Fanfic: Lovesong | Tema: Mcfly

 Já era de manhã, e eu só sabia disso, porque tinha Sol na minha cara. Não queria abrir o olho e comecei a sentir uma coisa áspera no meu sapato. Perai, eu estava de sapato? Quem dorme de sapato? Mas perai, como tinha Sol na minha cara, sendo que eu tenho cortina? Ai meu Deus, onde é que eu to? Decidi abrir os olhos e percebi que eu estava deitada no colo de uma pessoa! A primeira coisa que eu fiz foi ver se eu estava de roupa. Ufa! Eu estava! Então olhei pra pessoa que eu estava deitada:

-AHHHHHHH! –Gritei

-Shhhhh! –Disse a pessoa que eu estava deitada, que aparentemente e não tão coincidentemente, era o Grant.

-Perai, o que você fez comigo? –Sussurrei

-Eu? Eu não fiz nada!

-A gente...

-Não! Acho que não.

-Ufa! Então, porque eu tava deitada em você?

-Porque você começou a ficar com sono e ai você dormiu sentada. Então eu deitei sua cabeça em mim pra você se sentir confortável e não ficar com o pescoço doendo.

-Awn! Que fofo! –Dei um abraço nele.

-Então... Enquanto o pessoal não acorda, você quer dar uma volta pela praia?

-Pode ser.

 Nos levantamos da canga e começamos a andar pela praia:

-Sabe, as férias logo vão acabar, e sei lá quando eu vou te ver de novo. –Disse Grant

-Temos tempo ainda. Mas porque você se importa tanto comigo?

-Porque eu não me importaria? Você é legal, bonita, inteligente, divertida, você tem um olhar brilhante e direto, é sincera, honesta, educada, você é calma, criativa, autoconfiante, porque eu não valorizaria uma pessoa assim? Existe tanta merda no mundo, e quando aparece uma pessoa boa o suficiente pra te fazer sorrir, é sempre bom se importar com ela. Isso responde sua pergunta?

 Olhei pra ele meio impressionada com o que ele disse e falei:

-Sim. Responde. –Fiquei por alguns minutos chocada e depois voltei à vida normal.

-Você nunca falou da sua família antes pra mim. –Disse Grant

-Você já conhece o Darren, que já é muito.

-Fala!

-Ta. Meus pais se separaram faz 14 anos, então meu pai começou a sair com uma mulher que tinha uma filho.

-O Darren? –Perguntou ele.

-É. Então meu pai se casou com essa moça e eles tiveram minhas duas irmãzinhas. Então eu estava até agora morando com a minha mãe, e vim estudar e passar um tempo morando com meu pai. Pronto, essa é a minha vida. E a sua?

-É meio complicada, mas como você disse a sua, eu vou dizer a minha. Pra começar, meus pais são gays.

-Jura?

-É.

-Legal! Depois que eu cresci e soube o que era gay, eu queria que meu pai tivesse se separado da minha mãe pra ficar com um homem. Mas, isso não aconteceu.

-Sério? Porque toda minha vida eu desejei ter pais normais.

-Porque?

-Ponto um: me chamavam de gay na escola. Ponto dois: dia das mães nunca existiu pra mim. Ponto três: eu nunca vi um sutiã. Não que seja necessário ver, mas sei lá, só pra entender...

-Entender como funciona um sutiã?

-É

-Estranho, mas ok. –Rimos

-Ponto quatro: Todas as meninas que eu sai e disse que meus pais eram gays, me deram um chute na canela, me chamaram de gay saíram. Ponto cinco, que é o pior: eu tenho um irmão, e ele também é gay.

-Eu não vejo nenhum problema em ter pais gays. Acho moderno e legal!

-Sério?

-É! Um dia eu quero conhecer seus pais.

-Ok! Então, você sabe em qual escola você vai estudar?

-Talvez. Tem uma escola muito legal que meu sonho é estudar nela. Só que tem um problema.

-Qual?

-Essa escola é só para pessoas do gênero masculino.

-Você por acaso não ta falando da Dalton Academy, ta?  

-To porque, você conhece?

-Eu estudo lá!

-Jura?!

-Juro!

-Seu filho da mãe! Meu sonho é estudar lá e até agora você não me disse que era um Warbler!

-Desculpa!

-Maldito! Quer saber? Vo joga água em você! –Peguei água do mar com as minhas mãos e fui me aproximando dele

-Ah não, você não vai fazer isso! –Joguei água nele e ele começou a jogar água em mim. Começamos uma guerra de água. Ele me segurou e me jogou na água. Sai encharcada e puxei ele junto. Rimos muito depois da nossa guerra. Saímos do mar para nos secar. Minha saia estava encharcada e a blusa dele também:

-Eu só fiz isso porque você não tinha me dito que estudava na Dalton.

-Isso que é amor! Se você quiser, eu posso falar com o diretor pra ver se podemos ter uma garota no nosso grupo.

-Sério?! Ah não! Para! Você não faria isso! Faria?

-Claro!

-AHHHHHHH!!!! –Pulei em cima dele.

 Ficamos conversando enquanto voltávamos para o lugar onde estava o pessoal. Então percebi que não havia ninguém lá:

-Grant, estamos no lugar certo?

-Estamos. Cadê todo mundo?

-Então... eu acho que eles estão do outro lado da praia.

-Ah não! Eu tinha certeza que era pra cá!

-Ta Grant, mas não era!

-Você tem certeza?

-Tenho!

-Hum... Não to muito confiante disso...

-Então ta! Eu vou sozinha! –Sai andando. De repente eu ouvi:

-ESPERA! –Me virei e vi o Grant correndo em minha direção –Eu vou. –Disse ele num tom meio bravo.

-Viu! Confia em mim eu sei pra onde estamos indo! –Disse confiante.

 Caminhamos muito, mas paramos por alguma razão e começamos a conversar:

-Então... Mar bonito né? –Disse Grant tentando disfarçar seu cansaço

-Aham. Porque paramos mesmo? –Perguntei

-Pra ver o mar ué!

-Pra ver o mar ou pra você descansar?

-Obvio que não! Era pra ver o mar!

-Não sei se você percebeu, mas estamos numa praia, e do seu lado tem mar! Você não poderia simplesmente olhar pro lado e ver o maldito mar?

-Assim não tem graça. É mais legal parar e olhar o pôr do sol! É mais..

-Romântico?

-Também. Achei que você não gostava de mim?

-Eu gosto. Como amiga, mas eu gosto.

-Ah.

-Já que você já olhou o mar, podemos continuar nossa caminhada?

-Claro!

 Finalmente voltamos a caminhar e já estava escurecendo, e comecei a ficar preocupada. Chegamos à outra ponta e nada! Não tinha ninguém lá, só uns surfistas que já estavam indo embora:

-Ei esperem! –Gritei –Por acaso vocês viram um grupo de jovens com violão e cangas?

-Hã... Nem sei...

-Ah, obrigada! –Ta, esqueci de levar em conta que alguns surfistas não percebem muito o seu redor, ou seja, nem são tão observadores como banhistas comuns, e obviamente, o Grant queria me matar:

-É, você sabia muito bem onde eles estavam! –Disse ele bravo. –Agora sim estamos perdidos!

-Desculpa, eu me enganei!

-Nossa! –Ele virou as costas e saiu andando.

-EI GRANT! PRA ONDE VOCÊ VAI? –Gritei.

-Pra casa!

-Mas, mas, você não pode ir pra casa!

-Porque não! Melhor do que ficar aqui!

-Nossa! Ok então! Pode ir! Mas eu vou fazer uma praga pra você se perder e ser comido por tubarões!

-To torcendo! –Disse ele já se afastando.

-VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO!

-Porque não?

-Porque... Você é a única pessoa que eu tenho agora! E sem você, eu vou ficar... Sozinha.

-Desculpa fala de novo porque eu não ouvi.

-Não me faz repetir isso, ou eu vou mudar um pouco as palavras, e vai por mim, não vão ser muito agradáveis.

-Ta. –Ele riu e eu ri junto. –Você não consegue admitir que gosta de mim não é?

-Só porque eu disse que preciso de você não significa que eu te amo.

-Você quem sabe. Você já sabe o que eu penso sobre isso né?

-Sei, e eu odeio sua opinião! –Ele riu.

 Deitamos na areia e começamos a olhar as estrelas:

-Aquela estrela ta vindo em nossa direção? –Disse Grant

-Aquilo não é uma estrela... –Ah não! Começou a chover! Era só o que faltava! Corremos para de baixo de uma árvore e ficamos ali. Começou a ventar muito e comecei a sentir frio. Meus dentes se debatiam de frio e senti meus lábios e meus braços se congelarem. Grant percebeu que eu estava com frio, tirou sua blusa e me deu. Primeira reação minha: Ai que fofinho, ele me deu a blusa dele para eu não morrer de frio. Segunda reação: CREDEUSPAITODOPODEROSO QUE CORPO!!! QUANTOS MUSCULOS! Não pude me conter com aquela obra prima corporal e disse:

-Uau!

-Que foi?

-Hã... Foi muito gentil da sua parte me dar sua blusa!

-Achei que você estava impressionada com meus músculos.

-Na verdade achei que você era menos convencido sobre si mesmo.

-E sou, é que você não para de olhar pra minha barriga. –É isso é verdade. Sabe. Causa um certo impacto ter um cara muito gato e sem camisa na sua frente, obviamente não da pra você parar de olhar o tanquinho dele, então me virei e sentei no chão –Você vai ficar emburrada? –Disse ele

-Não. É que... eu fiquei envergonhada.

-Ah não. Ta tudo bem –Ele sentou do meu lado e eu encostei minha cabeça no ombro dele. Ficamos por um tempo ali parados então ele começou a falar:

-Eu gosto de você. Você é a menina mais diferente que eu já conheci. Todo esse tempo que eu passo com você, me faz gostar de você ainda mais... –Percebi um movimento. Ele estava se aproximando de mim e colocou a sua mão em meu rosto e cada vez ele chegava mais perto de mim, ele estava tentando me beijar:

-Grant eu... Eu não posso, somos só amigos. Desculpe.

-Não, eu que estou me precipitando demais. –Rolou aquela pausa pós beijo recusado e então eu me deitei no colo dele, e a ultima coisa que eu pude ouvir antes de dormir foi o Grant dizer “Eu Te Amo”.