Fanfic: Doce Inimigo - Diana Palmer | Tema: livro original, romantico,
Capítulo Três
Emma tinha colocado apenas dois lugares na mesa de jantar, observando o olhar
perplexo de Maggie com um sorriso.
— Clint tem um encontro, explicou ela, deixando Maggie para colocar os talheres
enquanto ela ia para a cozinha para buscar o jantar.
A dor atravessou seu corpo esguio como um tiro, e ela se perguntava o porque. Por
tudo o que seu orgulho tinha foi esmagado por Philip, seu coração nunca havia sido tocado
por qualquer homem, exceto um. Ela odiava a impetuosidade daquele sentimento, a onda verde de inveja por pensar em Clint e uma mulher, qualquer mulher, poderia causar. Tinha sido sempre assim, sempre. E ela conseguiu mantê-la escondida por causa do que ele já tinha feito ao seu espírito obstinado. Mas ainda estava lá dentro, brilhante e queimando docemente como uma vela que nenhum vento poderia apagar. E ela odiava Clint por causá-la.
Ele chegou do pasto, justamente quando Emma e Maggie estavam terminando o
jantar, e para evitá-lo, Maggie retirou-se para o alpendre e colou seu corpo delgado no
balanço da varanda. Estava quente e docemente perfumada a escuridão do alpendre. Em sua
infância, ela tinha sentado ali enquanto o trovão estremecia ao seu redor, sentindo o fustigar
da chuva em seu rosto quando fechava os olhos e ouvia o barulho suave do balanço em movimento.
O clarão repentino da luz do alpendre trouxe um suspiro de surpresa aos seus lábios,
ela sentou-se rígida quando avistou Clint.
Foi um choque vê-lo em um terno de linho bege e gravata de seda coral, o branco da
camisa ressaltava sua morena complexão, seu cabelo escuro. Ele poderia ter passado por um
modelo muito masculino, a sofisticação aderindo seu corpo, alto musculoso com a colônia
sexy favorecendo-o.
Seus olhos de um verde escuro varreu a sua figura no jeans azul, rígida no balanço do
alpendre. Ele olhou-a através de uma pequena nuvem cinza de fumaça de cigarro, movendo-
se como um gato grande e gracioso.
— Escondida, Irlandesa? perguntou ele calmamente.
Ela baixou os olhos para seu peito largo. — Vim tomar um pouco de ar.
Uma sobrancelha escura subiu. — Você caiu desse balanço de cabeça uma vez,
lembrou. — Você e Janna estavam se balançando violentamente e você caiu de pernas pro ar.
Seus dedos tocaram suavemente o verde escuro da madeira e o metal frio da corrente.
— Você gosta de me lembrar de coisas agradáveis, não é? ela perguntou cuidadosamente.
— Você prefere ser lembrada daquele dia no curral quando você fez tudo, até
ajoelhar-se e pedir-me para fazer amor com você? ele perguntou ironicamente, uma nota dura
em sua voz que cortava tanto quanto as palavras humilhantes.
Seus olhos fecharam-se com a memória, e a dor. Havia um traço de crueldade nele,
pensou miseravelmente, tinha de haver ou não desfrutaria de provocá-la desse jeito. Ela saiu
do balanço, ainda evitando seus olhos, e passou por ele.
Numa inclinação, sua magra e forte mão disparou como uma bala e pegou-a pelo
braço puxando-a contra ele tão facilmente como se ela fosse uma criança.
— Nenhuma réplica, Irlandesa? ele rosnou. — Onde está seu temperamento explosivo
agora?
Ela não conseguia encontrá-lo. Seu corpo tremia em suas mãos, e ela não poderia
sequer lutar com ele.
Com um gesto ríspido, ele jogou fora o cigarro inacabado do alpendre e segurou-a
pelos ombros, os dedos machucando, os olhos verdes em chamas fitando-a.
— Deixe-me ir! ela explodiu, em pânico por causa das novas sensações que ele estava
causando ao sentir como ele pressionava seu corpo contra o dele.
— Porquê? perguntou ele breve. Seus lábios cheios tremiam enquanto ela procurava
as palavras que iria libertá-la. — Você está me machucando… ela conseguiu.
— Onde? murmurou, e seus olhos percorreram seu pequeno e ruborizado rosto como
um pincel de um artista.
— Meus… meus ombros, ela gaguejou.
Seu aperto afrouxou, tornando-se quentes e sensuais carícias, os dedos queimando-a
através da blusa fina de algodão.
— Isso dói? ele perguntou suavemente.
Ela não conseguia pronunciar as palavras. Ele estava queimando-a viva com aquele
lento, suave e carinhoso toque, fazendo seu coração dançar, fazendo com que seus pulmões
se sentissem em colapso. Suas mãos pequenas foram para a camisa de seda, empurrando meio
irresoluta contra o calor dos músculos rijos de seu peito largo.
Suave, um riso profundo roçou seus ouvidos. — Você não pode falar comigo, pequena
Maggie? ele sussurrou profundamente. Sua mão esquerda deixou seus ombros em direção ao
rosto dela e virou-a até seus olhos. A excitação entre eles drenava seu protesto, o cheiro
penetrante da sua colônia estava permeando seus sentidos. Seus dedos, pressionados contra
ele, estavam entorpecidos de tão frios. E ainda assim ela não conseguia se mover, não podia
desviar daquele olhar zombeteiro que a tinha hipnotizado, capturado.
Seus olhos desceram para sua boca macia e jovem, e um polegar tocou sua boca como
um sussurro. — Eu poderia abrir sua boca com a minha como se fosse um melão maduro,
agora mesmo, ele murmurou sensualmente, — E você não levantaria um dedo para me
impedir, não é Irlandesa? Você ainda é minha, para fazer o que eu quiser e quando quiser
com você!
Com um soluço de profunda vergonha, soltou-se dele, pegando-o de surpresa, e correu
por todo caminho de volta para a casa, ignorando uma surpresa Emma, subiu as escadas de
dois em dois degraus.
Durante toda a noite ela ficou acordada, olhando para o teto escuro, planejando uma
maneira, qualquer maneira, de sair desse pesadelo. Mesmo voltando para seu antigo emprego, vendo Philip novamente, não seria tão terrível como ficar ali. Ela tinha que fugir. Tinha mesmo!
Ela pulou para fora da cama e vestiu suas roupas, entorpecida como o sol que
começava a sair das nuvens de manhã cedo. Ela arrumou as malas antes de descer as escadas,
decidida, com os olhos vermelhos e com escuras sombras pela falta de sono. Ela tomaria o
café da manhã e explicaria a Emma, então pegaria um táxi até a rodoviária e Clint nunca…
Ele ainda estava na mesa do café, onde normalmente não estaria a essa hora da manhã.
Seus olhos aparentavam não ter dormido, e ela perguntava-se amargamente a que horas ele
teria voltado para casa, certamente ela devia ter cochilado, porque não tinha ouvido ele chegar.
— Eu vou pegar um café para você, querida, Emma disse calmamente, batendo-lhe no
ombro enquanto passava em direção à cozinha.
Ela fez uma grande produção ao desdobrar o guardanapo de linho e alisando-o no
colo, analisando a toalha de mesa, tudo sob o olhar vigilante em frente a ela.
— Você dormiu bem? perguntou ele finalmente, a sua voz profunda, lenta e amarga.
— Oh, Sim… eu dormi bem, obrigado, respondeu calmamente
— O inferno que dormiu, ele zombou.
— Você não deveria estar lá fora com o gado? perguntou ela.
— Não até você me convencer de que não vai estar no primeiro ônibus para o norte,
afirmou categoricamente. Seu olhar deu toda a resposta que ele precisava.
— Foi o que pensei, disse ele, inclinando-se na cadeira para estudá-la através dos
olhos semicerrados. — Fugir nunca resolveu nada, Maggie.
Ela olhou para ele, sentindo quebrar algo dentro dela. — Eu preciso de seu conselho
como um buraco na cabeça, ela retrucou, com expressão magoada. — O que você está
tentando fazer comigo, Clint? O que Philip fez comigo não foi o suficiente e você está
tentando destruir os pedaços que ele deixou intacto? Por que você gosta de me machucar?
— Você não sabe, querida? ele perguntou, num tom perigosamente silencioso.
Era o rosto do estranho, novamente, não era Clint, e ela olhou para ele com
curiosidade. — Eu… Eu acho que algumas vezes não sei quem você é, disse ela
involuntariamente.
— Você não sabe. Ele engoliu o restante do seu café e acendeu um cigarro. — Você
está chafurdando na autocomiseração, Irlandesa, ou não percebeu isso? Pobre menina, traída
pelo noivo, abandonada no altar… bem, não tem minha simpatia. Ele foi um maldito
desonesto,enganador, e foi bom você ter se livrado dele. O que ele feriu foi seu orgulho, pequeno pedaço de gelo, disse ele sem piedade. — Você não reconheceria o amor nem mesmo se ele se aproximasse e sentasse no seu pé.
— Eu suponho que você o reconheceria, já que é um especialista! ela disse num
lampejo. Seus olhos brilharam sobre um sorriso zombeteiro.
— Mais que isso, riu.
Ela franziu a testa. — O que?
Ele se levantou, parando em sua cadeira a caminho da saída, um longo braço deslizou
na frente dela quando ele se inclinou para baixo. — Eu lhe disse antes, baby, ele murmurou
em seu ouvido: — Eu gosto quando você luta contra mim. Essa é a maneira mais fácil de
dizer que você não está tentando enterrar a cabeça no passado.
Ela corou, de repente entendendo, ou quase entendendo, seu comportamento na noite
passada.
— Eu não quero passar duas semanas inteiras brigando contigo, ela resmungou.
Seus dedos pegaram seu queixo e ergueu-o até os olhos dela encontrarem os seus.
Toda leviandade tinha sumido de seu duro rosto, agor a. — Por que você não pede a Emma
para nos preparar um piquenique? ele perguntou baixinho, — traga-o até o pasto perto do
meio-dia. Nós vamos descer pelo rio e comer.
— Mas… mas o leilão, todos os convites, e… a publicidade…? ela balbuciou.
Um dedo longo traçou a curva suave de sua boca em um silêncio que fez a sua
respiração audível. — Eu vou te deitar embaixo daquele velho carvalho retorcido, ele
sussurrou profundamente, mantendo seu olhar, — e vou te ensinar todas as coisas que Philip
deveria ter tido a paciência para ensinar.
Ela corou furiosamente e afastou seus olhos. — Eu… Eu realmente não preciso de
lições, obrigada, disse ela breve. Empurrou para longe sua mão magra. — Gato escaldado,
tem medo de água fria, Clint. Você não vai me ter de joelhos novamente, nunca mais!
Ele não pareceu ser perturbado pela explosão passional. Apenas sorriu. — Não? Não
me subestime, querida.
— Aprendi cedo a não subestimar o inimigo, respondeu ela
Ele saiu rindo enquanto Emma voltava com o café e um prato de ovos com bacon e
biscoitos frescos. —Agora, o que deu nele? ela perguntou curiosa.
— O diabo, Maggie disse firmemente.
Maggie estava terminando um anuncio sobre o leilão para o jornal semanal local
quando ouviu um súbita e alta batida na porta da frente, e os passos rápidos de Emma para
atender. Depois o barulho da porta sendo aberta e um grito exultante de Emma, então duas
vozes se misturaram, a animada de Emma e um riso agradável masculino.
— Maggie! Venha aqui! Emma chamou agitada, Maggie enfiou a cabeça pela porta e
seus olhos se encontram com um par de olhos azuis escuros em um rosto profundamente bronzeado e delineado por um espesso cabelo louro.
— Bem, calo minha boca, se não é a garota que eu jurava amor eterno no palco em
nossa peça da sexta série! Brent Halmon sorriu, com os olhos brilhando para ela do hall.
— Ol , Senhor Eu-Sou-o-Tal , onde estão suas amarras?!
Ele abriu a porta e apertou-a em seus braços delgados, estalando um beijo na sua
bochecha. — Por Deus, você cresceu, Maggie! ele brincou, dando-lhe uma longa avaliação
dos pés a cabeça. — Você ficou bonita assim em apenas quatro anos?
— Este não é o meu verdadeiro rosto, você sabe, ela sussurrou em voz baixa. — É a
máscara que uso para não mostrar minhas verrugas verdes!
— Ainda as tem, hein?, disse ele com falsa resignação, balançando a cabeça. — Eu
avisei sobre beijar os sapos e não a mim?
— Vocês dois! Emma riu, olhando para eles. — Sempre brincando um com o outro.
Vocês deixavam Clint de cabelos brancos quando eram crianças.
— Falando do velho dominador, onde ele está? Brent sorriu.
— Lá fora, colocando fraldas nos seus novilhos, Maggie disse a ele. — E fitas em suas
vacas e casacos à noite em seus bois. Haverá um leilão na próxima semana.
— Eu sei, disse Brent a ela, — é por isso que eu vim. Estou de olho nesse touro
Hereford premiado do primo Clint.
— Falando de fazendas imensas, Maggie disse, — como é o Mississipi?
— Verde e bonito. Porque você não vai me visitar?
Ela deu de ombros. – Estou trabalhando. Por acaso, sou secretária temporária de Clint
no próximo par de semanas. É por isso que estou aqui.
Ele balançou a cabeça. — Eu ouvi que Lida o deixou, disse Brent com um suspiro
profundo. — Eu não esperava nada menos que isso. Pensei que Clint entre todas as pessoas
tivesse mais bom senso…
-E eu acho que todos fizeram uma idéia errada, Emma disse calmamente. — Clint não
estava apaixonado por Lida. Ele não estava pensando em casamento, tampouco. Ele é um
homem normal, saudável, e ela era uma mulher sofisticada que conhecia os riscos. E isso é o
suficiente sobre o assunto. Vamos, Brent, Clint ficará tão surpreso…!
— Vejo você em poucos minutos, Mag, Brent falou sobre a conversa animada de
Emma.
Brent estava se trocando para a ceia, quando Clint entrou, empoeirado, cansado e de
péssimo humor. Seus olhos se estreitaram fitando Maggie, que terminava uma última carta na
sua mesa. — Não estava com fome?, perguntou ele sem preâmbulo.
Ela olhou para ele fixamente. — Fome?
— Durante o jantar, afirmou categoricamente.
Ela lembrou o que ele disse a ela no café da manhã e começou a ruborizar. — Você
estava brincando… ela disse fracamente.
— O inferno que estava, ele respondeu, os olhos apertados, ameaçadores.
Ela abriu a boca para falar quando Brent chegou na porta e bateu nas costas de Clint.
— Oi, primo! ele disse alegremente enquanto Clint girava, atordoado, para enfrentá-
lo. — Surpresa, surpresa!
— Meu Deus, o que está fazendo aqui? Clint perguntou irritado.
— Eu vim para o leilão, foi a resposta impertubavel. —Você me convidou, lembrou
ao homem mais velho.
— Para o leilão, não para o verão! as sobrancelhas de Brent ergueram-se, alegremente
ignorando o mau humor de Clint.
— O touro te chifrou ou algo assim? ele perguntou agradavelmente, estudando a roupa empoeirada e manchada de sangue do homem mais alto.
Maggie abafou um riso, mas não antes de Clint lançar um olhar estreito em sua
direção e olhar para seu rosto.
— Ah, você está em casa! Emma sorriu para Clint da porta. — Olhe quem está aqui.
Não é agradável ter Brent de volta?
— Encantador, Clint concordou. — Perdoem-me, vou lá em cima colocar uma arma
na minha cabeça em honra da ocasião.
Três pares de olhos perplexos seguiram sua figura alta como ele subia as escadas.
— Ele não parece bêbado, Brent comentou casualmente.
O humor de Clint parecia ter melhorado quando voltou, seu cabelo escuro ainda úmido
do banho, vestia um par de calças escuras e uma camisa de seda verde aberta no pescoço,
num tom que combinava com seus olhos. Ele parecia ter decidido ser agr adável com Brent,
alongando-se no assunto sobre o gado e o manejo da terra, de tal forma que Emma e Maggie
esqueceram-se deles e conversaram sobre roupas durante toda a refeiço.
— Eu não andei por aí ainda, disse Brent enquanto eles tomavam o café na sala de
estar. — A piscina ainda está lá e cheia?
— Está, Clint disse agradavelmente. — Quer nadar? Maggie? acrescentou ele,
olhando para ela.
— Se você me deixar usar um maiô, em vez de empurrar-me completamente vestida,
disse ela docemente.
— Querida, será um prazer, disse ele numa voz que a fez sentir arrepios na espinha.
— Perdi alguma coisa? Brent piscou.
— No verão passado, Maggie explicou, — ele me jogou no rio vestida.
— Você me chutou primeiro, Clint respondeu imperturbável.
— O que eu devia fazer, ficar lá e deixar aquela cobra estúpida me morder primeiro?
— Você acha que mataria a maldita coisa com um punhado de pedrinhas?
— Eram pedras, e eu…!
Brent levantou-se. — Se vocês querem fazer isso corretamente, por que não marcam
um horário e se encontram na parte inferior da pastagem ao nascer do sol?
Clint deu-lhe um olhar que o enviou para as escadas. — Estarei lá depois de colocar
meus shorts. Você vem, Maggie?
Ela olhou para Clint. — Por que não?
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Autor(a): fanofbooks
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Capítulo Quatro A piscina era olímpica e a água agradavelmente fresca. Maggie flutuava calmamente, seu corpo esguio escassamente coberto por um biquini, os longos cabelos flutuando atrás dela. Ela e Brent tinham feito duas voltas lado a lado quando Clint se juntou a eles. Pi ...
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