Fanfic: Penumbra
Eu pedi para ficar a sós com Yara, Henrietta e Huilen.
Primeiro apaguei totalmente a memória de Huilen - de ter me visto e tudo o mais - e criei uma memória falsa em que Nahuel e Plata haviam decidido viajar sem motivo algum, a fim de conhecer novos lugares, e Huilen não havia querido acompanhá-los.
As irmãs observaram o procedimento e então Yara se aproximou de mim.
- Você esteve com as amazonas, não é verdade? – perguntou ela.
- Sim. – confirmei um pouco confusa.
- Você acha que elas nos aceitariam? – continuou, fazendo um gesto em relação à Henrietta e ela.
Eu pensei um momento.
- Não tenho certeza de como vivem, mas se vocês se identificarem como irmãs de Nahuel tenho certeza que as considerariam como aliadas.
Ela ponderou um segundo.
- Nós temos como saber se vocês entrarem em perigo. – disse finalmente, para minha surpresa.
- Não acho sábio que interfiram se este for o caso. – fiz, enquanto ponderava as possibilidades.
- Então quando nós sentirmos o perigo temos que saber que não devemos nos envolver.
Eu a encarei. Isso significava o que, exatamente?
- Não se preocupe, darei um jeito.
Então me aproximei dela e depois de apagar a memória recente, forcei em sua mente um alerta. Apenas uma memória falsa com Nahuel e Plata dizendo para se manterem afastados mesmo se os sentissem em perigo.
Henrietta observou o procedimento em silêncio. Quando foi sua vez fiz algo diferente, me concentrei fortemente e deixei minha mente alcançar a dela, sua memória nítida em minha cabeça. Então eu a envolvi como um escudo, escondendo de sua própria mente como uma capa que poderia ser removida.
- Henrietta quando você ouvir a voz de Nahuel se lembrará de tudo, está me entendendo?
Como em uma hipnose ela chacoalhou a cabeça em concordância.
Aquilo tinha me cansado bastante mentalmente, mas fiquei feliz. Tinha certeza que daria certo.
Eu saí da cabana e segui os odores de Plata e Nahuel que estavam a cerca de cinco metros para o leste dentro da floresta.
- Pronto? – ele perguntou.
Eu acenei enquanto os observava, Plata parecia um pouco ofensivamente impressionada.
- Se Henrietta ouvir sua voz ela vai lembrar tudo e Yara se lembrará apenas que não deve interferir se nos sentir em perigo. – eu dei de ombros.
Eles consideraram minhas palavras seriamente. Senti certa tensão no ar, então quebrei o silêncio.
- Podemos nos distanciar antes de conversarmos? Não quero encontrá-las ou teria que fazer tudo de novo...
Os dois se entreolharam e começaram a correr automaticamente. Eu fui ao encalço deles um pouco surpresa com a velocidade que conseguiam alcançar, me forçando a avançar.
Corremos por um bom tempo até começar a amanhecer. Durante esse período minha mente conseguiu voltar ao normal, o exercício físico não me cansou devido ao sangue que eu havia ingerido recentemente.
Finalmente alcançamos uma cachoeira e os dois pararam automaticamente. Plata se sentou e Nahuel imitou seu movimento, ficando de cócoras. Eu continuei um tempo parada em pé e contemplando a paisagem que era estonteante.
Num movimento me juntei a eles retirando minha bolsa do ombro.
Estava agitada, algo importante estava começando, eu tinha certeza.
Eles realmente não precisavam de mim (poderiam fazer seus próprios planos), mas acho que estavam curiosos o bastante para deixarem se envolver.
- Certo. – comecei – o que querem saber?
Eles se entreolharam e eu esperei pacientemente.
- Qual o seu objetivo? – perguntou Plata, prendendo meus olhos naquele prateado estranho.
Eu suspirei antes de responder.
- Destruir os Volturi.
Eles continuaram sérios.
- Por que você acha que pode fazer isso? – era Nahuel, ele parecia vivamente interessado.
Eu comecei a me sentir meio estúpida, mas tinha que contar tudo se queria a ajuda deles.
- Por que alguém teve uma Profecia dizendo que eu poderia fazê-lo. – respondi, esperando incredulidade ou sarcasmo. Para minha surpresa encontrei apenas espanto.
- Pode nos falar mais sobre isso? – era Plata de novo.
Então eu contei sobre o velho Quil Ateara e suas palavras. Também contei como tinha deduzido o que eram os peões e os cavalos.
Eles ficaram silenciosos após meu jorro interminável de memórias.
- Acreditamos em você. – finalmente disse Nahuel.
- Por quê? – alfinetei afinal eu era jovem o bastante para não ser levada a sério e tinha optado por não lhes mostrar as imagens das cenas, como Nahuel sabia que eu podia fazer.
- Digamos que nós já vimos coisas absurdas o suficiente pra podermos acreditar. – justificou.
Eu absorvi isso por alguns momentos.
- Vocês vão me ajudar? – segurei minha respiração por um segundo.
Os dois me encararam e de repente pude identificar a semelhança que os tornavam irmãos.
- Sim. – respondeu Plata duramente.
- Eu não perderia essa diversão por nada. – fez Nahuel, um sorriso verdadeiramente cruel preso no rosto.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1
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nina00 Postado em 22/12/2015 - 21:39:59
Bom, estava terminando de postar essa fic neste site por peso na consciência já que eu havia abandonado por um tempo. Porém já que não há comentários acho que estou perdendo meu tempo. Postarei este capítulo e deixarei por uma semana, se eu retornar e não houver comentários deixarei por isso mesmo... infelizmente.