Fanfic: Penumbra
Fukuoka – Japão. 2 de Setembro. 06:29 AM
- Muito bem. – ele começou depois de se sentar em um degrau puído do templo – O que exatamente você quer saber? Eu não posso dizer que tenho as respostas que você procura Renesmee...
Eu lhe sorri educadamente enquanto assentava a sua frente.
- Não precisa se fazer de desentendido Al, eu sei que você já foi um deles. Essa é a única explicação pra maneira como você age: fugindo dos Volturi o tempo todo. Você tem medo porque sabe que se descansar está morto... Imagino que pelas suas habilidades costumava ter o lugar de Demetri, como rastreador?
Enquanto eu falava Alistair pareceu me encarar com alguma fagulha de fogo, olha só ele não estava morto! Bom saber que havia algum ódio ou ressentimento ali. Eu poderia trabalhar com isso.
- Eu não sei do que você está falando menina...
Eu me soergui um pouco, tocar na minha aparência era sempre algo como chutar meu baço: meu ponto fraco.
- Acho que você tem conhecimento suficiente pra saber que eu posso ser tudo, menos uma menina. É algo óbvio sua antiga posição, óbvio demais até. Se você não tivesse alguma informação sobre eles, se não fosse uma ameaça, imagino que o deixariam em paz. É, hum, louvável que você tenha conseguido se manter vivo até agora...
Alistair pareceu desconfiado, mas eu estava falando sério.
- De verdade. Não consigo nem imaginar como deve ter sido passar séculos fugindo deles... Eu estou atrás de você por apenas alguns meses e já estava perdendo a paciência! Você não está cansado Al? De fugir?
Os olhos vinho de Alistair estavam cravados no meu rosto como se tentasse ler meus pensamentos pelas expressões, a boca ligeiramente arreganhada de raiva, com os dentes expostos, mostravam que eu tinha acertado em cheio.
Suspirei teatralmente.
- Felizmente estou aqui pra ajudar. Você sabe o que os Cullen podem conseguir. Estou aqui porque preciso exatamente daquilo que estão te perseguindo: Informação. Preciso saber sobre os Volturi para eliminá-los de uma vez por todas.
Assovio alto.
- Eliminar...os Volturi?
- Sim. - respondi um pouco impaciente.
- E como exatamente você planeja fazer isso?
Aqui eu tive que sorrir maldosamente, ele queria saber até que ponto minha família estava nesse plano.
- Não acho que você queira saber - e pisquei tentando parecer brincalhona.
Alistair ficou alguns segundos raciocinando enquanto continuava tentando me ler.
- Eu não vou me lembrar de nada disso? - respondeu finalmente.
Suspirei e não liguei se isso demonstrou fraqueza, estávamos esperando tempo demais por aquilo.
- Nada. Não se lembrará de nada, prometo.
Ele assentiu quase imperceptivelmente, voltando a adquirir suas características arredias.
- Por onde você quer começar?
- Podemos começar sobre a história das, hum, espécies de vampiros. Eu sei sobre o que você revelou a Joham, obviamente...
Ele assentiu, seu cabelo negro e oleoso sacudindo com o movimento.
- No início existiam os Fierbintes e os Rece. - finalmente começou
- Eles formavam uma espécie de corte, apenas alguns Fierbintes estavam espalhados por entre os humanos e eram todos machos. Eles eram usados para controlar e dominar os “sacrifícios humanos” para os vampiros. Os homens Fierbintes eram considerados inférteis, pois não conseguiam engravidar os da mesma espécie e seus bastardos com humanas – pois casamentos de imortais e humanos não eram permitidos – morriam após o nascimento e deste modo foram proibidos.
- Os Rece eram muito poucos nessa sociedade. Eram criados a partir de humanos homens apenas para servirem as famílias Fierbintes alojadas na corte. Os Rece não eram permitidos fora deste local devido seu comportamento irracional em seus primeiros anos, apenas os Rece guardiões das Rainhas podiam acompanhá-las em suas breves excursões para o exterior.
- Existe mesmo a história que eles não tinham veneno? – deixei escapar.
- Sim. Mas me atrevo a dizer que não acho isso possível, o que é mais provável ter acontecido é terem escondido este fato.
- Como assim?
- Os Rece não viviam por muitos anos, eles tinham um prazo de existência. Nenhum deles poderia cumprir suas funções por mais do que 50 anos, quando esta idade chegava eram mortos. Apenas os guardiões das Rainhas podiam viver até que elas se cansassem deles.
- Por que eram seus amantes? – questionei, ele fez um gesto para que eu continuasse.
- Os homens Fierbintes que viviam fora da corte provavelmente o faziam porque as fêmeas Fierbinte deviam menosprezá-los. Então elas criavam amantes imortais para procriarem e serem protegidas de seus maridos e, provavelmente delas mesmas, e então os matavam quando ficavam enjoadas ou quando os eles sabiam demais de seus próprios poderes.
- Precisamente o que penso. – admitiu com seus olhos brilhando em minha direção.
- Como eram “alimentados” as mulheres poderiam simplesmente se livrar dos corpos humanos que eram mordidos antes de ocorrer à transformação, iludindo-os. – completou.
- Mas espera, porque os machos Fierbintes não criaram seu próprio exército de Rece em vez de fazerem toda uma raça mestiça nova? - questionei. Como não tinha pensado nisso antes? Nahuel tinha veneno, ele tinha transformado Huilen!
Tudo o que Alistair fez foi levantar os ombros. Legal.
- Como eles se mataram? – perguntei quase me cansando da lição de história. Todos esses seres pareciam piores do que os Volturi pra mim.
- Eu não saberia dizer ao certo. Ao que parece os homens Fierbintes, ou apenas alguns, descobriram que seus filhos sobreviveriam se fossem, digamos, bem cuidados. Espalharam seus filhos até que tivessem um exército e invadiram a corte.
Isso fazia sentido para a popularização dos Flâmûnd – vampiros com presas e fracos sobre o sol - provavelmente não havia um bom controle sobre eles antes desse massacre.
- E os Volturi? – questionei.
- O que tem? – ele não me encarava agora.
- Da onde vieram, foram mordidos depois disso, quando todos estavam mortos?
- Igualmente eu não saberia dizer.
Eu evitei chacoalhar aqueles ombros finos, ele estava me escondendo algo eu só não sabia o que. Ainda.
- Certo. O que você pode me falar de seus membros?
Ele levantou a cabeça.
- Bem Caius, Aro e Marcus são os líderes, como você bem sabe. Marcus pode ver as ligações ou sentimentos de fidelidade das pessoas e Aro, obviamente você está ciente que pode ler todos os pensamentos que uma pessoa já teve em toda a sua vida. Caius não possui poderes...
- Sabe que isso me é estranho? - interrompi.
- Desculpe? - ele pareceu um pouco assustado com a interrupção, não o culpava, eu estava surpresa que ele sequer conseguia falar tanto de uma só vez.
- Caius, ele não faz sentido como um dos líderes. Sabendo como Aro gosta dos vampiros, quer dizer Reces, com poderes especiais... Caius não cabe nisso, pra que ele serve? O que adiciona? - eu estava mais raciocinando sozinha, mas também atenta as reações dele, mas Alistair apenas pareceu dar de ombros. Okay então.
- Desculpe, por favor continue.
- Cada um dispõe de um guarda pessoal para si e sua rainha. Exceto Marcus que perdeu sua Rainha Didyme.
- Você sabe o que aconteceu?
- Nunca me foi permitido questionar, é um tabu.
Eu franzi as sobrancelhas, havia algo ali também. Marcus tinha que ter um grande motivo para ter permanente aquela cara de funeral. Porém Alistair realmente parecia não saber nada sobre esse assunto.
- Tudo bem continue, por favor.
- Bem, Aro tem como proteção pessoal Renata. Ela projeta um escudo tocando-o, para que quem tenha intenção de atacá-lo se esqueça disso quando entrar em contato com seu poder, repelindo os inimigos.
- Marcus tem como guarda pessoal Santiago, ele é quase tão antigo quanto os irmãos e não tem poder algum a não ser o conhecimento que adquiriu com sua vasta experiência de vida.
- Caius teria o guarda mais perigoso, mas normalmente Corin guarda sua posição longe de seu mestre. Na verdade quase ninguém sabe qual é seu rosto, ela se camufla com o resto da guarda, mas em uma posição que possa defender Caius prontamente. Ela pode fazer qualquer se sentir repentinamente feliz e satisfeito com qualquer situação.
Eu suspirei.
- Desculpe.
- Bem, bem. Vamos ver. Jane e Alec são praticamente os preferidos, Jane para torturas e Alec para ataques por causa de seus poderes.
Eu acenei confirmando. Dor infligida com a mente e cegueira total para um grande grupo de pessoas também me deixaria maravilhada em outras situações. Não, talvez não. Só se eu fosse uma Bruxa má.
- Felix tem uma força muscular considerável e Demetri é um rastreador, como você sabe.
- Qual a diferença entre seu poder e o dele?
- Eu sinto as auras das pessoas, sei quando estão próximas. Demetri persegue através do cheiro, como se tivesse um olfato extremamente apurado. Também pelo olfato ele consegue catalogar o tipo de criatura que está caçando...
- Não entendi. – interrompi.
- Quando sinto a aura de alguém, jamais me esqueço já que é única. Mas quando é de algum desconhecido, não sei o que esperar. Sei somente que se trata de alguém não-humano, já que não vejo aura de humanos. Demetri por outro lado, pode classificar pelas nuanças do olfato que tipo de criatura está caçando mesmo sem vê-la.
- Entendo. - Plata era completamente diferente dos dois.
- Heidi atrai fisicamente as pessoas, algo como uma femme fatale, mas essa atração acontece de forma incontrolável, é claro.
- Ela faz isso pelo toque ou...
- Pela voz. - respondeu prontamente.
Ótimo. Só que não.
- Por último Chelsea e Afton. Afton se juntou a guarda com ajuda de Chelsea já que estão juntos, mas ascendeu com o tempo em que aumentou sua habilidade, ele pode se tornar invisível e a também a outros que estiverem atrás dele quando levantar seu escudo, porém este fica mais fraco a partir do momento que é compartilhado. Já Chelsea foi “adquirida” em meu tempo com os Volturi...
Alistair ficou temporariamente em silêncio visivelmente revivendo a antiga cena.
- Eles atacaram seu clã e pediram para aqueles que não quisessem morrer se juntarem a Guarda. Era óbvio que Aro apenas queria Chelsea e seu irmão Dimas, mas este se negou a rendição e foi morto com todos os outros.
- Deve ter sido horrível...
- Foi um massacre. Lembro-me ainda hoje das palavras de Aro para consolar Chelsea: “Eles foram corajosos, mais do que seu real poder poderia permitir e isso é tolice minha cara”.
- Soa exatamente como ele! – cuspi com nojo.
- Sim. Chelsea, você sabe, foi de fundamental importância para os Irmãos. As Rainhas estavam incontroláveis naquele tempo, queriam sair dos quartos e opinar nas decisões, e eles não tinham Corin para torná-las satisfeitas com a situação, portanto seu poder de manipular os laços de fidelidade entre as pessoas foi de acordo com as necessidades.
- Ela deve ter sido como um presente... – comentei. Minha mente trabalhava febrilmente.
Ele pareceu reparar minha meditação, então tentei disfarçar com um sorriso.
- Como Aro não “leu” em sua mente o que sabe sobre a história dos vampiros?
Alistair embranqueceu com a pergunta.
- Eu, bem, adquiri o conhecimento após minha estadia em Volterra.
- Bem Al., para mim está óbvio que alguém daquela época está vivo ainda e você encontrou com essa pessoa.
Acho que agora ele adquiriu uma coloração verde, mas o lugar estava bem escuro, poderia ser amarelo.
- Você está certa. Para falar a verdade eu acho que, hum, hum... Ele gostaria de conversar com você.
Aí eu fiquei apreensiva.
- Ele pode ajudar – era uma afirmação.
- Sim. não há mais paz com os Volturi para nós neste momento, será preciso uma mudança. É algo saudável com o passar dos séculos. - tentou justificar.
Ele parecia veemente, mas evidentemente não queria estar envolvido nos acontecimentos. Alistair não parecia o tipo de vampiro que venderia o que sabe por poder, ele era muito covarde pra isso. Provavelmente preferiria viver sossegado em uma casinha de cachorro.
- Você sabe onde os Romenos estão? – perguntei de repente.
Ele se mexeu desconfortável.
- Eles não farão nada sem algum tipo de compensação.
- Eu sei Al., mas parece que precisaremos de ajuda e tenho certeza de que eles estarão mais do que dispostos em nos auxiliar. Além disso, talvez tenham mais informações que poderiam compartilhar.
Ele balançou a cabeça para frente e para trás.
- Você tem certa razão, mas acredite em mim quando digo que eles são inescrupulosos.
- Considere-me avisada.
Depois de ele ceder às localizações que pedi eu levantei minha mão e ele a tomou em um cumprimento, então eu o fiz esquecer todo o nosso diálogo exceto à informação de onde estavam os Romenos.
- Obrigada.
Ele piscou algumas vezes como se estivesse um pouco confuso.
- Não foi nada criança.
Eu soltei a mão e segui a passos largos para encontrar os outros.
Tínhamos trabalho a fazer.
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1
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nina00 Postado em 22/12/2015 - 21:39:59
Bom, estava terminando de postar essa fic neste site por peso na consciência já que eu havia abandonado por um tempo. Porém já que não há comentários acho que estou perdendo meu tempo. Postarei este capítulo e deixarei por uma semana, se eu retornar e não houver comentários deixarei por isso mesmo... infelizmente.