Fanfics Brasil - Prologo Minha Doce Dulce s2 Vondy s2

Fanfic: Minha Doce Dulce s2 Vondy s2 | Tema: rebelde, vondy


Capítulo: Prologo

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•PRÓLOGO•

Copper Creek, Colorado 1878

 

 


 

 


O imponente céu da primavera reluzia com o tom vibrante de azul que sempre causava um inexplicável aperto de tristeza no peito de Dulce. A cor se estendia em todas as direções como um dossel celeste pontilhado pelos mais delicados sussurros de nuvens brancas e felpudas. Se uma pessoa estivesse em pé no topo de uma das montanhas cobertas de neve ao longe, ela certamente conseguiria tocar aquela glória misteriosa e ilusória apenas esticando o braço.
O som de risadas e música lentamente retornaram sua atenção à terra, de volta aos adultos reunidos no grande jardim da casa de seus pais. Eles conversavam em pequenos grupos, e as crianças impetuosas corriam de um lado para o outro brincando de esconde-esconde.
Algumas delas concentravam-se em uma partida apaixonada de croque, esforçando-se para acertar as bolas nos pequenos arcos. Dulce observava toda aquela agitação à sua volta com uma sensação familiar de desejo e consternação.
- Você está confortável, meu amor? - A voz preocupada de sua mãe não foi suficiente para desviar sua atenção do jogo, mas ela respondeu com um gesto da cabeça.
- Aceita mais um pouco de limonada?
- Não, obrigada. Você pode me levar para mais perto do jogo, mamãe? 
- E melhor não. Já imaginou se uma daquelas bolas de madeira se desgoverna e a acerta? - disse a mãe no mais desestimulante dos tons. - Você ficará bem mais segura aqui.
- Eu levantei da minha cadeira hoje de manhã e consegui ir andando sozinha até a penteadeira - falou Dulce, sabendo que o esforço aborreceria a mãe, mas desesperada para mostrar a si mesma que não era completamente impotente. - Sei que poderia ficar parada debaixo de uma das árvores por alguns momentos. E só eu segurar no tronco. Por favor, mamãe. Só um pouco.
Blanca Saviñón ajeitou a manta de lã sobre os joelhos de Dulce.
- Eu não permitirei que você se aborreça dessa maneira, minha querida. Você sabe que não pode andar e brincar como as outras crianças. A grama está cheia de raízes e você poderia tropeçar e se machucar. Não vamos mais falar de tolices. Você fica bem mais segura em sua cadeira de rodas. Pegue sua boneca nova. Olhe, não é a coisa mais linda? Ela olhou para cima e viu o outro filho. - Alfonso, venha fazer companhia para sua irmã.
O garoto obedeceu a mãe sem contestá-la, e Blanca voltou para o meio de seus convidados movendo-se com graça e elegância.
- Você não precisa ficar comigo, Poncho - disse ela, movimentando a mão com desgosto. - Vá se divertir com seus amigos.
Se alguém o chamasse por esse apelido corria o grave risco de levar um soco no rosto, mas Dulce tinha esse direito. Aos dezesseis anos, Alfonso era mais alto e encorpado do que o pai e tinha ombros bastante largos. Era um adolescente muito bonito e fazia de tudo para agradar a irmã.
- Vou ficar um pouco com você - respondeu ele, acariciando-lhe os cabelos. - Sei que não deve ser nada fácil ficar sentada o tempo todo nessa cadeira de rodas. Mas é um fato que você precisa aceitar. Gostaria que tudo fosse diferente. 
Dulce suspirou, contente pela lealdade e companhia do irmão, mas chateada por ele tratá-la da mesma maneira que seus pais. Ela olhou distraidamente para a boneca de porcelana em seu colo, mais uma para a enorme coleção que enfeitava as prateleiras de seu dormitório.
Alfonso ficou ao lado dela até que notou os amigos olhando em sua direção. Dulce, então, insistiu para que fosse se juntar a eles. Os garotos correram para o riacho, causando-lhe inveja por sua independência.
Algum tempo depois, dois cavaleiros se aproximaram da casa. Assim que desmontaram dos cavalos, prenderam os animais na cerca próximo ao portão e caminharam em direção à multidão. Um deles era Patrício Borghetti, um homem que já estivera em sua casa antes. O outro era um jovem desconhecido que parecia alguns anos mais jovem do que Alfonso. Dulce observou, interessada, o Sr. Borghetti apresentar o garoto a seus pais e a um pequeno grupo de amigos, depois sair para falar com outras pessoas.

 

 

 

 


 

 


Sozinho, o jovem ficou assistindo o jogo de croque por alguns instantes, antes de olhar para ela. Com as mãos enfiadas nos bolsos, caminhou até Dulce. Comparado à robustez do irmão, ele era bem mais magro e alto, e extremamente bonito. Uma brisa despenteou seus cabelos castanhos claros e brilhantes, deixando-lhe o rosto mais à mostra.
- Olá - cumprimentou ele. 
Dulce ficou encantada com os olhos mais castanhos do que chocolate.
- Oi. Eu nunca o vi antes. Qual é o seu nome?
- Christopher Uckermann. Estou passando alguns dias na casa do meu tio Patrício. E o seu?
- Dulce. Hoje é meu aniversário.
- Parabéns. Que linda boneca - elogiou Christopher.
- Obrigada. Ganhei da minha mãe. Este cavalo é do seu tio? - perguntou ela, apontando para o animal malhado.
- Não, é meu.
- Como ele chama?
- Wrangler. É um puro-sangue sueco. Originalmente, ele foi criado como um animal de cavalaria. Metade espanhol, metade oriental.
- Pelo visto você conhece bastante sobre cavalos.
- Um pouco.
- Então, ele é sueco?
Christopher sorriu, e duas belas covinhas se formaram em suas bochechas.
- Não. Ele é do Nebrasca. Quer vê-lo mais de perto?
- Claro! Posso?
- Lógico que sim. Desculpe-me perguntar, mas o que aconteceu com você? - perguntou ele, empurrando a cadeira de rodas para o portão. - Por que não pode andar?
- Eu nasci com uma má-formação dos membros - respondeu Dulce, ciente de que as palavras caprichosas de sua mãe pareciam ridículas. - Sou manca - esclareceu. Blanca Saviñón teria um ataque de apoplexia se a escutasse falar assim.
- Ah. - Foi tudo que Luke disse.
- A mamãe e o papai me levaram aos melhores médicos da região. Não existe uma operação para consertar o problema. Meus ossos não são bem formados no quadril.
- E você sente muita dor?
- Não. Eu consigo andar um pouco, mas é muito desajeitado, e a mamãe não quer que eu sinta vergonha. - A cadeira de rodas parou bem perto do cavalo.
- Você pode andar a cavalo?  
Ela o olhou com tanta surpresa e esperança que sentiu uma dor imensa no peito.
- Não sei. Não é perigoso?
- Não mais do que muitas outras coisas.
Dulce observava o belo cavalo cheia de expectativa. Seu aniversário seria perfeito se pudesse cavalgar por alguns momentos. Ela, uma aleijada, em cima de um cavalo! Que maravilha!
- Posso me sentar um pouco nele?
Christopher olhou para a festa, mas ninguém prestava atenção nos dois.
- Creio que sim. Mas como vou colocá-la em cima dele?
Ela jogou a boneca no chão, junto com a manta, e esforçou-se para ficar em pé. Christopher segurou-lhe o braço para que se mantivesse firme.
- Como você monta? - Ficar em pé ao lado do animal era mais intimidante do que a idéia em si. Mas a vontade de sentar na sela era tanta que Dulce afastou todo e qual quer tipo de medo e insegurança, voltando toda atenção para a resposta.
- Eu coloco um pé no estribo e jogo a outra perna por cima do cavalo. Você acha que consegue?
- Acho que não - respondeu ela, baixando os olhos. Era a perna que não lhe dava mobilidade.
- E se eu levantá-la de modo que você consiga colocar a perna boa no estribo? Depois eu a ajudo a passar a outra por cima.
- Perfeito.
Christopher a levantou com a mesma facilidade que Alfonso e seu pai o faziam, depois enfiou-lhe o pé no estribo.
- Segure na sela e puxe. 
Ela apoiou o pé, segurou com firmeza e Christopher levantou seu corpo, empurrando-a para cima até que todo seu peso estivesse no estribo. Determinada, Dulce usou toda sua força para conseguir montar.
Estava claro que ele teria de fazer um grande esforço para agüentá-la, mas Christopher parecia tão determinado quanto ela e, depois de alguns empurrões e grunhidos, a jovem viu-se sentada na sela. Quase não conseguia conter a alegria. Sua saia volumosa estava toda amarrotada, e Christopher ajudou-a a ajeitá-la com o maior cuidado e respeito




- Machucou alguma coisa? - perguntou ele, sem fôlego, endireitando-se. O sol iluminava seus cabelos desgrenhados.
- Não. - A vista lá de cima era encantadora e o fato de estar tão longe do chão a excitava. - Eu consegui! Estou em cima de um cavalo!
- Tente sentar um pouco mais para a frente para que eu possa me posicionar atrás.
Surpresa, Dulce obedeceu, e logo Christopher estava com ela no cavalo.
- Está com medo?
- Não! É bem melhor do que eu imaginava!
- Isso não é nada - disse ele, esticando os braços fortes para pegar as rédeas. - O melhor ainda está por vir. - Apertando os pés contra a barriga do animal, Christopher incitou o cavalo a começar a andar.
Um pouco sobressaltada com toda a novidade, porém encantada, Dulce sentiu o coração disparar.
- Faça-o andar mais rápido. 
Christopher obedeceu e, depois dos primeiros minutos do trote, ela adaptou o peso do corpo com os passos do cavalo. Sua casa ficava em uma rua pouco habitada nos arredores da cidade cheia de árvores, e ele seguiu pelos pastos em direção ao sul.
O vento acariciava as bochechas de Dulce e balançava seus cabelos, soltando os cachos perfeitamente penteados em seus ombros. O céu se aproximava para encontrá-los, do mais profundo azul em todas as partes, tirando-lhe o fôlego. Uma deliciosa sensação de liberdade e alegria conectava todos seus sentidos, pensamentos e emoções para aquele momento tão único e especial.
Nunca estivera tão leve, tão sensível e livre das correntes que a prendiam à terra. As restrições de seu corpo que a prendiam à cadeira de rodas já não existiam mais. Pelo menos por alguns instantes. Dulce ria e gritava, colocando para fora todos seus mais verdadeiros sentimentos. Ousada, ela soltou a sela e abriu os braços para aproveitar ainda mais aquela desconhecida liberdade.
Era o melhor dia de sua vida. Não se lembrava de uma ocasião em que fora tão feliz.
Andar a cavalo era melhor do que qualquer um de seus sonhos, melhor do que tomar sorvete, melhor do que festas de aniversário e melhor do que o Natal. O animal seguia ao lado do riacho, enfeitado por lindas margaridas.
Algum tempo depois, Christopher virou a cabeça do cavalo, guiando-o de volta pelo caminho que tinham vindo, e diminuiu o passo assim que começaram a se aproximar da casa.
A jovem ria sem parar, tamanha sua alegria.
- Este foi o melhor presente de aniversário que alguém poderia me dar - disse ela. - Muito obrigada, Christopher Uckermann.
- Feliz aniversário, Dulce.
- Quanto tempo você vai ficar na casa do seu tio? - perguntou, cheia de esperanças.
- Ainda não sei direito. Talvez eu venha trabalhar com ele. 
A sensação do vento em seu rosto e o sorriso de alegria ficariam para sempre em sua memória. A alegria era tanta que Dulce achava que não suportaria.
Wrangler os levou até a estrada que chegaria em sua casa e, à medida em que foram se aproximando, ela viu a multidão reunida perto do portão de entrada. Sua mãe estava com um lenço pressionado contra o peito. Ao lado estava o pai, com uma expressão furiosa.
O pânico tomou conta da jovem. A apreensão tomou o lugar da sensação de alegria e liberdade que tanto a tinham contentado momentos antes, como um banho de água fria. Alfonso destacou-se em meio às pessoas reunidas, apontando para Christopher enquanto se aproximavam.
- Ah, Dulce! Ah, meu Deus! - gritou a mãe, desesperada. O marido segurou-a por alguns instantes até que se acalmasse, depois deixou-a sob os cuidados de um vizinho.
- Posso saber o que está acontecendo? - gritou ele. - Dulce, você está bem?
- Estou ótima, papai - respondeu ela, sem fôlego, tamanho o medo que sentia da reprimenda que estava por vir. - Christopher me levou para dar um passeio a cavalo.
Ele aproximou-se do animal e tirou-a da sela.
- Minha filha tem a saúde delicada - disse ele, dirigindo-se a Christopher. - Desça, caro jovem. Você me deve uma explicação. O que fez com ela?










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Autor(a): megvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 56



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  • stellabarcelos Postado em 10/04/2016 - 14:40:41

    Lindos

  • maah001 Postado em 12/03/2013 - 15:38:50

    Eu tenho 14 hahaha' Foi lindo demais da conta!! É uma história tocante e bem diferente do que, eu tenho certeza, a maioria costuma ler!! Eu não tenho muito o que falar agora. Só queria parabenizá-la por tamanha criatividade!! Foi ótimo estar no meio dessa história o tempo que durou.. Uma pena ter acabo, estava muuuito afim de continuar lendo ela haha' Agora, nos encontramos em Rede de Mentiras ;) Beijosz fanfic!

  • tahvondy Postado em 10/03/2013 - 22:51:18

    pena que ja acabou amei sua web muito linda

  • tahvondy Postado em 09/03/2013 - 23:59:42

    ah pena que ja ta no final pq eu amei sua web ela e perfeita

  • fernandagayo Postado em 07/03/2013 - 23:19:21

    linda sua web é perfeita amanhã eu comento direito pq tenho que dormi para acoradar cedo bjs

  • megstar Postado em 07/03/2013 - 14:33:52

    Maah qntos anos vc tem? as vezes vc escreve umas coisas q meu Deus kkk é vdd ela realmente foi fraca, mais acontece q depois detanto tempo sendo menosprezada e ouvir a mãe repetir q ela seria a decepção do marido, ela não se permitia errar, certo q ela acabou fazendo uma baita burrada mais vai ter final feliz tah :)bjkssss gracias por comentar

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:25:01

    Quem disse que o amor verdadeiro não faz sofrer diz a verdade! As pessoas causam o próprio sofrimento e o sofrimento de outrem. Doeu demais ler todo o desespero dele! Mas estou ansiosa para ler o final.. Parabéns, meninas :) foi fantástico!!!!

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:23:17

    Eu decorei uma frase certa vez de um autor bem famoso até.. Tacitus. Não sei se já ouviram falar! Ele dizia: As pessoas estão mais dispostas a pagar por um prejuízo do que um beneficio. Por que a gratidão é um peso e a vingança um prazer. Nunca havia me parecido verdadeira antes, mas a partir do momento em que ela apagou todas as coisas boas que os dois haviam vivido para lamentar-se em não ser a esposa ideal, na qual ele nunca a havia criticado, muito pelo contrário, acreditava verdadeiramente de que ele é quem devia a ela, essa frase começou a fazer sentido!

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:20:13

    Eu acho que ela foi fraca demais! Eu sei.. foram anos e anos convivendo com a ideia de que era uma inválida e que não seria capaz de ter uma vida normal como qualquer outra pessoas, mas depois de tanto tempo junto com o Chris eu teria esquecido até mesmo o meu nome! Ele sempre foi muito atencioso, amoroso e determinado. Ninguém jamais seria capaz de ter o amor da mulher mais especial desse mundo como ele conseguiu. Ela sempre foi a mulher perfeita pra ele. E o decepcionou. Por mais que ele não pense isso!

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:17:06

    Eu nunca estive com o coração tão apertado quanto agora.. Eu nunca estive tão perto do desespero assim!! Saber que ele enterrou o nenê sozinho.. o próprio filho é de partir o coração. Me dá vontade de chorar só de pensar!!


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