Fanfic: Meu querido diário [les e bi] | Tema: Fictícia

Estou bem melhor hoje. Ontem à noite liguei para Fabiana, mas ela não me atendeu. Eu tinha que esclarecer as coisas de qualquer jeito. Tomei um banho rápido, me arrumei e chamei um táxi. Cheguei em sua casa e bati na porta, ela logo abriu.

Eu: Oi.

Fabiana: Ah, é você...

EU: Posso entrar? A gente precisa conversar.

Foi difícil olhar para seu rosto sem sentir vergonha. Eu disse que amava ela, sendo que só sinto atração reprimida, coisa sem importância.

Fabiana: Entra.

Entramos e ela fechou a porta.

Eu: Posso me sentar?

Fabiana: Faça o que quiser. Mas fala logo o que tem para dizer.

Eu me sentei, ela continuou de pé.

Eu: Não vai se sentar?

Fabiana: Estou bem assim.

Eu suspirei.

Eu: Ta bom... Já me lembrei de tudo.

Ela descruzou os braços e chegou mais perto.

Fabiana: Tudo mesmo?

Eu: Sim... Olha, eu novamente quero te pedir desculpa. Eu não devia ter mexido com você assim, naquela noite a gente tinha bebido demais e acabou como acabou...

Fabiana: O que sente por mim?

Me levantei e me aproximei, tocando seu braço.

Eu: Gosto muito de você, sinto um carinho enorme. Gosto de você como amiga, e queria te pedir para esquecer o que aconteceu, vamos fingir que o que houve entre nós nunca existiu.

Ela se afastou.

Fabiana: Esquecer? Como quer que eu esqueça aquilo?!

Eu: Mas não significou nada e...

Fabiana: Nada? Significou muito para mim! Carol, eu gosto de você, e gosto muito! O que aconteceu naquele dia mexeu muito comigo, você expos um lado meu que ainda era desconhecido, me fez sentir diferente, sentir amada! Não me peça para esquecer, porque eu não vou!

Como esquecer, não é?

Eu: Ai meu Deus... Eu não sabia que você sente isso por mim... Me perdoa!

Fabiana: Eu não te culpo. Sou uma tonta por achar que você sente algo por mim.

Eu: Eu sinto! Sinto carinho por você! Só não posso corresponder o que sente por mim. Por favor Fabiana, não acaba com nossa amizade...

Fabiana: Não sei se dá para continuar sendo sua amiga... Foi você quem me provocou.

Eu: Não foi porque eu quis, caramba!Tenta me entender também! Eu estava confusa e bêbada. Foi o único momento em que me senti livre, eu não fazia ideia sobre seus sentimentos por mim!

Fabiana: Você me machucou... Me machucou bem aqui.

Disse, com a mão sobre o peito. Lágrimas rolavam em seu rosto. Eu a abracei.

Eu: Me perdoa...

Fabiana: Vai embora. Me deixa sozinha.

Ela saiu do abraço.

Eu: Não acaba com nossa amizade, por favor.

Fabiana: Eu quero pensar, pensar muito.

Eu: Ta bem, já vou.

 Lhe dei um beijo no rosto e sai de sua casa. Ela chorava bastante. Me deu um grande aperto no peito ao vê-la assim. Eu brinquei com os sentimentos dela sem querer, me senti a pior pessoa do mundo! Com sorte encontrei um táxi que me trouxe em casa. Entrei, vim para o quarto e me deitei. Comecei a pensar em tudo, acabei adormecendo. Hoje acordei cedo. Estava com a mesma roupa com a que fui na casa de Fabiana. Me levantei e Bóris logo começou a se esfregar em minhas pernas, querendo comer. Lhe dei ração. Como era bem cedo, varri o apartamento, arrumei a cama, lavei a louça... Mas não consegui parar de pensar no que aconteceu ontem à noite.  Tomei uma ducha, me vesti para o trabalho, comi escovei os dentes e sai de casa. Logo estava no trabalho. Algum tempo depois Fabiana chegou, estava com óculos escuros, não entendi o porquê, pois o tempo estava fechado, prometendo chuva. Ela passou rapidamente por mim, queria ir atrás dela, mas não pude pois meu chefe estava lá conversando com Mariana. Logo começaram a chegar as clientes. Atendemos mais mulheres, homens são bem poucos, e preferimos assim. Muitos homens pensam que a clínica é uma daquelas “casas de massagens”, e não é bem assim.  Quando já haviam encerrado as massagens, eu resolvi fugir da recepção para ir falar com Fabiana.

Eu:  Mari, eu vou ao banheiro, já volto.

Mariana: Ta certo.

Sai. Corri para a sala de Fabiana antes que alguém me visse. Abri a porta, entrei e fechei, e ela se assustou.

Fabiana: O que está fazendo?

Olhei para seu rosto, ela estava com enormes olheiras.

Eu: Preciso saber se você me perdoa.

Fabiana: O que posso fazer, não é?!

Suspirou.

Fabiana: Te perdoo sim.

Eu: Que bom!

Fui até ela e a abracei.

Eu: Continuamos sendo amigas, não?

Eu a soltei. Ela sorriu.

Fabiana: Quer que te leve em casa?

Abracei ela novamente, e ela me abraçou também.  Aquilo significava um ‘sim’.

Eu: Deixa eu voltar, Mariana está me esperando.

Falei, saindo do abraço

Fabiana: Eu te chamo quando for embora.

Eu: Obrigada por tudo.

Sai da sua sala e voltei contente para a recepção.

Mariana: Viu um pássaro verde foi?

Eu gargalhei.

Eu: Estou feliz, amiga! Feliz!

Mariana: Eu hein!

No meu horário de ir embora Fabiana me chamou. Fomos até seu carro e entramos.

Eu: Olha, não pensa que eu quero ser sua amiga só porque você me leva em casa, nem nada disso viu!

Fabiana: Eu não penso isso.

Eu: Menos mal.

Ela ligou o carro e saiu.

Eu: Que bom que me perdoou! Não sabe o quanto me senti mal com tudo isso.

Fabiana: Eu pensei bem, você não em toda a culpa. Eu que me iludi e não posso te culpar por isso.

Eu: E o que vai fazer?

Fabiana: Não sei...

Ela ficou em silencio, mas logo voltou a falar.

Fabiana: Decidi que vou me apaixonar por outra pessoa...

Eu: Por quem?

Fabiana: Já te falei do Lúcio?

Lúcio? Nunca.

Eu: Não.

Fabiana: Ele sempre gostou de mim, já namoramos por pouco tempo, eu terminei depois que soube que fui traída, só que ele vive me pedindo outra chance e eu sempre digo não, mas resolvi aceitar dessa vez.

Eu: É realmente isso que você quer?

Fabiana: O que eu quero é matar esse sentimento que está crescendo dentro de mim por você, e é ele quem vai me salvar.

Eu: Fabiana, cuidado para não se machucar!

Fabiana: Mais do que estou? Impossível!

Disse, alterando a voz.

Eu: Pensei que tivesse me perdoado.

Fabiana: Me desculpa.

Eu: Não tem problema. Só tenha cuidado com ele.

Fabiana: Não se preocupe, eu vou ter.

Fiquei falando de outras coisas com ela, mas Fabiana mal me respondia. Eu tentei fingir que estava tudo bem, mas não estava. Me deixou aqui em frente, nos despedimos e ela foi embora. Entrei e vim logo escrever. Planos para essa noite? Comer e dormir, mas não sem antes tomar um bom banho.