Nick abriu a porta do carro pra mim. Eu entrei, coloquei o cinto e o olhei dar a volta no carro para entrar.
Ele entrou, colocou o cinto, sem prender como sempre fazia, me olhou e sorriu.
- Obrigado por ter aceitado passar essa noite comigo. – ele disse tomando minha mão.
- Não tem de que... Posso saber pra onde vamos? – eu disse tirando a mão da dele.
- Vamos comer no meu quarto do hotel. A vista de lá é perfeita, você vai gostar! – ligando o carro.
- Já fui tantas vezes naquele hotel e nunca vi nada demais na vista dele Nick!
- Não estou no mesmo hotel... – acelerando.
Ele estava dirigindo um camaro preto, provavelmente alugado. Nick não teve dó ao pisar no acelerador.
O transito de NY estava super tranquilo naquela noite. O carro passava pelas avenidas reluzindo rapidamente.
Demoramos 35 minutos do meu apartamento até o hotel.
Como Nick havia me avisado não era o mesmo hotel de sempre. Esse ficava bem longe do meu apartamento. Era um prédio gigantesco e com uma faixada sofisticada.
Nick desceu do carro, deu a volta e abriu a porta pra mim. Me deu a mão pra me ajudar a descer e entregou a chave ao manobrista.
E de braço dado com ele entramos no hotel luxuoso.
- Vocês tiveram dinheiro pra pagar esse hotel? – eu falei olhando em volta.
- Não fomos nós que pegamos, foi o pessoal do programa. – ele disse enquanto íamos para o elevador.
Esperamos o elevador por pouco tempo. Entramos e mantivemos o silencio.
Elevadores me causavam um enorme desejo de agarrar Nick. Eu me controlei.
A porta se abriu no ultimo andar. Saímos juntos e fomos até uma porta. Nick abriu-a e deu espaço pra eu entrar primeiro.
O quarto era realmente luxuoso. De fora a fora uma parede inteira feita de vidro, dando uma vista belíssima da cidade.
A cama grande com lençóis de seda branca, uma mesa organizada com louças caras e talheres de prata. Jantaríamos a luz de velas. Ao lado da mesa o carrinho com o banquete ainda coberto. Eu me virei pra Nick, ele observava minha expressão com cautela.
- Gostou? – ele disse suavemente.
- Está tudo muito bonito! – eu disse colocando minha bolsa sobre uma poltrona.
Olhei em cima do criado mudo e havia um livro. Não consegui ver o nome de longe, mas fiquei curiosa em saber o que Nick estava lendo.
- Aceita uma taça de vinho? – ele disse indo até a mesa.
- Sim, por favor! – eu falei indo até a parede de vidro – Você acertou quando disse que eu amaria a vista... – eu olhei pra ele.
- Podemos ver NY inteira daqui! – ele sorriu colocando o vinho nas taças.
Eu sorri e voltei a olhar a vista.
Senti Nick se aproximar de mim e me virei. Ele parou ao meu lado e me entregou a taça grande de cristal com uma quantidade razoável de vinho.
- Ao Jonas Brothers! – eu levantei a taça para brindar.
- A nós! – ele disse em seguida brindando.
Tomei um gole do vinho gelado. Era suave.
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu tinha o desejo de pedir pra Nick voltar pra mim, eu precisava dizer a ele que ele era tudo pra mim, que eu não existia sem ele, mas ao mesmo tempo meu corpo se negava a isso. Não era a hora de voltar.
Senti Nick colocar a mão nas minhas costas, olhei para o lado e o vi sorrir.
- Vamos jantar? – ele disse.
- Vamos!
Fomos até a mesa, ele puxou a cadeira pra mim e eu me sentei. Ele se sentou em seguida.
Quem nos serviu foi ele. Comemos sem nos falar. Parecíamos que estávamos conversando pelos olhares.
Acabamos com a garrafa de vinho e o jantar. Não tinha sobremesa, e eu também já não aguentava comer mais nada.
- E agora? – eu disse me levantando.
- Como assim e agora? – ele perguntou confuso.
- Porque você pediu pra eu passar essa noite com você?
- Porque eu te amo! – ele falou se aproximando.
- Eu sei o que você quer de mim Nicholas...
- E o que eu quero você Melinda? – ele perguntou parando na minha frente e olhando nos meus olhos.
- Sexo! – eu disse secamente.
- Acha mesmo que de você eu só quero sexo?
- Não tem outro motivo pra ter me feito vir até aqui.
- Eu não quero sexo Melinda!
- Ah não? – eu disse irônica.
- Não! Eu quero fazer amor com você!
- E qual a diferença? – perguntei desafiadora.
- Sexo é físico, é só a satisfação de um desejo... Fazer amor é ter desejo pela pessoa, querer dar prazer a ele, é ter sentimento... – ele disse colocando a mão na minha nuca e aproximando o rosto – Eu quero fazer amor com você, mas não sei se você quer fazer amor comigo, ou só sexo. – colocando o nariz no meu.
Eu fiquei sem reação. Não respirava mais, só conseguia olhar para aqueles olhos castanhos intensos me pedindo uma noite de amor.
- O que você quer? – ele disse me fazendo arrepiar.
- Me beija! – eu disse com a voz quase sumindo.
Ele encostou seus lábios no meu com calma, entrelaçou os dedos no meu cabelo, passou a língua pelos meus lábios e abriu minha boca. Me entreguei. Eu queria esquecer a faculdade, e os todos os outros problemas dos últimos 6 meses. Eu só queria estar ali, aproveitando Nick e o momento.
Coloquei as mãos em sua nuca, Nick me tirou do chão fazendo eu cruzar as pernas envolta do seu corpo. Enquanto isso ele desabotoava os botões das costas do meu vestido. Fomos pra cama.
Ele me deitou delicadamente e se deitou por cima de mim, enquanto tirava meu vestido pelos pés. Voltou para me beijar, alisando minhas coxas e tirou minha calcinha jogando-a longe.
Eu estava abrindo os botões de sua camisa azul clara. Quando terminei fui passando a mão pelos seus ombros tirando a camisa. Voltei com as mãos pelos seus ombros e levemente arranhei suas costas, ele automaticamente mordeu meus lábios.
Desci as mãos pelo seu abdômen, tirei seu cinto e ele se encarregou de tirar o resto.
Nick se ajoelhou entre minhas pernas, passou as mãos do meu joelho até minha virilha, eu mordi o lábio.
Ele me olhava com um meio sorriso nos lábios. Queria agarra-lo.
- Fecha os olhos! – ele disse.
- Pra que? – eu perguntei confusa.
- Fecha os olhos Mel! – puxando minha mão e dando um beijo nas costas dela.
Eu o obedeci sem entender. Senti Nick se movimentar na cama e em seguida senti um beijo logo abaixo do meu umbigo. Arrepiei.
Seus lábios ia descendo vagarosamente depositando beijos até chegar lá em baixo. Meu corpo estremeceu.
- Nick... – eu falei com a voz tremula.
Ele não respondeu. Em questão de segundos senti meu coração acelerar como se fosse sair do meu peito.
Nick havia feito o que eu nunca tinha imaginado que faria.
Sua língua quente e molhada agora passeava pela minha intimidade, fazendo meu corpo se contorcer como nunca antes.
Minha respiração estava descontrolada e meu dedos apertavam com força os lençóis. A sensação era ótima.
Ele parou e beijou canto da minha boca em seguida.
- Porque fez isso? – eu perguntei o olhando.
- Não tem porque Mel... – ele sorriu – Pelo jeito foi bom.
Eu desviei o olhar, ele riu. Senti ele morder meu queixo de leve e me penetrar.
Eu segurei um gemido, voltei a olhar pra Nick e nos beijamos.
Mantínhamos o nosso ritmo como uma sincronia. Nossos corpos ardiam de tesão.
- Diz que me ama Mel... – ele falou no meu ouvido, ofegante.
Eu fiquei em silencio. Ele agarrou meus braços, os levantando sobre minha cabeça e ficou segurando-os enquanto fazíamos amor.
- Eu só vou te soltar quando você dizer que me ama!
- Nick...
Ele mordeu meu lábios. Enquanto isso me torturava, parando de se movimentar.
- Diz pra mim que me ama... Assume que você não pode viver sem mim!
Eu mexia o quadril tentando continuar, mas Nick me prendia com o peso do corpo.
- Melinda...
Eu suspirei alto, coloquei meus lábios nos deles e falei suavemente.
- Eu te amo meu amor, e eu não posso viver sem você! – eu falei fechando os olhos.
Ele soltou meus braços imediatamente e me beijou com volúpia.
Continuamos nos amando na nossa sincronia. Como de costume chegamos ao ápice juntos.
Nick deitou a cabeça no meu peito, cansado e com a respiração descontrolada.
Fiquei passando as mãos em seus cabelos até ele adormecer. Porem eu não conseguia dormir...
O relógio no criado mudo mostrava 3h. Eu estava acordada olhando Nick.
- Eu... Não posso voltar pra você agora! – eu disse baixinho.
Me levantei com cuidado para não acordar ele, me vesti, me calcei, e deixei um bilhete sobre o livro que ele estava lendo.
“Eu te amo, e eu não posso viver sem você, mas essa não é a hora. Em breve não estarei mais aqui, então, por favor, não me procure mais. Quando chegar a nossa hora, irei atrás de você. Um enorme beijo de quem te ama mais que a própria vida. Melinda May Carter.”
Sorri ao vê-lo dormir, e contive as lágrimas. Sai em silencio. Peguei um taxi e fui para casa.
Entrando em casa Joe estava todo esparramado dormindo no sofá com a TV ligada. Passei direto e me tranquei no quarto. Tirei a roupa, coloquei um pijama confortável e me deitei. Sabia que não dormiria tão cedo, mas tentei.
- Nick narrando.
Quando acordei pela manha, não vi Melinda na cama. Olhei em volta e não vi suas roupas espalhadas pelo chão. Me sentei na cama e esfreguei os olhos.
- Mel? – gritei.
Não tive respostas. Olhei para o criado mudo para ver a hora e vi um bilhete sobre o livro que estava lendo.
Quando terminei comecei a chorar.
- Em breve não estarei mais aqui... – eu repeti chorando – O que você quis dizer com isso Mel?
Dobrei o papel e coloquei dentro do livro. Ouvi minha mãe bater na porta, me troquei e fui tomar café com a família. Em uma hora estaríamos voltando para Los Angeles.
No café eu estava distante. Não era a primeira vez que Melinda me abandonava depois de uma noite boa entre nós dois, não era a primeira vez que eu me decepcionava, mas porque ela pediu para eu não procura-la mais? Porque ela disse que em breve não estaria mais aqui? O que ela quis dizer com isso?
Eu queria correr atrás dela, prende-la e leva-la pra casa comigo sem dar oportunidades dela fugir. Ao pensar assim me lembrei de João Paulo e tive nojo de mim por pensar assim. Mas acho que Melinda é a mulher capaz de deixar qualquer homem louco, querendo sequestra-la para nunca mais perde-la... Era isso que João Paulo sentia? Era assim que ele queria ter o amor dela?
- Eu não posso pensar como ele! – eu disse distante.
- Como quem Nick? – minha mãe perguntou.
- Nick mãe... Estou pensando alto...
- Vamos todos voltar para os quartos pra organizar as malas! – minha mãe disse se levantando – Nick, porque não comeu?
- Estou sem fome mãe... – eu disse levantando.
Voltei para o quarto antes de todo mundo. A camareira estava arrumando a mesa do jantar da noite passada.
Ela estava jogando os guardanapos dentro de um saco preto, quando eu berrei pra ela.
- Não joga esse guardanapo não! – eu gritei.
- Que susto senhor... – ela disse se virando pra mim – Esse guardanapo está sujo senhor, está com marca de batom.
- Não joga ele não... Me dá... É uma lembrança que vou guardar do hotel! – eu disse.
- Mas sujo de batom? – ela me olhou – Ah, entendi... A lembrança não é só do hotel não é mesmo?
- Não... – eu sorri fraco – Porque amar tem que doer tanto?
- Porque se for amor de verdade, ele suporta e cura todas essas dores... Se não for... Ele simplesmente acaba!
Eu olhei pra ela e sorri espontaneamente. Ela continuou o trabalho, eu guardei o guardanapo na mala, coloquei o livro sobre ele e fechei a mala.
Sai do quarto sem dizer mais nada.
No saguão todos estavam conversando esperando minha mãe e Joe.
- Pronto para voltar para Los Angeles Nick? – meu pai disse.
- Nem um pouco!
- Sua vida está lá filho.
- Não pai... Minha vida está aqui, morando num apartamento de frente para o Central Park.
- Melinda ainda mexe com você!
- Melinda ainda continua me destruindo...
- Vamos gente? – minha mãe disse saindo do elevador.
Eu entrei no carro triste. Mais uma vez estava indo embora de NY sem ela ser minha novamente.
Eu tinha falhado novamente. E nem sabia agora quando a veria de novo. Já que ela disse que ela iria me procurar quando chegasse nossa hora... Mas e se nossa hora não chegasse?
Chegamos no aeroporto e fomos esperar o horário do voo. Alguns fotógrafos tiravam foto nossas do lado de fora da sala de espera. Eu não me importava mais com nada.
Só me importava com ela... Só queria ela... Com ela ao meu lado tudo estaria bem, ou pelo menos, eu teria forças para encarar todas as coisas difíceis.
Mas ela não estava ali, e com certeza, não viria atrás de mim pedindo pra eu ficar.