Fanfic: 1/2 Irmão | Tema: One Direction, Harry Styles

(Miss Independent – Ne-Yo)

Por sorte meu resfriado está enfraquecendo-se. Meu corpo parou de doer e meus olhos já não lacrimejam por si só. Estou ajudando Anne com os preparativos do jantar. Hoje é sábado e eu costumo auxiliá-la na cozinha. Mantenho certa distância do fogão. Sou um desastre com fogo. Prefiro cortar verduras e legumes. Tenho grande habilidade com objetos cortantes. Talvez tenha sido açougueira em uma vida passada.

- Manu, - Harry adentra no local. – A Alice quer falar com você. – Ele trás consigo o celular.

- Harry, eu estou ocupada no momento. – Aponto para os pimentões. – Você pode perguntar o que ela quer?

- A Manuela está trabalhando como cozinheira hoje. – Harry fala ao telefone. – Ela perguntou do que se trata a fofoca. – Ele põe a mão no microfone do celular e gesticula com a boca. – A Alice quer saber se você quer sair com a gente hoje à noite.

A ideia de servir como castiçal vem à minha cabeça.

- Não Harry. Eu não quero segurar vela. – Dou de ombros.

- Ela disse que tem vergonha de andar conosco amor. – Ele faz cara de triste.

- Eu não falei isso Harry! – Me defendo.

- Ah, sim... – Ele faz uma cara de nojo para o telefone. – Seu irmão vai também é? – Ele bufa. – Eu falo pra ela.

- O irmão dela também vai. Você quer ir agora? – Ele rola os olhos em minha direção.

- O Louis? – Pergunto animada.

Eu adoro o retardado do Louis Tomlinson. Ele é demais!

- É. – Harry bufa.

- Eu vou então. – Sorrio.

- Ela aceitou ficar com ele... – Ele pronuncia no celular. – Isso... A Manu disse que no motel está ótimo... Okay... Naquele próximo ao final da cidade... Certo... Beijos amor. – Ele desliga.

Eu jogo meu olhar serial killer em cima de Harry.

- O que foi minha Ana Maria Braga? – Harry abraça-me por trás. – A receita não deu certo?

Tento abafar um sorriso, porém não consigo.

- Como conhece a Ana? Você está vendo programa de culinária? – Eu ergo uma sobrancelha.

- Algum homem nesta casa tem que saber cozinhar. – Ele ironiza. – Se eu dependesse da sua comida Manuela, eu estaria a sete palmos do chão, com uma pedra escrita “Harry Edward Styles ★01/02/1994 - † 27/10/2012 - Morreu envenenado pela própria irmã”. – Ele aperta minha cintura.

- Para de ser exagerado Harry! – Faço uma carranca. Anne ri de nossos insultos. Isso é normal!

Me arrumo para ir ao cinema com Alice e Harry, e o retardado e fofo do Louis Tomlinson. Ele é um dos garotos que mais admiro. Engraçado, sexy, bonito, educado e inteligente. Esse é o perfil de Louis. Não parece em nada com meu meio-irmão desatento e jumento por nascença.

Às 07:00 pm eu estou pronta, esperando Harry Styles concluir sua sessão de beleza. Fazem cerca de duas horas que entrou no quarto para se vestir. Acho que está fazendo depilação, chapinha e maquiagem. Como um garoto demora tanto tempo para se arrumar? Gay!

- Harry, eu estou criando raízes em frente a sua porta! – Grito.

- Entra então!

Giro a maçaneta e entro no quarto.

- Que bagunça é esta, Harry? – Olho para o destroço de roupas jogadas em sua cama. Calças, camisas, blazers, jaquetas, estão por toda parte. – Harry você ainda está de cueca? – Apertei os olhos para ele.

- É difícil conseguir uma roupa apropriada para um evento como esse. – Ele tirava mais uma camisa do armário.

- Ow Arlindo Grund, nós só vamos para o cinema. – Sentei no sofá próximo à janela. Único local que não tinha uma peça de roupa. – Você está querendo impressionar quem? As cadeiras?

- Eu quero ficar bonito para a minha namorada. – Sentou na cama para vestir as meias. – Não posso?

- Claro.

- Ei, - Harry levantou e veio até mim. – O que você achou dessa boxer? A cor tá legal? – Ele dava uma voltinha exibindo a cueca branca. Minhas bochechas ficaram da cor do cabelo da Sakura Haruno.

- Tá perfeita. A Alice vai adorar. – Joguei um olhar malicioso.

Harry volta à cama e começa a escolher suas calças.

- Harry, posso fazer uma pergunta?

- Sim. – Ele abotoa a calça.

- Por que você namora a Alice? – Eu estalo. É melhor do que perguntar “Harry você é gay e namora uma garota para disfarçar?”.

- Porque ela é bonita. – Ele põe a camiseta e em seguida uma camisa azul.

- Só por isso? – Franzo a testa.

- Ela é simpática também.

- Só? – Insisto.

- O que você quer mais que eu diga? – Ele calça os sapatos.

- Que gosta dela ou coisa assim. – Rolo os olhos. – Harry, as garotas não gostam de saber que alguém só está com elas por beleza, entende? – Completo.

Ele pisca rapidamente tentando entender minha linha de raciocínio.

- Eu não estou entendo o porquê do seu interesse por isso. – Ele vem e senta comigo no sofá.

- Você é gay? – Eu disparo o encarando.

- Eu pareço gay? – Ele ergue uma sobrancelha e dá um sorriso de canto.

- Sinceramente? – Levanto as duas sobrancelhas. – Demais! – Eu sorrio.

Ele me olha embaraçado.

- Harry você demora demais em tudo. – Eu explico. – Isso não é normal.

- Eu sou vaidoso. – Ele dá de ombros.

- Muito vaidoso. – Dou ênfase no “Muito”.

- Pois é. – Ele sorri. – Mas e você é lésbica?

- Claro que não!

- Não parece. – Ele continua com aquele sorriso debochador nos lábios.

- Por quê? – Oh Deus, eu pareço?

- Nunca te vi com um cara. Acho que você nunca namorou.

Vergonha define.

- Você só me conhece há três anos e afirma que eu nunca tive um relacionamento. – Tento me explicar. – Definitivamente você não sabe nada sobre mim Styles.

- Aposto que é BV. – Ele ri.

- Seu idiota! – Bato em seu braço. – Eu tive dois namorados. – Revelo.

- Quando tinha cinco anos? – Ironiza.

- Bom, não. – Abafo um sorriso. – Com o primeiro eu tinha seis anos, e o segundo dez. – Eu rio mais que ele.

- Eita! – Ele bate palmas. – E eu achando que comecei a flertar cedo. Com dez anos você já fazia sexo. Uau!

- Seu depravado, a gente só pegava na mão.

- Sei. – Ele morde o lábio. – Primeiro pega na mão, depois na nuca, depois beija, depois tira a roupa... E bom, eu não vou continuar falando o que você já sabe.

- Eu não sei de nada seu... – Puta merda, falei de mais.

Ele para de rir e me olha confuso. Eu quero afundar minha cara no chão.

- Você é virgem Manuela? – Ele parece sério.

Eu e minha boca grande...

- Sim. – E eu fico da cor do pimentão do jantar. Harry está boquiaberto.

- Sério? – Deus, ele está espantado. O que tem de errado em ser virgem?

Concordo com a cabeça.

- Você nunca fez...

- Harry, se eu sou virgem, é obvio que não! – Eu chio. – E essa sua conversa está me constrangendo. Dá pra parar?

- Está bem. – Ele levanta as mãos como se estivesse rendendo-se.

- Ufa. – Suspiro. – Vamos para o cinema irmão pervertido? – Eu levanto do sofá e estendo a mão.

- Vamos irmã virgem. – Ele segura minha mão.

Nós passamos na casa de Alice e Louis para levá-los ao cinema. Como já é de se esperar, Harry quase comia a boca da namorada no meio da rua. Procurem uma cama, por favor. Louis estava um príncipe vestindo uma calça preta e blusa azul marinho com listras brancas. Seu cabelo castanho estava lindo em um topete e seus olhos azuis pareciam brincalhões como sempre.

- Oi Louis. – Eu pulei em seus braços.

- Oi bebê. – Ele me apertou forte. – Pronta para curtir a noite?

- Como você? Sempre!

Louis abriu a porta do carro e sentou-se ao meu lado no banco de trás. Durante o trajeto eu fiz com que o lesado do Harry colocasse algumas músicas para que Louis e eu fossemos cantando. E pense como ele canta muito! Alice abaixava aquele troço do espelho a cada dez minutos. Eu não sei se para vê a maquiagem ou para checar o que eu estava fazendo com seu irmão.

- Dê-me sua mão querida dama. – Louis curvou-se e estendeu-me a mão quando estacionamos o veiculo no shopping.

- Oh sim, caro cavalheiro. – Segurei sua mão e caminhamos até a portaria. Harry nos olhava de relance. Deve estar rindo internamente das nossas loucuras.

- Vou comprar os ingressos com o Harry. – Louis me soltou. – Me espere aqui. – Ele beijou minha bochecha.

As entradas para Os Vingadores haviam se esgotado. Sobrou apenas o romance Para Sempre com o deus grego do Channing Tatum como personagem principal. Lógico que a Alice amou quando Harry voltou com uma cara de decepcionado segurando os ingressos do filme meloso.

- Só tinha esse, princesa. – Louis fez beicinho enquanto entregava-me a entrada.

- Sem problema. – Sorri.

- Se eu chorar você me abraça? – Ele cochichou em meu ouvido quando entramos na sala escura.

- Duas libras por cada um.

Nós rimos.