e irmãs, e sentiu uma pontada de inveja.


Depois da morte de seus pais, só ficaram ela e Adam, e ainda que seu irmão sempre a apoiasse em tudo, estava muito ocupado com sua própria carreira. Gail tinha muitos amigos, mas desde que havia deixado a universidade sentia falta da sensação de pertencer a algum lugar.


O som da voz de uma mulher e dos soluços de uma menina a despertaram de seus devaneios. Gail olhou para a porta e viu uma ruiva imponente, mais velha, e vestida com o que parecia, sem dúvida, uma roupa de marca. Nem um fio de seus cabelos estava fora do lugar, pensou Gail enquanto passava inconscientemente as mãos pelos cabelos cacheados.


A mulher trazia nos braços uma menina de cabelos escuros.


- Nossa Molly ainda está se adaptando. – disse com expressão triste enquanto a olhava diretamente nos olhos. – Sou Moira Barone. Desculpe não oferecer a mão.


 - Eu sou Gail Fenton, é um prazer conhecer as duas. – disse ela torcendo o pescoço com curiosidade para obter uma melhor vista de sua potencial responsabilidade. – Meu Deus, ela é linda... mesmo com o rosto tão vermelho como um tomate.


-   Gail soprou sobre o rosto da menina. Molly deixou de chorar e abriu os olhos, com suas pestanas compridas e negras cheias de lágrimas. Olhou fixamente para Gail, com o lábio inferior tremendo, como se fosse começar a chorar de novo.


 - Cadê o bebê? Achou! – Disse Gail antes de apartar a vista.


Fez-se silêncio, seguido de um soluço.


 - Cadê o bebê? Achou! – repetiu ela com um sorriso antes de voltar a se esconder.


Um leve sorriso iluminou o rosto de Molly.


- Tenho oito filhos crescidos, e havia me esquecido completamente do Cadê o bebê. – assegurou Moira sacudindo a cabeça impressionada.


- Muitas reuniões no clube com as matronas da Alta Sociedade – disse um homem que entrava nesse momento no salão acompanhado da Sra. Peabody.


Gail lhe deu uma rápida olhada e apertou a mandíbula. Aquele homem media mais de um metro e noventa. Tinha o cabelo negro como uma asa de corvo, as feições pareciam esculpidas a cinzel e tinha um corpo musculoso que sem dúvida lhe proporcionava montes de mulheres. Com certeza tinha que afastá-las com um bastão. O brilho de crueldade que despendia de seus olhos cravou-se na barriga de Gail. Tinha certeza de que muitas mulheres tentavam domá-lo, mas ela não possuía nem o atrativo, nem a capacidade de sedução suficientes para atrair um homem como Nicholas Barone. Ademais, sabia que ele não se fixaria nela jamais. Uma lástima, mas era assim. Conformaria-se em admirá-lo de longe.


Gail girou instintivamente para Moira.  Assim sentia-se mais a salvo.


- O poder do cadê o bebê está subestimado, mas estou segura de que teria lembrado em alguns dias.


 - E o que sabe uma especialista em informática sobre o Cadê o bebê? – perguntou o homem com o olhar cínico.


Gail supôs que haveria uma boa razão para aquele cinismo, mas não gostou de sua atitude. Algo lhe dizia que aquele não era um homem que se importasse com o fato dela gostar dele ou não. Ela levantou o olhar para encontrar o seu, confiante em sua habilidade para cuidar da filha daquele homem, e igualmente segura de sua falta de atrativo feminino.


- Poderia escrever uma tese sobre o Cadê o bebê. O melhor é que não requer nenhum equipamento especial e pode ser utilizado em qualquer momento e em qualquer lugar. E entretanto, requer algumas condições para brincar com ele.


- E quais são? – perguntou ele levantando uma sobrancelha.


- Senso de humor e disposição.


Gail sentiu seu estômago encher-se de mariposas frente à maneira intensa que Nicholas Barone a estava olhando.


- Disposição para quê? – ele espetou.


Gail aclarou a garganta e rogou em vão que as bochechas não ficassem vermelhas de vergonha.


- O adulto tem que estar disposto a perder sua dignidade. – assegurou completamente convencida de que ela já tinha perdido a sua.


- Ah, sim? – murmurou ele observando com atenção seu currículo- E por que não está escrito aqui “Especialista em Cadê o bebê”?


- Sabia que tinha esquecido algo. – respondeu ela entre divertida e aliviada.


- Sou Nicholas Barone. – disse ele estendendo a mão e olhando-a nos olhos.


- Gail Fenton. – respondeu ela estreitando-a.


- Vejo que já conhece Molly. – continuou Nicholas depositando um beijo na testa da filha. – Belíssima.


Molly o olhou fixamente e fez cara de choro. Gail não podia culpá-la. Se Nicholas lhe parecia alto como uma torre, não podia imaginar o que a menina pensava dele.


- Por favor, venha comigo para a minha sala. – pediu a Gail. – Tenho que lhe fazer algumas perguntas.


- Claro. – respondeu ela. – Encantada em conhecê-las, Sra. Barone, Sra. Peabody e Molly. – disse seguindo Nicholas.


- Não sorriu para mim nenhuma vez. – murmurou ele enquanto apontava um sofá para que se sentasse na poltrona em frente a sua.


 - Está impressionada. – respondeu Gail.


- Impressionada? – ele repetiu olhando para ela com assombro.


- Sim. Para pessoas normais, você é muito alto, mas para ela é enorme.


- Pessoas normais... – murmurou Nicholas coçando o queixo.


- Para a média. – corrigiu Gail. – Algo me diz que você não está acostumado com a idéia de pertencer à média. Sinto muito. – disse imediatamente mordendo o lábio inferior. – É uma questão muito pessoal para uma entrevista de trabalho.


- Sim, é, mas você tem razão. – assegurou ele assentindo com a cabeça. – Aos Barone não é permitido ser a média.


Gail observou em seus olhos azuis todo um mundo de experiências, e soube sem necessidade de ser dito, que ele sempre se esforçara até o limite, porque era isso o que haviam lhe exigido.


- Você tem algum relacionamento sério? – perguntou Nicholas sem desviar o olhar do currículo.


- Essa também é uma pergunta pessoal, não acha? – Gail atreveu-se a dizer depois de duvidar um pouco.


 - É, mas procede. Consegui agora a custódia de uma filha que não sabia que existia até duas semanas atrás. Não quero contratar alguém que não pode se comprometer a longo prazo.


- O que é longo prazo para você?


- Dezessete anos. – respondeu Nicholas muito sério antes de esboçar um sorriso. – É brincadeira. Depois de um período de experiência de trinta dias, gostaria de firmar um contrato de um ano.


- Um ano não é problema. – respondeu Gail.


Sentia um estranho acúmulo de emoções. A Sra. Peabody já havia contado como Nicholas soube da existência de Molly, mas a história ainda a impressionava.


 - Suponho que em sua vida houve uma tremenda reviravolta. – aventurou-se a dizer.


 - Digamos que minhas prioridades mudaram. – disse ele com os olhos brilhantes apesar do tom de voz natural. – O mais importante para mim nesse momento é proporcionar a Molly um ambiente estável. Por isso lhe fiz uma pergunta tão pessoal. Você tem alguma relação que possa ser incompatível com sua ausência durante um determinado tempo?


Gail pensou em seu bando de amigos homens e teve que reprimir uma careta. Para eles, era apenas uma a mais.


- No momento não estou comprometida.


- Bem. – assegurou ele balançando a cabeça. – Acredito que seja melhor deixarmos as formalidades, porque teremos que nos falar com bastante regularidade. Pode me chamar de Nicholas.


Gail queria aquele trabalho, mas também tinha um pressentimento a respeito de Nicholas Barone. Supôs que ele poderia conseguir quase qualquer coisa com seu encanto, mas também estava certa de que esperava que seus empregados se submetessem à sua vontade sem fazer muitas perguntas. Gail escutou então Molly chorar no jardim, e pensou que aquele trabalho seria mais complicado do que tinha pensado a princípio. Tentaria respeitar os desejos de Nicholas, mas precisava saber se ele estaria disposto a, ao menos, escutar suas idéias.


- Tenho a impressão de que você está acostumado a fazer as coisas do seu jeito. Mas se eu estiver convencida de alguma coisa, quero que você considere, mesmo que a princípio não goste.


- Infelizmente, ainda não sou nenhum especialista em minha filha. – respondeu Nicholas. – Espero ser logo, mas até então, terei em conta seus pontos de vista. Alguma outra preocupação?


Gail tinha somente uma: ele era tão bonito que esperava que não a pegasse babando cada vez que estivesse ao redor.


- Não, nenhuma. – assegurou Gail negando com a cabeça.


- Ótimo. Já comprovamos suas referências. Quando pode começar?


- Quando você precisa? – perguntou ela com uma mescla de excitação e certo temor.


Escutaram então o som do choro de Molly.


- Ontem. – disse ele sem nem sequer piscar.


 


 


Duas noites mais tarde, Nicholas deixou-se cair sobre a cama do quarto de hóspedes. Estavam pintando o quarto principal, e tinha se mudado temporariamente. Não dormira bem desde que tinha levado Molly para casa. O impacto da súbita paternidade e todas as preocupações que trazia consigo o mantiveram acordado até de madrugada. Aquela noite, entretanto, depois de verificar que sua filha dormia, sentiu que enfim poderia relaxar, graças em parte porque sentia que Molly estava a salvo nas mãos de Gail Fenton.


Já que ele não podia fazer sua filha se sentir segura, já que sua presença só provocava lágrimas em Molly, estava decidido a encontrar alguém com quem a menina se sentisse segura. Gail desprendia um calor natural e Nicholas sabia que conseguiria confortar Molly. E, por muito que isso o surpreendesse, ele mesmo também se sentia confortado por sua presença.


Através da parede, escutou o som de uma ducha fechando e uma voz feminina cantando. Aquele som captou sua atenção. Nicholas era um solteiro inveterado cujas amantes não costumavam passar a noite, e não recordava a última vez que havia escutado uma mulher cantando em sua casa.


Sentiu curiosidade, assim aproximou-se mais da parede. Pelas palavras que captou se tratava de uma canção infantil: Al corro de la patata[1]...


Logo, a melodia parou bruscamente e escutou um som surdo, como um golpe. Depois escutou algo parecido a um gemido, e logo nada.


Nicholas franziu o cenho e se perguntou se ela não estaria machucada. Pressionou a orelha contra a parede. Continuava sem ouvir nada. O que poderia fazer? E se estivesse estirada no chão, inconsciente?


Maldizendo entre os dentes, saiu do quarto e foi ao quarto de Gail, batendo levemente com os nós dos dedos para não despertar Molly.


- Gail – sussurrou. – Gail, você está bem?


Nada. Nicholas girou a maçaneta e entrou, olhando para o chão em busca de um corpo estendido.  Virou-se para o banheiro dentro do quarto e captou a visão de Gail Fenton com uma toalha ao redor do corpo enquanto esfregava as pernas sentadas no chão.


- Oh, oh... – sussurrava.


Teria que faltar o cromossomo “Y” em Nicholas para que ele não se fixasse em suas pernas longas e bem torneadas, e em efeito a toalha estava a meio milímetro de deixar um de seus seios descobertos. Em outras circunstâncias, com qualquer outra mulher, teria lhe tirado a toalha em menos de um segundo, mas naquela hora, precisava verificar se não estava ferida.


 - Você está bem?


Gail girou a cabeça para ele e sua boca transformou-se em uma careta entre horrorizada e surpreendida.


- Sim... senhor Barone – murmurou ela subindo automaticamente a toalha.


- Pode me chamar de Nicholas. – respondeu ele.


- Estou bem. – assegurou ela ajeitando novamente a toalha. – Escorreguei quando sai do chuveiro.


- Soou como se estivesse em perigo de morte. – assegurou Nicholas.


- Cai com força. – confessou Gail ruborizando. – É um dos meus pontos fracos. Excesso de confiança. Confio demais em meu equilíbrio.


- Deve ter se distraído por AlCorro de La Patata.


O rosto de Gail tingiu-se completamente de vermelho enquanto esticava-se.


- Vou ser sincera. – disse em tom confidencial. – Não sou Mary Poppins, então tenho praticado as canções infantis que conheço.


- Bom, se você tem certeza de que está bem. Vou indo. – assegurou Nicholas indo até ela. – Mas antes me deixe ajudá-la a se levantar.


- Oh, não! – afirmou Gail negando com a cabeça enquanto arregalava os olhos. – Sr. Barone... quero dizer, Nicholas, não creio que vou morrer por essa queda, mas com certeza morrerei de vergonha se não sair daqui agora mesmo.


 


 


Gail sobreviveu aquela noite, ainda que ficasse doente cada vez que pensava que Nicholas Barone tinha escutado ela cantar no chuveiro, depois encontrara-a estirada no chão do banheiro e estivera a ponto de vê-la nua.


Mas Molly ocupou em seguida de distraí-la. Por desgraça, um dos truques mais efetivos para acalmá-la estava relacionado com seu próprio cabelo, que Molly adorava puxar. Aquilo significava que a menina ficava junto dela a maior parte do tempo que se encontrava acordada, mas Gail acreditava que aquele seria um período de transição que logo passaria. 


Às seis em ponto da tarde, Nicholas atravessou a porta de entrada.


- É papai! – exclamou ela tentando passar à menina um sentimento de euforia.


Gail avançou com Molly nos braços até o vestíbulo. Nicholas olhou sua filha e aproximou-se com cautela. Gail sentiu a menina puxar com força seu cabelo, um claro sinal de tensão.


- Olá, amor. – sussurrou ele em voz baixa. – Como foi seu dia hoje?


Molly segurou ainda mais a mecha de cabelo de sua babá e cravou o olhar em seu pai.


- O que ela esta fazendo com seu cabelo? – interessou-se Nicholas arqueando uma sobrancelha.


- Acredito que a faz se sentir segura. – disse ela com uma careta. – Algumas crianças usam uma manta, mas Molly usa meu cabelo.


- Parece que vai arrancá-lo. – disse Nicholas acercando-se para soltar a mão de Molly.


Gail aspirou ao aroma de sua loção pós-barba, que chegou como uma brisa antes de ficar olhando fixamente a sensual curva de sua boca. Perguntou-se como seria beijar Nicholas, e uma onda de calor apoderou-se dela. Seu instinto dizia-lhe que seguramente seria um amante incrível.


Mas ela nunca saberia. E tampouco queria saber, disse a si mesma enquanto sentia como Molly punha-se tensa e emitia um som de protesto.


- Quando eu apareço, sempre parece que vai começar a chorar. – disse Nicholas retirando a mão com o cenho franzido.


Gail mordeu o lábio inferior. Ele estava certo.


- Com certeza precisa passar mais tempo com você a sós. Poderia começar lendo para ela à noite.


Gail teria jurado que viu algo semelhante a terror nos olhos de Nicholas, mas pensou que não poderia estar certa. Depois de tudo, Molly era sua filha. Era impossível que um homem tão grande e poderoso como Nicholas Barone tivesse medo de sua filha... Ou não?


- Talvez em outra ocasião. – disse depois de uns instantes. – Me comprometi a ir a uma festa beneficente esta noite. Tenho que atuar como representante oficial da família Barone.


- E você gosta desse cargo? – perguntou Gail sem poder reprimir a curiosidade.


- Depende da festa e depende da companhia. – respondeu ele encolhendo os ombros.


- Entendo. – respondeu Gail sentindo seu estômago dar uma volta ao observar o brilho sensual de seu olhar.


Como seria passar uma noite com a atenção constante de um homem como Nicholas Barone? Gail tinha certeza de que passaria todo o tempo ruborizando e tropeçando, uma atitude muito diferente das mulheres lindas e seguras de si mesmas com as quais ele estava acostumado. Perguntou-se como seria a daquela noite e comentou:


- Suponho que deve ser muito difícil escolher o “sabor do dia”. Não lembro de ter conhecido  uma mulher que não gostasse de sorvete, assim você deve representar a combinação perfeita.


- E que combinação seria essa? Rico e...?


- Não estava pensando em dinheiro – assegurou Gail sacudindo a cabeça. – Estava pensando em um sorvete coberto de algo delicioso... Algo quente. – disse sem pensar.


Pois se havia uma frase que descrevia com perfeição aquele homem, era aquela!


- Caramelo quente.


Nicholas a olhou durante por alguns instantes, e Gail sentiu uma onda de vergonha invadir seu corpo. No que estava pensando para dizer tal coisa? Uma coisa era pensar, outra muito diferente era dizer. Estremeceu tendo a certeza de que tinha as bochechas da mesma cor do cabelo. Estava predestinada a ser ridícula constantemente na frente daquele homem?


- Podemos esquecer o que eu disse?


- Esquecer que acaba de me comparar com um sorvete coberto com caramelo quente? – perguntou Nicholas sacudindo a cabeça com calma. – Não. Tenho certeza de que me lembrarei por muito tempo.


 


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Autor(a): fanofbooks

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