Fanfic: 1/2 Irmão | Tema: One Direction, Harry Styles

(Bring Me To Life – Evanescence feat Linkin Park)

Harry me agarrou pelo braço e arrastou-me para fora da boate. Louis corria atrás de nós.

- O que você pensa que está fazendo? – Gritei com Harry.

- Te levando para casa. – Abriu a porta do carro.

- Eu não quero ir. – Puxei meu braço. – Você não manda em mim Harry!

- O que está acontecendo? – Louis se aproximou de nós.

- Nada. Fique na sua! – Harry vociferou irritado.

- Harry, me solta. – Eu continuava tentando libertar-me.

- Solta ela! – Louis agarrou o braço de Harry.

- Não! Você vem comigo Manuela. – Harry empurrou Louis no chão e me jogou no banco da frente, trancou a porta e sentou-se na cadeira do motorista. Quando Louis conseguiu levantar, Harry já havia dado partida no carro.

- Harry, que porra é essa? Por que nós estamos indo embora? – Gritei.

- Fica quieta e coloca o cinto. – Ele ordenou.

- Eu não vou colocar porcaria nenhuma!

- Ah você vai sim. – Ele fez uma cara feia. – Nem que eu tenha que fazer isso.

- Para o carro agora! – Gritei.

- Só vou parar quando chegarmos em casa.

- Para agora Harry! Eu estou mandando! – Gritei e segurei as mãos de Harry no volante. O carro foi perdendo o controle e meu meio-irmão tentava soltar as mãos. Virei em direção a algum lugar no meio da rua. Os outros veículos buzinavam insuportavelmente. Nós estávamos girando em pleno tráfego noturno à contra mão. Um caminhão vinha em alta velocidade. Só consegui ver as luzes brilhantes dos faróis. Harry rodou o volante e tirou o carro da pista. Minha visão escureceu...

Acordei com alguém chorando à beira de minha cama. Um tubo com um líquido transparente está preso com fita adesiva no meu braço esquerdo. Existem muitos aparelhos no quarto. Vestiram um traje azul celeste em mim. Meu corpo inteiro dói.

- Pai? – Minha voz é fraca.

- Manuela. – Papai soluça quando me vê. – Oh minha filha, você acordou. – Ele me abraça suavemente. – Eu tive tanto medo de perdê-la. – Seus olhos derramam lagrimas em minha roupa.

Sinto uma vontade enorme de chorar.

- Pai, o que aconteceu? – Pareço confusa.

- Você sofreu um acidente de carro. – Ele enxuga os olhos.

Alguns flashes do acidente passam por minha cabeça.

- Pai, - Soo angustiada. – Onde está o Harry?

Deus, faça com que ele esteja bem.

- Está com Anne no quarto ao lado. – Ele segura minha mão.

- Ele está bem? – Uma preocupação atinge-me com força.

- Sim. – Papai respira fundo. – Sofreu apenas alguns arranhões. Ele irá para casa mais tarde.

- Eu quero vê-lo.

- Pedirei que venha aqui. – Papai caminha em direção à porta.

- Não pai. Eu quero ir. – Tento me mexer na cama. Não consigo levantar.

- Pai! – Começo a chorar. – Não consigo sentir minhas pernas. – Estou desesperada.

Papai anda de um lado para o outro no quarto de hospital. Ele está mais angustiado que eu. Suas lágrimas voltaram.

- Pai, eu não posso mais andar. – Ponho minhas mãos no rosto. Eu choro descontroladamente imaginando ter de passar o resto da vida em uma cadeira de rodas. Todos os meus sonhos quebrados. Todas as minhas ações dependendo de alguém.

Anne entra no quarto com Harry. Ela fica completamente abalada quando me vê no estado lastimável de lágrimas. Harry me olha confuso. Ele tem um curativo no lado direito do rosto, próximo ao maxilar. Ele está vestindo suas roupas. Provavelmente deram-lhe alta. Papai acena para que Anne e Harry saiam do local. Ele os acompanha em seguida.

Vejo minha madrasta me olhando por a porta com vidro transparente. Sua expressão parece aflita. Papai deve estar explicando-lhe sobre minha paralisia. Seus olhos banham-se de lagrimas e ela abraça meu pai com força. Harry não está mais sobre minha vista. Talvez tenha ido para casa, ou esperando a mãe em algum lugar. Eu quero pedir desculpas por ter causado o acidente ao qual me deixaste assim.

Preciso de minha mãe. Eu não sei como contá-la sobre o que aconteceu. Ela tentará voltar para Londres e eu não quero atrapalhar seus negócios no Brasil. Pergunto-me se poderei retornar para minha terra natal neste estado. Mamãe só teria mais trabalho cuidando de uma filha dependente. Eu não quero que sofra por minha causa. Também penso em Anne, que ganhará um peso a mais em suas costas. Eu não desejo ser um tormento para ninguém. Talvez fosse melhor se eu tivesse morrido nesse acidente.

Após alguns minutos, papai entra acompanhado de um médico. O senhor de barba rala e cabelos negros, me olha com seus grandes olhos castanhos. Ele traz um sorriso no rosto. E posso ver que meu pai encontra-se bem mais tranquilo.

- Que bom que acordou Manuela. – Ele fala em um tom gentil e aproxima-se de minha cama. – Você passou dias dormindo. – Ele analisa o machucado em minha cabeça.

- Quantos dias? – Eu sussurro.

- Quatro dias. – Sua voz é suave. – Você estava em coma induzido.

Puta merda!

- Eu não poderei mais andar? – Minha voz é trêmula.

- Nós fizemos alguns exames enquanto você dormia. – Ele pega uma prancheta em cima de uma cômoda branca. – Você tem um inchaço na coluna. – Ele estala.

- Isso é grave?

- Bom, nem tanto. – Ele pronuncia-se sério. – Você passará alguns dias sem conseguir andar.

- Quantos dias? – Meus batimentos aceleram. Tenho medo da resposta.

- Uma semana ou duas. – Ele abre um breve sorriso. – O inchaço é o principal motivo de você não sentir as pernas.

- Isso que dizer que eu não ficarei paralítica? – Eu suspiro.

- Não. Claro que não. – Ele explica. – Se tiver um bom comportamento, sua coluna se recuperará mais rapidamente, e em menos de um mês poderá correr. – Ele sorriu.

Papai sorri para mim. Eu suspiro aliviada.

- Agora tenho que visitar outros pacientes. – O médico passa a mão sobre minha testa. – Provavelmente te darei alta depois de amanhã.

Papai acompanha o doutor até à porta e trocam mais algumas palavras. Ele parece contente após os esclarecimentos.

- Filha, que bom que você não tem nada grave. – Ele retorna e senta-se em uma cadeira ao meu lado. Eu sorrio suavemente.

- Você teve muitas visitas esses dias. – Ele completa.

- Quem? – Arregalo os olhos.

- A namorada do Harry e o irmão dela vieram logo após saberem que vocês estavam internados. – Ele aperta minha mão uma vez mais. – Veio um colega da escola ontem. – Ele revela com um olhar sorridente.

- Qual? – Eu não tenho amigos na escola.

- Um tal de... – Ele passa a mão no queixo. – Niall Horan, eu acho.

Oh céus, o Niall veio me ver!

- Sério? – Não consigo conter a pontada de felicidade que me tomou.

- Sim. – Ele sorri. – E um dos seus professores veio hoje pela manhã.

- A Senhora Charlott? – Pergunto.

- Não. – Ele balança a cabeça em negativa. – Luke Evans.

O professor Logan Lerman? Puta que pariu!

- Mentira pai. – Estou boquiaberta.

- Por que eu mentiria? – Ele franziu a testa e sorriu.

- O professor Luke esteve mesmo aqui? – Pareço ansiosa.

- Sim. Ele pareceu muito preocupado.

Vou ter um ataque cardíaco!

- Eu não acredito. – Suspiro e sorrio feito uma retardada.

- Filha, - Papai interrompe meu momento garota apaixonada. – Você se importa de ficar algumas horas sozinha? – Ele hesita um pouco em sua pergunta.

- Não pai. – Eu sorrio.

- Eu tenho que tomar um banho e comer alguma coisa. – Ele explica.

- Pode ir tranquilo. Prometo me comportar. – Faço um gesto de juramento.

Segundo a enfermeira jovem e simpática que trocou meu curativo da cabeça, são mais ou menos 06:00 horas da noite. Papai saiu à meia hora. Durante esse tempo eu aproveitei para contar os bips do monitor cardíaco.

- Hora do jantar. – Um enfermeiro sorridente aparece com um carrinho e uma bandeja com uma sopa rala em cima.

- Eu tenho que comer? – Faço uma cara triste.

- Se quiser ter alta, sim. – Ele brinca e me ajuda a sentar na cama. Ele põe a bandeja sobre minhas pernas. – Daqui a vinte minutos quero ver este prato limpo.

- Sim senhor. – Faço uma cara de decepção.

O homem com uniforme branco deixa a sala e eu olho perdidamente para a gororoba hospitalar. Eu não vou conseguir comer esse troço. Deve ser horroroso. Alguém bate na porta enquanto mexo sem ânimo minha sopinha dos deuses.

- Posso entrar? – Louis pergunta animado pela porta entreaberta.

- Claro Louis. – Eu sorrio.

- Você quase me matou de susto garota. – Ele se inclina para beijar minha testa.

- Desculpe. – Faço beicinho.

- Fiquei muito feliz quando soube que acordou. – Ele senta na ponta da cama.

- Quem contou?

- Seu pai. – Ele explica. – Liguei pra ele agora a pouco.

Como ele conseguiu o número dele? Bom, deixa pra lá.

- Vejo que cheguei na melhor hora. – Ele olha para meu prato.

- Eu não consigo comer isso Lou. – Faço uma careta.

- Eu sei que deve ser uma porcaria. – Ele faz uma cara de nojo. – Mas você tem que fazer um esforço.

- Eu não quero. – Afasto o prato.

- Eu coloco na sua boca. – Ele pega a colher.

- Não Louis. – Balanço a cabeça. – É muita pagação de mico.

- Que nada. – Ele sorri. – Eu tenho que alimentar minha doentinha. – Tira um pouco de sopa e leva a colher em minha direção. – Agora faça A. – Ele abre a boca.

- Está bem. – Concordo e abro minha boca o mais que posso.

Louis continua com seus dotes de babá até que não sobra mais nada no prato. Ele deixa a bandeja em cima de uma mesa e volta a sentar-se comigo.

- Viu como não foi tão ruim? – Ele sorri.

- Você diz isso porque não foi você quem tomou. – Eu brinco.

- Ah, devia ser uma delicia. – Ele passa a língua pelo lábio superior.

Palhaço.