Fanfics - Top 10
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- 02 - Opostos {vondy} 1ª 2ª E 3ª Temporada [finalizada]
- 03 - Tarde Demais Para Esquecer Vondy 1ª E 2ª Temporada Terminadaaa
- 04 - O Amor Simplesmente Acontece Aya
- 05 - Relação Extraconjugal [revisada]
- 06 - Fuego (vondy) [1ª/2ª Temporada]
- 07 - Peça-me O Que Quiser Que Te Darei
- 08 - Minha Irmã Adotiva {vondy} [terminada]
- 09 - I Won't Let You Go (aya)
- 10 - `me Apaixonei Pelo Cara Errado!` 1ª, 2ª, E 3ª Temp.
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- 01 - Toda Sua - Vondy - (adaptada)
- 02 - Rbd La Familia: Loucuras Em Família *portiñon, Herroni* - Finalizada
- 03 - Almas Opostas - Vondy
- 04 - Precocemente Mãe [revisada]
- 05 - Reino Dos Contos Hots *aya*ponny*
- 06 - Uckermann (adaptada)- Finalizada
- 07 - Opostos {vondy} 1ª 2ª E 3ª Temporada [finalizada]
- 08 - O Amor Simplesmente Acontece Aya
- 09 - Tarde Demais Para Esquecer Vondy 1ª E 2ª Temporada Terminadaaa
- 10 - Minha Irmã Adotiva {vondy} [terminada]
Fanfics - Top Anual
- 01 - O Amor Simplesmente Acontece Aya
- 02 - Almas Opostas - Vondy
- 03 - Precocemente Mãe [revisada]
- 04 - Opostos {vondy} 1ª 2ª E 3ª Temporada [finalizada]
- 05 - Uckermann (adaptada)- Finalizada
- 06 - Reino Dos Contos Hots *aya*ponny*
- 07 - Rbd La Familia: Loucuras Em Família *portiñon, Herroni* - Finalizada
- 08 - Namorada De Aluguel A&d
- 09 - Tarde Demais Para Esquecer Vondy 1ª E 2ª Temporada Terminadaaa
- 10 - Confesiones...traduzida [aya] Terminada
Fanfic: Minha Doce Dulce s2 Vondy s2 | Tema: rebelde, vondy
Capítulo: •CAPÍTULO 8•
Nunca tinha feito isso antes. Nunca tinha pedido dinheiro para ninguém. Construíra a estrebaria da maneira mais difícil porém com honestidade, com suor e trabalho, centavo por centavo, com paciência, até ver seu sonho realizado.
Esperava nunca ter que passar por uma situação como essa, constrangedora, desagradável, ainda mais por aquele ser o único banco da cidade. Jamais sonhara em pedir um empréstimo. Mas a vida nem sempre era fácil, e os sentimentos por Dulce falavam mais alto que seu orgulho.
O homem do caixa o olhava com curiosidade, e o sujeito diante da mesa em frente à sala de Fernando Saviñón não parava de encará-lo desde que chegara, quarenta e cinco minutos antes. Ele nunca colocara os pés naquele banco. Não guardava seu dinheiro ali, e também nunca duvidara da sabedoria de sua atitude.
Algum tempo depois, Alfonso apareceu pela porta da frente, teve um sobressalto ao ver Christopher Uckermann sentado no pequeno sofá. Sem cumprimentá-lo, entrou no escritório do pai.
Era evidente que Fernando Saviñón o fazia esperar de propósito.
Mais meia hora se passou, e Christopher não parava de enxugar o suor em sua testa.
- Entre, sr. Uckermann - chamou Alfonso. Christopher levantou-se e atravessou a sala sem baixar os olhos, sem se deixar intimidar. O outro foi atrás e apontou para uma cadeira vazia.
O escritório era muito elegante, com uma grande mesa escura enfeitada por acessórios de bronze, cadeiras de couro, quadros e objetos de arte.
Fernando Saviñón estava acomodado na cadeira de trás da mesa, fumando calmamente um charuto. Eles tinham conversado algumas vezes desde que Christopher abrira a estrebaria. O homem que cuidava da antiga estrebaria da cidade tinha se aposentado e se mudado para o Nebrasca, onde foi morar com o filho. Sendo assim, os Saviñón não tinham outra escolha se quisessem alugar uma carruagem. Eram obrigados a fazer negócio com ele... mas não precisavam ser amigos. Usavam suas carruagens e cavalos, pagavam e iam embora. Definitivamente não gostavam dele.
- Você deve ter um ótimo motivo para estar aqui - começou Fernando, cruzando as mãos em cima da barriga.
Alfonso endireitou-se na cadeira, pronto para observar a conversa.
- Vim tratar de negócios - falou Christopher, contente por não ter sido linchado até agora.
- Não tenho nenhum tipo de negócio para tratar com você.
- Obrigado por estar me recebendo. - Talvez devesse começar de outra maneira.
O homem ficou quieto.
- Vim pedir um empréstimo. Para construir uma casa.
Saviñón franziu as sobrancelhas, olhou para o filho, depois de novo para Christopher.
- Você não precisou da minha ajuda antes.
Ele estava se referindo à estrebaria. Christopher também não queria pedir ajuda para construir a casa, mas agora a situação era diferente. Não tinha todo o tempo do mundo.
- Eu consegui construir a estrebaria com minhas economias, mas agora preciso de um empréstimo.
- Construir uma casa exige muito dinheiro. - Acho que você sabe que trabalho bastante e que sou uma pessoa de confiança. Além disso, minha casa será pequena e modesta.
- Empréstimos requerem garantia.
- Eu tenho a estrebaria.
- Livre de qualquer dívida?
- Sim, eu paguei tudo em dinheiro.
- Devo me impressionar com sua capacidade?
- Na verdade, não, mas você sabe que eu sou digno do empréstimo.
- Eu não sei de nada. Você pode atrasar o pagamento das parcelas.
- Eu não atrasarei.
- Como pode ter tanta certeza?
- Se eu não pagar, você fica com a estrebaria. – Christopher juntou todas suas forças para dizer tais palavras.
- E o que eu vou fazer com uma estrebaria?
- Pode vendê-la. Ela vale bastante e está fazendo um bom dinheiro agora.
- Então por que não usa esse dinheiro para custear a construção de sua casa?
- Ainda não consegui juntar dinheiro suficiente. Mas sei que vou me dar bem. A minha estrebaria é a única da região.
Fernando recostou-se na cadeira e deu uma longa baforada em seu charuto.
- Trabalho sujo - disse com desdém, tirando um fiapo de seu terno impecável.
Alfonso examinava suas unhas, e Christopher tinha certeza de que não havia o menor de sinal de sujeira debaixo delas.
A raiva de Christopher foi aumentando, junto com o calor que sentia. Manteve as mãos nas pernas, recusando-se a olhar para as unhas que esfregara por quase dez minutos de manhã.
- É um trabalho honesto como qualquer outro.
O homem baixou as sobrancelhas em sinal de desaprovação. Propositadamente, demorou algum tempo para voltar a falar.
- O que mais você tem a me oferecer como garantia? Jóias? Ouro?
- Cavalos.
- Também não tenho o que fazer com cavalos. Christopher estava prestes a explodir. Os cavalos podiam atingir bons valores se fossem leiloados, e Saviñón sabia disso.
Ele o provocava sem a menor piedade. Respirando fundo, recusou-se a entrar no jogo do banqueiro, mas o esforço foi grande.
- Estou pedindo honestamente por um empréstimo, sr. Saviñón. Você pode negá-lo por qualquer motivo, mas saiba que eu não teria vindo até aqui se não precisasse do dinheiro.
- Para um homem em sua situação, uma casa seria um luxo, não acha?
- Você julga todas as pessoas que vêm lhe pedir empréstimo?
- Eu preciso analisar se a pessoa tem condições de pagar meu investimento de volta. Banqueiros não gostam de perder dinheiro.
- Mas eu tenho condições de devolver o dinheiro.
Inclinando-se para a frente, Fernando colocou o charuto no cinzeiro de bronze e se levantou.
- Você não conseguiu me convencer. Não vou correr o risco. A reunião está encerrada.
Christopher encontrou os olhos de Alfonso, e surpreendeu-se com o que viu. Nenhum sinal de raiva ou de superioridade.
Fernando lhe negara o empréstimo. Já era de se esperar, portanto, a humilhação não foi nenhuma novidade. Aquele era o pai de Dulce e, mesmo achando que ele não merecia seu respeito, Christopher sentia-se na obrigação de ser educado. Estendeu a mão para se despedir.
- Muito obrigado por ter me recebido, sr. Saviñon.
Ignorando-o, Fernando virou-se para o filho.
O jovem se levantou no ato e foi buscá-los. Christopher abaixou a mão e saiu da sala com a cabeça erguida. Já na rua, ele soltou o nó da gravata e abriu o primeiro botão de sua melhor camisa. Então olhou para suas unhas. O banco dos Saviñón seria o mais conveniente para fazer negócios, porém não era o único do mundo. Poderia ir até Fort Parker.
Depois de dar algumas instruções a Burt, ele fez uma pequena mala e selou um cavalo.
Durante a viagem, Christopher teve tempo de sobra para se arrepender da visita ao banco dos Saviñón. Pai e filho provavelmente estariam caçoando dele. E o que esperava que acontecesse? Que o homem mudasse de idéia de repente? Se Fernando soubesse que a pressa em construir a casa era por causa de Dulce, será que o ajudaria? Ou o odiaria ainda mais? A última alternativa era a mais provável.
Um pretendente supostamente deveria se aproximar do pai da jovem para pedi-la em casamento. E só de pensar já sentia um grande desconforto. Mas havia outra opção? Os Saviñón nunca lhe dariam sossego.
Mas Christopher queria Dulce. E estava disposto a lutar por ela.
Ao final da tarde, Dulce estava sentada no jardim de sua casa bordando uma toalha de mesa. Junho chegara trazendo flores e mais flores, e poucas notícias de Christopher. Pelo menos o tempo passava mais depressa agora que seus tutores vinham todos os dias.
Antigamente tinha uma tutora que vivera com eles durante três anos. A srta. Hilda fora uma professora adorável e paciente, além de confidente e amiga. Mas ela acabou se casando com um padeiro e mudando para o Oregon. Dulce sentiu muito a falta da professora. De vez em quando recebia uma carta, mas a srta. Hilda já fazia parte de um passado distante.
Deixou o bordado no colo e pegou uma flor, brincando com o caule aveludado entre os dedos. Nessa época, ela adorava ficar no jardim. Parecia que vivia no passado ou no futuro, lembrando-se de algum bom momento ou fazendo planos para uma vida melhor. O presente não a alegrava, uma vez que nada a empolgava. A não ser os momentos com Christopher. Quando estavam,juntos, ela faria de tudo para poder parar o tempo e viver eternamente aqueles instantes tão especiais. Pena que não era possível. Pena que não podia passar mais tempo com ele.
O som de uma carruagem chamou-lhe a atenção. De onde estava, não conseguia enxergar quem era, mas logo Maite apareceu.
- O tio Rocco permitiu que você viesse sozinha?
- Não, a mamãe veio junto. Ela está lá dentro.
- Ah, não! Teremos de tomar chá com elas – disse Dulce, torcendo o nariz.
- Acho que sim - suspirou Maite. Ela empurrou a prima até um banco de pedras sob uma árvore, perto do portão. - Tenho uma coisa para você.
- O que é?
Maite tirou o papel dobrado do meio dos seios e entregou-o à prima.
Dulce abriu o bilhete com o coração disparado. Dizia: Não posso suportar mais uma semana. Hoje à noite. No mesmo lugar.
Ela apertou o papel contra o peito, feliz da vida.
- O que diz?
- Você não leu?
- Claro que não.
- Ele disse que quer me ver.
- Que romântico!
- Christopher quer se casar comigo.
- Como assim? Seus pais jamais permitirão.
Dulce baixou os olhos, triste.
- Eu não sei o que vamos fazer. Parece algo totalmente fora de nosso alcance quando falo sobre o assunto ou quando escuto a voz da razão em minha mente. Mas quando estou com ele... Ah, Maite, quando estamos juntos, eu não penso em nada.
- É muito trágico vocês não poderem se encontrar. Como Romeu e Julieta, não acha? - Nem tanto! Nós não somos mais crianças. E a família de Christopher não tem problemas com a minha. E com certeza não vamos beber veneno para poder ficar juntos.
- Não é exatamente a mesma história, mas é romântica mesmo assim. - Ela uniu as mãos. - Faz qualquer garota flutuar.
Dulce riu diante da alegria da prima.
- Sabe que o Dia Quatro de Julho está chegando? As meninas já estão fazendo os planos para a comemoração e as danças. Esse ano vamos fazer um carro todo enfeitado de novo, mas só para as garotas mais velhas. O pai de Alisson Losano vai nos emprestar sua charrete de feno e os cavalos. E você terá de ir à casa deles para nos ajudar com a decoração. Temos três semanas para terminar tudo.
- Ótima idéia - respondeu Dulce, não tão empolgada assim. Entretanto, era uma maneira de sair de casa. E quem sabe não encontrasse Christopher em uma dessas ocasiões! A idéia a fez mudar de humor bem depressa. - Excelente, na verdade.
A visita de Maite fez seu dia passar mais depressa. Dulce jantou com os pais, depois desejou-lhes boa-noite e foi para seu quarto. Acendeu uma lamparina em sua escrivaninha e ficou lendo, olhando o relógio de cinco em cinco minutos.
Por fim, a meia-noite chegou, e ela saiu em silêncio da casa, indo até o mesmo lugar em que encontrara Christopher da última vez.
Ele já a esperava, com seu cavalo pastando na grama dos vizinhos.
- Chris! - Annie se levantou e foi até ele.
O beijo foi longo, intenso, cheio de desejo, como se pudesse recuperar o tempo que passaram separados. Dulce pressionou o rosto contra o peito dele, inalando seu perfume e deliciando-se com sua vivacidade. Ele afagou-lhe os cabelos, mantendo-a o mais perto possível.
- Senti tanto a sua falta - disse ela.
- Eu também.
- Você quase não me mandou bilhetes - falou Dulce, afastando-se para poder olhá-lo. - O que aconteceu? - Eu estive ocupado. Tenho trabalhado até tarde da noite.
- Por quê?
- Tenho uma novidade, Dulce.
- O que é? Conte-me logo!
Ele segurou-lhe os ombros com firmeza.
- Estou construindo uma casa.
As palavras demoraram para fazer sentido.
- Uma casa? Onde conseguiu dinheiro para construir uma casa?
- Eu fiz um empréstimo.
Um empréstimo? Seria possível?
- O papai lhe emprestou o dinheiro?
- Não, eu fiz um empréstimo do banco em Fort Parker.
- Mas você lhe pediu.
Christopher assentiu, e era evidente que o assunto o incomodava.
- Não. Eles vieram até aqui conhecer meu negócio para garantir que eu poderia devolver o dinheiro. Quando tiveram certeza, o empréstimo saiu.
- Sinto muito. - A decepção com seu pai apertava-lhe o peito. - Deve ter sido muito dinheiro - disse, tentando compreender.
- Não será uma mansão - falou Christopher, quase um pedido de desculpas. - Não chegará nem aos pés da casa que você mora.
- Onde fica? - quis saber Dulce, tomada por uma alegria repentina.
- Eu não pude comprar um terreno na cidade. Além disso, seu pai controla a maior parte dos negócios, então achei um terreno um pouco afastado. Há espaço para criar cavalos, para construir um celeiro e para fazer um lindo jardim. E uma bela propriedade.
- Você vai me levar até lá?
- Agora? - Sim. Agora. Quero ver a casa! Quero conhecer a casa onde vamos morar.
- Você não acha muito perigoso? - perguntou Christopher, olhando para os lados.
- Meus pais estão dormindo - garantiu Dulce. - Ninguém nos verá.
- Eu não sei se é correto.
- Por favor, Christopher. Esses últimos dias foram tão difíceis para mim. - Ela tocou-lhe o rosto. - Se eu vir nossa casa, poderei guardar a imagem na mente, o que alegrará meus dias. Por favor?
O cabelo dele brilhava com a luz da lua. Christopher inclinou-se e beijou-lhe os lábios úmidos. Dulce o abraçou.
- Está bem. Está bem. Vamos.
Depois de colocá-la em cima de Wrangler, Christopher montou atrás e fez o cavalo galopar, evitando passar na frente das casas e se afastando de Copper Creek.
- É longe? - perguntou Dulce.
- Não. Faltam cerca de cinco quilômetros.
Algum tempo depois, saíram da estrada e seguiram pela beira de um riacho.
- Esse é o caminho mais rápido.
Wrangler atravessou o riacho e subiu a pequena colina, e um bosque de pinheiros apareceu.
- É logo ali - apontou Christopher.
A área que ele indicou continha uma estrutura, pouco visível na escuridão.
- É a nossa casa?
- Será. - Christopher parou o cavalo e desceu, ajudando-a em seguida. - Tome cuidado, pois o terreno é irregular. Dulce deu o braço a ele, mantendo a atenção na estrutura de madeira.
- Gostaria que fosse de dia para poder ver direito.
- Ainda não há muito para ver.
- Aqui é a porta de entrada?
- Sim.
- Só uma?
- Um dia construirei uma casa maior.
- Não é uma crítica. - Ela parou e segurou-lhe os braços. - Eu disse que moraria em qualquer lugar com você, e falei sério. Acho que a nossa casa ficará linda.
- Você não é uma pessoa difícil de agradar - disse Christopher com um sorriso maroto.
- O chão é de madeira? - perguntou ela, entrando pela abertura da porta.
- Você acha que eu a deixaria dormir com cobras e insetos?
- Uma lareira!
- Preferi pedras em vez de tijolos.
- Eu adoro pedras. Você fez tudo sozinho?
- Não, Patrício está me ajudando. E alguns amigos.
- Você contou sobre... nós para Patricio?
- Não, mas creio que ele suspeite de algo. Um homem solteiro construindo uma casa não é tão comum assim.
- E então, aqui é a sala? - continuou Dulce, desejando poder enxergar melhor.
- Sim. E a cozinha fica ali na ponta. Na verdade é um só ambiente.
A disposição lhe pareceu adequada. Uma porta indicava um outro aposento.
- É o quarto?
- Sim.
- Ninguém controlará minhas atividades aqui. Ninguém me dirá o que fazer e o que não fazer na nossa casa. É bom demais para ser verdade.
- É melhor do que isso - disse ele, aproximando-se. - Não é?
Dulce segurou-lhe as mãos.
- Claro que sim! É maravilhoso! É um sonho! Ah, Christopher, sinto muito por ter parecido egoísta. E que estou tão contente por estarmos juntos. Não vejo a hora de podermos ficar juntos, sem ter de ficar marcando encontros secretos.
Christopher a puxou para perto e abraçou-a com força. O entusiasmo dela lhe dava ânimo para mais uma semana de trabalho árduo. Tudo valia a pena por Dulce, cada hora, cada dia e cada músculo dolorido. Não queria desapontá-la. Ela merecia amor e felicidade, e o teria.
Cada tijolo colocado, cada prego martelado era um passo a mais para estarem juntos. Trabalhara a vida toda para alcançar essa meta, mas não o percebera antes. Estudar, cuidar de fazendas, ter seu próprio negócio. Passos no caminho da conquista de Dulce. Sob suas mãos ela parecia tão feminina e frágil. Mas real, finalmente. Ele adorava o perfume de seus cabelos, o toque do tecido sedoso contra sua pele, o som dos suspiros de Dulce. De todos os homens do mundo, Christopher fora o escolhido para receber o amor daquela mulher encantadora. Não mediria esforços para agradá-la, para fazê-la feliz, para ver seu sorriso, escutar sua risada, ganhar seus beijos.
Tomado por uma emoção sem tamanho, Christopher pegou-a no colo e rodopiou-a sob o céu estrelado. A risada dela ecoava pelas montanhas. Ficou rodando até que o céu se enchesse de raios de luz. Dulce encostou a cabeça no peito dele, enquanto o mundo continuava a girar.
- Obrigada, Chris.
- Obrigado, Dul.
- Vamos fazer isso de novo na nossa noite de núpcias. E em cada aniversário de casamento até o fim de nossas vidas. Vamos sempre ser muito felizes.
- Está bem - prometeu Christopher.
- Acho que você vai se cansar de me carregar.
- Jamais.
- E se eu engordar? Você pode não agüentar meu peso e se machucar.
- Olhe como sou grande - brincou ele. - E como você é pequena. Eu consigo carregar duas de você.
- Nunca vou me esquecer dessa promessa.
- Nem eu.
Nas semanas seguintes, até a festa de Quatro de Julho, Dulce viu Christopher em apenas duas ocasiões. A primeira, quando seus pais alugaram uma carruagem e a levaram para um passeio dominical, e a outra, na noite anterior, quando ele viera buscá-la para ver o progresso da casa. - Eu poderia fazer alguma coisa para ajudar- ela dissera.
- Você está me dando forças para continuar trabalhando - garantiu Christopher. - Além disso, você terá muito o que fazer quando a casa ficar pronta, precisando de toques femininos.
Um toque feminino, ele dissera. O único homem que a enxergara como uma mulher de verdade, uma mulher inteira. E por ironia do destino, esse era o homem que sua família desprezava.
Dulce ajudou as colegas a enfeitar a charrete para a parada e também na decoração da festa. E quando chegou o dia da festa e das garotas subirem na charrete enfeitada com flores de papel para passear pela cidade, ela pediu para a prima levá-la para um lugar de onde pudesse assistir a parada.
- De jeito nenhum - recusou Maite. - Na verdade, as meninas têm uma surpresa para você.
Karla Cossio e Fernanda Malo apareceram com um avental vermelho, com flores bordadas em branco e azul.
- É para você, Dulce. Você terá lugar de honra em nossa charrete.
Dulce jamais participara da parada antes. Ficava na rua, vendo as charretes enfeitadas passarem e acenando para as pessoas.
- Verdade?
- Claro! Vamos subir! Ela aceitou a ajuda das duas e acomodou-se na parte de trás da charrete, que não parecia mais uma charrete, e sim uma floricultura. As outras garotas, falando sem parar, sentaram-se em volta de Dulce.
A banda voluntária do Corpo de Bombeiros da cidade tocou o Hino Nacional, dando início às festividades e guiando a parada pela rua principal.
As charretes eram acolhidas pelas pessoas agrupadas nos cantos das ruas, e a alegria das meninas aumentou. O coração de Dulce disparou, apesar de estar se divertindo. Era muita emoção de uma só vez. Um cachorro latiu diante da charrete delas, mas um homem logo o tirou do caminho.
Dulce divertiu-se com o incidente, e logo chegaram à rua principal, passando pelo meio das pessoas. Todos batiam palmas e gritavam animados, e ela acenava com a mesma disposição das garotas da escola.
Observou a multidão, procurando por cabelos negros e um sorriso maravilhoso. Encontrou-o algum tempo depois, mas ele estava usando um chapéu. Sorrindo, Dulce acenou para Christopher e mandou-lhe um beijo. Ele fingiu pegá-lo e levou-o ao coração.
A charrete andou mais um pouco e a próxima pessoa que ela viu foi seu irmão. Miguel estava sentado em seu ombro, acenando sem parar, de modo que Dulce retribuiu o aceno. Poncho manteve a expressão séria e nem se mexeu. Anahi, por sua vez, sorriu para a cunhada, ignorando o comportamento do marido.
Ao lado da família de Alfonso estavam seus pais, a mãe usando um vestido de seda creme e luvas brancas, e o pai com um terno claro. Blanca levou a mão aos lábios, não acreditando no que via, e quase desmaiou. Fernando segurou a esposa, sem tirar os olhos de Dulce.
Será que ele a tinha visto acenar para Christopher? Ou o beijo? Será que Poncho atravessaria a multidão para pedir uma satisfação? Podia dizer que estava cumprimentando uma das crianças, ou as irmãs de Josy.
Sentiu um embrulho no estômago.
A parada ainda tinha alguns quarteirões para atravessar, então Dulce sorriu e continuou acenando. Acenou para os tios quando Maite os apontou.
As charretes pararam em um terreno abandonado na parte leste da cidade, e vários homens apareceram para buscar seus veículos.
- Esta volta para a estrebaria - disse uma das jovens da Liga das Mulheres. - Vocês precisam de uma carona para voltar, queridas?
Elas aceitaram a gentileza e seguiram para a estrebaria. Desde que Maite ficasse com ela, Dulce não se importava em estar ali. Christopher surgiu algum tempo depois e levou as charretes para dentro, tirou a sela dos cavalos e os levou para suas baias.
Ficou ocupado por um bom tempo, e Dulce não ousou se aproximar dele em público. Sentou-se em um banco, e Maite fez o mesmo. Ninguém se lembrou que a cadeira dela tinha ficado onde começara a parada, e que não teria como voltar sozinha.
Dulce também não tinha pensado no assunto, tamanha sua alegria por estar perto de Christopher.
- Há algo de errado? - perguntou Maite.
Sem querer preocupar a prima, ela balançou a cabeça para os lados.
- A passagem da Liga das Mulheres foi linda, não é? Mas espero que a nossa ganhe. Trabalhamos muito e merecemos vencer.
Maite ficou falando por mais alguns minutos, e então Christopher apareceu.
- Querem uma carona, senhoritas?
- Sim, claro - respondeu Maite, em pé no mesmo instante. - Podemos ir em um de seus cavalos?
- Maite, mamãe e papai teriam um ataque de nervos se me vissem em cima de um cavalo no meio da cidade.
- Sinto muito, Dul. Eu me esqueci.
- O pessoal do coral acabou de devolver uma charrete. Vou aproveitar que está lá fora para levá-las.
- Perfeito - respondeu Maite, acompanhando a prima para fora.
- Seu vestido é lindo, Dulce - elogiou Christopher.
- Fui eu que fiz - disse ela toda orgulhosa. - Quer dizer, a tia Vera me ajudou, mas eu fiz a maior parte sozinha.
- A cor realça os reflexos verdes de seus olhos.
Dulce subiu na charrete vermelha como um pimentão, e Christopher sentou-se ao lado de Maite, na frente. Notou que era um dos veículos mais elegantes da estrebaria, um que seu pai costumava alugar.
- Você deve ter ganhado muito dinheiro hoje, alugando tantas charretes e carruagens - comentou Maite.
- Eu as emprestei. - Sem cobrar?
- Sim, afinal de contas era uma celebração da cidade.
- Foi um gesto muito bonito - disse Dulce, tocada.
- Aonde vamos? - perguntou Christopher. As pessoas ainda andavam pela rua, comendo pipocas e tomando refrescos.
- A cadeira de Dulce está no lugar onde a parada começou.
Quanto mais se aproximavam da escola, mais forte batia o coração de Dulce. Quando Christopher parou a charrete, ela viu a família parada, esperando-a.
Autor(a): megvondy
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tacyrose: que bom q vc ta gostando, vi seu coment ontem a noite e ia postar um especial pra vc mais meu pc travou ¬¬ então esse é seu ok! vc pede e eu posto kk maah: a familia dela é realmente estressante ñ gosto muito do Poncho pq ele bateu no chris, e ñ gosto nada da mãe dela pq é uma xatonilda kkk e realmen ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 56
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stellabarcelos Postado em 10/04/2016 - 14:40:41
Lindos
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maah001 Postado em 12/03/2013 - 15:38:50
Eu tenho 14 hahaha' Foi lindo demais da conta!! É uma história tocante e bem diferente do que, eu tenho certeza, a maioria costuma ler!! Eu não tenho muito o que falar agora. Só queria parabenizá-la por tamanha criatividade!! Foi ótimo estar no meio dessa história o tempo que durou.. Uma pena ter acabo, estava muuuito afim de continuar lendo ela haha' Agora, nos encontramos em Rede de Mentiras ;) Beijosz fanfic!
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tahvondy Postado em 10/03/2013 - 22:51:18
pena que ja acabou amei sua web muito linda
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tahvondy Postado em 09/03/2013 - 23:59:42
ah pena que ja ta no final pq eu amei sua web ela e perfeita
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fernandagayo Postado em 07/03/2013 - 23:19:21
linda sua web é perfeita amanhã eu comento direito pq tenho que dormi para acoradar cedo bjs
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megstar Postado em 07/03/2013 - 14:33:52
Maah qntos anos vc tem? as vezes vc escreve umas coisas q meu Deus kkk é vdd ela realmente foi fraca, mais acontece q depois detanto tempo sendo menosprezada e ouvir a mãe repetir q ela seria a decepção do marido, ela não se permitia errar, certo q ela acabou fazendo uma baita burrada mais vai ter final feliz tah :)bjkssss gracias por comentar
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maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:25:01
Quem disse que o amor verdadeiro não faz sofrer diz a verdade! As pessoas causam o próprio sofrimento e o sofrimento de outrem. Doeu demais ler todo o desespero dele! Mas estou ansiosa para ler o final.. Parabéns, meninas :) foi fantástico!!!!
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maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:23:17
Eu decorei uma frase certa vez de um autor bem famoso até.. Tacitus. Não sei se já ouviram falar! Ele dizia: As pessoas estão mais dispostas a pagar por um prejuízo do que um beneficio. Por que a gratidão é um peso e a vingança um prazer. Nunca havia me parecido verdadeira antes, mas a partir do momento em que ela apagou todas as coisas boas que os dois haviam vivido para lamentar-se em não ser a esposa ideal, na qual ele nunca a havia criticado, muito pelo contrário, acreditava verdadeiramente de que ele é quem devia a ela, essa frase começou a fazer sentido!
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maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:20:13
Eu acho que ela foi fraca demais! Eu sei.. foram anos e anos convivendo com a ideia de que era uma inválida e que não seria capaz de ter uma vida normal como qualquer outra pessoas, mas depois de tanto tempo junto com o Chris eu teria esquecido até mesmo o meu nome! Ele sempre foi muito atencioso, amoroso e determinado. Ninguém jamais seria capaz de ter o amor da mulher mais especial desse mundo como ele conseguiu. Ela sempre foi a mulher perfeita pra ele. E o decepcionou. Por mais que ele não pense isso!
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maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:17:06
Eu nunca estive com o coração tão apertado quanto agora.. Eu nunca estive tão perto do desespero assim!! Saber que ele enterrou o nenê sozinho.. o próprio filho é de partir o coração. Me dá vontade de chorar só de pensar!!