Fanfic: Doce Inimigo - Diana Palmer | Tema: livro original, romantico,
Capítulo Dois
Emma estava esticando massa na espaçosa cozinha quando Maggie entrou e, esquecida da farinha que ia até os cotovelos, agarrou a mulher mais jovem em um abraço de
urso.
Maggie riu, asfixiada no enorme abraço de Emma, sentindo-se realmente em casa pela
primeira vez.
— É tão bom ter uma outra mulher aqui, eu poderia pular de alegria, Emma sorriu,
correndo uma mão enfarinhada através de seu cabelo curto e prateado. — Clint Raygen tem
sido como um homem selvagem desde o mês passado. Juro, nunca pensei que uma mulher a
toa como essa Lida Palmes poderia afetá-lo dessa forma. Se você me perguntar, digo que é só
orgulho ferido que está o corroendo, mas não faz qualquer diferença para o seu
temperamento.
— Eu notei Maggie suspirou e sentou-se na longa mesa da cozinha onde Emma estava
fazendo o pão. — O que ela fez com ele?
— Abandonou-o sem dizer uma palavra. Nem um bilhete. Ela deu de ombros. —
Encontrou um milionário da Flórida, disseram.
— Ele não poderia ser muito mais rico do Clint, Maggie observou.
— Ele não era, Emma sorriu. — E ele ainda era vinte anos mais velho. Ninguém
entendeu o que deu nela. Um dia ela era uma rainha dando ordens a mim e a todo o rancho, e
no seguinte tinha ido embora.
— Foi há muito tempo? perguntou ela calmamente.
— Vamos ver, é difícil lembrar de coisas na minha idade, você sabe. Mas… oh, sim,
foi no dia que Janna nos ligou para dizer que fomos convidados para o seu casamento. Ela
riu. — Nós nem sabíamos que você estava noiva, você e seus segredinhos.
Maggie baixou os olhos. — Eu acho que você sabe que cancelamos o casamento.
A mão enfarinhada de Emma tocou-a suavemente. — Foi melhor assim. Nós duas
sabemos disso, não é?
Ela assentiu com um sorriso vago. — Eu não estava desesperadamente apaixonada por
ele, mas eu gostava muito dele. Acho que o meu orgulho está ferido, também.
— Você vai superar isso. Quando uma porta se fecha, outra se abre, Maggie, minha
querida.
— Você está certa, é claro, ela contornou alegremente. — Janna manda lembranças.
Disse que vai tentar conseguir suas férias logo e vir em poucas semanas.
— Isso seria bom, ter vocês duas em caso por um tempo. Bem, ela disse,amassando a
massa ritmicamente, — conte-me as últimas novidades.
Já tinha escurecido, e Emma e Maggie estavam começando a colocar a mesa de jantar
quando Clint chegou na porta da frente. Seus jeans estavam vermelhos de lama, a camisa
molhada de suor, sua mandíbula mostrando uma sombra de barba. Ele quase não as olhou
antes de ir ao fundo do longo corredor que levava ao seu quarto.
— Whiskey, comentou Emma com um aceno de cabeça, e derramou no copo dois
dedos do líquido âmbar antes de adicionar um toque de água e dois cubos de gelo. — Eu
posso dizer pelo seu modo de andar.
— Dizer o quê? Maggie perguntou.
— Que tipo de dia ele teve. O gado deve ter lhe dado trabalho.
— Não foi o gado, Maggie respondeu impaciente. — Fui eu. Quando estávamos a
caminho de casa. Eu nunca deveria ter vindo, Emma. É como nos velhos tempos.
— É? a mulher mais velha perguntou curiosamente. — Talvez sim. Talvez não.
Veremos.
Clint voltou com olhar frio, seu cabelo escuro e úmido do banho, seu rosto barbeado, a
roupa de trabalho trocada por um par de calças cor de areia e uma camisa bege xadrez que se
agarrava a seus braços musculosos e ao peito como uma segunda pele.
Seus olhos verdes deslizaram pela figura de Maggie em uma calça amarelo pálido e
um top curto, voltando-se para descansar no coque familiar do cabelo.
— Bem-vinda, moleca, disse com sarcasmo velado.
— Obrigada, respondeu ela docemente. — Emma serviu-lhe uma bebida.
Ele se virou, encontrando-a sobre a mesa e tomou um grande gole da bebida. — Bem,
sente-se, ele rosnou para ela, — ou você planeja comer em pé?
Ela arrastou uma cadeir a e se sentou, evitando o seu olhar incisivo enquanto Emma
trazia o resto da comida e finalmente sentando-se em frente de Maggie.
— Vou receber um adicional por combate? Emma perguntou a Clint quando ela
reparou que seu olhar glacial estava mudando.
— Coloque a sua armadura e cale a boca, Clint respondeu, mas havia um toque de
humor em seu tom e em seus olhos claros.
Emma olhou com um sorriso para Maggie. — Bem-vinda a casa, querida.
O jantar foi bastante agradável depois disso, mas quando o último café foi servido,
Clint fez sinal para Maggie segui-lo, e levou-a para seu refúgio escuro e masculino com seu
armário de armas, mesa de carvalho e uma cabeça de veado sobre a lareira.
— Pegue um lápis, disse Maggie. — Você vai encontrar um em cima da mesa.
Ela pegou um no porta canetas e um bloco de folhas em branco, tão logo se sentou na
cadeira ao lado de sua grande mesa.
Ele se virou, seus olhos estudando seu silêncio, com raiva, por um longo momento
antes de falar. — Quantos anos você tem agora? perguntou ele de forma inesperada.
— Vinte, ela respondeu calmamente.
— Vinte. Acendeu um cigarro, sem desviar os olhos dela. — Vinte e ainda não
despertou. Sentia o rubor aumentar em seu rosto, e odiava, odiava.
— Você está certo sobre isso? perguntou ela sexy.
Ele manteve o olhar por um longo tempo. — Estou muito certo, querida, disse ele
suavemente. Incapaz de suportar o olhar penetrante por outro instante, ela baixou os olhos
para a folha de em branco do papel amarelo e concentrou-se nas linhas azuis.
— Eu pensei que você queria ditar algumas cartas, disse ela em uma voz apertada.
— Você não sabe o que quero, pequena, ele respondeu. — E se soubesse,
provavelmente se assustaria como o inferno. Tem seu lápis pronto? Aqui vai…
Ele estava ditando antes que tivesse tempo de entender aquela a observação
enigmática.
Os primeiros dias foram como uma maratona, e Maggie entrou fácil na rotina. Clint
deixava a correspondência sobre a mesa todas as manhãs, todas rascunhadas, para que ela
pudesse trabalhar em seu próprio ritmo. À noite, ele assinava as cartas e verificava as
anotações que ela tinha feito, e ambos trabalhavam para conter seus temperamentos.
Terminou mais cedo no quinto dia e não pode resistir à tentação de dar um passeio. Clint
tinha lhe dado uma pequena égua baia delicada no seu aniversário de dezessete anos e ainda
era sua favorita para montar. Melody foi o nome que ela deu, por causa do movimento rápido
do cavalo balançando enquanto andava, como uma melodia de blues. Isso mexia com suas
emoçes trazendo a tona fantasmas de sua infância na fazenda.
Perto da linha dos altos pinheiros envelhecidos, estava a majestosa nogueira que ela e
Janna subiam há muito tempo atrás, a árvore de sonhar delas. Então, um pouco mais ao longe
estava o bosque onde dogwoods
floresciam num branco imaculado na primavera e as meninas podiam encher os braços delas e sonhar.
E lá estava o rio. Maggie freou a égua e inclinou-se sobre o arção da sela para vê-lo
fluir preguiçosamente como uma faixa de seda prata e branca por entre as árvores. O rio,
onde nadou e brincou, e onde Clint tinha jogado-a completamente vestida no dia que ela o
chutou.
Ela não podia resistir àquele frescor, a água estava convidando-a no calor
desagradável e sufocante mesmo na sombra das árvores da margem. Ela amarrou Melody a
um arbusto e tirou as botas e meias grossas.
A água estava gelada para os pés descalços, as pedras do rio lisas e escorregadias. Ela
avançou cautelosamente perto da margem, agarrando um galho baixo de um de carvalho frondoso para manter seu equilíbrio.
Com um suspiro, ela fechou os olhos e ficou escutando o sussurro da correnteza do
rio, o som dos pássaros cantando, movendo as folhas sobre sua cabeça e pulando de galho em
galho. A paz que sentia era indescritível. Era como se ela tivesse voltado para casa. Casa.
Lembrou-se da mãe de Clint assando biscoitos no forno, rindo e brincando com a
trança de Maggie. E Clint, irritado ainda que há muito tempo, balançando-a do chão em seus
braços fortes para recebê-la quando ela descia do ônibus na estação. Doze anos atrás. Uma
vida atrás.
Ela abriu os olhos e seguiu o caminho do rio a jusante com um vazio em seu olhar. Era
difícil dizer exatamente quando ela e Clint tinham perdido a camaradagem. Quando ela tinha
quatorze ou quinze anos? Sempre houve argumentos falsos, mas quando ela chegou ao meio
da sua adolescência de repente se tornaram r eais. Clint parecia provocá-los deliberadamente,
como se acendendo seu temperamento explosivo fosse importante para mantê-la à distância.
Tinha sido ainda pior em seu décimo setimo verão…
Ela apagou o pensamento. Enquanto vivesse, nunca iria superar aquela humilhação.
Para uma adolescente já reservada, o efeito foi devastador. Até conhecer Philip e então ela
tentou abrir seu coração novamente. Apenas para que ele quebrasse seu orgulho em pedaços
minúsculos.
Uma mecha de cabelo caiu em seus olhos e ao invés de tentar colocá-lo novamente,
ela retirou todos os grampos de seu cabelo e colocou-os em seu bolso, deixando as ondas
negras cairem suavemente ao redor dos seus ombros. Tinha sido um longo tempo desde que
ela tinha usado seu cabelo solto assim fora da privacidade de seu quarto. Isso, também, trazia
de volta a crueldade de Clint.
Ele não fazia segredo de sua predileção por cabelos longos, e Maggie tinha deixado o
seu crescer até a cintura, nos meses antes daquelas férias de verão. Ela ainda trocou as calças,
que eram suas favoritas, por alguns vestidos de verão estampados e delicadas sandálias, tudo
na esperança de chamar atenção de Clint. Mas tudo o que ela conseguiu atrair foi Gerry Broome, e Clint tinha vindo em seu resgate a tempo. Gerry não pode fugir rápido o suficiente, e Clint sempre pensou que era essa a razão de sua campanha para conquistar seu
coração. Mas não era nada disso.
— Guarde seus esquemas para um menino da sua idade, pequena, ele advertiu-a
venenosamente depois de um sermão que ainda corava suas bochechas três anos mais tarde.
— Eu quero mais que cabelos longos e olhos inocentes quando tomo um mulher em meus
braços. A única coisa que você desperta em mim é o mau humor. Eu não quero você, Maggie.
As palavras ecoaram em sua mente durante dias, mesmo após ter voltado para casa e
ser surpreendida pela doença prolongada de seu pai e a tristeza de sua mãe. Ela cortou o cabelo, em seguida, e mesmo quando ele cresceu de novo, ela o manteve bem preso em um
coque. Não o tinha soltado nem mesmo para Philip, que amava também cabelo comprido,
mas não foi persuasivo suficiente.
Com um suspiro, ela sentou-se uma pedra grande na beira do rio, arrastando os dedos
dos pés descalços na água fria, os cabelos escondendo o rosto ao reviver as memórias.
— Bronzeando-se, sereia? um voz zombeteira perguntou bem atrás dela.
Ela rodopiou com um suspiro, afastando-se da correnteza para enfrentar Clint. Ele
estava apoiado descuidadamente contra o tronco da árvore, uma bota empoeirada encostada
em uma raiz robusta, os braços cruzados sobre o joelho, apenas olhando para ela. Seu
garanhão mordiscava as folhas de um carvalho proximo.
— Você se move como o vento… ela acusou ofegante, afastando o cabelo do seu
rosto.
— Um velho truque de caçador. Sua mente estava um pouco longe, disse ele
suavemente, os olhos esquadrinhando seu rosto emoldurado pelos ondulados cabelos pretos.
— Eu acho que estava. Ela virou-se, automaticamente trançando seus cabelos para que
pudesse prendê-los para cima.
— Deixe-o! disse ele, em um tom como uma chicotada.
Ela se espantou com as mãos contr a a nuca. — É que… me atrapalha, disse ela
firmemente.
— Nós dois sabemos que não é por isso.
— Você se alegra pensando que você é a causa disso, disse ela com calma calculada,
tirando do bolso alguns grampos. — Não tenho mais dezessete anos, Clint. Não sou mais
vulnerável.
Ele estava atrás dela antes que ela percebesse e arrogantemente arrancou os grampos
da sua mão. Ele puxou-a pelos cotovelos e segurou-a nas pontas dos pés na fresca água corrente. Seus olhos verdes estreitaram-se, escureceram, enquanto ele olhava para o rosto assustado. Não era o familiar Clint, os olhos zombeteiros que fitavam os dela. Ele era um estranho, sisudo, sombrio, estudando-a com uma intensidade que ondulava ao longo de seus nervos.
—O que você quis dizer com isso, Maggie? ele perguntou rudemente. — Ou você
acha que eu tinha esquecido o que aconteceu? Ela desviou o rosto e tentou não sentir a excitação nos seus dedos como aço estavam causando.
— Foi há muito tempo, disse ela tão calma quanto podia com seu coração batendo
descontroladamente.
— E você está crescida agora, não é? Ele puxou-a contra o seu corpo alto e magro. —
Quanto você cresceu, garota? ele sussurrou, e ela sentiu sua respiração quente em seu rosto.
Ela puxou furiosamente contra seu inflexível agarre, lutando com toda sua força.
— Solte-me! ela explodiu, os cabelos soltos voando enquanto ela tentava se livrar das
suas mãos.
— Irlandesa, ele zombou baixinho, segurando-a com facilidade, apesar de seus
esforços para resistir a ele. — Tão rebelde quanto um irlandês. Calma, pequena tigresa, não
vou te forçar a nada.
Ela se acalmou, mas mais por causa de sua própria fadiga do que pelas palavras
reconfortantes. — Sua besta, ela murmurou, olhando para ele com olhos como de um gato
zangado.
Suas mãos deslizaram dos braços para a garganta dela, segurando seu jovem e
ruborizado rosto perto do seu, e toda expressão parecia sumir do seu próprio rosto, deixando
os olhos apertados e escuros olhando profundamente nos dela. — Há fogo em você, disse ele
gentilmente. — Chamas suaves, Irlandesa, que poderiam queimar um homem vivo. Philip
alguma vez viu esse seu temperamento incandescente? A intensidade de seu olhar a
confundia e chocava.
— Ele não sabia que eu tinha um temperamento assim, ela disse vacilante. Seus olhos
se estreitaram, temperamento que vinha em seu socorro. — Você não sabia que eu tinha,
senão parava de me provocar!
— Eu gosto quando você luta comigo, disse ele suavemente. Ela olhou a tempo de ver
o brilho em seus olhos verde-folha incendiar-se com as palavras, e uma sombra de sorriso
tocou-lhe a dura e escultural boca. Era um olhar que ele nunca tinha dado a ela antes,
avaliando, calculando, quase sensual. Fez tremer seu coração, porque do jeito que ele disse
isso convenceria até a foto de uma mulher lutar contra o esmagamento dos braços fortes de
um homem, a mordacidade da sua boca…
Ela baixou os olhos para o peito dele, de repente ele soltou-a, afastando-se para
acender um cigarro com os dedos longos e estáveis.
Ela esfregou os braços irritada. — Se… se quiser os registros digitados, hoje, melhor
eu voltar para a casa, disse ela, virando-se para a margem. — E, disse por cima do ombro
enquanto inclinava-se para limpar os pés molhados com um lenço, — você me deve uma
caixa de grampos.
Ela sentiu seus olhos percorrendo-a enquanto calçava suas botas.
— Deixe-o solto, Irlandesa, disse cuidadosamente, sem desviar seus olhos dela
enquanto ela levantava e desatava as rédeas de Melody. — Eu não vou fazer mais nenhum
comentário sobre ele, mas deixe-o solto.
Ela ficou boquiaberta, perplexa com a raiva em sua voz profunda, raiva que eramais
para si do que para ela. Com um dar de ombros, ela montou e partiu sem olhar para trás.
Ele levantou-se e ficou olhando-a até que estivesse fora de vista, seus olhos apertados
contra o sol, o rosto pensativo e solene.
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Autor(a): fanofbooks
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Capítulo Três Emma tinha colocado apenas dois lugares na mesa de jantar, observando o olhar perplexo de Maggie com um sorriso. — Clint tem um encontro, explicou ela, deixando Maggie para colocar os talheres enq ...
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