Fanfics Brasil - 3 O Playboy Apaixonado - Leanne Banks[Os Barone de Boston -1]

Fanfic: O Playboy Apaixonado - Leanne Banks[Os Barone de Boston -1] | Tema: livro original, hot, romantico,


Capítulo: 3

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Capítulo Dois


 


Depois daqueles dois dias tão atarefados, Gail deveria estar em estado de coma. E, entretanto contemplava com os olhos abertos o teto alto de seu elegante dormitório. Molly tinha conseguido dormir enfim havia uma hora. Ocupar-se de uma menina de um ano era tão difícil quanto gratificante e esgotante. Nas poucas ocasiões em que Molly sorria, era como se o sol aparecesse de detrás de uma nuvem.


Gail sentia que estava fazendo progressos em seu trabalho, mas estava preocupada por Molly e Nicholas. Tinha tentado sem sucesso animar Nicholas para que passasse mais tempo com sua filha. Ele havia feito tentativas, mas quando a menina se punha a chorar, como sempre fazia, desistia. Gail não sabia como aproximá-los. Se Molly continuasse chorando e Nicholas continuasse fugindo, temia que nunca chegassem a desenvolver uma relação cálida e carinhosa que poderiam ter.


A mesma relação cálida e carinhosa que Gail teria com seu pai se estivesse vivo. A lembrança da morte de seu pai lhe provocou uma pontada de dor que acreditava ter superado.


Abandonando qualquer esperança de dormir, Gail levantou-se da cama e pôs o roupão. Bocejou, calçou as pantufas rosa de coelhinhos e dirigiu-se para a cozinha para fazer um descafeinado. Ao passar pela porta do quarto de Molly, deu-se conta de que estava entreaberta.


Empurrou-a com curiosidade e viu Nicholas ao lado do berço de sua filha. Estava vestido com um terno de lã escura que tinha vestido pela manhã com o qual tinha ido à festa de gala. Tinha afrouxado a gravata e estava totalmente concentrado na visão de sua filha dormindo.


 - Te peguei. – sussurrou Gail, enternecida ao observar o traço amoroso que Nicholas tinha desenhado no rosto.


- Parece que sim. – respondeu ele girando levemente para olhá-la com um meio sorriso.


- Viu como agora não chora? – brincou Gail aproximando-se do berço.


- Toda sua vida mudou por completo do dia para a noite. Não quero confundi-la mais, assim venho todas as noites vê-la quando está dormindo. – confessou Nicholas olhando de novo sua filha. – Talvez acostume-se à minha presença por osmose, ou algo parecido.


- Talvez pudesse experimentar deixar algo seu no berço. – sugeriu Gail. – Algo que esteja junto à pele. Algo que cheire a você.


- As meias? – brincou ele.


- Não – respondeu ela com uma careta burlona. – Trata-se de conseguir que ela se aproxime de você, não que saia correndo... Talvez a camiseta. – aventurou.


Nicholas permaneceu completamente imóvel durante um longo tempo.


- De acordo. – disse finalmente assentindo com a cabeça.


Então tirou o terno e começou a desabotoar a camisa.


- Tome, segure isso. – disse estendendo-lhe o paletó.


- Ouça, não é preciso que... – começou a dizer com a boca aberta.


Mas Nicholas não a deixou terminar. Gail ficou sem palavras quando lhe passou também a camisa e tirou a camiseta em um só movimento. Ela não pôde fazer mais do que ficar olhando abobada aquele musculoso peito nú. Uma trilha de pêlos suave e escura percorria do centro do torso e abdômen para desaparecer debaixo da cintura das calças pretas. Nicholas colocou com cuidado a camiseta ao lado de Molly, e os músculos se tencionaram com aquele movimento.


- Alguma outra sugestão? – perguntou voltando-se para ela.


Gail pensou que não lhe ocorria nada que não a colocasse em risco de sofrer um ataque do coração.


- Amanhã à noite terá a oportunidade de estar a sós com ela – assegurou depois de aclarar a garganta.


- Amanha à noite? – repetiu Nicholas com os olhos alarmados. – Não vai embora, não é?


- Claro que não. – sussurrou Gail para não despertar Molly. – Mas amanhã é minha noite livre.


- E o que eu faço com ela? – perguntou com angústia depois de um instante.


O coração de Gail se enterneceu com uma mescla de compaixão e admiração. Nicholas Barone era um homem incrivelmente poderoso, mas estava disposto a fazer o que fosse preciso pela filha que desconhecia a existência até duas semanas atrás.


- Leia para ela. Dê-lhe atenção. As mulheres são iguais em qualquer idade. Adoram que lhes dêem atenção. Ficam encantadas quando são conquistadas, quando as façam rir.


Ao dizer aquilo, Gail deu-se conta de que estava tão próxima a ele que podia ver a barba que despontava em sua mandíbula. Imediatamente, sentiu-se aturdida.


- As mulheres são iguais em qualquer idade. – repetiu Nicholas percorrendo-a com um olhar curioso. – E o que a encanta Gail? Que a conquiste e a faça sorrir?


Gail só podia estar imaginando a intensidade daquele olhar, por que tinha certeza de que ele não podia olhá-la do modo que os homens olham as mulheres que acham desejáveis.


Baixou o olhar para clarear a mente, e fixou-se em seus respectivos calçados. Ele calçava sapatos italianos, e ela, pantufas rosa de coelhinhos. Deu um passo para trás.


- Gostaria de tomar um café. Vou deixá-lo a sós com sua filha. E não se preocupe com amanhã. Deixarei seus livros favoritos, e, se isso não funcionar, sempre pode inventar um conto. Boa noite, Nicholas. – concluiu retrocedendo outro passo.


- Gail. – sussurrou ele quando ela se virou.


- Sim? – perguntou ela virando-se.


- Lindos sapatos!


Sentiu que corava ante ao tom zombeteiro e sensual de sua voz. Sua voz era tão sensual que seguramente poderia ler o Wall Street Journal e as mulheres implorariam para que ele as levasse para a cama. Gail sufocou um gemido.


Definitivamente, tinha que assegurar-se de não voltar a encontrar Nicholas a essa hora da noite. Uma mulher precisava usar todas as suas faculdades e toda força de vontade para lutar contra o impacto daquele homem.


 


 


Na noite seguinte, Gail jogou vôlei com sua equipe. Aquele era um de seus esportes favoritos, mas estivera tão imersa em seu novo trabalho como babá que a princípio custou bastante se concentrar. Seu velho amigo e companheiro de equipe, Jonathan, brincara com ela até fazê-la sair de sua introversão. Depois da partida e depois de um banho rápido no ginásio, reuniu-se com seus colegas para tomar uma cerveja no bar ao lado. Mas continuava pensando em Molly e em Nicholas: imaginava a menina chorando, com o rosto vermelho, e seu pai desanimado e desesperado, assim Gail logo foi embora.


Quando atravessou a grandiosa porta de madeira da entrada, aguçou a audição para escutar algum soluço. Em seu lugar, ouviu a voz de barítono de Nicholas saindo da cozinha. Gail avançou em silêncio pelo corredor e escutou suas palavras que eram acompanhadas por balbucios alegres que surgiam da boca de Molly.


Alegres? Gail reteve uma exclamação de surpresa e ficou na porta da cozinha.


- Gosta do sorvete Baronesa de morango? – disse Nicholas. – Tem um gosto excelente. Quer que conte sua história?


Molly emitiu um som ininteligível, mas de novo, era um som alegre.


- Sabia que você se interessaria. Seu bisavô Marco chegou na América vindo da Itália e se apaixonou por uma garota chamada Angélica, que fazia sobremesas de sorvete. Fugiram para se casarem em segredo no dia de São Valentim, e mais tarde abriram uma gelateria, que é como se diz sorveteria em italiano. Consegue dizer gelateria?


Seguiram-se outros sons ininteligíveis e Gail sorriu ante à pergunta ridícula de Nicholas.


- Não importa. – continuou ele. – Estou certo de que meu pai se encarregará de ensinar-lhe algo de italiano. Mas voltemos à história. Marco chamou a sorveteria de “Baronesa” por que é seu sobrenome, nosso sobrenome, significa “barão”. A sorveteria ficou muito popular entre as pessoas. Foi um sucesso. Os anos passaram e meu pai, Cario; que tem mestrado em Economia pela universidade de Harvard expandiu o negócio a nível nacional. E agora, os sorvetes Baronesa podem ser encontrados em lojas por todo o mundo... e também por todo seu corpo, pequena. – assegurou depois de uma breve pausa. – Temo que você vai precisar de outro banho, e algo me diz que não vai ser uma medida tão popular como o sorvete de morango.


 - Parece que deram uma festa aqui... – disse Gail assomando a cabeça.


Nicholas escutou Molly proferir gritos de alegria e sentiu uma onda de alivio ante a presença de Gail. Ela se aproximou da menina com um sorriso, pegou um guardanapo e começou a limpar seu rostinho.


- Tome cuidado. – advertiu Nicholas quando Gail tirou a menina da cadeira. – O pijama está cheio de sorvete e poderá manchá-la.


- Não me importo – respondeu ela encolhendo os ombros. – Não sou muito melindrosa.


E não era. Nicholas não estava acostumado à mulheres pouco esmeradas. Seguiu Gail pelas escadas com o olhar cravado na curva que as calças jeans faziam em seu traseiro. Lembrou da visão de seu corpo seminu no banheiro, e imaginou aquela figura tão atlética nua. Suspeitava que Gail teria uma musculatura suave e bem torneada, com pernas capazes de enredar-se sem problemas ao redor da cintura de um homem...


Nicholas conteve um gemido. Pelo amor de Deus, aquela era a babá de sua filha. E nem sequer era seu tipo: era muito diferente das mulheres impecavelmente penteadas com que costumava sair.


Gail tinha um cabelo selvagem, que não podia domar nem quando o penteava para trás. A imagem proibida de uma Gail nua e com o cabelo vermelho flutuando ao vento e no rosto uma expressão de êxtase apoderou-se de sua mente.


Nicholas franziu o cenho e conteve outro suspiro. Talvez fizesse muito tempo que não levava uma mulher para a cama. Continuava indo à atos públicos com damas lindas, mas estava muito concentrado no fato de ter se convertido em pai para poder se ocupar de suas necessidades sexuais.


Nicholas tratou de afastar aqueles pensamentos perturbadores de sua mente enquanto reunia-se com Gail no banheiro da menina. Gail abriu a torneira e a banheira começou a se encher.


- Como foi o jogo?


- Muito bem, obrigada por perguntar. Claro, ganhamos. – assegurou ela com um brilho de competitividade no olhar. – Há três anos não sofremos uma derrota. É uma equipe mista, e os garotos não duvidam em atiçar as mulheres quando não somos suficientemente agressivas.


- Nenhum desses garotos é especial para você?


- Todos são especiais. – respondeu Gail enquanto começava a trocar Molly. – mas para eles, sou como mais um.


- Não podem ser tão cegos. – disse ele.


- Obrigada, você é muito amável. – respondeu Gail girando para sorrir-lhe enquanto colocava a menina na água antes de comprovar a temperatura. – E falando em pessoas especiais, o que me diz de você?


- Molly é a única garota especial em meu presente e no meu futuro. – afirmou Nicholas com certa amargura ao lembrar da mãe de sua filha. – Estou decidido a manter só relações à curto prazo com as mulheres.


- Com certeza. – disse Gail com uma careta de desconfiança enquanto esfregava a barriguinha de Molly.


- O quê? Não acredita em mim? – perguntou Nicholas, claramente ofendido por sua reação. – sempre sou muito claro com as mulheres a respeito de minhas intenções. Não ficam com a menor dúvida.


 - Talvez não, mas ficam com esperança. – afirmou Gail passando a esponja pelo resto do corpo da menina.


- Esperança de quê?


- De que você se apaixone loucamente por elas. – contestou Gail, como se fosse a resposta mais óbvia do mundo.


- Nunca voltarei a me apaixonar loucamente por ninguém. – assegurou ele com o rosto cínico. – Os finais felizes não existem.


Gail franziu o cenho como se estivesse de acordo com ele mas teve que morder a língua. Nicholas suspeitou que lhe custava muito agir dessa maneira quando tinha uma opinião formada a respeito de algo. Gail tirou Molly da banheira e a envolveu com a toalha. Com um movimento rápido, colocou-a nos braços do pai.


- Não sei o que lhe dizer. – disse Gail apontando a menina com um gesto. – Mas me parece que você ganhou essa partida.


Nicholas olhou os inocentes olhos de sua filha e sentiu o coração crescer com um sentimento de proteção e amor.


- Suponho que sim. – disse sorrindo a Molly.


 


 


 


 


No final daquela mesma semana, Gail encontrou Nicholas na cozinha quando este tirava uma garrafa de água da geladeira. Havia passado a tarde de reunião em reunião para tentar solucionar alguns problemas na produção. Estava tão tenso que sentia como se tivesse os músculos do pescoço duros como uma roda de borracha.


Ao vê-la sorrir, sentiu que aquela tensão se relaxava.


- Bem vindo ao lar. Lamento o assaltar logo ao entrar pela porta.


- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou sentindo de novo o pescoço duro.


- Nada grave. – afirmou Gail mostrando-lhe o porta-retrato que tinha na mão – Tenho que lhe fazer um pedido especial. Preciso de uma foto sua para colocar no quarto de Molly. Você fica fora o dia todo, e assim pensei que seria bom que tivesse uma lembrança visual sua. O melhor seria uma foto informal.


- De acordo, verei o que encontro por aí. – disse Nicholas encolhendo os ombros.


- E também preciso que grave uma mensagem – continuou Gail aproximando-se para lhe mostrar a moldura. – Qualquer coisa: algumas palavras, uma canção... Olhe o que comprei hoje: é estupendo. Cada vez que você aperta o botão que tem na moldura, escuta a mensagem. Molly adorará.


A campainha tocou à porta e Gail olhou o relógio.


- Deve ser Jonathan. É um amigo. – disse respondendo à pergunta de Nicholas antes que esse a formulasse. – Ligou para dizer que queria ver a partida de basquete comigo. Disse que poderia usar o andar debaixo à noite se quisesse trazer meus amigos. Ainda lhe parece bem?


A verdade era que não. Depois de um dia tão difícil, Nicholas  queria desfrutar de uns minutos de conversa com Gail. Mas não seria justo limitar sua vida social só porque estar com ela era tão refrescante quanto uma garrafa de água.


- Claro. – assegurou. – De qualquer forma, vou cedo para meu quarto.


- Assim poderá gravar a mensagem e procurar a foto. – disse ela com um amplo sorriso enquanto dirigia-se para a porta.


- Já veremos. – murmurou Nicholas enquanto ela abria a porta.


Um homem de uns vinte e poucos anos levantou Gail do chão.


- Quanto tempo pensava me deixar lá fora no frio? Começava a achar que tinha errado a casa.


- Ponha-me no chão, Jonathan. Não se preocupe, por que não vai perder o inicio da partida.


- Você já está outra vez partindo meu coração. – disse o homem voltando a colocá-la no chão. – O que não queria era perder um só minuto ao seu lado.


- Sinto muito, pensei que já tivesse ido. – disse Gail olhando por cima do ombro e encontrando-se com Nicholas. – Apresento-lhe Jonathan O’Reilly, companheiro de equipe e um de meus melhores amigos, apesar de levar muito a sério seu flerte irlandês. Este é Nicholas Barone, meu chefe.


- Prazer em conhecê-lo. – disse o homem estendendo a mão. – Sou um consumidor habitual de seus produtos, e um admirador de sua empresa.


- Obrigado. – respondeu Nicholas.


Gostava daquele homem e, ao mesmo tempo, não gostava. Gail podia insistir o quanto quisesse que era só um amigo, mas Nicholas tinha visto o suficiente para compreender que Jonathan buscava algo mais do que amizade. Sentiu raiva da familiaridade com que aquele homem tocava Gail, o que era uma idiotice.


Sempre e quando ela fizesse bem seu trabalho com Molly, não deveria lhe importar suas relações.


- Há cerveja na geladeira. Boa noite aos dois. – despediu-se Nicholas antes de começar a subir as escadas.


Sentia uma inexplicável sensação incômoda. Escutou a voz de Jonathan seguida do riso de Gail e deteve-se no meio da escada.


Aquele riso, natural e inconscientemente sexy, provocou-lhe uma onde de desejo que atravessou seu corpo. Havia algo nela que a convertia em vício, e Nicholas começou a pensar que fazê-la rir seria como levá-la ao orgasmo. Aquele pensamento o deixou nocauteado, mas sabia que era certo.


Ela voltou a rir, e Nicholas sentiu de novo a mesma sensação. Não pôde evitar franzir o cenho, pois não lembrava de ter se excitado só de ouvir o riso de uma mulher. Tratando de acalmar a estranha e urgente necessidade que sentia de ser o homem que a fizesse rir, Nicholas subiu o resto da escada, mas não pôde resistir à tentação de deixar aberta a porta do quarto para voltar a escutar seu riso.


Durante as duas horas que se seguiram, dedicou-se a preparar os informes para a próxima reunião regional. Sentia as pálpebras cada vez mais pesadas, assim, fechou os olhos e apoiou-se contra as almofadas, dizendo a si mesmo que descansaria só uns instantes... E logo viu-se imerso em um sonho que era uma mescla de imagens sensuais em que a protagonista absoluta era Gail. Aparecia vestida só com um robe de seda negra e se aproximava de sua cama com o cabelo alvoroçado e um sorriso sensual desenhado nos lábios. E quando a visão daquela boca acercou-se dele a ponto de deixá-lo louco de desejo, o choro de uma criança rompeu o feitiço.


A visão desapareceu de pronto, e Nicholas piscou enquanto se incorporava com o pescoço endurecido. Os papéis descansavam sobre seu peito, e ainda vestia as calças, onde se delineava uma grande ereção. Que sonho estranho. Escutou então outro grito de Molly.


Nicholas levantou-se automaticamente da cama e saiu para o corredor em direção ao dormitório de sua filha. Gail estava ali, abraçando a menina, consolando-a.


- Nada mal um abraço quando se tem um pesadelo. – comentou Gail ao vê-lo entrar. –Creio que deveríamos seguir com as medidas que tínhamos adotado para tranqüilizá-la.


– Esqueci de colocar a camiseta no berço. – disse Nicholas enquanto começava a tirá-la.


Deu-se conta de que ela deixava o olhar cair sobre seu peito antes de afastá-lo deliberadamente. O brilho de admiração que descobriu em seus olhos alcançou todas suas terminações nervosas até chegar ao seu coração. Nicholas se deu conta que Gail se sentia atraída por ele, e teve impressão de que se tratava de uma atração sincera. O quanto poderia ser, tratando-se de uma mulher, corrigiu-se imediatamente enquanto se protegia debaixo de uma armadura de cinismo.


Gail depositou um beijo suave sobre a fronte da menina e tratou de colocá-la de volta ao berço, mas Molly começou a protestar e viu-se obrigada a tirá-la novamente.


- É melhor que vá para cama. Isso vai demorar. – Assegurou Gail com um sorriso. – Talvez tenha que passar a noite com ela nos braços, assim é melhor ir dormir. Amanhã tem que trabalhar.


Nicholas assentiu com a cabeça, saiu do quarto e se dirigiu ao seu.


Ainda demorou um pouco para dormir. Despertou quando ainda não tinha amanhecido com a estranha sensação de ter algo para fazer. Recordou então das dificuldades de Molly para conciliar o sono, dirigiu-se para o quarto da menina e viu Gail sentada na cadeira de balanço com a cabeça de sua filha apoiada sobre o ombro. Aquela visão despertou nele uma sensação de ternura.


- Coloque-a na cama. – disse em voz baixa.


Gail levantou o olhar para ele, com suas pestanas semi-cerradas pela falta de sono. Assentiu com a cabeça, levantou-se muito devagar e colocou Molly no berço. Ambos esperaram em silêncio.


Escutaram um som de protesto de dentro do berço e Gail esticou os braços para tentar alcançar a menina, mas Nicholas a deteve com uma mão.


- É meu turno.


- Mas tem que dormir. – afirmou Gail o olhando surpreendida.


- Já dormi um pouco. – assegurou ele apertando suavemente o ombro dela. – Agora é sua vez. Somos uma equipe.


- Tem certeza? – sussurrou ela olhando-o nos olhos.


- Vá para cama.


- É muito bom dando ordens. – burlou Gail, mesmo com os olhos fechando-se de cansaço.


- A única coisa que tem que fazer é cumpri-las. – disse ele inclinando-se para tomar sua filha nos braços.


Durante a hora que se seguiu, passeou com ela no colo, balançando-a. Os minutos passavam lentamente e Nicholas prometeu a si mesmo que no futuro, compartilharia todas as noites em claro com Gail. Somente a idéia de compartilhar uma noite com Gail invocava-lhe imagens prazerosas. Enquanto ninava sua filha e a estreitava contra si, tinha os pensamentos em Gail, em seu calor e simplicidade, em seu sorriso. Molly sentia-se a salvo com ela, e, de uma estranha maneira, Nicholas também.


 


 


 


 


Os primeiros raios de sol a despertaram. Gail abriu os olhos e se sentou na cama, aguçando o ouvido para tentar escutar algum som vindo do quarto de Molly. Incorporou-se, saiu de seu quarto e andou a pequena distância que a separava do dormitório da menina. Entreabriu a porta e encontrou Nicholas dormindo na cadeira de balanço com sua filha também dormindo sobre seu peito descoberto.


Aquela imagem a deixou sem ar. Ambos pareciam-se muito, e eram tão bonitos... Apesar da força de Nicholas e da vulnerabilidade de Molly, Gail sentia que os dois precisavam das mesmas coisas: segurança, aceitação e um lugar em que se sentissem a salvo. O desejo de proporcionar tudo aquilo a ambos era tão forte que lhe doeu. Gail se questionou como era possível que conquistassem seu coração tão depressa, mas o caso era que lhe resultava muito fácil preocupar-se pelos dois.


Nicholas era um homem muito poderoso, mas ela percebera nele uma solidão que mantinha oculta. Imaginava que o fato de ser o primogênito de uma família como a sua, resultara-lhe uma carga muito pesada. Nicholas crescia a cada desafio, mas Gail suspeitava que havia momentos em que suas obrigações o superavam. E naquele momento, a paternidade era um desafio a mais.


Gail inclinou-se para a frente e estendeu a mão para roçar-lhe o braço e despertá-lo, mas deteve-se a meio caminho, como se tivesse medo que sua pele queimasse.


Aborrecida pelo curso de seus pensamentos, Gail o tocou e ficou olhando-o. Nicholas abriu os olhos no mesmo instante.


- Bom dia. – sussurrou ela colocando a mão nas costas de Molly. – Creio que finalmente caiu.


A menina apenas se moveu quando Gail a colocou no berço. Encolheu-se um pouco para adotar uma posição mais cômoda, logo esticou a mão para pegar a camiseta de Nicholas e a levou à boca.


- Olhe. – falou Gail estirando a mão para trás, sabendo instintivamente que Nicholas estava a suas costas. – Está beijando sua camiseta.


Ele se aproximou do berço e contemplou sua filha alguns instantes com a ternura estampada em seu rosto. Logo se voltou para Gail e desenhou com um dedo suas olheiras.


- Tem que se livrar dessas olheiras. Volte para a cama.


- E você?


- Adoraria me reunir com você, mas tenho que ir para o escritório. – assegurou ele com uma careta brincalhona enquanto a olhava com ar sedutor.


- Eu... não me referia  a ... – Gail começou a se explicar.


- Não se preocupe – Nicholas a calou pondo o dedo índice sobre seus lábios. – Estou brincando.


Gail contemplou seu peito nu e seus olhos adormecidos e conteve um gesto de confusão. O que aconteceria se ela não quisesse que fosse uma brincadeira?


 


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Autor(a): fanofbooks

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