Fanfics Brasil - •CAPÍTULO 13•. Minha Doce Dulce s2 Vondy s2

Fanfic: Minha Doce Dulce s2 Vondy s2 | Tema: rebelde, vondy


Capítulo: •CAPÍTULO 13•.

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Tah: gracias por ler, tow feliz que vc tenha gostado :) ahh vc pediu e aq vai mais um poste.


Maah: pena q vc ta sem tempo mas espero q continue lendo e só pra constar esse principe ja tem dona kkkk mas entra na fila atras de mim ok kkkkk.


 


 


Pronto, tinha falado. As palavras martelavam em seu ouvido, e Dulce esperava nervosa pela reação do marido.
Christopher a fitava com os olhos castanhos arregalados, sem piscar.
- Minhas regras atrasaram, então fui conversar com Ninel. Ela me fez algumas perguntas. Depois me aconselhou a ir ao médico. E o Dr. Bezauri confirmou as suspeitas dela. Estou grávida, meu amor. Não é demais?
Christopher continuou imóvel.
- Você está contente? - perguntou Dulce, cheia de esperanças.
- Meu Deus, Dulce - disse ele, levantando-se da cadeira. Segurou-lhe os braços e a olhou bem dentro dos olhos. Um sorriso formou-se em suas lindas feições e Christopher a abraçou. - Claro que estou feliz!  Ele a girou, depois manteve-a perto de seu peito. Dulce deixou-se consumir pela alegria que já contagiava seu coração.
- Estou muito contente, Dul. Eu te amo. O que mais um homem pode querer?
- Eu estava pensando... Você acha que poderei cuidar direito de nosso bebê? O médico disse que não haveria nenhum problema no parto devido ao meu defeito físico. Disse que sou perfeitamente saudável e que tudo está normal. Mas acho que poderia consultar um médico em Fort Parker.
- Não tenho a menor dúvida de que você é saudável e normal - garantiu Christopher, com firmeza. - Mas se quiser se consultar com outro médico, eu não serei contra. Como preferir. Você tem totais condições de cuidar de um bebê. Por que não teria? O que eu já lhe falei centenas de vezes?
- Eu sei, eu sei, mas toda essa novidade me assusta um pouco.
Christopher a abraçou de novo.
- Não há o que temer, minha linda. Nós estamos juntos, você e eu. Nós nos encontramos e nos casamos, e temos uma vida juntos. E muito linda. Não permita que dúvidas a estraguem.
- Ah, Christopher, às vezes eu não sei como poderia ser mais feliz ou como minha vida poderia ser melhor, mas a cada dia eu me surpreendo.  - Eu sei - disse ele, com a voz baixa, emocionada. - Eu sei, Dul. - Christopher tocou-lhe o rosto com ternura, olhando-a como se fosse a jóia mais preciosa do mundo. Tinha tanto amor para dar. E podia ser um bom pai. Como pudera ter tanta sorte?
- Mas eu me lembro de todas as vezes em que me proibiram de carregar Miguel, temendo que eu o deixasse cair no chão.
- Você é a principal preocupação de seus pais e de seu irmão - disse Christopher. - Se não permitiram que segurasse Miguel, foi por sua causa, e não pela criança. Da mesma forma, eles acham que eu não vou cuidar direito de você. É com você que eles se preocupam.
- Eu nunca segurei um bebê!
- Você saberá segurar nosso filho quando ele chegar, Dulce. Tenho muito orgulho de você... De nós dois. - Ele riu. - Você é uma esposa perfeita e será uma mãe incrível.
- Espero que sim. Vamos contar a novidade para a minha família?
- Sobre o bebê? - perguntou ele, surpreso. - Quer que eles pensem que aprendeu a cozinhar bem e engordou de tanto comer? Eles acabarão percebendo com o tempo, minha querida.
- Como sou tola.
- E eu a amo mesmo assim - disse ele, rindo.  Dulce ficou quieta nos braços de Christopher, pensativa.
- Você acha que esse é o problema da minha mãe? Ela me amava do jeito que eu era e não consegue me aceitar assim? Você continuaria a me amar se eu mudasse?
Ele afagou-lhe os cabelos.
- Você não pode ficar pensando em como as coisas seriam se fossem diferentes - disse Christopher. - Não se aborreça tentando fazer isso.
Dulce sabia que ele tinha razão. Pensava muito na rejeição da mãe. E jamais voltaria a ser a mesma pessoa de antes, e se ela não pudesse aceitá-la assim, Dulce teria que construir sua vida sem a mãe. Mas seria muito difícil.
Nos dias seguintes, ela procurou pensar em todas as coisas boas que estavam lhe acontecendo, em amar seu marido, em fazer os planos para a chegada do bebê.
Dulce esperava pelo Natal com a mesma ansiedade de uma criança. Terminou de costurar duas camisas de linho para Christopher e comprou-lhe uma caneta tinteiro e papel de carta. Escondeu os presentes no fundo de um de seus baús, e imaginou se ele também tinha alguma surpresa para lhe dar de presente.  Na véspera de Natal, ela deixou um saboroso cozido no fogo e se encapotou toda, colocando suas botas para poder pisar na neve cada vez mais alta. Foi com Christopher até as montanhas atrás da casa para selecionar um pinheiro que serviria de árvore de Natal.
Escolheram uma árvore bem grande, mas como os dois tinham gostado do tamanho e do formato, decidiram levá-la. Christopher a colocou no canto da sala e Dulce estourou pipocas para enfeitar a árvore.
Depois comeram o cozido e algumas fatias de pão com manteiga na frente da lareira. Dulce lavou a louça e voltou para perto do marido.
- Que cheiro maravilhoso! - disse ela, inalando o delicioso aroma da árvore. - Ano que vem teremos enfeites de verdade.
- Ano que vem teremos um bebê - adicionou Christopher.
Ainda não acreditava que podia ser verdade. Ela inclinou-se e deitou a cabeça no peito de Christopher.
- E como podemos chamá-lo? Qual era o nome do seu pai?
- Luis.
- Eu gosto de Luis.
- E se for menina?
- Que tal Luisa?
- As pessoas poderão chamá-la de Lu.  Eles discutiram os nomes até concordarem que ainda não sabiam que nome escolher e caíram na risada, pois tinham muito tempo para decidir.
Dulce foi até o quarto e voltou com os presentes de Christopher, que tinha embrulhado com papel e fitas coloridas. Ele tirou um pequeno pacote do bolso e lhe entregou.
- O meu não é tão bonito assim.
Christopher abriu as camisas e passou os dedos pelos delicados pontos. Levantou-se e tirou a camisa de flanela para experimentar a nova.
- Eu nunca tive camisas tão bonitas. Obrigado.
- De nada, meu amor.
- Vou usar uma no jantar de amanhã.
Ela entregou-lhe o outro embrulho.
- Agora abra este.
- Uma caneta tinteiro. Obrigado. E papel de carta.
- Um homem de negócios precisa de um papel bonito para escrever para seus clientes.
- Você quer que eu anote as contas nesse papel?
- É mais profissional. Logo você poderá ter papel timbrado.
- Parece-me muito elegante - disse ele sorrindo. Christopher beijou-lhe os lábios em sinal de agradecimento. Dulce fechou os olhos, mas logo se afastou.
- Devo abrir o meu presente?
- Se você quiser saber o que é...
- Claro que quero! - Ela tirou a fita e o papel marrom. 
Encontrou uma caixa vermelha, que logo abriu. E lá estavam um par de brincos de rubi e um bracelete combinando.
- Escolhi essa cor porque você fica muito bem de vermelho. E achei que ainda não tinha.
- Não, eu não tenho nada parecido. - Na verdade, além dos brincos de ouro que usava e do colar de pérolas que ganhara do pai no dia do casamento, Dulce não tinha mais nenhuma jóia. - Amanhã vou colocar meu vestido verde para você.
Eles se beijaram de novo, e dessa vez Dulce deixou os presentes de lado para deliciar-se com a atenção do marido. Nenhum presente seria melhor do que seu amor, do que seus carinhos.
Os dois adormeceram envolvidos pelo aroma do pinheiro que perfumava a casa toda, com a alegria do amor em seus corações.

 

Na manhã seguinte, Christopher a ensinou a esquentar tijolos no fogão. Depois embrulhou-os em uma manta e colocou-os no piso da charrete para aquecer os pés de Dulce. Então eles partiram levando todos os presentes e as tortas que ela tinha feito.
A neve caiu durante todo o caminho até Copper Creek.
- Dul, eu gostaria de passar na casa do meu tio Patrício para desejar-lhe Feliz Natal - disse Christopher. - Ele ficará sozinho esse ano.
- Claro, meu amor! - respondeu ela, torcendo para que a situação com sua família estivesse melhor para poderem convidar Patrício para passar o Natal com eles. Quem sabe no ano seguinte.
- Quem vai contar a novidade para eles? - perguntou Christopher.




- Não sei quais são as regras para esse assunto. Foi sempre Alfonso que contou sobre os bebês para a minha família. Talvez seja o mais correto. Ou talvez por se tratar da família dele. Ah, não faz diferença. Minha mãe terá um ataque de qualquer jeito. - De repente, Dulce segurou-lhe a manga do casaco. - Eles não podem fazer nada, não é? Eles não podem tirar o bebê de nós?  - Claro que não. Esse bebê é nosso seu e meu. Não seja ridícula. Ninguém vai fazer uma coisa dessas.
- Você não os conhece, Chris. Eles acham que sou incompetente!
- Não mais. Você lhes mostrou que é diferente. Mude sua maneira de pensar, minha querida.
- Você tem razão. E claro que você tem razão. - Ela soltou-lhe o braço e ficou mais calma.
Christopher deixou-a na casa dos pais, junto com os presentes e as tortas, e foi até a estrebaria guardar a charrete, que ficaria mais protegida da neve. Depois voltou a pé.
Bateu na porta e limpou os pés no tapete. Anahi o recebeu com um belo sorriso.
- Feliz Natal! - Ela pendurou-lhe o casaco no corredor. - Todos estão aqui - disse, acompanhando-o à sala, onde os Peronni já faziam companhia aos Saviñón.
Um grande pinheiro tinha sido decorado com enfeites de vidro e pássaros de seda coloridos. Velas acesas balançavam nas pontas dos galhos, criando uma atmosfera aconchegante. Christopher nunca vira nada parecido, e sentiu-se envergonhado pela simplicidade de sua própria árvore.  Blanca parecia de bom humor, servindo chocolate quente aos convidados. Até entregou uma xícara para Christopher, mas não o olhou nos olhos.
Em um carrinho de chá de madeira havia um serviço de prata com chá fumegante e rocambole de canela.
- Que delícia! - elogiou Dulce, dando uma mordida. - Quem fez, a Ninel?
- Sim, ela veio ontem e fez os rocamboles - respondeu Blanca.
Christopher observou os enfeites de Natal e a mobília elegante. A prata brilhante e a comida fina, e a conversa de sua sogra mostrando a Dulce tudo que ela tinha jogado fora para se casar com ele. O sacrifício da esposa o emocionava. Jamais conseguiria demonstrar-lhe toda a gratidão que sentia.
- Eu trouxe algumas tortas - disse Dulce.
O orgulho na voz dela aqueceu a alma de Christopher. Suas qualidades eram inúmeras, e quem não as enxergasse era cego, superficial.  - De maçã? - perguntou o pai, franzindo a testa.
Christopher queria abraçá-lo por estar se mostrando amigável.
- Sim. Eu ainda não aprendi a fazer torta de abóbora - respondeu ela.
- Que bom - falou Anahi. - Eu não sei nem acender o fogão.
- Você tem alguém para ajudá-la a cuidar da casa? - perguntou Christopher. Será que Dulce era a única que não tinha criada?
- Não é uma maravilha como Ninel, mas a Sra. Lola é muito eficiente. Ela também me ajuda com Miguel. E com a chegada do outro bebê...
Christopher estava quase sem coragem de contar a novidade para os Saviñón. Se Anahi tinha ajuda, o que pensariam sobre Dulce ter de cuidar da casa, de um bebê, e ainda costurar para fora para auxiliar nas despesas? De repente, começou a se preocupar por não ser o marido que ela merecia, em não poder lhe dar tudo que merecia.  As mulheres foram para a cozinha e para a sala de jantar, e Christopher ficou com os homens. O pequeno Miguel brincava com seus cavalos de madeira, um presente que ganhara de Natal dos pais. Alfonso colocou as peças de xadrez no tabuleiro e convidou o pai para jogar.
Fernando não aceitou, alegando que preferia ler o jornal. Rocco também agradeceu, e fechou os olhos na cadeira em que estava sentado.
Alfonso olhou para Christopher.
Christopher olhou para o tabuleiro.
Os olhos deles se encontraram.
- Quer jogar? - perguntou Alfonso.
Christopher não sabia ao certo se queria ou não, mas não declinaria esse primeiro passo de trégua.
- Claro.
Ele sentou-se na frente do irmão de Dulce.
- Você começa.  O jogo progrediu devagar. Alfonso jogava intensamente, e Christopher não sabia se era sempre assim tão competitivo ou se não suportaria perder para o cunhado. Tendo passado noites e noites de inverno jogando xadrez com o tio, ele era bom. O cheiro da comida chegou até a sala, incitando o apetite de todos.
Christopher viu que Alfonso o estudava e, inconscientemente, levou a mão aos lábios para esconder sua cicatriz.
- O jantar está servido - informou Maite. Dulce estava ao lado da prima. - Quem está ganhando? - perguntou ela.
- Ninguém - respondeu ele, levantando-se.
Toda a comida estava em cima da mesa e do aparador de mármore, então todos se serviram e comeram. Christopher ficou encantado com a fartura.
- Vamos comer a sobremesa agora ou mais tarde? - perguntou Dulce.
- Acho que mais tarde - sugeriu Anahi.  Os homens concordaram com a sugestão, e Alfonso seguiu o pai e o tio de volta para a sala.
Christopher ficou para ajudar a tirar a mesa, foi buscar baldes de água lá fora, como estava acostumado a fazer em casa, depois auxiliou a esposa a enxugar uma pilha de pratos.
Blanca manteve distância, observando-os em silêncio. Maite perguntou a Christopher sobre a quantidade de neve nas montanhas. Victória passou-lhe um vidro com calda de chocolate e pediu-lhe para destampá-lo. Ela era mulher de fazendeiro, pensou ele, acostumada a cozinhar e cuidar da casa sozinha, então talvez Dulce não achasse que era tão difícil ficar sem uma criada.
Christopher se retirou da cozinha quando Blanca indicou que preferiria enxugar sozinha os utensílios de prata.
- Obrigada pela ajuda! - disseram Vick e Maite.
Dulce acenou-lhe com o pano de prato.
- Ele sempre a ajuda em casa? - perguntou Maite.
- Sim.
- Quer terminar o jogo? - Christopher perguntou para Alfonso, que assentiu.  Cada um tinha três peças no tabuleiro quando as mulheres voltaram da cozinha com o café fresco.
- Vamos continuar mais tarde ou parar por aqui, e dizer que empatamos? - questionou Alfonso.
- Vamos ficar no empate - respondeu ele, não querendo entrar em uma discussão maior com o cunhado.
Alfonso concordou e começou a recolocar as peças de xadrez em suas posições originais.
- Vamos abrir os presentes? - sugeriu Dulce, trocando um olhar contente com a prima. Christopher percebeu que a excitação da esposa devia-se mais à aceitação dos presentes por sua família do que aos presentes que ganharia.
Christopher continuava surpreso por ela ter conseguido fazer tantas coisas tão lindas em tão pouco tempo. Fernando abriu seu presente e examinou a camisa que ela lhe costurara.
- É uma bela camisa - disse ele. - Onde você mandou fazer?
- Fui eu que fiz, papai.




- Você? - perguntou ele, arregalando os olhos.
- Sim, fui eu que fiz - repetiu.
Sem palavras, ele examinou o tecido, a gola, as mangas.
- Por que eu não sabia que você costurava tão bem?
- Acho que por eu nunca ter tido a oportunidade de mostrar minhas habilidades antes. Eu sempre bordei, mas nunca tive a chance de costurar. Então a tia Vick me ensinou e eu gostei.
- E um presente maravilhoso - disse o pai.
O rosto de Dulce se iluminou diante do elogio de Fernando. Seus olhos brilhavam quando se virou para Christopher. Será que o pai dela sabia o quanto aquela aprovação significava para a filha?
Para Vick, Dulce escolhera um vidro de perfume, para Maite um par de luvas com pérolas e renda. Rocco ganhou um livro sobre cavalos, escolhido por Christopher.
Ela fez um colete para o irmão e uma capa de almofada e uma manta de bebê para Anahi. Tinham escolhido um trem de madeira para Miguel, que adorou e começou logo a movimentar o trem pela sala, apitando sem parar. 
Blanca observava a interação de sua família com interesse, e o pacote que Dulce lhe dera continuava em seu colo.
- Você ainda não abriu seu presente, tia Blanca - comentou Maite.
Dulce olhou para a mãe cheia de esperanças, e Christopher respirou fundo.
Ela analisou a pesada caixa em seu colo. Sem qualquer expressão no rosto, ela puxou a fita prateada e soltou o papel, expondo a caixa de madeira.
Então abriu o pequeno fecho na parte da frente e levantou a tampa. Dentro havia duas fileiras com tubos e pincéis dos mais variados tamanhos.
Dulce entregou-lhe algo que escondera atrás do sofá.
- Isto também é para você, mãe - disse ela, passando-lhe as telas.
- Um conjunto de pintura - disse Maite, olhando para Dulce.
- Antigamente sua tia costumava pintar - explicou Rocco. Blanca olhou para cima.
- Você gostou mãe? - A vulnerabilidade de Dulce despedaçava o coração de Christopher.
- Onde você comprou isso? - perguntou ela. - E onde conseguiu o dinheiro?
- Bem, eu trabalhei para conseguir o dinheiro - explicou Dulce, como se o fato fosse óbvio, e como se a pergunta não tivesse sido rude.
- Trabalhou? - perguntou a mãe, incrédula.

- Sim. Estou costurando para fora. Para as mulheres da cidade. Tenho até algumas clientes em Fort Parker.
- Quando você disse que estava costurando, eu achei que era uma distração, e não que estava se expondo como uma reles costureira.
- Não há nada de vergonhoso em um trabalho honesto - interveio Christopher. - Tenho muito orgulho de Dulce.
Ela tentou mudar de assunto respondendo à outra pergunta da mãe:
- Eu resolvi comprar esse conjunto porque você me disse que gostava de pintar. Achei que gostaria de tentar de novo.
Blanca fechou a tampa de madeira.
- Eu não vivo em um mundo de fantasias, Dulce. Aprendi a aceitar a minha vida do jeito que ela é, e a não sofrer por coisas que não podem acontecer.
As palavras deixaram todos em silêncio. Ninguém parecia respirar ou se mexer.
- Eu ainda não compreendo porque você não pode pintar - disse Dulce com a voz doce. - O fato de ter ficado um tempo parada não significa que não possa recomeçar.
- Uma pessoa precisa de aulas para poder se aperfeiçoar, precisa aprender técnicas.  O pai de Dulce estava imóvel, olhando para a esposa e a filha com o rosto cheio de dor.
- Ainda acho que você deveria tentar, mesmo que só para se divertir.
- Nem todos centram suas vidas na diversão. - As palavras cruéis evidentemente magoaram Dulce. - Algumas pessoas levam as responsabilidades a sério.
O sorriso alegre sumiu do rosto de Dulce. Ela olhou para o pai, que baixou os olhos, depois para Christopher.
- O que é realmente especial - disse ele - é quando nossas responsabilidades parecem diversão por estarmos fazendo o que gostamos.
- Estou muito impressionada com suas habilidades de costura - adicionou Maite.
Dulce tentou sorrir para a prima.
- Ainda há presentes para abrir - disse Christopher, tentando ser amável quando na verdade o que mais queria era enfiar um novelo de lã na boca da sogra. - Dulce ainda não abriu o dela.
Ela ganhou um par de luvas, um vidro de perfume, livros e um bule de chá. Christopher ganhou um cachimbo e tabaco dos Peronni, um cinto e lenços de Alfonso e Anahi. Fernando lhes comprara um espelho oval com moldura dourada.  Maite deu-lhes uma escultura com a cabeça de dois cavalos.
- Achei que gostariam de colocar um enfeite em cima da lareira, e os cavalos me fizeram lembrar de vocês.
- E muito gentil de sua parte - agradeceu Christopher. - Ficará perfeito em cima da lareira.
Dulce abraçou a prima.
- E é uma lembrança de que o próximo príncipe encantado é meu - disse Maite baixinho.
A seguir, Fernando elogiou sem parar as tortas de maçã da filha, como se quisesse reparar o comportamento da esposa.
- Dulce e eu temos uma novidade para lhes conta- disse Christopher, decidido a compartilhar sua alegria com a família.
Todos se viraram para os dois.
- Quer falar? - perguntou ele, dirigindo-se a Dulce.
Ela mostrou-se um pouco insegura, e pensou por um momento antes de pegar a mão de Christopher.
- Nós vamos ter um bebê.
O silêncio continuou.
- Estamos muito contentes e queremos muito esse filho que está a caminho - ela continuou. - Fui no médico e ele disse que não há nada que me impeça de ter um bebê saudável.  Blanca cobriu a boca com as mãos.
- Você foi em qual médico? - perguntou Fernando.
- No Dr. Bezauri.
- Talvez você devesse ver um médico em Denver... - começou ele.
- O Dr. Bezauri sempre cuidou muito bem de mim - disse Anahi. - Ele fez o parto de Miguel e fará o parto dessa criança. - Ela colocou a mão na barriga.
- Seus bebês sempre foram normais - interrompeu Blanca. - Estamos falando do bebê de Dulce!
Todo o corpo de Dulce tremeu.
- Meu bebê também é normal! - gritou ela, endireitando-se na cadeira para encarar a mãe. - Não diga uma coisa tão cruel! Não tente estragar isso também!
Christopher inclinou-se para a frente para abraçar a esposa. Ela continuava a tremer, de dor e de raiva.
- Calma, meu amor - disse ele, procurando acalmá-la.
- Blanca, não há porque preocupar Dulce - disse Fernando.
Miguel, atraído pelo barulho, parou diante do pai.
- Dulce chora? - perguntou ele, com os olhos castanhos azuis de preocupação.
- Dulce está bem - disse Alfonso, pegando o filho no colo. - A Dulce vai lhe dar um primo para brincar.  Espantada, Dulce virou-se para o irmão. Christopher também o olhou, agradecendo-o em silêncio pelo apoio.
Anahi tocou o braço do marido, também contente com a atitude.
Blanca se levantou, jogou a caixa de madeira na poltrona onde estava, alisou a saia de seda e saiu da sala com o queixo erguido.
A tensão pareceu ir embora com ela, ainda mais agora por Alfonso ter se tornado um aliado. Mesmo que ainda não gostasse do cunhado, ele pelo menos demonstrara um pouco de misericórdia em relação aos sentimentos da irmã.
Maite foi até a prima e Christopher a soltou para que pudessem se abraçar. Agora, mais do que nunca, ela precisava do conforto das mulheres da família. Ele era o marido e faria de tudo para alegrar e protegê-la, mas sabia que a família também tinha uma participação especial.
Maite acariciou-lhe a bochecha e sorriu, maravilhada com o amor e carinho que aqueles dois compartilhavam. Nunca vira tamanha demonstração de afeto, e tentava entender como Blanca conseguia ficar longe de pessoas com tanto amor para dar.  Depois de alguns minutos, ela se levantou e foi ajudar Anahi com a louça. Alfonso ajoelhou-se diante da irmã, e Christopher manteve-se ao lado.
- Seu bebê é saudável, Dul. Todos sabemos disso - disse ele, com a voz meiga. - Você será uma excelente mãe. Lembre-se de que tudo é uma grande novidade para nós, e não é tão fácil assim de se acostumar. Estou conhecendo uma pessoa completamente diferente da Dulce que eu conhecia.
- Ainda sou eu, Poncho. Sou a mesma Dulce de sempre. Só que tive a chance de crescer e viver, viver de verdade. Por que a mamãe não pode aceitar?
- Não sei. Acho que ela pensa que você não precisa mais dela. Ou talvez esteja com ciúme de sua nova vida sem ela. Você foi a vida da mamãe durante anos e anos.
- Talvez - disse Dulce. - Mas por que ela não pode enxergar que eu não quero viver sem ela? É ela que está me excluindo.
- Eu não sei - repetiu Alfonso, e Christopher viu que ele não sabia como responder aquela pergunta que tanto a machucava.
Ele se levantou, encontrou os olhos do cunhado por um momento, depois saiu da sala.
Fernando e Rocco jogavam xadrez e Miguel dormia no sofá.
- Quero ir embora - disse Dulce.
- Você está bem, meu amor?
- Sim. Mas quero ir para a nossa casa.
- Vou buscar a charrete. Preciso alimentar e dar água para os cavalos, o que pode demorar um pouco. Você vai ficar bem até eu voltar?
- Vou ficar olhando o jogo de xadrez. Eles nunca empatam.  Blanca não retornou à sala, e Dulce despediu-se de todos os familiares com beijos e abraços. Fernando vestiu seu casaco e acompanhou-a até a charrete. Christopher, compreendendo a necessidade do homem de cuidar um pouco da filha, manteve-se distante.
- Muito obrigado pela camisa, Dulce - disse ele, acenando da varanda.
- Obrigada pelo espelho, papai! - ela gritou.

Dulce aninhou-se no marido, que a abraçou, proporcionando-lhe calor e segurança.
- Você impressionou a todos com sua habilidade para costurar.
- É mesmo, não?
- A pequena Dulce fazendo tortas, camisas... e bebês. Não é de se espantar que eles precisem de um tempo para se acostumarem à idéia.
- Vamos parar na casa do seu tio. Espero que a camisa lhe sirva.
A residência de Patrício era muito grande, mobiliada de acordo com as necessidades de uma pessoa. Dulce levara uma torta para ele, que ficou muito contente. Também se alegrou com a camisa e pulou de alegria ao saber da novidade sobre o bebê.
- Eu não tenho filhos, então as crianças serão muito bem-vindas aqui - ele dissera.  Em casa, Dulce acendeu a lareira e colocou o presente de Maite no consolo. Quando voltou da cocheira, Christopher pendurou seu casaco e olhou para o pinheiro tão pobre, tão diferente do de Blanca.
- Não é linda? - perguntou Dulce, sentada em sua cadeira.
- É apenas uma árvore. E a da sua família é bem mais bonita.
- Eu prefiro a nossa, que é bem mais simples - discordou ela.
Christopher se espantava com a alegria da esposa diante das pequenas coisas, de seu prazer em realizar tarefas cotiAnahis e ser feliz com tão pouco. Dulce tornava tudo especial com sua alegria infantil.
E agora, com o bebê a caminho, a vida deles melhoraria ainda mais. Tinham suportado a indiferença da família dela até aqui, mostrando que o amor deles era maior do que qualquer obstáculo. Aos poucos, todos começavam a se encantar com o entusiasmo de Dulce. Fernando já estava mais flexível, e hoje até mesmo Alfonso lhes dera seu apoio.
Nada atrapalharia a felicidade dos dois daqui para a frente. 

Christopher emagrecera durante o inverno, observou Dulce, apesar de tê-lo alimentado direito. Ele estava sempre trabalhando, cortando madeira, ferrando os cavalos ou quebrando o gelo. Entre o trabalho em casa e na estrebaria, Christopher quase nem dormia. Parte disso devia-se ao desejo de dar uma vida confortável à esposa, mas Dulce temia estar se tornando um fardo. E para piorar a situação, estava cada vez mais gorda e preguiçosa.
Algumas vezes ficava tão cansada que acabava dormindo, acordando uma hora depois sentada em sua cadeira de costura. Outras vezes se obrigava a terminar uma tarefa, e acabava deitada na frente da lareira. Christopher a instruíra a descansar sempre que estivesse fatigada. E era o que acontecia cada vez mais. Ou pelo menos durante os gelados meses de inverno.
A primavera chegou, e com ela uma nova explosão de energia e vitalidade. Em abril, a neve derreteu e escorreu pelas montanhas, espalhando-se nas margens dos rios e riachos, trazendo de volta o verde das árvores e do gramado. As fêmeas davam cria e Christopher estava sempre com os cavalos.  Dulce tinha costurado várias roupinhas para o bebê, além de fraldas e mantas, guardando cada peça com todo o carinho em um baú, em meio a pétalas de rosas secas.
Uma noite, Christopher apareceu em casa com um berço novo. Ela chorou de emoção.
- O que há de errado? - perguntou ele, preocupado, ajoelhando-se na frente de Dulce.
- Você está tão cansado - disse, acariciando-lhe o rosto. - E eu tão... tão gorda.
- Você não está gorda, Dul. Você está esperando um bebê. Há uma grande diferença entre estar grávida e estar gorda.
- Mas estou mais desajeitada do que nunca. Você deve ter notado.
- Ora, Dulce. Você continua linda como sempre.
Ela sorriu através da lágrimas.
- Foi um inverno duro, não?
- Pagamos as prestações todos os meses. Não perdemos nenhum cavalo, e vamos ter animais para vender no verão. Eu sabia que no começo não seria fácil. Nós dois sabíamos - disse Christopher.
- Eu sei. Estou agindo como uma tola.

Ele a beijou.
- Estou precisando de um banho. Que tal me ajudar?
Dulce o fez, despejando a água quente na banheira. Esfregou-lhe as costas com um pedaço de pano, com a intenção de deixá-lo limpo. Acabou nua diante da lareira, aquecida pelas carícias dele.
- Você é linda, meu amor - falou Christopher, beijando-lhe o ventre redondo, os seios fartos, acariciando-a até que ela não tivesse mais dúvidas sobre sua beleza.
Também jantaram diante do fogo. Pão com manteiga e fatias de carne. Ele a surpreendeu com algumas laranjas que tinha ganhado de um fornecedor. Nenhuma sobremesa lhe parecera tão saborosa.
Eles dormiram abraçados, entregues ao amor.

 

 

 

 

 

 

 

 

Bom meninas aq estar o cap. de hj

comentem e eu posto, só posso deizer q vem fortes emoções por ai e não são boas :( infelizmente.

E o Chris não é um fofo? *_*

Em compensação a Blanca é uma megera kkk

 

 

Bjksss

 








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Autor(a): megvondy

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  Tah aq esta o capitulo, acho que vc num vai gostar nada do que tem pela frente. Mais em fim boa leitura e comente :)     É meninas qro saber oq acharam do capitulo então comentem pq ta chegando o final.   ************************************************************************************************************************ ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 56



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  • stellabarcelos Postado em 10/04/2016 - 14:40:41

    Lindos

  • maah001 Postado em 12/03/2013 - 15:38:50

    Eu tenho 14 hahaha' Foi lindo demais da conta!! É uma história tocante e bem diferente do que, eu tenho certeza, a maioria costuma ler!! Eu não tenho muito o que falar agora. Só queria parabenizá-la por tamanha criatividade!! Foi ótimo estar no meio dessa história o tempo que durou.. Uma pena ter acabo, estava muuuito afim de continuar lendo ela haha' Agora, nos encontramos em Rede de Mentiras ;) Beijosz fanfic!

  • tahvondy Postado em 10/03/2013 - 22:51:18

    pena que ja acabou amei sua web muito linda

  • tahvondy Postado em 09/03/2013 - 23:59:42

    ah pena que ja ta no final pq eu amei sua web ela e perfeita

  • fernandagayo Postado em 07/03/2013 - 23:19:21

    linda sua web é perfeita amanhã eu comento direito pq tenho que dormi para acoradar cedo bjs

  • megstar Postado em 07/03/2013 - 14:33:52

    Maah qntos anos vc tem? as vezes vc escreve umas coisas q meu Deus kkk é vdd ela realmente foi fraca, mais acontece q depois detanto tempo sendo menosprezada e ouvir a mãe repetir q ela seria a decepção do marido, ela não se permitia errar, certo q ela acabou fazendo uma baita burrada mais vai ter final feliz tah :)bjkssss gracias por comentar

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:25:01

    Quem disse que o amor verdadeiro não faz sofrer diz a verdade! As pessoas causam o próprio sofrimento e o sofrimento de outrem. Doeu demais ler todo o desespero dele! Mas estou ansiosa para ler o final.. Parabéns, meninas :) foi fantástico!!!!

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:23:17

    Eu decorei uma frase certa vez de um autor bem famoso até.. Tacitus. Não sei se já ouviram falar! Ele dizia: As pessoas estão mais dispostas a pagar por um prejuízo do que um beneficio. Por que a gratidão é um peso e a vingança um prazer. Nunca havia me parecido verdadeira antes, mas a partir do momento em que ela apagou todas as coisas boas que os dois haviam vivido para lamentar-se em não ser a esposa ideal, na qual ele nunca a havia criticado, muito pelo contrário, acreditava verdadeiramente de que ele é quem devia a ela, essa frase começou a fazer sentido!

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:20:13

    Eu acho que ela foi fraca demais! Eu sei.. foram anos e anos convivendo com a ideia de que era uma inválida e que não seria capaz de ter uma vida normal como qualquer outra pessoas, mas depois de tanto tempo junto com o Chris eu teria esquecido até mesmo o meu nome! Ele sempre foi muito atencioso, amoroso e determinado. Ninguém jamais seria capaz de ter o amor da mulher mais especial desse mundo como ele conseguiu. Ela sempre foi a mulher perfeita pra ele. E o decepcionou. Por mais que ele não pense isso!

  • maah001 Postado em 07/03/2013 - 14:17:06

    Eu nunca estive com o coração tão apertado quanto agora.. Eu nunca estive tão perto do desespero assim!! Saber que ele enterrou o nenê sozinho.. o próprio filho é de partir o coração. Me dá vontade de chorar só de pensar!!


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