Fanfic: Meu querido diário [les e bi] | Tema: Fictícia

Eu sou uma tonta mesmo, uma imbecil, idiota! QUE ÓDIO!!! Bom, fui para o trabalho como sempre. Fiquei lá esperando a santinha Fabiana aparecer, e logo ela chegou. Ela me cumprimentou com um abraço que correspondi. Falou com Mariana e foi até a sua sala. Estava como antes, não como ontem. Me senti aliviada. Queria falar com ela, mas não encontrei nenhuma desculpa. Só a vi no horário de almoço mas mesmo assim de longe. Tudo bem até que mais ou menos 15:00 chegou um rapaz com flores.  Mariana e eu fomos para perto dele, estava com um buquê bem chamativo, com rosas vermelhas.

Eu: Nossa, que lindo!

Mariana: Para quem é?

O rapaz olhou um cartãozinho que estava preso ao papel que estava em volta do buquê.

Rapaz: Senhorita Fabiana Lemos.

“Flores para Fabiana? De quem será?” Pensei.

Eu: Quem mandou?

Eu já estava nervosa, e não é pra menos.

Rapaz: Um homem chamado Lúcio. Você é Fabiana?

Nossa!

Eu: Não, mas posso entregar a ela.

Ele me entregou as flores e saiu. Mariana falou alguma coisa, mas nem ouvi. Sai de lá e fui até a sua sala, e por sorte uma cliente acabava de sair.

Eu: Com licença!

A mulher me deu passagem e foi para a recepção. Eu entrei na sala de Fabiana, nem me importei com os outros. Fechei a porta com força e ela deu um salto para trás com o barulho.

Fabiana: Carol, meu amor você me assustou!

Olhou para o buquê em minha mão.

Fabiana: Que lindo meu amor!

Chegou perto, levando a mão até as rosas.

Eu: Não fui eu quem comprou.  Foi esse tal de Lúcio. Pode me explicar porque ele te mandou isso?

Ela tirou as mãos de perto na hora.

Fabiana: Eu não sei...

Disse, trêmula. Olhei para as rosas e vi um pequeno cartão entre elas, então tirei.

Eu: Olha só! Um cartão! Talvez aqui venha explicando o motivo desse presente tão... Romântico!

Fabiana: Carol, por favor não!

Eu: O que tem aqui hein?

Fabiana: Não sei, mas por favor não leia!

Aquilo só me instigava mais.

Eu: Então vamos descobrir agora.

Abri. Estava escrito: “Obrigada pelo domingo maravilhoso que passamos. Espero que possamos repetir. Beijo nessa boca maravilhosa.” Joguei as flores no chão. O ódio tomou conta de mim, tive vontade de esganá-la, mas nem consegui me mover.

Fabiana: Carol, deixa eu te explicar...

Eu: Explicar o que? Explicar que você viajou para se encontrar com esse cara e me deixou aqui preocupada com você? Que você me traiu com esse babaca?

Eu falava alto, pouco me importava os outros. As lágrimas rolavam por meu rosto que estava fervendo de ódio.

Fabiana: Eu não queria! Eu... Eu...

Eu: Você o que?

Fabiana: Por favor, eu quero te explicar! Eu ia te contar!

Sai da sala, não queria ouvi-la mais. Ia para a recepção mas Fabiana me alcançou no corredor.

Fabiana: Carol, por favor me escuta!

Eu: Vai, me de uma boa explicação!

Fomos interrompidas por Mário.

Mario: Que gritaria é essa? Carol, porque não está na recepção e você porque não está em sua sala? E porque estão chorando?

Eu: Não é nada Mário. Já vou para lá.

Eu sai, ouvi Fabiana chamar meu nome várias vezes, mas não olhei para trás. Cheguei na recepção e Mariana foi para perto de mim, tocando meu braço.

Mariana: Amiga o que aconteceu? Dava para ouvir seus gritos daqui!

Eu: Nada Mariana, só descobri o óbvio, que eu sou a pessoa mais idiota desse mundo!

Mariana: Mas você estava tão bem há pouco tempo!

Eu: Como dizem por ai né, felicidade de pobre dura pouco, e a minha se foi embora por completo.

Mariana: Porque discutiu com ela?

Eu: Por favor Mariana, não me faça mais perguntas.

Mariana: Quer um pouco de água? Você está muito nervosa.

Eu tremia, minha cabeça começou a doer e não conseguia conter as lágrimas.

Eu: Quero sim.

Ela pegou água e me deu. Bebi aos poucos, me acalmei um pouco mas ainda estava muito nervosa. Fabiana passou pela recepção e saiu. Não fiz questão de olhá-la, mas sei que ela passou olhando para mim.

Mariana: Eu só quero saber o que há entre vocês.

Eu: Nada Mari, não há nada, não mais.

Logo deu nosso horário. Eu estava com muita vontade de chegar logo aqui. Sai de lá ainda em prantos e caminhei, mas logo vi seu carro se aproximando.

Fabiana: Carol! Por favor entra! Vamos conversar!

Claro que eu queria uma explicação. Uma boa explicação. Entrei em seu carro e ela arrancou.

Eu: E ai, o que vai me dizer? Que não quis? Que ele te pegou à força?

Fabiana: Eu precisava ter certeza!

Certeza? Bom, agora sim eu realmente queria ouvir sua explicação.

Eu: Certeza de que?

Fabiana: Que gosto de mulher, ou melhor, de você.

Eu: E porque me pressionou tanto? Que droga!

Fabiana: Sua confusão me deixou maluca!

Ela deu uma desviada brusca na estrada. Vi que suas mãos temiam muito. Eu não falei mais nada, resolvi esperar ela chegar aqui para ouvi-la. Logo ela parou aqui em frente.

Fabiana: Eu sai da cidade para ver meu sobrinho, como te disse. Cheguei lá e fiquei na casa da minha irmã. Lúcio é amigo da minha irmã desde que começamos a namorar, e ele foi lá visitar meu sobrinho no domingo. Estávamos na casa dos meus pais, Lúcio também e ficaram me pressionando para voltar com ele, mas eu não queria. Eu tinha bebido muito por lá e estava sem carro. Lúcio se ofereceu para me levar de volta para casa da minha irmã e depois de muita insistência dele e da minha família eu fui, só que ele me levou para seu apartamento, nós entramos e acabou acontecendo...  Eu me arrependi muito.

Nossa, aquilo foi como levar um soco no estômago.

Eu: Tarde demais para se arrepender.

Disse, abrindo a porta do carro, mas Fabiana me segurou.

Fabiana: Carol, eu te amo! Não faz isso comigo!

Eu: Você não pensou em mim quando foi pra cama com ele! Se comportou como uma qualquer! Eu me arrependo de ter dito que te amo!

Fabiana: Carol, me perdoa!

Eu: Eu perdoaria qualquer outra coisa, mas traição não. Você começou errado! Eu fiz de tudo para começarmos bem, mas você fez questão de estragar!

Fabiana: Eu estava confusa demais!

Eu: Confusa estava eu quando você me pressionou querendo que eu me lembrasse do que aconteceu! Eu me lembrei e você quis que ficássemos juntas! Não sabe o quanto eu sofri até ter certeza de que te queria, então joguei todos os pensamentos que tinha antes pro ar, deixei um antigo amor para trás por sua causa e ainda tenho que ouvir essa sua desculpa esfarrapada e fingir que está tudo bem? Eu não sou uma máquina Fabiana, eu tenho sentimentos e você os feriu, e o pior é que nem pensou duas vezes antes disso. Eu me sinto mal por ter acreditado em você, por pensar que seria diferente... Vejo que me enganei.

Sai do carro, ela veio atrás de mim. Estávamos em prantos.

Fabiana: Carol, não me deixa... Eu te amo!

Eu: Devia ter pensado nisso antes.

Fabiana: Fui inconsequente, mas é você quem eu quero!

Eu andava e ela vinha atrás de mim.

Eu: Acabou Fabiana. Acabou o que nem havia começado direito.

Fabiana: Você me ama! Me perdoa!

Eu: Vou te esquecer!

Abri a porta e entrei, ela tentou entrar mas não deixei.

Eu: Vai embora! Não quero mais te ver!

Fabiana: Não faz isso Carol! Ai meu Deus...

Eu: Tarde demais.

Fechei a porta, mas antes disso a vi sentar no chão. Ela ficou aqui na porta gritando meu nome e chorando. Eu me sentei no sofá e pude ver sua sombra debaixo da porta. Chorei bastante, ainda estou chorando. Faz pouco tempo que ela saiu da minha porta, e já passa das 23:00. Não sei o que vou fazer.