Fanfic: O Playboy Apaixonado - Leanne Banks[Os Barone de Boston -1] | Tema: livro original, hot, romantico,
Capitulo Oito
Quando Gail acordou na manhã seguinte, entendeu na mesma hora o significado da expressão: “A dor da recém casada”. Ainda que ela fosse uma atleta e houvesse sofrido lesões anteriormente, doía-lhe todo o corpo de uma maneira que nunca tinha imaginado antes.
Olhou o vazio que havia ao seu lado, em que antes havia estado Nicholas, e acariciou com a mão a almofada em que ele tinha repousado a cabeça. Assaltava-lhe um acúmulo de emoções. Começou a pensar em todas as questões que na noite anterior havia impedido a si mesma de considerar.
Nicholas e ela haviam cruzado a fronteira, e tinham se tornado amantes.
Amantes secretos. Sentou-se na cama e sentiu novamente dor, dessa vez no coração. O resto de sua vida era demasiadamente pública. E além disso, existia o fato de que ela trabalhava para ele. E entretanto uma parte de Gail não podia evitar se perguntar se ele não teria vergonha dela, o ao menos do desejo que sentia por ela.
Desde o momento em que conheceu Nicholas Barone soube que estava fora de seu alcance, mas não queria que aquilo fosse um problema. Ainda que devesse andar com cuidado, porque poderia chegar a se apaixonar por ele.
Gail olhou-se no espelho que havia no toucador e fez uma careta. A verdade caiu sobre ela com toda contundência. Se já não estivesse apaixonada por Nicholas, por acaso teria se entregado a ele tão alegremente na noite anterior?
Gail notou que seu coração se encolhia e sentiu uma pontada de pânico. Havia se apaixonado por ele. Ainda que talvez fosse algo normal entre as virgens. Quem sabe todas as mulheres ficavam apaixonadas depois da primeira vez.
Mas Gail sabia a verdade. No fundo de seu coração, a conhecia, e esse conhecimento a golpeou como um soco. Estava apaixonada por Nicholas Barone. E tinha que guardar isso em segredo.
Durante o dia, Gail se enfrentava com suas pequenas dúvidas, mas quando Nicholas chegava a cada noite, conseguia com que todas suas preocupações desaparecessem. Compartilhavam as noites em casa com Molly, e uma noite inclusive se aventuraram a ir à Sorveteria Baronesa, em Hannover Street.
O edifício conservava o aspecto e o encanto das antigas lojas de doces, com seus tamboretes e vitrines. Gail se encantou só em vê-la.
Maria recebeu os três com um sorriso de orelha a orelha.
- Já era hora de nos visitarem. Posso lhes oferecer um chocolate quente e cappuccino, se estiverem com frio.
Gail não pôde evitar de pensar no beijo apaixonado que ela e Nicholas acabaram de trocar justo antes de sair de casa.
- Eu não estou com frio. – ela assegurou sem atrever-se à olhá-lo nos olhos. – Molly e eu gostaríamos de um sorvete de morango.
- Que sejam três. – ele disse seguindo sua irmã até a parte traseira da sorveteria, que estava bastante cheia. – Surpreende-me que não tenha pedido calda de caramelo quente. – sussurrou para Gail sentando-se ao seu lado e roçando em sua perna.
- Não deveria flertar comigo em público se quer manter nossa relação em segredo. – ela falou olhando-o com assombro.
- É que me dá muito trabalho. – protestou Nicholas. – Então é você que me dirá o que vai fazer a respeito.
- A respeito de que? – Gail perguntou enquanto colocava a menina em uma cadeirinha especial.
- A respeito de como sua presença me afeta. – respondeu ele olhando-a com um ardor capaz de atear fogo em todo o edifício.
- Pelo jeito não se lembra do número trinta e sete da lista. – disse Gail levando à boca uma colherada de sorvete que um garçom acabava de lhe servir.
- Seguramente não. Meus circuitos ficaram presos no número vinte e nove.
- O ponto trinta e sete está relacionado com sorvete. – assegurou ela lambendo os restos do doce de sua colher.
- Sorvete e o que mais?
- Algo pelo qual me expulsariam se me atrevesse a dizer em público. – respondeu Gail sorrindo enquanto dava outra lambida em sua colher.
Nicholas ajeitou a gola da camisa e ela quase pôde notar como lhe saia fumaça pela cabeça. A certeza de saber que tinha o poder de excitá-lo daquele modo era muito gratificante.
- Já que falamos da lista, direi que não estou de acordo com um dos pontos. – disse de pronto Nicholas servindo sua filha na boca com uma colher de sorvete. – Não gosto de seu batom.
- Por que não? – Gail questionou piscando.
- Porque preferia que usasse um que deixasse marcas cada vez que me beija. – respondeu ele. – Marcas por todas as partes.
Formou-se um nó no estômago de Gail ante a possibilidade de deixar Nicholas marcado, de fazê-lo seu.
- Talvez pudéssemos acrescentá-lo á lista. – propôs ela. – Posso escolher o lugar onde o beijaria?
- Sim, mas tentaria influenciá-la.
Tinha certeza disso. Gail resistiu à urgente necessidade de levar a taça de sorvete à sua face acalorada. As imagens sensuais que ela e Nicholas estavam evocando tinham deixado seu cérebro momentaneamente nocauteado.
- Tudo certo? – perguntou Maria aparecendo ao seu lado.
- Perfeitamente. Leva o negócio com a mesma graça que a avó Angélica.
- Isso é um elogio vindo de você. – assegurou sua irmã com uma expressão encantada.
- Você merece.
- Obrigada. Tem certeza de que está tudo certo? Tive a impressão de que estavam tendo uma conversa muito intensa...
- Estava comentando com Gail que os sorvetes são fabricados diretamente aqui. – falou Nicholas no mesmo instante.
- É sim. – respondeu Maria assentindo com a cabeça. – Temos o compromisso de manter a atmosfera e a qualidade da loja original. Outro dia lhe mostrarei a cozinha onde o fabricamos, Gail. Mas agora, se me dão licença, tenho que atender os clientes...
- Maria é uma apaixonada pela sorveteria. – Nicholas comentou com Gail quando sua irmã se foi. – Ela trabalhou aqui com a avó Angélica até que essa morreu no ano passado.
Gail olhou as grandes fotografias em preto e branco dos avós de Nicholas inaugurando a loja. Em seus rostos jovens pareciam estar escritos o amor e a esperança.
- Amaram-se muito, não é?
Nicholas assentiu com a cabeça.
- Marco a amou o suficiente para fugir com ela. – disse com ar pensativo. – Tiveram muitos problemas, mas compartilharam um desses amores para toda a vida que nem todos temos a sorte de encontrar.
O coração de Gail deu uma volta ao contemplar a expressão de seu rosto. Ela desejava com toda a sua alma que Nicholas sentisse um amor daquele tipo por ela. Desejava que ele pudesse olhá-la e ver o quanto o amava. Mas então sentiu um nó no estômago. Se Nicholas soubesse como eram fortes seus sentimentos em relação a ele, a deixaria mais rapidamente do que um sorvete derretendo em uma tarde de verão. Tinha que parar de ter ilusões.
Naquela noite, depois de fazerem amor na cama de Gail, ela se deitou de bruços um pouco levantada para olhá-lo e deixou cair uma mão sobre seu forte peito.
- Conte-me outra história sobre os Barone.
- Não, por favor. – protestou Nicholas.
As histórias familiares haviam se convertido, de alguma maneira, em parte imprescindível das noites que compartilhavam. Gail fazia amor com ele com a força de um furacão e logo lhe pedia uma história.
Os olhos cheios de ilusão de Gail naquele momento tocaram uma fibra sensível de seu interior. Apesar do ardor de seus encontros passionais, Nicholas não havia enganado a si mesmo crendo que desejava Gail somente por sexo. Seguramente preferia morrer antes de admitir, mas se sentia a salvo com ela. Gail não o trairia, não lhe mentiria. Preferia machucar a si mesma antes do que a ele.
O fato de Gail o aceitar tal como era, em sua totalidade, comovia Nicholas de uma maneira que até então nunca havia experimentado. Ainda que estivsse consciente de que o amor não era para ele, sentia um instinto de proteção muito forte em relação a Gail.
- Conte-me mais coisas de Marco e Angélica. – suplicou-lhe ela com um sorriso.
- Marco estava morando com uma família cujo restaurante trabalhava quando se apaixonou por Angélica. Supunha-se que ela teria que casar com um homem chamado Vicent, e a família que cuidava de Marco tinha por certo que algum dia ele se casaria com sua filha Lúcia. Quando Marco e Angélica fugiram, toda a família ficou furiosa, e Lúcia estava tão irada que lançou uma maldição contra meus avós.
- Não pode ser! – exclamou Gail.
- Assim foi. – assegurou Nicholas, sorrindo ante sua indignação. – Não costumamos falar disso, mas quando o fazemos, chamamos de “A maldição do Dia de São Valentim”.
- Por que esse nome? – ele questionou com o cenho franzido.
- Porque ao longo dos anos ocorreram alguns fatos trágicos no Dia de São Valentim. Angélica perdeu o primeiro filho que esperava nesse dia, e alguns anos mais tarde, na mesma data, raptaram um de seus filhos gêmeos.
- Que horror! – interveio Gail sacudindo a cabeça. – Quando mencionou que Angélica e Marco tiveram problemas, pensei que estivesse exagerando.
Gail deteve-se um instante e levantou o dedo para lhe acariciar o queixo antes de continuar falando.
- Você acredita na maldição?
- Claro que não. – Nicholas respondeu.
- Notei um tom de dúvida em sua voz.
Ele lembrou seu rompimento com a mãe de Molly no dia de São Valentim. Mas com Gail deitada em cima dele, cálida e sensual, aquele rompimento lhe parecia muito distante.
- Claro que não. – repetiu.
- Talvez consiga lhe arrancar mais coisas em outra ocasião. – disse Gail, claramente insatisfeita por sua resposta.
- Tente. – a desafiou Nicholas, fascinado por seu olhar.
Ela inclinou a cabeça para beijá-lo suavemente no peito. O contato de sua boca foi tão erótico que parecia quase insuportável, mas Nicholas não podia afastar-se dela. Que os céus o ajudassem, mas se não se cuidasse aquela mulher poderia tocar seu coração.
À tarde seguinte, Nicholas roubou um beijo de Gail na cozinha enquanto ela dava comida a Molly.
- Pa-pa-pa – bateu palmas ao vê-lo entrar.
- Bella bambina. – exclamou Nicholas aproximando-se de sua filha. – Como foi seu dia hoje? Esta noite quem lhe dará banho é papai. A propósito, Gail, hoje me ligou um dos membros da Sociedade Histórica de Boston. Tinha esquecido que havia oferecido minha casa para a reunião de janeiro. Será dentro de uns dias, e queria que soubesse.
- E quanto durará? – questionou Gail enquanto retirava a bandeja de comida da cadeira de Molly.
- Duas ou três horas se muito, mas Corinne estará entrando e saindo uns dois dias antes. – contestou ele encolhendo os ombros.
- Corinne? – perguntou Gail detendo-se um instante com o coração encolhido.
- Sim. – ele respondeu olhando-a fixamente.
Uma dúzia de possibilidades aflorou na mente de Gail. As duas primeiras foram as mais dolorosas: Queria voltar a ver Corrine. Já havia se cansado dela.
- Não há nada entre Corinne e eu. – assegurou Nicholas aproximando-se ao compreender o porquê de sua expressão perturbada. – Esse encontro foi planejado há meses. Ela também é membro da Sociedade Histórica, e me convenceu a emprestar a casa me prometendo que ela se encarregaria de organizar tudo. Não significa nada para mim. – a tranqüilizou roçando-lhe os lábios com os seus. – Logo lhe demonstrarei. Essa noite mesmo.
Passado meia noite, Nicholas havia deixado muito claro o quanto desejava Gail, tal como tinha feito muitas noites anteriores. Ademais, havia lhe contado outra de suas histórias de família.
Talvez devesse estar tranqüila. Gail podia ver que o que Nicholas sentia por ela ia além do desejo físico. Mas naquele momento, sozinha na escuridão, as dúvidas cresceram como brasas avivadas pelo fogo. Nicholas ia à sua cama quase todas noites, e agia como se nunca tivesse o suficiente dela. Mas Gail não podia apagar o fato de que sempre ia embora bem antes do amanhecer.
Nunca ficava para dormir com ela.
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Autor(a): fanofbooks
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