Fanfic: Penumbra
Caminhamos certo tempo por dentro da mata permanecendo em silêncio. Ele se movia agilmente, afastando os galhos e os soltando logo em seguida sem se importar nem um pouco comigo que vinha atrás. Eu segurei os xingamentos dentro da minha cabeça e continuei andando cada vez mais irritada.
Pernilongos voavam ao redor da minha cara, o que tinha piorando meu humor, quando finalmente ele parou em frente a uma cabana. Nada como uma competição de sanguessugas alados.
Perguntei-me se estavam montando estratégias pra conseguir perfurar minha pele... Com certeza eles pareciam obstinados o suficiente.
Sem se virar ele bateu na porta enquanto eu tentava afastar os insetos com a mão, foi quando ouvi passos e a entrada foi aberta. Nahuel entrou ainda sem se virar, e eu repentinamente ansiosa o acompanhei.
Lamparinas estavam penduradas dos dois lados do recinto e atrás da porta havia uma mulher – mestiça deduzi, devido ao batimento cardíaco acelerado. Ela era branca com olhos bastante abertos e boca em formato de coração. Cachos loiros corriam até seus ombros. Assim que me viu sorriu e eu tive que corresponder, pois ela emanava algo de sincero e doce.
Olhei para frente, era um espaço único com uma mesa do lado esquerdo. Nesta mesa duas outras mulheres estavam sentadas: a primeira estava em uma cadeira de frente para a porta com os braços apoiados no tampo e era completamente diferente da mestiça que tinha aberto a porta. Sua pele era negra como a noite e seus olhos eram completamente acinzentados – ela nunca poderia disfarçar aquilo a não ser com lentes de contato.
Na cadeira ao seu lado, mas de perfil para mim uma terceira mulher encarava com apenas o rosto voltado em minha direção, o longo corpo estava voltado para a mulher negra. Esta parecia mais alta que as outras duas e sua pele era de um tom moreno que me lembrou a mistura de café com leite que tomávamos no orfanato. Seus cabelos castanhos eram compridos e caiam com leves ondas. Ambas tinham batimento cardíaco.
Á minha direita havia quatro redes de dormir dispostas de modo a ficarem em dois pares: as de cima com meio metro de diferença das de baixo.
Huilen estava em pé ao lado dessas redes com seus olhos vinho fixados diretamente em mim.
“Iupi!”, fiz mentalmente sem vontade. “Onde diabos eu fui me meter?”
- Boa-Noite. – disse em português, tentando soar educada.
- Renesmee, estas são Henrietta, Plata e Yara. – Nahuel apresentou na mesma ordem em que eu as tinha observado – Minhas irmãs.
Henrietta a mulher loira e simpática acenou com a mão, Plata (a de olhos cinza) e Yara apenas me dirigiram acenos com a cabeça.
- Muito prazer. – continuei em português.
- E este aqui – acrescentou ele – é Joham.
Surpresa, eu segui seu olhar que estava fixo bem no centro da mesa. Respondendo ao meu ar de confusão ele alcançou a coisa estranha e virou com uma mão para mim.
Um rosto deformado me encarou. Era uma cabeça cortada.
- Nahuel! – Henrietta protestou.
Eu sequer havia piscado, então engoli em seco.
- O que aconteceu? – consegui formular em uma voz fraca.
Um momento de silêncio.
- Os Volturi fizeram a visita que prometeram. – Nahuel respondeu por elas, sarcasmo fluindo em minha direção.
Sem querer eu sorri. “Oh, isso pode ser útil!”
Plata se levantou diante de minha reação enquanto Yara soltava um silvo, então percebi o que tinha feito.
- Ah, por favor, me desculpem... – tentei concertar, aterrorizada.
“Puta merda, aquela mulher vai me matar”. – a qual mulher meu cérebro se referia eu não saberia dizer.
Nahuel colocou a mão direita no ombro de Plata e ela se sentou. Ele me encarava. – o que era aquilo?
Admiração? Interesse? Divertimento?
- Pode nos explicar por que sorriu ofendendo a minha família? – ele perguntou tentando parecer ofendido, mas ele mesmo sorria de uma forma nada ofendida.
Fiz uma careta.
- Bom, pra falar a verdade, é que isso talvez me ajude de certa forma... – tive que dizer, ainda naquela desprezível voz fina.
Agora eles pareceram interessados... Todos se moverem estranhamente, se juntando no fundo da cabana para me encarar.
“Pa-ra-béns! Você acabou de declarar sua sentença de morte”.
Comecei a olhar para as janelas, mas tinha a forte impressão que nunca ia conseguir escapar daqueles cinco. Huilen, pelo menos, me alcançaria num piscar de olhos se quisesse e arrebentaria minha cara com apenas um dos dedos...
- Você pode explicar melhor? – finalmente Yara perguntou, a voz era um pouco grave o sotaque arrastando as palavras.
Eu hesitei. Meus planos tinham que envolver o menor número de pessoas possível - os Volturi já estiveram aqui e poderiam voltar. Por outro lado eu precisava de ajuda e talvez eles quisessem vingança, o que viria a calhar perfeitamente...
- Olha, eu sei que pode parecer loucura, mas eu tenho... Hum... Uma missão.
Nahuel ergueu a sobrancelha esquerda, visivelmente intrigado. Plata permanecia sentada impassível e Yara endureceu. Henrietta e Huilen pareceram incomodadas.
“Qualquer ser com um montículo de cérebro ia entender o que eu quis dizer – eu fiquei feliz que disseram que os Volturi tinham matado o tal Joham e agora eu disse que tinha uma missão: ou seja, tinha algo a ver com os Volturi, certo?”
- Não podemos participar de nada disso. – declarou Huilen sem alterar a face de pedra.
- Nahuel, por favor, isso é loucura... – Henrietta pediu.
Yara ergueu a mão esquerda calando a irmã que devia ser mais nova. Eu me lembrava de Nahuel ter mencionado que ela tinha alcançado a maturidade há apenas dez anos no encontro com os Volturi.
Yara, Plata e Nahuel se encararam por um momento. O olhar cruzado foi rápido: Primeiro Yara olhou para Plata (parecia avaliar), depois para Nahuel (de forma ofendida e ameaçadora) então deu um olhar de relance para mim e voltou a encarar Plata. Esta, no entanto, agora tinha os olhos presos em Nahuel
- O que você acha? – perguntou este em tom sério para Plata, como se ignorasse a outra irmã.
Para minha surpresa a mulher sorriu da mesma maneira cruel enquanto virava-se em minha direção novamente, interesse genuíno em suas feições.
- Vamos ouvir o que ela tem a dizer. – respondeu em português.
Eu de repente me senti segura e confiante o suficiente para adquirir minha postura natural.
- E elas? – perguntei autoritária indicando com as outras três.
Yara se ergueu da cadeira, Henrietta soltou uma exclamação e não prestei atenção na reação de Huilen.
- O que têm elas? – perguntou Nahuel
- Se não vão se envolver, seria melhor que não se lembrem dessa conversa caso... Perguntem por nós, ou algo do gênero.
Silêncio pesado.
Se eles se espantaram fingiram muito bem.
Finalmente Yara encarou Huilen que assentiu.
- Você está certa. Pode fazer isso? – perguntou a morena prendendo meus olhos nos seus castanho amarelados.
Eu sorri confiante. Se não pudesse fazer sequer teria mencionado, eles sabiam disso. Em vez de responder, no entanto, me lembrei de um detalhe.
- Quem veio dos Volturi? O que eles sabem sobre vocês?
Uma pausa e então Plata falou:
- Caius, Jane, Demetri e uma parte da guarda. Aro queria vir, mas foi convencido a retornar para Volterra. Parece que não gosta de florestas. – sua voz era um pouco menos grave do que a de Yara, mas tinha algo de animalesco.
“De qualquer forma ele saberia de tudo quando lesse suas mentes”.
- Eles não sabem nada importante sobre nós. – completou Yara
“Ótimo” pensei enquanto assentia o mais gravemente que consegui.
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Eu pedi para ficar a sós com Yara, Henrietta e Huilen. Primeiro apaguei totalmente a memória de Huilen - de ter me visto e tudo o mais - e criei uma memória falsa em que Nahuel e Plata haviam decidido viajar sem motivo algum, a fim de conhecer novos lugares, e Huilen não havia querido acompanhá-los. As irmãs observa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1
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nina00 Postado em 22/12/2015 - 21:39:59
Bom, estava terminando de postar essa fic neste site por peso na consciência já que eu havia abandonado por um tempo. Porém já que não há comentários acho que estou perdendo meu tempo. Postarei este capítulo e deixarei por uma semana, se eu retornar e não houver comentários deixarei por isso mesmo... infelizmente.