Fanfic: 1/2 Irmão | Tema: One Direction, Harry Styles

- Então você se chama Harry. – Eu sorrio para o garoto.

- Sim. – Ele responde.

- Sente-se Harry. – Aponto para a cadeira ao lado da cama. – Nós somos meios-irmãos?

Ele concorda com a cabeça. Ele é muito calado!

- Posso fazer algumas perguntas? – Tento ajeitar-me na cama.

- Sim. – Ele olha para as mãos.

- Há quanto tempo nós fazemos parte da mesma família?

- Três anos. – Ele soa sério.

- Eu tenho mais irmãos?

- Não.

- Ah.

Ele só responde sim ou não. Melhor parar com o interrogatório.

- Harry. – Eu o chamo.

- Que? – Ele levanta para olhar-me.

- Você pode me ajudar a ir ao banheiro?

- Está bem. – Ele segura meu corpo de leve e me auxilia a calçar as pantufas de coelho. São minhas? Seus braços estão envolvendo minha cintura para que eu não caia. Ele abre a porta do banheiro e a fecha quando entro.

- Pronto. – Eu falo do outro lado.

Harry novamente me leva até a cama.

- Muito obrigada. – Eu sorrio. Por que ele não sorri para mim?

- Você quer assistir alguma coisa? – E é a primeira vez que o vejo falando mais que duas palavras.

- Sim, eu adoraria.

Ele pega um controle remoto e liga a televisão de parede. Está passando um seriado talvez, com vampiros eu acho. Um deles é muito bonito. Concentro-me na TV e não noto quando o garoto adormece sentado na cadeira de visitas.

Harry está com os olhos cerrados. Em um sono profundo e tranquilo. É adorável vê-lo dormir, eu não sei por quê. Sua face é suave. Eu realmente tenho um meio-irmão bonito. Acho que posso conviver com isso. Eu observo cada parte de seu corpo. Desde os cabelos bagunçados e cacheados até seus sapatos All Star Converse de cor branca. Ele é um garoto lindo. Muito lindo.

- Oi. – Eu falo quando o percebo acordando.

- Desculpe por ter dormido. – Ele parece envergonhado.

- Tudo bem. – Eu sorrio. – Você parece um anjo dormindo. – Completo.

Ele fica vermelho. Céus, eu não deveria ter dito isso.

- Filho? – Anne o chama. – Nós temos que ir. Despeça-se da Manuela.

- Tchau Manuela. – Ele sorri para mim. Eu vejo as covinhas em seu rosto. São perfeitas.

- Tchau Harry. – Sorrio de volta.

Ele se vai.

Provavelmente é noite e um médico diferente examina os tubos ligados ao meu corpo. Ele deixa apenas a fina mangueira do soro fisiológico. Eu apoio minha cabeça confortavelmente no travesseiro de hospital e penso nas descobertas que tive durante o dia. Minha mãe mora no Brasil. Eu gostaria de ir lá. Eu vou segundo Anne, minha madrasta. Papai é um bom homem e preocupa-se comigo pelo que vi. E Harry, bom, eu não sabia que tinha um meio-irmão. Ele é calado e tímido logo de inicio, e é muito bonito. Ele me fez sentir coisas estranhas quando sorriu. Acho que nós éramos bons irmãos antes de eu perder a memória.

Acordo com papai ao meu lado. Ele está sorrindo docemente para mim.

- Dormiu bem querida? – Ele passa a mão por meu cabelo.

- Sim pai.

- O médico disse que lhe dará alta hoje à tarde. – Ele parece animado. – Eu trouxe algumas de suas roupas.

- Obrigada papai. – Eu aperto sua mão. É bom sentir-se amada e protegida.

- Vou pedir que alguém a ajude com a roupa.

- Está bem pai.

Uma senhora de mais ou menos cinquenta anos, adentra no quarto e faz com que eu levante. Puta merda, eu posso levantar sozinha. Legal! Ela me entrega um vestido rosa pálido e um par de sapatilhas com estampas florais. Eu os ponho e caminho ainda vagarosamente para o carro do meu pai. Nós estamos indo para casa. Papai liga o rádio e uma voz masculina canta um rock bem foda. Acho que gosto de rock.

Passamos por algumas ruas com casas luxuosas e grandes, e paramos em um comprido muro com um portão de ferro preto. Meu pai aciona um botão em um minicontrole e dá entrada, passando por um lindo jardim com flores vermelhas e amarelas. Avisto uma fachada creme de uma linda casa. Portas de madeira escura e janelas com varandas. Eu moro aqui? Caramba!

- Entre filha. – Papai abre a porta para mim.

A sala é comprida e traz moveis em tons claros e escuros. Um mix de cores. Dois sofás compridos e uma poltrona branca preenchem a sala de visitas. Uma imensa escada divide os dois andares da casa. Eu subo os degraus e encontro um corredor repleto de portas. Certamente, um dos quartos é meu. Papai ficou lá embaixo e eu estou abrindo agora todas as portas possíveis. Os dois primeiros parecem dormitórios de hóspedes, com cama, banheiro e um armário. Mais à frente suponho que seja o quarto dos meus pais. A decoração é em uma cinza claro e os moveis são em preto. Uma foto da família fica exposta em um criado-mudo.

Caminho para o próximo quarto. Giro a maçaneta e entro.

- Oh desculpe. – Eu ponho minhas mãos nos olhos quando percebo Harry deitado na cama apenas vestido uma boxer. Seu quarto parece uma bagunça. Credo!

- Manuela. – Ele parece levantar-se da cama. – Pode abrir os olhos. – Ele diz. Eu o faço. – Eu não sabia que chegaria hoje. – Diz contente.

Puta merda, por que ele não se vestiu?

- Eu estava procurando meu quarto. – Falo nervosa. Por que ele me deixa assim?

- Vem, eu vou te mostrar. – Harry segura minha mão e aponta para uma porta de cor lilás em frente ao seu quarto. – Você dorme aqui. – Ele sorri.

Caramba, ele tem um sorriso lindo. É desconcertante.

- É muito bonito. – Meus olhos correm por todo o quarto marfim. Uma cama fofa com coberta de listras rosa e vermelha e travesseiros em branco compõe o quarto. Ao lado um grande armário, uma escrivaninha com um notebook e uma cadeira. Do outro um pequeno sofá com dois assentos e um criado-mudo e abajur.

- Você deve estar cansada. – Ele me guia até a cama e puxa-me para sentar.

- Um pouco. – Concordo.

- Eu entendo. – Harry sorri e passa o polegar por cima de minha mão. Meu coração acelera de repente. Por que estou sentindo isso? Eu era apaixonada por meu meio-irmão? – Vou te deixar sozinha para descansar.

- Não. – Eu seguro sua mão. – Eu não quero ficar só.

- Tudo bem. O que você quer fazer? – Seus dedos deslizam por meu cabelo solto.

- Eu não sei. – Encolho os ombros. – Você tem alguma ideia?

- Podemos falar sobre você.

- Eu não sei nada sobre mim. – Faço beicinho.

- Eu posso falar.

- Tá. – Sorrio animada.

Harry faz um breve resumo sobre os acontecimentos dos três anos em que moramos juntos. Fala sobre o colégio, as garotas e garotos, e sobre os professores. Pelo que me contou, suponho que temos a mesma idade, ou sou mais nova alguns meses que ele. Harry simplesmente é muito atencioso, e nada tímido. Tem um olhar diferente, misterioso. Parece o tipo de pessoa que se dá bem com mulheres. Deve ter uma fila semelhante a do banco do Bradesco atrás dele.