Fanfic: Penumbra
Forks – Washington. 24 de Dezembro. 11:20 PM.
Eu estava mais do que de saco cheio. Na verdade não me sentia bem em nenhum lugar, mas isso não era novidade nenhuma, não mesmo. Não depois daquela pirralha dos infernos ter sumido no mundo e agora estar sugando humanos. E claro que era impossível que eu guardasse a novidade de Brady e Leah, só pra melhorar meu mundo.
- Você está parecendo com o Seth! Como consegue defender uma coisa dessas? – Leah gritava na sala. Tá bom ela não gritava, mas pra mim era a mesma coisa por que eu conseguia ouvir como se era isso que ela estivesse fazendo.
- Ela não é má! E será que dá pra você falar mais baixo, por favor? – Brady continuou.
Leah bufou, mas eles não deram tempo de ela continuar.
- E não me compare com o seu irmão, tá legal?
- Ei! – Seth reclamou.
- Bom, eu não estou fedendo a Cheetos, estou? – justificou.
- Hunf. Isso só quer dizer que eu tenho razão Leah, você tem que entender que vampiros são diferentes. E Nessie é diferente deles também.
- Não vejo diferença nenhuma entre os parasitas.
Os dois suspiraram em uníssono contra a relutância dela de entender.
Eu queria desligar o falatório, mas parecia que eu não ia conseguir nada mesmo se gritasse pra eles calarem a boca. O que diabo eles estavam fazendo na minha casa afinal de contas?
Desistindo deles e de um pouco de paz simplesmente pulei a janela e comecei a andar pra longe deles. Tentei tirar da cabeça a memória dela pequena correndo por esse mesmo lugar...
Billy ficou feliz por nos ver de volta, mas não adiantava nada pra mim. Eu não tinha mais casa em nenhum lugar.
Fazia tempo que nós não voltávamos, porém. Quantos meses? Depois de termos encontrado Nessie em Agosto na Irlanda viajamos em círculos por algumas semanas na Europa, sempre seguindo atrás da descrição que tivemos dela no Orfanato (por que diabos ela se enfiou num lugar daqueles, afinal?), enfim, quando acabamos voltando para a Irlanda eu fiquei realmente puto com ela por que estava na cara que tinha feito a gente voltar ali de propósito... Eu estava com coceiras pra saber como ela conseguia fazer a gente de trouxa daquele jeito.
É claro que eu não desisti por isso, mesmo depois dos Cullen terem voltado no final de Setembro. Ela tinha feito três anos e eu lembro que ficava comparando a imagem que eu ainda tinha dela com crianças humanas de três anos que ainda babavam e usavam fraldas...
Finalmente quando senti meus próprios pensamentos saírem em alguma língua estrangeira decidi voltar – e acredite, nem sei quantos idiomas aprendi a dizer “otário”. O problema era voltar pra onde? Eu não ia conseguir ir pra Whitehorse então viemos direto pra cá, isso foi em Outubro. Leah tinha ficado uma arara. Eu sabia que pra ela era parecido de como era pra mim: uma mistura de alegria e saudade com a tristeza de tudo estar tão diferente do que nós queríamos.
Pelo menos eu não tinha a cara esfregada nessa diferença, é verdade. Sam e Emily tinham tido o primeiro filho enquanto estávamos fora e ela tinha informado a todos essa manhã que estava grávida de novo. Tudo certo pra família Uley e uma Leah amarga pra danar. Eu tinha que respeitar Brady e Seth por ainda tentarem conversar com ela.
Suspirando tirei do bolso meu precioso segredo. Tudo bem, não ia ser segredo por muito tempo já que não tinha como eu esconder merda nenhuma enquanto estava na forma de lobo, mas por enquanto era segredo e eu estava curtindo isso.
O envelope estava amassado de tanto eu segura-lo antes de abrir. Eu tinha praticamente arrancado ele das mãos do Billy quando ele me ofereceu, reconheci na hora a letra dela das cartas que ela tinha enviado ao Charlie. Só que essa carta era pra mim, direto pra mim.
Eu tinha ficado olhando meu nome por não sei quanto tempo antes de ter coragem de rasgar o envelope.
Nove de dezembro de 20**
Hey Lobo!
Era quase ofensivamente amigável, mas não importando quantas vezes lesse eu sempre sorria.
Tenho certeza que uma hora você vai querer descansar antes de voltar a me perseguir por aí, então espero que esteja tudo bem com todos em Forks. (Gostaria de saber se Rachel e Paul já se casaram, mas vou adivinhar que sim, ok?).
É claro que ela estava certa, o casamento tinha sido em Junho e eu Leah e Brady tínhamos vindo por que eu fui um dos padrinhos (e dizem que não sou sortudo, há!), ficamos pouco tempo daquela vez... Mas ela não tinha como saber de nada disso. Ou melhor, eu não tinha como contar.
Estou escrevendo basicamente pra te contar que eu estou bem, na verdade agora não estou mais andando sozinha por aí, se é que isso serve pra te tranquilizar de algum jeito.
O que inferno aquilo podia fazer pra me tranquilizar? Pelo que eu sabia ela podia estar andando por aí de braços dados com o Conde Drácula em pessoa. Ok, isso foi um pouco forçado, mas dava pra pegar a imagem geral de como eu me sentia.
Pode ter certeza absoluta que estamos em movimento e, portanto quando esta carta chegar já estaremos em um lugar completamente diferente, mas se você quiser passar mesmo assim pelo México aconselho dar uma passada em Acapulco – o mar é realmente delicioso!
Merda de pestinha esperta.
Eu sei que você deve ter se incomodado com minha nova “dieta”, mas a única coisa que posso dizer é que estou feliz e bem. Nunca vou ferir alguém de propósito, espero que você saiba disso.
Estou com saudades de todos, mas não vou voltar, não tão cedo. Sinto muito mesmo. Mande beijos pra todos, ok?
P.S: Não fique se sentindo por causa da carta, mandei pra Whitehorse e para Charlie algumas linhas também.
P.P. S: Estou mandando uma foto como forma de desculpa para o tempo sem vocês me verem. Acho que é justo, mais nada.
E lá estava atrás da carta uma foto da Nessie de corpo inteiro. Não dava pra saber onde foi tirada, ela estava apoiada em uma parede branca e sorria de forma esfuziante. O sol parecia estar se pondo e batia do lado direito do seu rosto, os longos cabelos em tom de cobre ondulados e compridos corriam até seu cotovelo direito, com a mão esquerda ela fazia um gesto de cumprimento.
Olhando aquilo eu sentia meu peito encher completamente, mas tudo era misturado. Eu me sentia impotente e com saudades. Ao mesmo tempo eu tinha uma raiva poderosa de quem quer que estivesse com ela quando a foto foi tirada e me sentia finalmente feliz por poder vê-la. Poder simplesmente ver seu rosto de novo. Eu quase podia me imaginar ali e isso era dolorido e prazeroso ao mesmo tempo.
De repente senti uma vontade danada de pegar um sol... Só tinha que esperar aquela coisa de Natal passar...
- Jake! É quase meia-noite! – ouvi Seth chamando.
Senti meus punhos fechando. Não importava o que ninguém me dissesse tinha que encontra-la. E quando isso acontecesse eu a traria de volta puxada pelos cabelos!
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1
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nina00 Postado em 22/12/2015 - 21:39:59
Bom, estava terminando de postar essa fic neste site por peso na consciência já que eu havia abandonado por um tempo. Porém já que não há comentários acho que estou perdendo meu tempo. Postarei este capítulo e deixarei por uma semana, se eu retornar e não houver comentários deixarei por isso mesmo... infelizmente.