- Melinda narrando.
- Finalmente sentada! – falei logo após me sentar – Aonde você vai? – perguntei a Chuck quando o vi se afastando.
- Procurar um lugar pra me sentar. – ele disse.
- Senta aqui por enquanto... Eu não quero ficar sozinha.
- O que você tem? – se sentando ao meu lado – Você não é assim. Sei que não gosta do seu aniversario, mas você está desanimada.
- Eu não acho que esse seja o momento certo pra falar sobre isso.
- Não é mesmo, mas quero que você desabafe pra poder curtir a festa.
- Chuck... Estou confusa e farta dessa situação. Eu amo você e amo o Nick, quero ficar com os dois e me doar para os dois... Eu não posso escolher um só.
- Você não pode ficar com os dois. Eu sinto muito por te colocar nessa situação.
- Não foi você que me colocou nessa situação, eu que resolvi me apaixonar por duas pessoas.
- Eu quero ficar com você, mas creio que Nick seja o melhor... – segurando minha mão.
- Não faz isso...
- O que?
- Não seja o Chuck legal, não seja compreensivo...
- Por quê? – ele perguntou confuso.
- Porque eu estou com uma tremenda vontade de te beijar agora. – aproximando meu rosto do dele.
- Opa! – Rachel falou parando na nossa frente – Desculpa chegar agora, mas não é uma boa hora pra isso.
Eu me soltei de Chuck imediatamente e ele se afastou.
- Obrigada! – eu disse pra Rachel.
- Não tem de que! Cuidado! – se afastando.
- Eu acho que preciso tomar um ar. – me levantando.
- Mel... – se levantando e vindo atrás de mim.
Eu passei pela cozinha e sai pelas portas do fundo. Esperava sair na doca, mas acabei entrando num deposito fechado.
Era uma espécie de cozinha, parecia estar sendo reformada. As luzes eram baixas e os móveis todos em aço.
- Moça a senhora não pode ficar aqui. – o chefe disse vindo atrás de mim.
- Me deixa em paz! Sou a dona da festa. – eu disse de costas pra ele.
- Mas a senhora não pode ficar aqui. – ele repetiu.
- Deixe a moça... – Chuck falou.
Eu me virei para a porta e Chuck estava colando dinheiro na mão do chefe.
- Ela não está se sentindo muito bem, então ficaremos aqui por algum tempo. Não deixe ninguém entrar. – ele falou para o chefe.
- Sim senhor. Me desculpe. – se retirando.
- É bom você sair daqui também. – falei para Chuck.
- Eu não vou a lugar nenhum! Não vou te deixar sozinha. – se aproximando.
- Eu quero ficar sozinha. – olhando pra ele – Não posso ficar perto de você, eu não posso me segurar perto de você.
- Pode sim, se eu consigo você consegue também. Mas eu não vou te deixar sozinha e triste no dia do seu aniversario.
- Chuck... – indo em direção a ele – Meu coração palpita quando você está perto... Meu corpo treme e eu começo a suar... Eu sinto como se uma força me puxasse pra você e de repente eu penso nos lábios tocando os meus, nas suas mãos em minha cintura... É tão intenso que... – parando na frente dele – Se eu fechar os olhos e posso ver e sentir...
- Mel... – dando um passo para trás.
- É como uma necessidade... – passando as mãos em volta da nuca dele.
- Não faz isso. Não sou eu quem você quer... Você vai se arrepender.
- É você que eu quero... Eu não tenho duvida. – encostando meus lábios nos dele.
Eu o beijei da forma mais arrebatadora que pude. Deixei todo o desejo falar mais alto e o beijei até que ele retribuísse. O que não demorou.
Ele virou o corpo me segurando pela cintura e me colocou sobre o balcão gelado de aço. Suas mãos levantaram o meu vestido e puxaram minhas pernas pra mais perto dele. Envolvi-o com as pernas e grudei meu corpo no dele.
O beijo aumentava o fogo que estava dentro de mim e me fazia pedir por mais.
Desabotoei os primeiros botões da camisa dele e passei as mãos em seus ombros arranhando-os. Desci as mãos pelo seu abdome, e desabotoei a calça. Ele hesitou. Parou o beijo e se afastou.
- Isso não. – disse ele ofegante com a boca suja com meu batom vermelho.
- Eu quero isso e eu quero agora! – falei seria.
- Melinda, não podemos.
Coloquei a mão por dentro de sua cueca boxe preta e ele se arrepiou.
- Para com isso... – ele disse de olhos fechados.
- Nós dois sabemos o quanto você quer isso... – colando os lábios nos dele novamente e voltando a beija-lo.
Chuck apertou os dedos nas minhas coxas e subiu ainda mais o meu vestido.
Passou as mãos pelo meu quadril e pareceu procurar por alguma coisa. Suas mãos deslizaram para o meio das minhas pernas e aos poucos foram subindo até minha virilha.
- Eu não acredito nisso. – ele sussurrou entre o beijo.
Puxei suavemente seu membro para fora da calça e grudei nossos corpos mais uma vez. Ele gemeu baixo, eu suspirei e cravei as unhas em suas costas sobre a camisa.
Meus lábios passeavam do seu queixo, para o pescoço e do pescoço para os lábios novamente.
Sentia meu corpo queimar de tesão a cada movimento de Chuck.
Ele por sua vez mantinha uma mão em minha coxa e a outra em minha cintura.
Fomos para o chão e eu fiquei sobre ele. Eu me mexia, rebolava, mas não parava, não queria parar.
E entres suspiros e gemidos abafados no meio daquela cozinha de aço inox fria, chegamos ao ápice juntos.
Deitei-me sobre ele e beijei seu rosto com carinho. Ele ainda estava de olhos fechados.
- Não acredito que fizemos isso. – ele sussurrou.
- Fizemos... E não quero que essa seja a única vez.
- Não podemos fazer isso de novo.
- Não gostou?
- Foi a melhor noite da minha vida... – passando a mão no meu rosto – Mas você tem o Nick.
- Esquece o Nick por enquanto.
- Não é assim Mel.
- É assim. Foi a melhor noite da sua vida e da minha também, então esquece ele.
A porta de abriu e eu e Chuck nos assustamos. Encolhemo-nos atrás do balcão e acabamos não vendo quem era. A pessoa foi embora logo e nós nos levantamos.
- Vamos viver nos escondendo assim? – ele perguntou serio.
- Provavelmente sim... – ajeitando o vestido e rindo.
- Vem aqui... – me puxando pela cintura e me beijando – Eu amo você!
- Eu também... – olhando nos olhos dele.
Beijamo-nos novamente e começamos a nos arrumar.
Dei o nó na gravata de Chuck e ele fechou o zíper do meu vestido. Joguei o cabelo para não parecer tão desgrenhado e ele usou o lenço do terno para limpar o batom de seu rosto.
- Você está mesmo sem calcinha? – ele perguntou indignado enquanto saímos da cozinha.
- Estou... Todas as que eu provei marcavam o vestido. – disse rindo.
Quando voltamos para o salão Rachel foi a primeira a vir em minha direção. Ela me segurou pelo braço e me arrastou para o banheiro trancando a porta.
- Como você some com Chuck por uma hora na sua festa de aniversario que alias tem vários repórteres convidados? – ela falou brava.
- Uma hora? – perguntei confusa.
- Sim, uma hora! Todo mundo notou que você e Chuck sumiram ao mesmo tempo. Você não pode dar bandeira Mel.
- Eu só não estava bem e fui tomar um ar com Chuck.
- E volta despenteada e sem batom... Ta na cara o que você fez!
- Não foi planejado... Aconteceu.
- Não estou te descriminando... Só acho que você tem que se cuidar mais.
- Tudo bem... Me desculpa. Você tem razão.
- E Mel... Não engana o Nick. Não diga pra ele que o ama. Não por enquanto.
- Mas...
- Vai ser melhor, vai por mim.
- Tudo bem! Obrigada! – abraçando ela.
- Se arruma, e vamos voltar para a festa! – arrumando meu cabelo com os dedos.
Eu passei o batom e ajeitei o cabelo. Me arrumei e voltei para a festa.
Chuck estava tomando champanhe ao lado de um magnata que eu nunca havia visto. O terno estava bem alinhado, a gravata com o nó certo e o lenço sujo de batom colocado da forma certa mostrando apenas o lado limpo, mas o cabelo que andava sempre bem penteado e com gel o entregava pela pequena mexa solta que caia em sua testa.
Ao me ver ele sorriu, ergueu a taça de champanhe e voltou a conversar com o homem ao seu lado.
- Mel! – uma voz feminina exclamou logo atrás de mim.
Eu me virei e vi Danielle com uma taça de vinho na mão e com os braços estendidos em minha direção para um abraço.
- Dani! Que bom ver você! – abraçando ela – Como está?
- Estou bem e você? Desculpa ter chegado atrasada, mas é que Audrey deu trabalho e sem o Kevin ao meu lado tudo fica mais difícil.
- Estou bem também, e eu entendo... Como está nossa pequena?
- Ótima! Cada dia mais linda.
- Mamãe coruja! – falei rindo – Dani, me de licença... Fica a vontade, acho que o jantar vai ser servido daqui a pouco...
- Tudo bem meu amor. Feliz aniversário.
- Obrigada! – sorrindo.
- Mel! – Lola me gritou quando me vindo indo na direção dela.
- Conte-me tudo e não me esconda nada! Quando vai casar?
- Logo depois que Rachel tiver o bebe! Em breve mandarei os convites.
- Estou tão feliz por você! – abraçando ela.
- E por mim? – Samira falou me puxando – Vou ficar noiva logo também. Faremos uma festa e você está convidada.
- Vocês duas não se cansam de fazerem as coisas quase juntas?
- Você era assim com Rachel também, não reclama! – Samira disse rindo.
- Estou brincando... Estou feliz por vocês duas! E quero pedir desculpa por ter me afastado.
- Não precisa se desculpar Mel, sabemos o quanto sua vida é corrida. – Lola falou.
- E ultimamente parece estar pior.
- Tem mais quantos anos de faculdade?
- Dois... Como fiz pediatria e estou no hospital assistindo as cirurgias meu tempo diminuiu bastante.
- Ah que bom... Em breve teremos uma amiga cirurgiã!
- E em breve eu terei uma amiga casada e uma noiva! – falei rindo.
- Com licença! – Rachel disse batendo em uma taça – Boa noite. Peço agora, por favor, para que todos se sentem em seus devidos lugares, o jantar será servido e logo depois teremos uma surpresa para a aniversariante.
- Surpresa? – perguntei olhando pra Lola e Samira.
- Até parece que não conhece a Rachel... – Lola disse – Vamos para os nossos lugares.
Em minutos todos estavam sentados enquanto eu passava de um lado para o outro cumprimentando as pessoas das mesas.
Sentei-me a mesa principal ao lado dos meus pais, Nate e Julie, Rachel, Danielle e Denise.
O jantar foi servido, nós comemos e conversamos até depois da sobremesa, que claro, foi bolo.
Por fim a grande surpresa que eu já imaginava o que iria ser.
Kevin, Joe e Nick pareceram num pequeno telão logo atrás da minha mesa. Eles desejaram feliz aniversário pra mim e em seguida cantaram uma musica que havia sido composta por Nick.
Todos aplaudiram e se emocionaram; inclusive eu. Mas me emocionei por eles como um todo, e não só por Nick.
Alguns convidados começaram a ir embora e notavelmente o restaurante ficou mais vazio.
Eu por educação fiquei até o final conversando e agradecendo a presença de cada pessoa.
- Finalmente sós... Novamente! – Chuck falou se aproximando.
- Rachel ainda está aqui... – falei sorrindo.
- Sei que está, mas ela sabe de tudo. Não precisamos fingir na frente dela.
- Mas ainda estamos em um lugar publico. – colocando a mão sobre o peito dele e deslizando os dedos pela lapela do terno.
- Não se arrepende do que fez essa noite?
- Nem um pouco... Mas precisamos tomar cuidado. Somos pessoas publicas.
- E como pretende tomar esse cuidado?
- Com você indo pra minha casa todas as madrugadas... – olhando nos olhos dele.
- Na sua casa não... Lá nós não podemos.
- Então como faremos?
- Você na minha casa todas as madrugadas! – ele disse me puxando pela cintura – Lá nós ficaremos mais a vontade.
- Combinado senhor Bass...
- Não fala assim... Não me trate como senhor.
- Todas as outras te chamavam assim...
- Você não é igual a elas, sabe disso.
- O que me garante que não?
- Eu teria ido embora logo depois de ter feito amor você... E acabei de falar que fiz amor com você.
- Não acredito que sou a mulher que ensinou a Chuck Bass o que é fazer amor.
- Você é a mulher que fez Chuck Bass se tornar melhor... Acredite nisso.
- Odeio interromper os dois, mas temos que ir. – Rachel falou – E Chuck saia pelos fundos, sua limusine está esperando lá. Não é garantido você sair com a gente.
- E nós duas vamos como? – perguntei confusa.
- Tem um taxi ai na frente nos esperando. – ela respondeu.
- Tchau... – disse segurando a mão de Chuck.
- Tchau. – ele respondeu e me deu um beijo no rosto – Eu te amo... – cochichou antes de se afastar.
Eu sorri e sai com Rachel pelas portas da frente. Entrei no taxi e finalmente fomos para casa. Rachel ficou no apartamento e eu acabei seguindo o caminho, sozinha.
Desci do taxi em frente à portaria e entrei as pressas. Peguei o elevador e em um minuto estava no hall de entrada tirando os sapatos.
Subi as escadas com a cabeça longe, entrei no quarto, tirei o vestido e coloquei uma camisola de seda, prendi os cabelos e me deitei. Estava exausta, e queria dormir logo, para que o dia passasse de pressa e eu pudesse ver Chuck.