Fanfic: A Lenda de um Amor - Sandy Blair | Tema: livro original, romance, época
Prólogo
Hotel de St. Regis
Nova Iorque, EUA
No momento em que foi apresentado à Srta. Katherine Elizabeth MacDougall Pudding, o testamenteiro Tom Silverstein, só pensava em uma coisa: uísque.
O líquido da vida. Qualquer marca ou idade, contanto que houvesse muito.
Dentro de seu paletó amassado conseguia, para sua própria surpresa, visualizar a Srta. Pudding, nova herdeira do castelo Blackstone, sorrindo de maneira plácida por trás da mesa do bufê, à medida que lhe contava sobre a herança e todas as suas conseqüências.
Katherine ainda sorria, quando o conduziu até a delegacia mais próxima, e insistiu com os policiais para que tirassem as impressões digitais do escocês e o interrogasse. Depois, pediu muitas desculpas, quando a polícia ratificou a identidade do Sr. Silverstein, que, mesmo assim, precisou ainda do resto do dia e parte da noite para convencê-la a viajar com ele para a Escócia afim de, pelo menos, conhecer a propriedade que herdara.
Silverstein atirou a mala sobre uma poltrona e dirigiu-se ao bar para apropriar-se da garrafa de cristal onde se lia”Uísque”. Emborcou dois dedos da bebida em um só gole e voltou a encher o copo. Com a bebida na mão, foi até o telefone.
Sua adorada esposa Margaret, que estava grávida, atendeu ao primeiro toque. O alívio que sentiu ao ouvir a voz querida, encheu-o de um calor que nenhum uísque lhe proporcionaria.
– Está se sentindo bem, meu tesouro?
– Sim, mas por onde anda?
Com relutância, Silverstein contou sobre o seu dia à Margaret, uma escocesa de fértil imaginação. Para sua alegria, ouviu-a suspirar e dizer:
– Oh! Meu pobre queridinho!
Silverstein a visualizou com as faces rosadas, sentada na poltrona favorita da sala de estar, com a mão sobre o ventre arredondado e lágrimas nos olhos. Por fim, Margaret perguntou:
– A Srta Pudding virá, então?
– Sim, mas levará ainda uma semana.
Margaret tornou a suspirar.
– Tudo bem. Terei tempo de arrumar o lugar.
A expressão do marido, do outro lado do mundo, tornou-se preocupada.
– O que foi que o lorde aprontou agora?
– Assim que você partiu, atirou tudo que o velho possuía... de casacos a sapatos... no celeiro. Até destruiu o aparelho de televisão. Uma vergonha!
Tom também não apreciara o herdeiro anterior, mas destruir a televisão era demais! Acabou sussurrando:
– Poderia ter sido pior.
– Sim, e de acordo com seu pai, foi.
– Amor, não queria que fosse até lá.
– Não se preocupe, Tom. Minha gravidez está muito adiantada para que vá de barco até o castelo. Mandarei os rapazes retirarem a neve da entrada. Mas, diga-me, como é a Srta. Pudding? Será que o lorde vai achá-la bonita?
– Como se pode afirmar isso já que as norte-americanas usam tanta maquiagem? É atraente, sim, porém creio que muito sem brilho debaixo das plumas e paetês.
– Oh! Mas pelo menos é ruiva? O lorde tem um fraco por cabelos vermelhos.
– Sei disso querida...
Desde 1408 um filho dos Silverstein era sempre escolhido e educado para estudar leis e finanças, mesmo que tivesse aspirações diferentes, a fim de servir como testamenteiro para o senhor do castelo de Blackstone. Esse também seria o destino do filho de Tom e Margaret que estava por nascer, a não ser que...
– Se isso serve de consolo – disse Tom em voz alta – a Srta. Pudding não é tola, e perguntou se eu já vira fantasmas em Blackstone.
– E o que respondeu, querido?
– Disse-lhe que nunca vi um fantasma ali.
– Tom! Como testamenteiro não pode mentir para a herdeira. Nem por omissão!
– Não estou mentindo quando digo que nunca o vi. É claro que já o ouvi, tolerei sua arrogância e mau gênio, porém nunca o lorde se materializou para mim. Portanto, não menti.
Após um longo suspiro e uma pausa quase infindável, Margaret voltou a falar.
– Será a Srta Pudding a... escolhida?
A maldição escrita em gálico surgiu diante dos olhos de Tom.
Amaldiçôo você, MacDougall, Para que vague entre os mundos
E suspire pelos entes amados,
Até que alguém especial o liberte,
Dê-lhe amor incondicional,
E um filho sem igual.
– Jamais saberemos, amor– murmurou tom Silverstein, o vigésimo terceiro de sua linhagem a servir Duncan Angus MacDougall – a menos que ele a aceite.
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Autor(a): fanofbooks
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