Fanfics Brasil - Capítulo II 1/2 Irmão

Fanfic: 1/2 Irmão | Tema: One Direction, Harry Styles


Capítulo: Capítulo II

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(Exceptional - Jojo)


Eu desci do ônibus aos prantos, abri a porta de casa e subi correndo para o quarto. Anne estava saindo de seu dormitório quando me viu. Sua expressão mudou de alegre para confusa, preocupada, aflita.


- Manuela, o que houve? – Ela veio até mim.


- Eu quero morrer Anne. – Eu a agarrei em um abraço.


- Não deseje isto querida. – Anne acariciava e beijava meus cabelos. – Fizeram algo a você?


- Sim. Os alunos... fizeram brincadeiras comigo... no ônibus. – Eu soluçava chorando.


- Por que você não pediu que Harry a trouxesse para casa?


- Ele não quis. – Meus olhos banhavam o vestido da minha madrasta. Eu estava com raiva dos alunos, com raiva de Harry, com raiva de mim mesma.


- Eu vou falar com ele quando chegar. – Ela se pronunciou séria, com ameaças em sua voz.


- Não, por favor, - sussurrei. – deixe-o fora disso. Não quero que saiba que eu chorei.


- Ele não agiu direito Manu. Merece uma boa advertência. – Seu tom era grave.


- Por favor, não conte a Harry sobre mim. – Eu mirei seus olhos verdes. – Eu gostaria de ficar um pouco sozinha Anne. Se você não se incomodar.


- Tudo bem querida. – Ela deu-me um sorriso brando.


Arremessei-me na cama e prendi meu travesseiro contra o corpo. As lágrimas lançaram-se adquirindo força. Eu odeio chorar. É um ato tão fraco, tão digno de pena. Por um instante queria minha mãe por perto, ela entenderia meu sofrimento. Suas palavras reconfortariam minha dor. Um conselho bom sempre sai de sua boca. Não posso falar abertamente com Anne ou papai sobre o que ocorre comigo. Não posso dizer-lhes que não possuo amigos, que as pessoas se repelem porque acreditam que sou uma vadia. Tampouco culpar Harry por minha desgraça escolar.


Permaneço em minha bolha solitária. Apenas meu sofrimento e eu em uma tarde de segunda-feira. Eu não ouço vozes no andar de baixo. Talvez Anne não tenha conversado com Harry, se o tivesse feito, certamente ele viria tirar satisfações comigo. Não quero vê-lo. Ele me faz mal. Sou tão pequena e imune perto dele.


Aos poucos as lágrimas diminuem. Olho-me no espelho do banheiro. Meus olhos estão tão inchados, meu nariz é cor de escarlate. Eu tenho fome. Não comi nada desde a hora do lanche. Eu desço para a cozinha. Não há ninguém em casa. Para onde foram todos? Procuro algo na geladeira. Apanho pão, presunto, queijo e uma folha de alface e monto rapidamente um sanduiche.


(Wish You Were Here – Avril Lavigne)


- Obrigado maninha. – Harry adentra e toma o sanduiche de minhas mãos. Eu dou meia volta e deixo o lugar. Não estou a fim de discutir com ele.


- Espera, toma. – Me devolve o prato. – Eu estava só brincando. – Ele sorri.


- Pode ficar. – Minha voz é impotente quando retorno o prato às suas mãos. – Eu não quero mais.


Harry o recebe e me encara fixamente. Não consigo passar muito tempo admirando seus olhos. Desvio meu olhar e giro para pisar no primeiro degrau da escada. Harry segura meu cotovelo impedindo-me.


- O que aconteceu Manu? – Ele parece tão diferente, tão preocupado.


- Nada. Eu só quero ir para o quarto. – Sussurro.


- Você passou a tarde lá. Eu não ti vi no almoço.


- Eu não estava com fome. – Falo com desdém.


- Você chorou? – Ele se aproxima mais.


- Claro que não. – Eu disparo.


- Seus olhos estão vermelhos. – Seus dedos deslizam por minha face. Eu dou um passo para trás me distanciando. – Por que chorou Manu? – ele insiste.


- Eu não chorei. Eu já disse. – Elevo a voz tentando ser um pouco convincente em meu argumento.


- Minha mãe disse que você chorou por minha causa. – De repente ele abaixa a cabeça e olha para o chão. – Me desculpe.


- Harry, você acha que é o centro do mundo. – Eu disparo. – Eu nunca choraria por você.


- Manu, eu já pedi desculpa. Te custa muito aceitá-las? – Sua voz é suave.


- Guarde-as de volta. Não preciso de suas desculpas. Você não tenha culpa da minha vida ser um lixo.


- Manuela, eu... – Harry me abraça.


- Me solta Harry. – Eu tento desprender-me.


- Não. Eu quero ficar aqui com você.


- Mas, eu não. – Empurro Harry. – Você ainda não entendeu que eu te odeio garoto? – Eu vocifero e Harry olha-me com horror.


- Eu também te odeio sua idiota. – Ele grita.


Eu subo abruptamente para o quarto e tranco a porta. Ao anoitecer papai e Anne vão conversar comigo. Aquela velha história de que Harry e eu somos irmãos e que temos de nos dar bem. Eu descarto esta ideia. Jamais conseguirei conviver em harmonia com ele. Nós somos totalmente opostos. Ele tem fama, amigos, garotas que o perseguem, e principalmente tem o amor do meu pai. Não posso competir com alguém assim.


No dia seguinte eu tomo um bom banho e vejo que meu rosto já não demonstra que tive horas horríveis ontem. Minhas bochechas e nariz ainda permanecem minimamente corados, mas isto é normal. Por incrível que pareça, papai está à mesa esperando-me para tomarmos café. Harry e Anne estão consigo. Dou bom dia para todos. Sento-me na cadeira. Papai e Anne sorriem carinhosamente para mim. Harry não olha em meus olhos. Melhor assim.


- Harry, você pode levar a Manuela para o colégio? – Anne pergunta.


- Não precisa. Posso pegar um ônibus. – Atiro minha desculpa antes que Harry possa responder.


- Eu quero que ele leve você. – Anne insiste.


Eu olho para Harry. Ele não está com a mínima vontade de fazer isso.


- Eu não quero ir com ele. – Falo suavemente. – Posso ir com uma amiga.


- Você não tem nenhuma amiga. – Harry começa. Ele sabe de sobra como me machucar.


- Pare Harry. – Anne o repreende.


- Filha, aceite que Harry a leve, por favor. – Papai pede. Ele está aflito com nossa discussão.


- Está bem. – E eu apenas concordo para tranquilizá-lo.


O colégio parece imensamente distante enquanto o silencio ronda o carro de Harry. Ele está concentrado no transito e eu não quero falar. Não tenho assunto. A verdade é que eu o odeio, mas agora não tenho raiva dele. É tão confuso!


- Posso ligar o rádio? – Pergunto sugestivamente. Ele não me responde. Droga. Você quer brincar Harry Styles, mas eu não quero.


- Eu posso Harry? Por favor. – Peço docemente.


- Liga vai. – Ele resmunga.


(Fuckin’ Perfect - Pink)


Aperto no play e uma rádio inglesa está tocando Fuckin’ Perfect da Pink. Preparo minha garganta para acompanhar a música. Uso todas as minhas habilidades como cantora e canto, canto muito. Harry me olha de relance como se quisesse rir. Foda-se, eu quero gritar. Do nada ele se rende e canta comigo. Puta merda, ele canta bem! Quem diria que Harry Styles arrasa nos vocais. Sua voz é suave, rouca... Cristo, Harry cantando é muito sexy! Eu me calo e aprecio meu meio-cantor-irmão.


- O que foi? – Harry sorri.


- Você canta muito bem.


- Eu sei. – Ele se gaba. – Tem algo que eu não faça bem?


- Não sei. – Encolho os ombros. – Harry, posso pedir só mais uma coisa? – Olho para meus dedos entrelaçados no meu colo.


- Se não for um CD autografado. – Ele brinca.


- Não, não é. – Eu coloco uma mecha de cabelo para trás de minha orelha. – É que... bom, eu gostaria que você não saísse dizendo por aí que eu não tenho amigos. Isso dói. Dói em mim Harry. Você entende? – Eu respiro fundo enquanto Harry estaciona em frente à escola. - Eu não sou popular, não sei como é ter atenção de todos. Eu fiquei triste quando você jogou na minha cara que ninguém quer ficar perto de mim.


- Foi por isso que você chorou? – Ele se aproxima um pouco mais.


- Não exatamente.


- Qual o motivo então? Me fala.


- Você não vai querer saber. – Eu sorrio.


- Eu quero. – Ele põe sua mão sobre a minha.


- Bom, é... olha sua namorada vem aí. – Eu estava prestes a contar tudo quando a Alice caminha em direção ao carro.


- Oi amor. – Ela fala pelo vidro do carro.


- Oi Ali. – Harry solta minha mão e baixa o vidro para beijar a sua líder de torcida preferida.


- Oi Manu. – Ela acena para mim.


- Oi. – Respondo. – Obrigada pela carona Harry. – Me despeço e abro a porta.


- Ei, depois quero que termine de falar o que começou.


- Não vai precisar. Você vai ficar sabendo de qualquer forma. – Aceno e parto.


Tenho aula de Física e em seguida Português. O professor de física é um homem velho de mais ou menos uns sessenta anos. A maioria dos alunos dorme em sua aula, mas eu gosto de ouvi-lo falar sobre sua família. É admirável o amor que demonstra por sua esposa. Eu gostaria de um dia ter um amor assim.


- Calem-se que a namorada do professor Luke chegou! – Um dos amigos de Harry grita quando entro na sala.


- Como foi a noite? Ele é bom na cama?


- É Manu, conta pra gente.


(Broken-Hearted Girl - Beyoncé)


Eu dou meia volta e saio correndo para fora. Esbarro em Harry e Alice. Ele troca algumas palavras com ela e corre atrás de mim. Eu entro no banheiro feminino e me tranco em uma cabine. Eu choro descontroladamente, como uma boba, como uma garota que passa a vida escolar sofrendo bullying.


- Manu, cadê você? – Harry bate em todas as portas das cabines.


Merda ele entrou no banheiro feminino. Seu gay!


- Me deixa Harry!


- Manuela, abre essa porta agora! – Ele bate com muita força.


- Não. Eu quero que você vá embora. – Eu quero ficar só. Só com a minha dor.


- Eu não vou sair enquanto você não abrir essa porcaria.


Ele está bravo. Eu puxo o ferrolho e abro a porta. Ele me mete em seus braços antes mesmo de eu sair da cabine. Céus, o que deu no Harry? Eu o agarro forte, como se abraçasse minha mãe. Ele tem um cheiro refrescante, agradável de sentir. Suas mãos deslizam por meus cabelos. Ele consegue ser tão confortante quando quer.


- Harry, por que você está aqui comigo? – Eu pergunto com a cabeça enterrada em seu peito.


- Eu não posso? – Sei que ele está sorrindo.


- Digamos que você nunca faz isso. – Eu brinco.


- Você nunca deixa que eu faça.


- Você nunca me pede. – Ergo a cabeça para olhá-lo.


- Eu sempre peço.


- Não é verdade. – Faço uma carranca para ele.


- É claro que é.


- Não é.


- É sim.


- Não.


- Para Manu. Eu estou aqui porque você estava precisando de alguém.


Oh, Harry. Você pode ser um chato, mas se importa comigo.


- Obrigada, de verdade. – Descanso minha cabeça em seu ombro.


- Você está me agradecendo? – Ele pergunta surpreso.


- Sim.


- Pelo o que mesmo? – Ele se faz de burro. Ele realmente é burro.


- Por ficar comigo. – Eu sorrio.


- Você está doente?


- Acho que não. – Eu o olho. – Por quê?


- Porque é estranho. Você nunca me agradece por nada. – Ele debocha.


- Harry! – Faço uma careta me soltando de seus braços.


- Que é? – Ele abre um largo sorriso. – Eu estou mentindo?


- Bom, provavelmente não. – Sorrio também.


- Viu, eu tenho razão. Agora vem cá que eu quero te abraçar de novo. – Ele se aproxima.


- Vá abraçar a sua namorada. – Eu brinco.


- Ela não tem seu cheiro. – Ele diz sério.


- Eu a empresto meu perfume.


- Não é a mesma coisa.


- É claro que é.


- Manuela, - Ele levanta uma sobrancelha. – Você não vai vir por bem, então vou ter que utilizar outros métodos. – Seu tom é de ameaça.


- Métodos pervertidos? – Pergunto.


- Provavelmente. – Ele sorri maliciosamente.


- Você ganhou. Guarde seus métodos pervertidos para outra pessoa. – Eu me aconchego em seus braços novamente. Nós permanecemos assim por alguns minutos.


- Harry.


- O que? – Ele beija meu cabelo.


- Eu não quero voltar para a sala.


- Nós não podemos morar no banheiro. Até porque isso aqui vai encher de garotas daqui a pouco.


- Eu estou com medo.


- Medo de quê? – Ele levanta meu queixo para que eu o olhe.


- Medo do que vão falar de mim.


- Você nunca teve medo de nada. – Passa o dedo polegar por minha bochecha.


- Harry, eu tenho tantos medos... – Eu tiro sua mão do meu rosto. – Eu queria ser forte como você. – Eu sussurro.


- Como eu? – Ele pergunta brandamente.


- Sim. – Eu olho profundamente em seus olhos verdes.


- Manu, eu... – Harry me puxa pela cintura. Ele olha em meus olhos... minha boca... nós estamos tão perto.


Soa o sinal para o intervalo.


- Harry, o sinal! – Eu me afasto. – Nós temos que sair daqui. – Pego sua mão e deixamos o banheiro feminino.


- Ufa! – Eu respiro fundo. – Imagina se a Alice te vê no nosso banheiro, seu gay. – Eu rio.


Harry me olha fixamente e ri em sequencia.



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Exceptional – Jojo Excepcional   Você é linda mas não sabe Não pode ver o que existe dentro da sua alma Sempre se sentindo como se não fosse bom o bastante Você gostaria de ser outra pessoa Às vezes nem consegue se enxergar Mas eu consigo ver quem você é, quem você é   (Chorus ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 73



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  • viihpiolli Postado em 22/10/2013 - 14:13:17

    anacarolina1999 vc pode me mandar o link?

  • viihpiolli Postado em 22/10/2013 - 14:08:20

    oi leitora nova!! por favor continua ta incrível!!!!!!!!!

  • anacarolina1999 Postado em 01/07/2013 - 14:06:20

    Gente quem olhar esse meu comentario vai enetender, não sou a escritora nem nada, mas por acaso encontrei a escritora no animespirit e ela está postando lá, e ela me disse que exclui a conta desse site!!! Então procurem lá por: Meio irmão da Mery_horan

  • mila_horan Postado em 26/06/2013 - 17:40:30

    HEEY!!! POSTEEE MAIS!! TODAS QUEREMOS SABER O QUE VAI ACONTECER COM A MANUELA E HARRY!!

  • luizaah Postado em 20/03/2013 - 23:16:51

    Tá demorando muito e essa é minha fic favorita, kddddd? :(

  • mila_horan Postado em 19/03/2013 - 15:48:06

    Continuaa, me viciei nessa fic

  • anacarolina1999 Postado em 13/03/2013 - 17:30:46

    Cadê as continuações?? Já faz mais de 1 mês!! Vc tem twitter?? Se tiver qual é para eu te seguir

  • anacarolina1999 Postado em 13/03/2013 - 17:30:45

    Cadê as continuações?? Já faz mais de 1 mês!! Vc tem twitter?? Se tiver qual é para eu te seguir

  • anacarolina1999 Postado em 13/03/2013 - 17:30:45

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  • anacarolina1999 Postado em 13/03/2013 - 17:30:45

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